Diversos

VÍDEO: Policial legislativo é atingido por flecha em protesto de índios em Brasília que terminou em confronto e bombas de gás lacrimogêneo

Um grupo de indígenas se manifestava em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília, na tarde desta terça-feira (22/6), quando começou um confronto com policiais militares e da Polícia Legislativa.

De acordo com informações preliminares obtidas pelo Metrópoles, um policial da Câmara foi atingido por uma flecha. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para atendimento. Segundo a Polícia Legislativa, o agente terá que ser submetido a uma cirurgia.

Vídeos gravados no local mostram que a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. Dentro do anexo da Câmara dos Deputados, uma nuvem de fumaça cobria o espaço, impedindo que o grupo entrasse no local.

Gleiciane Moraes, militante de causas das minorias presente na manifestação, afirmou que o grupo pretendia se concentrar em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas foram interrompidos em frente à Câmara dos Deputados.

“Eu vi que eles [indígenas] foram desviados aqui para o anexo da Câmara e foram recebidos à bala, muitas balas. Quando eu cheguei até aqui vi essa carnificina, várias pessoas feridas. Eles estão impedindo que cheguem até o STF”, afirmou.

Esta não é a primeira manifestação registrada no centro do poder em Brasília. No último dia 8, indígenas de cinco etnias realizaram uma manifestação no Congresso Nacional contra a aprovação do Projeto de Lei 490, proposta do governo que liberaria mineração comercial e agricultura em terras indígenas.

Lideranças indígenas afirmam que caso o projeto seja aprovado, terras indígenas serão liberadas para exploração predatória e ficaria inviabilizada novas demarcações. Eles pedem que o projeto seja definitivamente retirado da pauta.

Na pauta da Câmara para esta terça (22/6), o projeto de lei 490/2007 prevê alterações nas regras de demarcação de terras e é visto como um enorme retrocesso pelos indígenas que têm protestado em Brasília há mais de uma semana. O texto regulamenta também a exploração de minérios em terra indígena.

A segurança foi reforçada na portaria do Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Com Metrópoles

 

Opinião dos leitores

  1. Nas terras indíginas hoje nem os índios podem explorar, este projeto autoriza os próprios índios a empreenderem seus negócios.

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Política

Em meio à crise, presidente da Funai deixa o governo

Em meio à maior crise indígena do governo Dilma Rousseff, a presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marta Azevedo, deixou o cargo na tarde desta sexta-feira (7).

Segundo o governo, ela pediu demissão por problemas de saúde. Em abril, antes de a crise começar, Azevedo começou a pedir sucessivas licenças médicas. Uma nota será divulgada em breve para oficializar a mudança no comando do órgão.

Índios e produtores protestam em Campo Grande
Ruralistas prometem bloquear rodovias em resposta às ações dos índios

A Folha apurou que, independentemente do problema de saúde, havia um descontentamento de setores do governo com a atuação da Funai nos últimos meses.

A atual diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Maria Augusta Assirati, assume interinamente a Funai a partir da próxima segunda-feira. Ela é uma das favoritas para o assumir o posto definitivamente.

Azevedo deixa o cargo oito dias depois de um índio terena morrer durante reintegração de posse coordenada pela Polícia Federal e motivada por uma decisão judicial anterior. A ação aconteceu na Fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS), distante 72 km de Campo Grande.

A terra foi invadida novamente depois. Um segundo índio foi baleado e hospitalizado.

Após os confrontos, cerca de 110 homens da Força Nacional viajaram para atuar na região a pedido do governador do Estado, André Puccinelli (PMDB).

Ontem, o governo anunciou a criação de um fórum de negociação para resolver o conflito, que contará com índios, fazendeiros, integrantes do governo, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do Conselho Nacional do Ministério Público.

Nos últimos meses, índios de diferentes etnias também protestaram e ocuparam o canteiro de obra da usina hidrelétrica Belo Monte.

Antropóloga e professora da Unicamp, Azevedo foi a primeira mulher a presidir a Funai. Ela assumiu o cargo no primeiro semestre de 2012.

A decisão de tirá-la da Funai foi antecipada no dia 3 pela coluna “Painel”, da Folha.

Em maio, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) chegou a criticar publicamente a política de demarcação de terras indígenas promovida pela Funai.

Da Folha

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Diversos

IBGE confirma que índios estão mais protegidos em terras reconhecidas

As etnias indígenas mais numerosas e a maior parte dos índios que ainda falam língua própria estão concentradas em terras indígenas reconhecidas pelo governo. É o que revelam os dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, no Brasil, vivem nessas áreas 571 mil índios de 250 etnias, de um total de 896 mil.

Para a pesquisa, o IBGE contou com uma lista de mais de 500 nomes de etnias, catalogados por especialistas e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Ao fazer as entrevistas, o IBGE descobriu povos que se supunham desaparecidos como os tamoios, tradicionais do Sudeste, e confirmou a prevalência de outros, como os Charruás, do Sul, possivelmente oriundos da Argentina.

Outro dado que reflete mais proteção aos índios nas terras indígenas é o número de indivíduos. Há grupos entre 251 e 500 índios em terras indígenas, com média de até 17,4 anos. Fora delas, prevalecia a concentração de etnias com até 50 pessoas e estava a maioria dos 16,4% dos índios que não sabiam sua etnia, com até 29,2 anos.

O IBGE destaca que, das 15 etnias com maior número de indígenas, a Tikúna, do Amazonas, de 46 mil indivíduos, “teve o resultado influenciado pelos 85,5% residentes nas terras indígenas”.

“Os dados apontam que, nessas áreas, eles têm mais condições de manter suas tradições culturais, costumes e sua própria condição de existência”, afirmou a responsável pela pesquisa, Nilza Pereira. “Existe uma maior preservação da organização social, com certeza.”

Em apenas seis terras das 505 consideradas nas pesquisas, tinham mais de 10 mil índios e 107 tinham entre mais de mil e 10 mil, e, em 291, havia entre 100 e mil índios.

O Censo 2010 revelou que 274 línguas indígenas são faladas nos país por 37,4% índios com mais de 5 anos de idade, sendo que 6 mil deles falam mais de duas. A fluência em pelo menos uma língua foi verificada em 57,3% dos índios dentro das terras indígenas. Já fora, caiu para 12,7% desses índios. O português não era hábito de 16,3% do total, cerca de 30 mil pessoas.

As regiões com maior percentual de línguas indígenas são a Norte – que tem o maior número de terras indígenas reconhecidas – e a Centro-Oeste. Já a Região Nordeste, com menor número de terras indígenas, apresentou a menor proporção de índios bilíngues.

Os dados da pesquisa revelam que há desafios a serem superados, como na área de educação. Dentro das terras indígenas, a taxa de alfabetização é 67,7% enquanto para os índios que deixaram as aldeias, o percentual é 85,5%. Entre a população não índia, 90,4% das pessoas são alfabetizadas. Ainda assim, o indicador melhorou nos últimos dez anos, acompanhando as taxas verificadas no total da população brasileira.

 

Fonte: Agência Brasil

 

 

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Comportamento

Índios evangélicos aumentam 42% em 10 anos e já são 210 mil

O número de índios evangélicos aumentou 42% nos últimos dez anos, segundo o Censo 2010. Eles já são 210 mil: 25% dos indígenas.

O crescimento segue tendência geral dos brasileiros –o aumento de evangélicos foi de 61% entre 2000 e 2010 e eles já são 22% da população–, mas entre os indígenas há o impulso de grupos que levam a evangelização a áreas isoladas.

A organização dessas missões tem aumentado, afirma Carlos Travassos, coordenador-geral do setor que monitora tribos isoladas e de recente contato na Funai (Fundação Nacional do Índio).

O trabalho conta até com apoio de aviões, graças à Asas de Socorro, uma das 15 agências evangélicas filiadas à Associação de Missões Transculturais Brasileiras.

Bancados por igrejas, voluntários fazem ações de ensino, assistência social e treinamento de líderes indígenas.

A maioria dos índios evangélicos é ligada à Assembleia de Deus: 31% (64.620 pessoas). Em segundo lugar vêm os batistas, com 17% (35,5 mil). O percentual de católicos indígenas caiu de 59% para 50,5% na última década

Fonte: Folha de São Paulo, por Felipe Luchete

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Comportamento

Cartórios enganam índios analfabetos e os batizam como 'Xixi', 'Tarzã' e 'Cabeção

Leio no Estadão que durante décadas, funcionários públicos colombianos enganaram centenas de índios analfabetos da tribo Wayúu e lhes deram cédulas de identidade com nomes como “Ferrari”, “Xixi”, “Marilyn Monroe” e “Cabeção”. Tem também “Alka-Seltzer”, “Land Rover”, “Tarzã”, “Coito” e “Telefone”, além de “Palhaço” e “Gorila”.

O caso pode parecer engraçado, mas não é. Trata-se de óbvia violação de um dos mais básicos direitos humanos. O nome da pessoa representa o aspecto imediato da identidade do indivíduo, é o modo pelo qual ele se faz representar ante a sociedade e, por outro lado, é a maneira pela qual esse mesmo indivíduo começa a formar uma ideia sobre si.

O nome, em resumo, é o que singulariza a pessoa – é o direito de ser ela mesma. Não é por outra razão que, ao ser privado de liberdade, a primeira coisa que um prisioneiro perde é seu nome, trocado por um número. Sua existência como indivíduo é anulada, ficando à mercê dos algozes.

O requinte de crueldade dos burocratas colombianos foi ter registrado todos os índios com data de nascimento em 31 de dezembro. Um documentário com o sugestivo título “Nascemos em 31 de dezembro”, que relata o drama da tribo, foi lançado recentemente na Colômbia. Algumas cenas podem ser vistas neste vídeo.

Opinião dos leitores

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