Esporte

Diretor técnico do surfe diz que Medina não foi prejudicado na semifinal da Olimpíada: “Eu acho que o resultado está certo. Juízes vão analisar a apresentação e podem ter opiniões diferentes”

Foto: LISI NIESNER / REUTERS

O diretor técnico da Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês), Erik Krammer, que exerceu a mesma função nos Jogos de Tóquio, discordou que Gabriel Medina tenha sido prejudicado pelos juízes na semifinal contra o Kanoa Igarashi. Em um aéreo nos minutos finais da bateria, o japonês conseguiu a segunda maior nota da competição, 9.33, e eliminou o brasileiro, avançando para a final.

— Eu acho que o resultado está certo. Mas não posso falar que ele (Medina) está errado porque ele tem outra opinião. E muitos brasileiros e outros no mundo podem achar que o Medina ganhou. Haverá outros que pensam que não. As opiniões são diferentes mesmo. Isso pode acontecer. O juízes vão analisar a apresentação e podem ter opiniões diferentes. Eu, como diretor técnico, respeito. Todos olham as ondas, dão suas opiniões e se têm dúvidas podem ver o replay. Mudam a nota ou não. Mas, no final, a nota é a do juiz. E isso é muito importante – explicou Erik, que já trabalhou como juiz por cerca de 10 anos. — Você pode colocar os cinco melhores juízes do mundo juntos e vão ter opiniões diferentes. Às vezes serão iguais. Isso é a beleza do nosso esporte e entendo que também é a complexidade do nosso esporte.

A diferença de nota entre os juízes para a avaliação da manobra decisiva executada por Igarashi chamou a atenção. O português Valerio Trigo deu nota 7.5 para o aéreo, enquanto o neozelandês Kosoof opinou com 9.8. De acordo com as regras, cinco juízes avaliam as manobras dos surfistas e a nota mais alta e a mais baixa são eliminadas. Vale então a média das três restantes.

A melhor nota de Medina na bateria foi 8.43, e em todo o torneio, um 9 obtido nas quartas-de-final. Favorito à medalha de ouro, o brasileiro terminou fora do pódio ao ser derrotado pelo australiano Owen Wright na disputa pelo terceiro lugar.

Entre a semifinal e a disputa pelo bronze, Medina publicou uma mensagem no Instagram. “Dei meu melhor, é foda quando isso acontece, dá uma tristeza. Desculpa galera, valeu pela torcida!”.

Após a segunda derrota do dia, o brasileiro não parou na área de entrevistas para atender os jornalistas. Para a televisão, ele disse: “É triste quando isso acontece. Muita gente mandou mensagem… É dificil passar o ano treinando, se esforçando, e chegar nisso. Mas minha parte fiz, estou amarradão, fiz o meu melhor e agora é continuar trabalhando. Têm coisas que não dá para entender, mas tinha que ser assim”.

Balanço positivo

Apesar das polêmicas, Krammer fez balanço positivo da estreia do surfe em Jogos Olímpicos. A competição encerrou nesta terça-feira de forma antecipada para fugir de um tufão que se aproximava de Tsurigasaki, em Chiba, no Japão.

— Hoje foi uma vitória para todo mundo do surfe. A gente finalizou a primeira competição olímpica do surfe. Então, foi muito importante para nós enquanto organização mas também enquanto surfistas de coração. O nosso esporte é lindo, muito legal como pode se ver, e complexo também.

Ele explicou que a ISA começará a trabalhar com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para projetar os Jogos de Paris-2024, quando o surfe será disputado no Taiti. Disse também que a parte operacional do evento irá se repetir, mas que não há como garantir que outras polêmicas não surgirão.

— A fórmula não mudará mas os critérios, o que os juízes vão avaliar, será completamente diferente. Aqui é beach break (fundo de areia; em Teahupo, há bancada rasa de coral). Teve onda todo dia, mas não foram ondas grandes, de alta qualidade. Foi o suficiente para competir, então foi um bom campeonato. Mas o Taiti tem as ondas mais impressionantes do mundo e estou feliz que o campeonato será lá. Esses Jogos Olímpicos foram legais, todo mundo viu e gostou, mas quando assistirem a Teahupoo vão ficar impressionados. Lembrarão para o resto da vida.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Bom dia
    BG
    Infelizmente foi Roubo… Medina fez a Manobra sem a mão na borda… foi infinitamente mais vertical no giro, bico da prancha de ponta para baixo diferentemente do japonês que foi na diagonal… Onda de Medina um pouco maior… Muito Triste
    Já vem acontecendo isso nas Etapas da WSL… Qualquer Surfista que fizer uma manobra que Medina ou Ítalo faça eles recebem uma nota maior já que para os brasileiros é naturalmente mais fácil diferentemente dos outros…
    Só quem tem condições de Competir com Ítalo, Medina, Felipe hoje é John John Florence em condições normais…
    Forte Abraço

  2. BG.
    Depois que casou com a Yasmim Brunet a vida dele virou de ponta cabeça, intrigou-se com a família dele inclusive a Mãe. Ela agora foi pro Japão e o comitê olimpico ficou em desacordo com a ida dela pra lá. Olhai no que deu. Mãe é Mãe.

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Esporte

Medina é único de trio brasileiro que pode ser tricampeão do Mundial de Surfe já em Portugal; potiguar Ítalo Ferreira na briga

Foto: Sean Evans/ISA

A duas etapas do término da temporada, a briga pelo título mundial e pelas duas vagas do Brasil para a Olimpíada de Tóquio pegou fogo com o vice-campeonato Ítalo Ferreira na etapa da França. Gabriel Medina ainda lidera as duas corridas. E, com o nono lugar em Hossegor, o surfista de Maresias é o único com chances matemáticas de sair da próxima etapa, em Portugal, com a classificação para o Japão e o tricampeonato mundial assegurados por antecipação.

São oito surfistas que ainda têm chances matemáticas de título mundial em 2019, mas apenas cinco deles estão com a pontuação na casa dos 40.000 pontos.

Para o tricampeonato mundial de Medina vir já na próxima etapa, que começa na quarta-feira, ele tem que, no mínimo, chegar à final em Peniche. Se isso não acontecer, a disputa do título vai para a última etapa no Havaí, a partir do dia 8 de dezembro, em Pipeline.

Confira os cenários para Gabriel ser campeão mundial em Peniche:

Se Medina for campeão em Portugal:

– Jordy Smith (AFS) e Kolohe Andino (EUA) estão fora da briga
– Filipinho tem que ficar em 5º ou melhor para levar a decisão para o Havaí
– Ítalo tem que ficar em 2º para levar a decisão para o Havaí

Se Medina for vice em Portugal:

– Jordy e Kolohe têm que ficar em 3 º ou melhor para levar a decisão para o Havaí
– Filipinho tem que ficar em 9º ou melhor para levar a decisão para o Havaí
– Ítalo tem que ficar em 3º ou melhor para levar a decisão para o Havaí

Se Medina ficar em 3º ou pior, a decisão do título vai para o Havaí

O japonês Kanoa Igarashi, o australiano Owen Wright e o francês Jeremy Flores, campeão na França, ainda têm chances matemáticas, mas precisam de uma combinação de resultados ruins dos 5 primeiros para conquistar o título mundial.

Os dois melhores surfistas de cada país, que terminarem no top-10, garantem vaga para os Jogos do Japão, em 2020.

Confira os 10 primeiros do ranking

1- Gabriel Medina (BRA) 48.015
2- Filipe Toledo (BRA) 45.730
3- Jordy Smith (AFS) 43.515
4- Ítalo Ferreira (BRA) 42.400
5- Kolohe Andino (EUA) 41.250
6- Kanoa Igarashi (JAP) 35.430
7-Owen Wright (AUS) 34.780
8- John John Florence (HAV) 33.220
9-Jeremy Flores (FRA) 31.450
10- Julian Wilson (AUS) 29.525

Globo Esporte

 

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Esporte

Gabriel Medina vira no fim sobre Ítalo Ferreira, e é campeão da etapa de J-Bay do Circuito Mundial de Surfe; vice, potiguar é quarto no ranking da WSL

Foto: Divulgação/WSL

A final masculina da etapa de Jeffreys Bay do Circuito Mundial de Surfe entrou para a história antes mesmo de começar. Com Gabriel Medina e Ítalo Ferreira decidindo o título sul-africano, era a primeira decisão 100% brasileira da história da etapa. E a coroa ficou com Gabriel Medina, seu primeiro título na África do Sul, com muito estilo. Medina anotou 19.50, de um máximo de 20 pontos, contra 16.77 e Ítalo para ficar com a taça.

Com os resultados da sexta de 11 etapas desta temporada, Filipe Toledo, que caiu na semifinal, ficou com a 2ª posição do ranking mundial, atrás apenas do americano Kolohe Andino, que também foi eliminado na semi. Ítalo Ferreira, apesar do vice, subiu da sexta à quarta posição. Medina, que era oitavo, agora é o sétimo. A próxima parada do Tour é nos tubos de Teahupoo, no Taiti, entre 21 de agosto e 1º de setembro – Medina é o atual vencedor.

– É muito bom. É muito difícil ganhar esse campeonato. Eu não estava esperando essa vitória. Tudo isso começou depois da vitória sobre Ryan Callinan, que virei na última onda. Nada é impossível – disse Medina ainda dentro d’água.

A bateria começou forte. Logo de cara, Ítalo Ferreira chegou com o pé na porta, anotando um 9.10 na primeira onda da bateria. Medina demorou um pouco, mas respondeu a altura. Com uma sequência de manobras espetacular em uma onda muito grande, o atual campeão mundial conseguiu um 9.73 e encostou na disputa.

Na reta final, Ferreira conseguiu um 7.67 para colocar pressão no atual campeão mundial e Medina respondeu com outra onda espetacular. Com direito a um tubo sensacional para fechar a onda, Gabriel anotou um 9.77, somando 19.50 e ficando com o título.

Gabriel é o primeiro surfista goofy (que surfa com o pé direito na frente da prancha) campeão em Jeffreys Bay desde 1984, a primeira edição da etapa sul-africana na elite do surfe mundial.

Com informações do Globo Esporte

 

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Polêmica

Governo desiste de aumentar curso de Medicina em dois anos; SUS será mantido

O governo enterrou de vez a proposta de estender de seis para oito anos a duração do curso de Medicina, mas a obrigação de trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) continua viva. Embora com algumas alterações, os dois anos no SUS deverão ser feitos por meio dos programas de residência médica. Essa possibilidade já havia sido citada na semana passada pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação). A intenção do governo é, até 2017, universalizar o acesso às vagas de residência e, a partir de 2018, tornar obrigatória a realização da residência.

A medida foi discutida pelo grupo de trabalho formado pela Comissão de Especialistas em Ensino Médico para discutir a medida provisória (MP) publicada em 9 de julho que criou o programa Mais Médicos. A extensão do curso de seis para oito anos, com a obrigatoriedade de trabalhar no SUS, era um dos pontos mais polêmicos da MP.

Pela proposta, o primeiro ano da residência tem que ser feito na atenção primária em saúde e serviço de urgência e emergência, nas áreas de clínica médica, cirurgia geral, pediatria, ginecologia e obstetrícia, medicina de família e comunidade, e psiquiatria. O segundo ano será na especialização escolhida, mas também terá que ser desenvolvido no SUS.

O grupo de trabalho também propôs que o internato – o período de dois anos finais dos atuais cursos de medicina – seja feito na atenção primária em saúde na rede do SUS e na sua estrutura de urgência e emergência.

A possibilidade de trazer médicos estrangeiros sem passar pelo exame de revalidação do diploma e a falta de vínculos trabalhistas – outros dois pontos polêmicos do programa – não foram tocados.

A proposta inicial do governo era fazer com que os estudantes que ingressassem no curso de medicina a partir de 2015 tivessem que passar dois anos no SUS para obter o diploma. O chamado segundo ciclo está presente na MP do Mais Médicos. A partir da publicação da MP, o Congresso tem 120 dias para mudá-la e aprová-la. Caso contrário, a medida perde validade.

— O que vamos fazer é médicos que tenham uma vivência mais rica na medicina. Serão especialista na sua área, mas, acima de tudo, especialistas em ser humano — disse Mercadante.

O ministro falou depois de participar de uma reunião com reitores e coordenadores de cursos de medicina de universidades federais, além da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) e do Fórum Nacional de Dirigentes de Escolas Médicas (Formed). Também participaram da reunião o ministro Alexandre Padilha e secretários do governo.

O Globo

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