Economia

Redução gradual da quarentena pode minimizar impacto na economia, diz estudo

Foto: Unsplash

Uma abordagem cautelosa para aliviar as restrições de quarentena pode ser melhor para a economia global a longo prazo, pois evita a reimplementação do distanciamento social por novos surtos de Covid-19. Esta foi a conclusão de um novo estudo de modelagem liderado pela University College London, na Inglaterra, e pela Universidade de Tsinghua, na China.

O artigo publicado nesta quarta-feira (03), no Nature Human Behaviour, é o primeiro a avaliar de maneira abrangente os efeitos da quarentena na cadeia de suprimento global. Para isso os especialistas consideraram o impacto dos bloqueios em 140 países, incluindo alguns não diretamente afetados pela Covid-19.

O estudo constatou que bloqueios mais rigorosos impostos anteriormente (como o de dois meses imposto na China) são economicamente preferíveis a medidas mais moderadas impostas por quatro ou seis meses, já que a duração é mais importante para as economias do que sua gravidade. Isso ocorre porque as empresas podem absorver melhor o choque de um breve período, confiando em suas reservas, e porque bloqueios mais curtos causam menos interrupções nas cadeias de suprimentos regionais e globais.

Os pesquisadores também descobriram que países não diretamente afetados pela Covid-19 podem, no entanto, sofrer perdas de mais de 20% do seu PIB devido a quedas na demanda do consumidor e gargalos nas cadeias de suprimentos. Segundo os especialistas, as economias abertas ou altamente especializadas, como os países do Caribe que dependem do turismo e os países da Ásia Central, como o Cazaquistão, que dependem das exportações de energia, estão especialmente em risco.

“Nosso estudo mostra os efeitos de ondulação causados ​​por bloqueios ao longo da cadeia de suprimentos global, com os países não diretamente afetados pela Covid-19 ainda sofrendo grandes perdas econômicas”, disse Dabo Guan, líder da pesquisa, em comunicado.

A equipe acredita que uma redução gradual das medidas de quarentena ao longo de 12 meses minimizaria os impactos na economia em comparação com o término mais rápido das restrições. “Nossa análise quantifica os benefícios econômicos globais de respostas robustas de saúde pública e sugere que justificativas econômicas para reabrir negócios [precipitadamente] podem sair pela culatra se resultarem em outra rodada de bloqueios”, explicou o coautor Steven Davis.

Tendo em vista o cenário atual, os cientistas preveem uma segunda onda de contaminados pela Covid-19 — e acreditam que implementar um lockdown de dois meses simultaneamente em diversos países seria mais efetivo nesse cenário. De acordo com eles, o custo econômico de um bloqueio vai além das fronteiras nacionais e um choque mais curto e único é mais fácil de ser absorvido pela economia.

“Todas as principais economias viram suas cadeias de suprimentos sofrerem substancialmente com a Covid-19. Nossa análise oferece mais exemplos de que a mitigação do impacto econômico da pandemia do novo coronavírus exige um esforço global”, afirmou Xi Liang, pesquisador da Universidade de Edimburgo que também participou da pesquisa. “Caso isso ocorra em resposta à pandemia, será um excelente exemplo para gerenciar o impacto econômico de uma potencial crise no futuro.”

Galileu

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Saúde

Ex-ministros da Saúde acusam Bolsonaro de minimizar pandemia e recorrem à ONU e à OMS

Foto: Carolina Antunes/PR

Uma carta assinada por sete ex-ministros da Saúde repudia o pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na terça-feira (24) e o acusa de minimizar e tratar de forma insensata uma pandemia com as proporções do novo coronavírus.

Segundo atualização da OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta (25), já são mais de 415 mil casos ao redor do mundo e mais de 18 mil mortos.

Assinado por Humberto Costa (2003-2005), José Saraiva Felipe (2005-2006), José Agenor Álvares da Silva (2006-2007), José Gomes Temporão (2007-2010), Alexandre Padilha (2011-2014), Arthur Chioro (2014-2015) e Marcelo Castro (2015-2016), ministros de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT), o documento afirma que Bolsonaro, preocupado em atender interesses estritamente econômicos, propõe uma dicotomia entre o enfrentamento da crise na saúde e na economia.

“Os países que têm conseguido os melhores resultados são aqueles que fizeram o isolamento social, garantiram o atendimento à saúde da população e tomaram medidas para manter a renda e ativar a economia. Não há, portanto, dicotomia entre manter a atividade econômica e salvar vidas”, diz a carta dos ex-ministros.

O presidente tem criticado medidas tomadas por governadores para a restrição de movimentação de pessoas e defendido o isolamento apenas para aqueles do chamado grupo de risco, como idosos e portadores de comorbidades, o que chamou de “isolamento vertical”.

Segundo o ex-ministros, que irão recorrer à OMS e à Comissão de Direitos Humanos da ONU, a postura de Bolsonaro desmobiliza a população que vem seguindo as orientações de autoridades de saúde, incluindo o Ministério da Saúde, e governantes, de modo a ferir o pacto federativo e a autonomia de seus entes.

“Seu pronunciamento pode resultar em uma sobrecarga do sistema de saúde brasileiro de trágicas consequências, particularmente entre os grupos mais vulneráveis da sociedade. É necessário que os líderes republicanos se juntem em torno da defesa da vida”, afirmam.

Ministros de outros governos não foram procurados para assinar o documento após não haver disposição em iniciativa anterior, por ocasião da Conferência Nacional de Saúde.

Mônica Bergamo – Folha de SP

 

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  1. Ministros de Lula e Dilma? A opinião deles não conta. São cúmplices dos maiores ladroes do mundo. Começo a dar razão ao presidente, se parar tudo o resultado será pior do que o vírus.

  2. O primeiro da lista é logo o sangue suga, aquele vampiro das ambulâncias.
    A matéria é parcialmente fake, haja vista não relatar sobre a conduta do Japão.

  3. Só quadrilheiro kkkkkkkk
    Tão tudo doido.
    Kkkkkkkk
    Meu presidente Bolsonaro, to com bc e não abro!

  4. ESSES MINISTROS SÃO OS MESMO DA GRIPE SUÍNA,GRIPE AVIARIA,H1N1? E MUITOS DO PETROLÃO?????……………KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

  5. Não seria melhor se entregarem para serem julgados num tribunal internacional sobre como deixaram a saúde no país? Será se seriam condenados por crimes contra humanidade?

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