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Ilha espanhola de La Palma registra 184 terremotos em 24 horas

Foto: Reprodução / AFP

A atividade do vulcão Cumbre Vieja, localizado na ilha de La Palma, na Espanha, provocou 184 terremotos em 24 horas, 17 tendo sido sentidos pela população, segundo divulgou nesta terça-feira (26) o Instituto Geográfico Nacional do país europeu (IGN).

O de maior magnitude a ser registrado desde ontem, aconteceu às 2h05 de terça-feira (horário de Brasília) e teve magnitude de 4,2 graus na escala Richter.

O tremor ocorreu na localidade de Villa de Mazo, onde no último sábado (23) foi observado outro de 4,9 graus, o mais intenso desde o início da erupção do Cumbre Vieja, em 19 de setembro.

Dos demais terremotos das últimas 24 horas, 80 tiveram magnitude igual ou superior a 3 graus na escala Richter, todos detectados em Fuencaliente e Villa de Mazo, onde se concentra a atividade sísmica da ilha.

Na noite de segunda-feira (25), o vulcão sofreu uma nova ruptura no cume, que provocou transbordamento de lava e desmoronamentos. O fluxo de magma foi deslocado, principalmente, para o oeste, sobre o principal que era expelido e sobre a montanha da cidade de Todoque.

A rede geodésica de estações, instalada em La Palma, detectou uma elevação do solo de mais de 10 centímetros nas últimas 24 horas, além de uma deformação para o sul, na estação mais perto dos centros de erupção do vulcão.

Além disso, as condições meteorológicas na região estão favorecendo a melhora na qualidade do ar, inclusive permitindo a operação aeroportuária nas Ilhas Canárias.

R7

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Diversos

Estações da Rede Sismográfica Brasileira operadas pela UFRN registraram mais de 50 tremores na região Nordeste nos últimos quatro meses

Foto: Reprodução/UFRN

No começo da semana, um terremoto sacudiu o sossego de milhares de baianos, que ainda despertavam para mais um domingo lento de quarentena. O forte tremor de magnitude 4.6 e seus efeitos devastadores foram percebidos em várias cidades do interior da Bahia: Paredes racharam, tetos caíram, estoques desabaram. O evento que pegou moradores de surpresa foi no mesmo instante identificado e classificado, a quase 220 quilômetros de distância dali, por uma das estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) operadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Desde a década de 1970, o laboratório tem trabalhado em parceria com entidades públicas e privadas, como a Defesa Civil, a fim de informar e auxiliar as populações locais sobre eventos sísmicos, uso da sismologia para entender a estrutura e evolução da Terra e a formação de recursos humanos de alto nível. Atualmente, o LabSis conta com estações de monitoramento sísmico em todos os estados do Nordeste para detectar as menores vibrações que ocorrem na região. Após as últimas ocorrências na Bahia, por exemplo, já está prevista a instalação de uma rede sismográfica local pelo LabSis/UFRN, com financiamento do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos Tectônicos.

Sismograma do dia 30 de agosto. O início do registro do evento está em azul a partir das 21:22 UTC. Acima desse evento estão os dois sismos da Bahia, incluindo o tremor de magnitude 4.6 marcado em vermelho. Foto: Reprodução.

O trabalho do LabSis é desenvolvido através de monitoramento contínuo das estações sismográficas instaladas. Também são feitas visitas periódicas em campo para manutenção das estações e coleta de dados, que serão estudados na UFRN. Além disso, é desenvolvido um trabalho social de esclarecimento às populações locais sobre causas, danos e consequências de um terremoto.

Estações

O Brasil tem mais de cem estações como essas mas deveria ter pelo menos o dobro, defende o coordenador do LabSis, o geofísico e professor Aderson Nascimento, para quem o monitoramento precisa aumentar. “No Brasil temos terremotos com potencial de prejudicar grandes estruturas, como barragens, por exemplo. Esse conhecimento é importante para quem faz análise de risco, estuda o cenário para exploração de riquezas ou busca subsídios para prospecção mineral e petróleo”, afirma.

A UFRN monitora quatro estações sismográficas no Estado: A unidade de Pau dos Ferros, Paraú, Pedro Velho e a unidade do município de Riachuelo, que é parte de um acordo de comodato com o serviço geológico dos EUA. Mas como funcionam essas estações? elas trabalham como sistemas autônomos, com painéis solares ou baterias. Cada estação tem um sensor abrigado em uma caixa de concreto aterrada, que vibra junto com a terra e que é chamado de registrador. Esses dados serão então acessados remotamente através de uma transmissão online.

É comum ouvir dizer que o Brasil é um país abençoado por não ter terremotos, mas a realidade trazida pelos sismógrafos desmente essa versão popular. Apenas nos últimos quatro meses – maio, junho, julho e agosto de 2020 – o LabSis registrou mais de 50 tremores na região Nordeste, a maioria imperceptível. Lembrando que a terra não treme forte apenas no interior do Nordeste mas também ao mar. No mesmo dia do terremoto na Bahia, um tremor de magnitude 6.5 ocorreu próximo do arquipélago de São Pedro e São Paulo, em Pernambuco. O epicentro foi localizado a 40 quilômetros das ilhas, dentro do limite das 200 milhas ou 370 quilômetros da Zona Econômica Exclusiva), e a 960 quilômetros de Natal.

Mapa de localização de onde foram instaladas redes locais para estudo de atividade sísmica desde 1986. Cada triângulo vermelho indica uma rede. Foto: Reprodução.

João Câmara

A ocorrência na Bahia é similar embora menos impactante ao que aconteceu no município norte-rio-grandense de João Câmara há 34 anos. Entre agosto e novembro daquele ano, teve início, como explicado nas palavras do professor do LabSis Joaquim Ferreira, “a mais espetacular sequência sísmica já registrada no Brasil”. O estudo e a documentação dos tremores em João Câmara mudou para sempre o direcionamento das pesquisas sobre sismologia do Brasil.

Para quem não recorda, o primeiro dos grandes tremores de 1986 aconteceu no dia 21 de agosto e alcançou a magnitude 4.3. No mês seguinte, em setembro, mais dois tremores parecidos foram registrados, um com 4.3 e outro com 4.4 de magnitude. O terremoto principal ocorreu às 03h32 do dia 30 de novembro do mesmo ano, alcançando magnitude de 5.1, e seguido por dezenas de réplicas. A sequência de abalos sísmicos foi o suficiente para destruir casas e deixar moradores desabrigados.

Depois das ocorrências na cidade, Joaquim Ferreira descreve que foi possível à sismologia da UFRN se equipar, contratar mais pessoas e atuar em vários estados da região, estudando os tremores de terra tanto do ponto científico quanto esclarecendo a população e ajudando a Defesa Civil a atuar nessas situações. “Isso levou à criação do Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis), que funcionou inicialmente no Departamento de Física Teórica e Experimental, sendo transferido em 2009 para o Departamento de Geofísica, no Centro de Ciências Exatas e da Terra”, relata Joaquim, em texto postado no site do departamento.

João Câmara continua sendo monitorada pelo LabSis, que ainda registra tremores frequentes na região. Uma das causas para o fenômeno é que o município é atravessado pela Falha de Samambaia, a maior falha geológica do Brasil, que tem 38 quilômetros de comprimento por cerca de quatro quilômetros de largura e que atravessa também os municípios de Parazinho, Poço Branco e Bento Fernandes. Estima-se que a sua profundidade varia entre um e nove quilômetros. Uma outra falha geológica, chamada de Falha de Poço Branco, também contribui para as ocorrências sismológicas na região, embora com menos intensidade.

45 anos

Os laços entre a sismologia e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ano de 2020, completam 45 anos. Essa parceria começou quando a estação sismográfica localizada na capital potiguar, que pertencia à rede sismográfica global WWSSN, passou a ser comandada pela instituição de ensino, sendo de responsabilidade do Departamento de Física da universidade, onde apenas um docente era formado na área de Geofísica. Com a sequência sísmica de 1986, em João Câmara, os olhos de todo Brasil se voltaram para o estado do Rio Grande do Norte e, consequentemente, para os profissionais da área de Geofísica da UFRN.

Além da página oficial, o LabSis também possui outros canais de comunicação como sua página do Facebook, onde são publicadas informações sobre os tremores de terra analisados pela equipe do laboratório, e que recebe também perguntas e informações sobre os possíveis sismos que ocorreram na região. O blog Sismos do Nordeste, alimentado pelo professor Joaquim Ferreira desde 2011, também divulga notícias sobre os eventos sísmicos que ocorreram na região.

A página do laboratório, desde maio deste ano, também fornece um boletim atualizado semanalmente de tremores com magnitude igual ou maior a 1.5 na aba ‘boletins’ localizada no menu principal do portal. O prédio do Laboratório abriga discentes de graduação, mestrado e doutorado, que acabam tendo à disposição salas equipadas com equipamentos e também o auxílio dos próprios professores orientadores, que têm suas salas individuais, e técnicos que trabalham no laboratório.

UFRN

 

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Diversos

Tirar muita água de poços pode causar terremotos, aponta estudo

(vvvita/Getty Images)

Quando falta água na superfície, a solução mais prática é retirá-la do subsolo. Mas uma pesquisa publicada no Geophysical Research Letters demonstrou que pode não ser uma boa ideia — principalmente para cidades construídas em cima ou perto de falhas geológicas. Um estudo indica que bombear água do lençol freático em demasia pode causar terremotos.

Uma série de tremores foram registrados em setembro de 2013 e julho de 2018 nos arredores do Mar da Galileia, famoso por ter sido o local onde, segundo a narrativa bíblica, Jesus teria caminhado sobre as águas. É o maior lago de Israel, localizado no nordeste do país. Abaixo dele há um grande sistema de falhas que se estende por toda a região do Mar Morto e acomoda o movimento das placas tectônicas africana e arábica.

Há décadas o lago tem sido uma das principais fontes de água doce de Israel. Mas, de uns tempos para cá, a população aumentou e as chuvas diminuíram. Isso fez o nível das águas baixar consideravelmente. Então as autoridades locais passaram a sugerir, nos anos 90, que a população bombeasse água de poços subterrâneos em vez de usar a da superfície. Os geólogos se perguntaram se poderia haver alguma relação entre o fenômeno e os tremores.

A equipe reuniu uma série de informações sobre os terremotos (datas, locais, profundidade e magnitude) e comparou com medidas regulares do aquífero da região. Constatou que, nas duas ocasiões, os tremores foram precedidos por quedas acentuadas no nível da água no subsolo — entre 2007 e 2013, e de 2016 a 2018. Foram tremores fracos, entre 3 e 4 graus, mas serviram para deixar os especialistas em alerta.

Historicamente, as falhas do Mar Morto já provocaram sismos fortíssimos, tendo atingido magnitude de 7 a 8 e vitimado cerca de 230 mil pessoas no ano 1138. Em 1927, um tremor de magnitude 6,25 matou quase 300 pessoas. E o grande problema é que um terremoto costuma puxar o outro. Quando a rocha quebra, pode chacoalhar numa reação em cadeia.

Os pesquisadores descobriram que extrair muita água do lençol freático reduz a carga gravitacional que mantém os dois lados da falha no lugar — deixando-a mais “frouxa”. Antes deste estudo, os cientistas ainda não haviam prestado muita atenção no fenômeno. Já sabiam que fazer o contrário, injetar água nos aquíferos, pode criar terremotos. A água penetra nos poros das rochas, aumenta a pressão e lubrifica as falhas.

Assim elas escorregam e se chocam com maior facilidade. Esse processo é utilizado para quebrar as camadas de rocha e extrair petróleo ou gás natural. Outras regiões do planeta também devem ficar atentas com os resultados da pesquisa, e quem sabe até pegar mais leve na extração de água dos aquíferos. Nos últimos anos, tam crescido a dependência dos poços na Califórnia — e a tão temida falha de San Andreas fica ali do lado.

Super Interessante

 

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Diversos

Chile declara catástrofe em 3 regiões, mas suspende alerta de tsunami;país pode sofrer novos terremotos

Milhares de pessoas retornavam nesta quarta-feira para suas casas na região norte do Chile, depois de abandonarem as residências na terça-feira à noite em consequência do alerta de tsunami declarado após o terremoto de 8,2 grau na escala de Richter, que provocou seis mortes. O alerta de tsunami foi cancelado durante a manhã em todo o país, mas as regiões — Arica, Parinacota e Tarapacá — foram declaradas zona de catástrofe. A presidente Michelle Bachelet chegou nesta manhã a Iquique, a cidade mais próxima do epicentro do tremor. Cerca de 300 mulheres presas aproveitaram a situação de emergência para escapar de uma penitenciária feminina no município.

Segundo o diretor do Centro Nacional de Sismologia (CSN) chileno, Sergio Barrientos, ainda se pode esperar mais terremotos de intensidade menor. O CSN informou que até 8h30 haviam sido registradas 65 réplicas do tremor, das quais seis foram sentidas pela população.

Por meio de sua conta no Twitter, a presidente Dilma Rousseff manifestou solidariedade ao Chile e ofereceu ajuda ao país.

“Envio minha solidariedade ao Chile, atingido por um grave terremoto na noite de ontem.O governo brasileiro se coloca à disposição para ajudar nossos irmãos chilenos no que for possível”, publicou a presidente no microblog.

O tremor provocou o deslocamento de cerca de 900 mil pessoas nas áreas costeiras. Autoridades afirmaram que entre os mortos estão pessoas que foram atingidas por desabamentos e vítimas de ataques cardíacos.

Pela manhã, alimentos e água começaram a ser distribuídos à população das áreas afetadas. Em algumas cidades, as escolas suspenderam as aulas. Segundo a Companhia Nacional de Petróleo (ENAP), as instalações de Aconcágua estão em processo de normalização após o serviço sofrer uma interrupção, enquanto as operações nas refinarias de Hualpén já foram restauradas.

Em Iquique, o terminal de ônibus ficou completamente alagado depois de uma onda tsunami, e vinte e seis mulheres presas foram capturadas logo depois de escaparem de uma penitenciária.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o terremoto teve profundidade de 20,1 quilômetros abaixo do fundo do mar e ocorreu cerca de 100 quilômetros a noroeste de Iquique, perto da fronteira com o Peru. Um grande tsnunami se formou após o tremor, com ondas chegando a cerca de dois metros de altura. A Marinha chilena disse que a primeira onda atingiu a costa 45 minutos depois do terremoto.

— Estamos indo embora com as criança e com o que podemos, mas está tudo entupido de gente saindo dos prédios na praia— disse Liliana Arriaza, de 32 anos, que estava partindo de carro com seus três filhos.

Em 2010, um terremoto de magnitude 8,8 provocou um tsunami que devastou várias cidades litorâneas no centro-sul do Chile, deixando centenas de mortos.

O Globo

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