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Agnaldo Timóteo deixa metade da herança de R$ 16 milhões para filha de criação, e irmãos do cantor querem anular testamento

Fotos: Arquivo pessoal

Um mês antes de morrer por complicações da Covid-19, aos 84 anos, Agnaldo Timóteo fez um testamento deixando metade do seu patrimônio, avaliado em R$ 16 milhões, para a filha Keyty Evelyn, de 14. A menina foi criada pelo cantor desde os 2 anos de idade e se tornou sua maior herdeira. Ainda de acordo com a vontade do músico, os outros 50% dos bens terão que ser divididos entre dois afilhados (10% cada um) e dois dos seus seis irmãos.

Na época, Agnaldo nomeou como inventariante e também tutor da menina em sua ausência o seu advogado, Sidney Lobo Pedroso, amigo do cantor há 45 anos. Apesar do amor que tinha pela filha, a adoção não chegou a ser formalizada enquanto o músico ainda estava com vida. No fim do ano passado, depois de sofrer um AVC e ficar quase dois meses internado em São Paulo, ele solicitou ao advogado que desse entrada no processo de adoção, o que ocorreu em janeiro.

Em vídeo enviado por ele ao seu advogado em 23 de dezembro, o cantor pede que Sidney Lobo legalize oficialmente Keyty como sua filha e a cita como sua herdeira.

“Dr. Sidney, essas fotos que eu mandei para você, são da minha filha, que eu adoro desde março de 2008, quando a conheci, na porta do meu gabinete, ao lado da mãe, quando eu era vereador em São Paulo. Preciso legalizá-la para que ela seja Keyty Evelyn Timóteo. Ela já tem um documento como minha herdeira, mas quero que ela seja minha filha oficial. Gostaria que você providenciasse tudo. Ela é a razão da minha vida”, disse o cantor nas imagens (assista abaixo).

A ação da adoção corre em segredo de justiça em São Paulo, mas o Ministério Público, provisoriamente, já deu um parecer favorável para a guarda da menina, determinando que o advogado do cantor seja o tutor de Keyty, conforme o desejo de Agnaldo em testamento.

Irmãos contestam

Acontece que os irmãos do cantor querem pedir a anulação do testamento, alegando que Agnaldo estava confuso na época em que manifestou o seu desejo sobre a partilha de bens. A irmã Ruthinete chegou a apresentar uma declaração de um médico em que diz que o cantor estava desorientado, sem ter como responder pelos seus atos. Ela ainda pediu que fosse nomeada inventariante do cantor, mas a Justiça negou.

“Como inventariante, só quero que a vontade de Agnaldo seja respeitada, me colocando como tutor da menina, para que eu cuidasse dela até os 18 anos”, diz o advogado do cantor. “O primeiro pedido do Agnaldo foi que eu fosse o tutor da Keyty. Tutor voluntário, eu não recebo um centavo para ser tutor dela. Ele me deixou também como inventariante. Ao mesmo tempo, abrimos uma ação de testamento para saber quem são os beneficiados”, explica.

A filha de Agnaldo está atualmente em São Paulo com avó materna. Uma amiga do cantor, que frequenta a casa dele há 25 anos, relata o descaso de Ruthinete, irmã do artista, com a menina após a morte do músico. “Ela disse a seguinte frase: ‘A Keyty tinha vindo do lixo, e pro lixo ia voltar’. Essa menina era tudo na vida do Agnaldo, e isso me deixou muito triste”, diz a testemunha.

Sobrinho e ex-assessor de Agnaldo Timóteo, Timotinho conta que Keyty nunca foi aceita pelos irmãos do cantor. Ele chama atenção ainda para o fato de que se Ruthinete conseguir anular o testamento e for concedido a adoção póstuma da menina, Keyty poderá herdar 100% dos bens do artista, e não só a metade.

“Os irmãos de Agnaldo nunca aceitaram a menina. E agora, depois de todo esse episódio de saber que ela tem direito a 50% do patrimônio dele, e que, possivelmente, concluída a adoção, ela, possivelmente, pode levar 100% dos bens, os irmãos estão querendo dificultar”, diz ele.

Entre os bens deixados pelo cantor estão uma casa na Barra da Tijuca, um apartamento em Vila Valqueire, ambos na Zona Oeste do Rio, um imóvel em São Paulo, uma sala comercial em Copacabana, além de alguns carros e direitos autorais.

Extra – O Globo

Opinião dos leitores

  1. Acho que os irmãos estão dando um tiro no pé, pois a paternidade socioafetiva esta mais que comprovada, além do que as manifestações de vontade dele e afirmando que era o pai da criança são incontestáveis, ainda mais corroborada com o início do processo de adoção.
    Caso o testamento seja anulado, a filha dele herda tudo só.
    Daí porque falo que é um tiro no pé.

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Política

Agnaldo Timoteo e Netinho de Paula não devolvem notebooks da Câmara de SP

Lançado em 2011 para tornar a Câmara Municipal de São Paulo mais ecológica, o programa “Papel Zero” registrou suas primeiras baixas no início deste ano. Dois vereadores da última legislatura não devolveram equipamentos como notebooks e tablets que foram cedidos a cada um dos 55 parlamentares e sequer informaram se vão fazê-lo, segundo a Presidência da Casa. São eles os cantores Agnaldo Timóteo (PR) e Netinho de Paula (PCdoB).

Não reeleito para o seu terceiro mandato no Palácio Anchieta, Timóteo ainda não devolveu o notebook que foi comprado pela Câmara no ano passado. Segundo o órgão, o cantor será notificado em breve para que faça a devolução do equipamento, avaliado em cerca de R$ 2 mil. No total, o Legislativo municipal pagou R$ 143,5 mil pela aquisição de 70 notebooks.

Questionado pela reportagem, Timóteo diz não saber onde está o notebook. “Pode sim ter sido algum canalha que trabalhava no meu gabinete”, disparou o vereador. “Sou semialfabetizado, fiz só até a terceira série do primário. Não sei nem ligar um aparelho desses. Estou na verdade ajuntando dinheiro para comprar um para minha filhinha”, argumentou.

Já Netinho de Paula não devolveu nem o notebook nem o tablet cedido pela Câmara. Ele foi reeleito para um novo mandato mas foi nomeado secretário de Igualdade Racial pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no começo do ano. “O secretário municipal Netinho de Paula foi oficiado posteriormente para entregar seu notebook e o tablet”, informou a Casa. A internet 3G de seus equipamentos ficarão desligados até a devolução.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa de Netinho e também a da Prefeitura, mas não obteve resposta até as 20h30. Cada um dos tablets vai custar cerca de R$ 4,1 mil para a Câmara, valor que compreende o aluguel por dois anos e o pagamento da internet 3G. No total, o gasto previsto para todos os tablets é de R$ 115,3 mil – mais do que os R$ 90 mil que deixariam de ser gastos pela Câmara por causa da economia de papéis, conforme anunciado pelo ex-presidente da Casa, José Police Neto (PSD), em 2011.

Para saber a situação de cada um dos equipamentos que foram cedidos aos parlamentares, a nova Mesa Diretora eleita em janeiro deste ano realizou um levantamento dos tablets e notebooks de cada um dos vereadores. O relatório constatou que os ex-vereadores Quito Formiga (PR) e Adolfo Quintas (PSDB), além de um antigo funcionário da Rádioweb, também não haviam devolvido seus tablets. Segundo a Casa, os três foram notificados e devolveram os equipamentos ainda em fevereiro.

Blog do Diego Zanchetta

 

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