Diversos

‘Doleiro dos doleiros’, Dario Messer começa a negociar delação premiada

Foto: Reprodução

Conhecido como o “doleiro dos doleiros” e preso desde julho do ano passado, Dario Messer buscou formalmente o Ministério Público Federal para iniciar negociações de um acordo de delação premiada. Um dos principais alvos da Lava-Jato do Rio, Messer passou mais de um ano foragido no exterior até ser finalmente preso em julho do ano passado, sob suspeita de liderar um esquema internacional de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou R$ 1,6 bilhão e abasteceu diversos doleiros no Brasil, de acordo com as investigações. Atualmente ele está em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Quando ainda estava foragido no exterior, Messer tentou iniciar tratativas com a Lava-Jato do Rio, mas as conversas não foram adiante. Agora que se tornou alvo de prisão e de diversas denúncias, o doleiro decidiu buscar novamente uma possibilidade de acordo.

A defesa de Messer iniciou as tratativas de delação na Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o caso foi encaminhado para a força-tarefa da Lava-Jato no Rio, responsável pelas investigações que resultaram na sua prisão.

Sua defesa apresentou relatos preliminares sobre políticos e empresários, mas a tentativa de delação é vista com ressalvas pelos investigadores porque avança pouco em relação ao atual estágio das investigações da Lava-Jato. Diversos outros doleiros que atuavam com Messer foram mais rápidos que ele e fizeram acordos de delação antes, o que permitiu aos investigadores desvendar o sistema de contabilidade paralela usado pelo grupo de doleiros para movimentar recursos ilícitos.

Pelas negociações até o momento, Messer teria que pagar aos cofres públicos valores entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, a título de indenização pelos crimes cometidos e devolução de recursos provenientes dos crimes financeiros. Caso as negociações prosperem rapidamente, os valores ainda poderiam ser revertidos para o combate ao coronavírus.

Conselheiros e advogados próximos ao doleiro tentaram convencê-lo a buscar um acordo de delação quando ele ainda não estava preso e poderia trazer novidades aos investigadores, mas ele sempre resistiu a essa ideia. A situação inclusive provocou uma briga em sua família. Seu filho Dan Wolf Messer rompeu com o pai e fez uma delação com a Lava-Jato no ano passado, acertando a devolução imediata de R$ 270 milhões aos cofres públicos. Também sua namorada, Myra Athaide, conseguiu fechar um acordo de delação e foi solta em fevereiro pelo juiz Marcelo Bretas. A avaliação de pessoas próximas é que Messer perdeu o momento ideal para buscar a delação e agora terá dificuldades para obter êxito.

Há um interesse do MPF, porém, na possibilidade de Messer devolver valores bilionários aos cofres públicos com celeridade. A Lava-Jato já rastreou quase R$ 1 bilhão em bens imóveis e valores mantidos ainda no exterior pelo doleiro, que estão bloqueados mas os valores ainda não foram repatriados. Esses valores só podem ingressar os cofres públicos depois que condenações contra ele transitem em julgado (termo jurídico para o esgotamento de todos os recursos), o que pode levar diversos anos para ocorrer.

A investigação contra o grupo de Messer nasceu no âmbito das apurações do esquema do ex-governador Sergio Cabral, condenado a 267 anos de prisão. O MPF aponta que ele usou serviços da rede de Messer no Uruguai para ocultar cifras milionárias oriundas de corrupção.

O doleiro já responde a diversas ações penais na 7ª Vara Federal do Rio, com o juiz Marcelo Bretas, que foi o responsável por determinar sua prisão preventiva. Em uma das denúncias do MPF, até mesmo o ex-presidente do Paraguai Horácio Cartes foi alvo, acusado de fazer parte da organização criminosa de Messer.

Messer teve sua prisão preventiva decretada em maio de 2018 por Bretas, mas ficou foragido até julho do ano seguinte. Escondeu-se durante esse tempo no Paraguai, mas o doleiro foi preso em julho do ano passado em São Paulo, quando estava no local para visitar sua namorada Myra Athaide. Conseguiu ir para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica no mês passado por estar no grupo de risco do coronavírus, mas a PGR tenta cassar essa decisão.

Procurado, o advogado de Messer, Átila Machado, afirmou que não iria comentar.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Tiraram Moro do caminho, mas ainda tenho esperança que ainda vão colocar muito corruptos criminosos na cadeia.

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Diversos

Seguindo recomendação do CNJ por causa da pandemia do novo coronavírus, Bretas manda para prisão domiciliar o megadoleiro Dario Messer

Foto: Divulgação

Seguindo recomendação do CNJ por causa da pandemia do novo coronavírus, o juiz Marcelo Bretas determinou a substituição da prisão preventiva do megadoleiro Dario Messer pelo regime domiciliar.

“Segundo alega a defesa no referido Habeas Corpus impetrado perante o STF, Dario tem 61 anos e é hipertenso; além disso, esteve internado em hospital no período de 18 a 20 de março, o que o coloca no grupo de risco para a infecção pelo Covid-19, bem como possível transmissor da doença, sendo necessária a sua transferência imediata para a sua residência”, escreve Bretas, em sua decisão, obtida por O Antagonista.

Para Bretas, embora seja “plausível a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar por uma questão humanitária e de saúde pública, não há mudança de entendimento desse Juízo quanto à necessidade da segregação cautelar do investigado”.

“Trata-se, portanto, de medida de caráter extraprocessual, de natureza humanitária, que pode ser revista tão logo cessem os motivos excepcionais e emergenciais.”

O Antagonista

 

Opinião dos leitores

  1. É pra deixar preso essas pragas. Geddel, Cunha e outros LADRÕES. Vão mandar o Marcola e o Beira-Mar pra casa?

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Polícia

Lava-Jato reúne Cabral, Cunha, Dario Messer e Eike Batista em celas de Bangu 8

Foto: Pablo Jacob / O Globo

Personagens outrora importantes da política e do mercado financeiro trocaram nos últimos três anos o conforto de seus gabinetes, salas e casas de luxo pelas celas da Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, mais conhecida como Bangu 8 . Além desta coincidência, eles têm em comum o fato de hoje serem acusados de corrupção nas investigações da Lava-Jato .

O mais longevo “hóspede” desta unidade do Complexo de Gericinó é o ex-governador Sérgio Cabral ( preso desde novembro de 2016 na Operação Calicute ), condenado a 215 anos e 11 meses pelos mais variados crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e pertencimento à organização criminosa. Pesam contra ele ainda denúncias sobre fraude em licitação e formação de cartel. No total, ele responde por ao menos 28 processos, tendo sido condenado em 10 deles.

Entre os mais antigos estão também os ex-deputados estaduais do MDB Paulo Melo (corrupção passiva e organização criminosa) e Edson Albertassi (corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa), condenados a 12 anos e 10 meses e 13 anos e 4 meses, respectivamente, na Operação Cadeia Velha .

Recém-chegado a Bangu 8 transferido de Curitiba, onde permaneceu por dois anos e meio , o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha é outro político influente a cumprir o resto de sua pena de 14 anos e seis meses no presídio carioca. Cunha foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Cunha e Cabral têm planos em comum: prometem contar em livro os bastidores do que viveram na política .
Outros dois “novatos’ que completam a lista não são ligados diretamente à politica, mas aparecem em investigações contra o ex-governador Cabral.

São eles: Dario Messer, preso em São Paulo e depois transferido após ficar mais de um ano foragido , e Eike Batista, de volta a Bangu 8 depois de dez meses livre após habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Messer foi alvo da operação Câmbio, Desligo deflagrada em maio do ano passado e considerada a maior ação da Lava-Jato , com 53 mandados de prisões contra doleiros e operadores envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro que atinge a astronômica cifra de US$ 1,652 bilhão.

Condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro na Operação Eficiência, Eike cumpria prisão domiciliar em sua mansão no Jardim Botânico, zona sul do Rio, e foi preso temporariamente na ação denominada Segredo de Midas , que investiga a atuação do empresário no movimento de R$ 800 milhões em operações financeiras com indícios de manipulação do mercado.

O Globo

 

Opinião dos leitores

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Diversos

Filha de ex-políticos e advogada: quem é a namorada de Dario Messer – o “doleiro dos doleiros”

Myra Oliveira de Athayde, namorada do doleiro Dario Messer, em ensaio fotográfico de seu casamento, em 2016 (Reprodução/Facebook)

A fuga de um ano e três meses do “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, terminou no apartamento onde vive sua namorada, Myra de Oliveira Athayde, em uma região nobre e movimentada de São Paulo, quando doze policiais federais arrombaram a porta e o prenderam. A advogada carioca de 27 anos morava há quatro meses no imóvel, em um condomínio de luxo entre a Avenida Paulista e o Parque do Ibirapuera, o Limoge Jardins. O apartamento 102, no décimo andar da torre, está alugado no nome da mãe de Myra.

Ao contrário do namorado, ela frequentava normalmente as áreas comuns do condomínio. No último domingo, foi vista fazendo esteira na academia. O foragido Messer, por sua vez, tinha na carteira uma identidade falsa, com nome de Marcelo de Freitas Batalha, que apresentou à PF tentando escapar da prisão. Quem o viu de perto, garante que ele incrementou o disfarce com cirurgias plásticas no rosto. O nariz está mais afilado e arrebitado.

A namorada de Dario Messer é filha de um casal de ex-políticos de Campos dos Goytacazes (RJ), no norte fluminense. A mãe de Myra, Alcione Athayde, passou por partidos como PST, PP, PPB e PSB, foi deputada federal por dois mandatos, assumidos como suplente, e ocupou cargos na prefeitura de Campos e no governo fluminense. Prima do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e médica, Alcione foi presa na Operação Pecado Capital, em agosto de 2008. A ação apurava desvios de cerca de 60 milhões de reais na Secretaria de Saúde estadual na gestão da ex-governadora Rosinha Mateus, mulher de Garotinho, e também prendeu o ex-secretário de Saúde Gilson Cantarino. Alcione ficou detida pouco mais de um mês. O sogro de Dario Messer, o empresário e cirurgião dentista Carlos Jader, foi vereador em Campos de Goytacazes.

Myra de Oliveira Athayde, a namorada do doleiro Dario Messer (à direita), com irmãos e o pai (Reprodução/Instagram)

Antes de se relacionar com o maior doleiro do país, Myra Athayde já foi casada. Aos 24 anos, em julho de 2016, trocou alianças com o advogado carioca Marco Aurélio Asseff, em cerimônia em uma pousada em Petrópolis (RJ). O casamento durou até meados de 2018, quando se separaram.

Myra convivia no círculo mais próximo de Dario Messer desde mais jovem, por ser amiga da mulher de Dan Messer, filho do doleiro. Ela frequentava a famosa cobertura tríplex do “doleiro dos doleiros” na Avenida Delfim Moreira, de frente para o mar do Leblon, palco de festas de arromba com personalidades.

Formada em Direito em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Myra Athayde é autora da monografia “Da demanda de intervenção militar perante um regime democrático”. Ela foi aprovada na avaliação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 2018.

Blog Veja Gente – Veja

 

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