Diversos

Governo quer obter R$ 150 bilhões com privatizações em 2020, diz secretário

Foto: Alexandro Martello/G1

O Ministério da Economia anunciou nesta terça-feira (14) que o governo pretende vender cerca de 300 ativos públicos em 2020. A meta inclui empresas controladas pelo governo, subsidiárias, coligadas e participações societárias. Com as transações, o governo espera obter R$ 150 bilhões.

O anúncio foi feito pelo secretário-especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar. Segundo ele, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras não serão privatizadas. Os Correios estão na lista de privatizações, mas a venda é prevista para o fim de 2021.

“Em 2020, vamos ter uma meta ousada para atingir em termos de valor e de empresas”, disse. Para isso, o governo deve enviar um projeto ao Congresso Nacional em fevereiro propondo um “fast track” (caminho rápido) para a venda dos ativos públicos.

“É uma forma de acelerar esse processo de venda. A meta [para 2020] depende de o ‘fast track’ passar. O ‘fast track’ é fundamental para atingirmos essa meta. Seria como se fosse um atalhozinho, é um projeto de lei. Já esta pronto. Esperando o Congresso abrir, e a melhor forma de conseguir apoio”, diz Salim.

Segundo o secretário de Desestatização, o projeto colocaria as empresas a serem privatizadas diretamente no Programa Nacional de Desestatização (PND). O texto reduziria, também, o tempo de atuação de escritórios de advocacia e de bancos no processo de modelagem dessas vendas.

Eletrobras é prioridade

Salim Mattar afirma que, em 2020, a principal meta é vender os ativos da Eletrobras. Dos 300 ativos na lista, mais de 200 dizem respeito à estatal.

“Para manter a sua participação no mercado, a Eletrobras tem que investir R$ 14 bilhões nos próximos 4 anos. O governo federal não tem esse dinheiro”, afirmou.

De acordo com o secretário, o governo possui, atualmente, 624 ativos. Além das 46 empresas estatais, o número inclui 151 subsidiárias, 218 empresas coligadas e 209 participações.

Resultado de 2019

De acordo com os cálculos da área econômica, a desestatização federal arrecadou R$ 105,4 bilhões em 2019, com a venda de 71 ativos públicos. O somatório inclui:

a venda de R$ 15,9 bilhões em participações societárias do BNDESPar;
R$ 14,6 bilhões em ativos da Caixa (IRB, Petrobras, banco Pan e BB), e
R$ 50,4 bilhões em subsidiárias e coligadas da Petrobras.

Segundo Mattar, o governo ficou muito focado, em 2019, na reforma da Previdência. “Aconteceu mais ou menos dentro de um padrão que a gente esperava. Depois, a gente acelerou um pouco mais”, declarou.

O secretário de Desestatização informou que o governo possui, atualmente, participação em um banco no Egito e no Banco Interamericano de Ahorro Y Prestamo, da Venezuela. Segundo ele, a instituição financeira venezuelana já quebrou, e não funciona mais.

“Temos que fazer uma denúncia ao TCU. Foi um mau investimento. Esse banco virou pó. Quem faz o processo tem de ser o Ministério Público, ou a Corregedoria. Vamos levantar as informações e passar para frente. Quem fez má aplicação de recursos públicos, deveria responder por isso”, declarou Salim Mattar a jornalistas.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Resta saber pra onde vai essa dinheirama depois desse maravilhoso processo! Pq o tempo passa e nada melhora! Ouça essas mentiras desde menino! Aliás melhora pra eles….! O pobre que se foda né?!?!?!?

  2. A UNP está dando um maravilhoso exemplo do que significa a privatização. Que no caso dela privatiza a Educação.
    Viva a UFRN, tão criticada, mas disputada suas vagas a tapas.

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Economia

Aumento do desemprego formal em março “não frustra”, e é “movimento natural da sazonalidade”, diz secretário

O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, durante divulgação de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

O aumento do desemprego formal em março é, segundo técnicos do governo, uma postergação das demissões que costumam ocorrer no mês de fevereiro. De acordo com o secretário de Trabalho da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, trata-se de um “movimento natural da sazonalidade”, em função das contratações de fim de ano.

“Ao que parece, os empresários seguraram mais os trabalhadores, até pelo carnaval, que foi no mês de março”, disse.

Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (24) apontam que o mercado formal de trabalho apresentou um saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada em março de 2019. O saldo é resultante de um total de 1.216.177 admissões e de 1.304.373 demissões no período.

O resultado negativo não frustrou as expectativas do secretário. “Não frustra porque é um movimento natural da sazonalidade. Mês passado tivemos um volume de contratações muito acima das expectativas, inclusive do mercado. Com isso, na média entre os dois meses, o crescimento do número de postos gerados está em linha com o que se esperava”, disse Dalcolmo durante a coletiva na qual foram apresentados os números.

Em fevereiro, o saldo do número de vagas formais havia ficado positivo, com 173.139 admissões (1.453.284 admissões e 1.280.145 demissões). Com isso, no acumulado do bimestre (fevereiro/março), o saldo está em 129.943.

A expectativa do secretário é que, com o crescimento da economia, “que ainda não é forte mas tende a se acelerar ao longo do ano” – e com a aprovação reforma da Previdência -, a situação melhore nos próximos meses.

Segundo o secretário, abril costuma ser um mês “bastante positivo” devido às contratações para o Dia das Mães.

Perguntado sobre o peso que a reforma trabalhista já em vigor teve para o cenário atual, Dalcomo disse que “o emprego não se cria de maneira espontânea” e que é preciso que a economia esteja ajustada e volte a crescer para que o mercado de trabalho consiga reagir.

“A modernização trabalhista tem apresentado números muito positivos em termos de segurança jurídica, de redução do volume de ações judiciais da indústria. Houve uma queda de 35% da utilização de maneira muito pouco correta da Justiça do Trabalho”, argumentou.

Dalcomo teceu elogios às regras da nova legislação trabalhista que possibilitam contratações para trabalhos intermitentes. Segundo ele, no comparativo entre os meses de março de 2019 e março de 2018 houve aumento de 50% na utilização dos contratos intermitentes.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Nenhuma explicação irá convencer aqueles que sempre torcem contra o Brasil e a favor dos seus próprios interesses. Mas, o Brasil está no caminho certo e se os parlamentares de oposição deixarem de molecagem e aprovarem as reformas de que o país precisa, entraremos num longo período de progresso.

    1. E o velho Ceará Bundão cantarolando a mesma ladainha repetindo sempre as mesmas palavras de ordem. Será que a falta de inovação é por incapacidade de inovar ou por falta de argumentos?

    2. Vc prefere repetir as ladainhas da sua turma. Tipo "não é reforma, é o fim da sua aposentadoria", "Lula livre", "é gópi", essas baboseiras que vcs repetem como papagaios. Prefiro repetir a verdade, "cumpanhero". Pode ser que vc aprenda algo com essa repetição. É como adestrar um cão, entende? A propósito, tenha um pouco de civilidade. Sua mamãe não lhe ensinou bons modos?

    3. Nenhuma explicação irá convencer aqueles que sempre fecham os olhos para os reais problemas do Brasil e só pensam em favor do interesse de poucos. O Brasil está no caminho errado e se os parlamentares de oposição deixarem de defender o povo do malefício dessas reformas que o país não precisa, jamais entraremos resguardados num longo período de garantia de direitos e dignidade.

    4. Insensato é continuar se fazendo as mesmas coisas, se esperando resultados diferentes. Reformas já.

    5. Segundo sua opinião, Sensato (péssima escolha de pseudônimo), nós já vivemos um "longo período de garantia de direitos e dignidade". Vc certamente achou isso do período nebuloso em que o Brasil foi (des) governado pelo PT. E o resultado nós vimos e ainda estamos vendo por toda parte. São pessoas como vc que só pensam "no interesse de poucos" (no próprio e no da sua turma). E foi exatamente por isso que o povo brasileiro resolveu expulsá-los do poder. Conforme-se, aceite a realidade e torça pelo Brasil. Ao menos dessa vez, tá?

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Política

Governo Fátima reduz gasto com diárias comuns, mas investe em Segurança, diz secretário

O governo da professora Fátima Bezerra não só reduziu o volume de diárias como fez melhor uso delas, declara o secretário estadual do Planejamento e das Finanças (Seplan), Aldemir Freire. Ele explicou que o Governo optou por investir em Segurança e elevar, de forma justificada, os rendimentos ou diárias operacionais, que são os recursos pagos aos profissionais da área de Segurança Pública em períodos como os da Operação Verão e do carnaval, por exemplo”, acrescentou Aldemir.

Aldemir explica que, no acumulado de 2015 a 2018, sempre levando em consideração a execução do primeiro trimestre, o governo anterior destinava aproximadamente 53% das diárias pagas para as áreas de segurança. No governo Fátima o volume de diárias para a segurança pública respondeu por 95,7% do valor pago.

Além disso, é preciso considerar que o governo atual ainda teve que honrar aproximadamente R$ 1,21 milhão de diárias operacionais do mês de dezembro que não haviam sido pagas pelo governo anterior. “Foi justamente esse melhor uso dos recursos públicos que permitiu uma expressiva redução de 40,2% no número de homicídios nos meses de janeiro e fevereiro”.

Ele enfatiza que, “ao contrário do que tentam vender para a população” o total gasto com diárias comuns – que são aquelas pagas aos servidores que viajam em serviço – foi de R$ 534,9 mil, em 2015; R$ 1,06 milhão, em 2016; R$ 1,22 milhão, em 2017; R$ 1,34 milhão, em 2018; e R$ 146 mil este ano.

Opinião dos leitores

  1. Essa governadora do sabe defender o bandidão Lula
    É “GOPI” por falar em golpe a senhora já sabe se comportar em uma mesa kkkkkkkk aprendeu a segurar garfo e faca kkk

  2. Kkkkkkkkkkkkkkkkkll, fora a ESQUERDALHA , quem acredita nessa FANTASIA, PURA ENGANAÇÃO, FAZ PARTE DO MODUS OPERANDI DA GERINGONÇA GOPI e SEU BANDO!! Isso é q chamo CONVERSA PRA BOI DORMIR!! DEVE PENSAR Q TODAS AS PESSOAS TÊM PROBLEMAS COM TICO E TECO ASSIM COMO ELA., QUANDO TICO FUNCIONA ,TEÇO Ñ REAGE,QUANDO TECO REAGE,TICO Ñ FUNCIONA, e ELA COMENDO CARNE, Ñ FUNCIONA NEM TICO TECO.

    1. Kkkkkkkkkkkkk, é mesmo, falou um monte de coisa e não disse nada. Kkkkkkkkkk. Parece até a ex presidente Dilma. Kkkkkkkkkkk.

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Política

Previdência: proposta é de idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, diz secretário, Rogério Marinho

Reprodução: G1

O secretário de Previdência Social, Rogério Marinho, afirmou nesta quinta-feira (14) que a proposta do governo de reforma da Previdência Social vai prever idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres ao final de um período de 12 anos de transição.

Segundo ele, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) a ser enviada ao Congresso será assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no próximo dia 20.

Bolsonaro tomou “a decisão final”, segundo Marinho, sobre a proposta em reunião na tarde desta quinta, no Palácio da Alvorada, com os ministros Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).

“Hoje o presidente diante das informações que recebeu tomou a decisão final. O texto está pronto”, disse o secretário.

G1

Opinião dos leitores

  1. Os trabalhadores inclusive os que votaram no Coiso vão ter que contribuir com essa pequena ajudinha. Sei não viu…
    Cadê esse povo que apoiou o Coiso?
    Sumiram do mapa foi?

  2. Em alguns estados do Brasil, a expectativa de vida, não chega aos 70 anos. Nesta senda, o trabalhador vai aposenta-se aos 65 e curtir 5 anos antes de morrer. Valeu Rogério Marinha, o senhor lascou o trabalhador. Agora, é a vez dos aposentados.

  3. Acho que a reforma da previdência é pertinente, precisamos saber a posição de Rogério Marinio e os demais, com relação aos 450 bi que devem ao sistema, será que mais uma vez vão penalizar o elo mais fraco da corrente…

  4. Esse tal de Rogério Marinho é o famoso carne de cobra contra o trabalhador, infelizmente esse tipo de gente nunca sobra, perde a eleição e aparece espaço. Te desconjuro.

  5. Coloca 78 anos homens e 68 mulheres. Assim ninguém recebe! Deixa para os políticos, exército, servidores e judiciário. Afinal são os setores mais produtivos do Brasil e que nos orgulha demais e vale a pena se sacrificar por eles, pois ganhamos muito bem, e temos uma vida ótima aqui!

  6. Será que as feministas vão pedir tratamento igual dessa vez? Se nós mulheres queremos igualdade essa é uma boa hora pra gente provar isso.

  7. Isso serve para políticos e para o judiciário? Ou é apenas para o pobre trabalhador que vai pagar as regálias desses senhores. VERGONHA! CADÊ RETIRAR OS VALES e benefícios desses que já são agraciados com super salários.

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Diversos

País gastou R$ 723 bi com subsídios ao setor privado em 10 anos, diz secretário

O secretário de Acompanhamento Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida. Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

O país gastou R$ 723 bilhões com subsídios para o setor privado em um período de 10 anos encerrado em dezembro de 2016. A informação é do secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, que participa hoje ( 8), no Senado Federal, de audiência pública da comissão mista para análise da Medida Provisória (MP) 777.

A MP 777 trata da substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada em contratos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Taxa de Longo Prazo (TLP).

A TJLP, atualmente em 7% ao ano, é subsidiada pelo Tesouro Nacional. Quanto maior sua distância da Selic, taxa básica de juros da economia, hoje em 9,25% ao ano, maior o custo para o Tesouro. Para Mansueto de Almeida, não é uma política adequada conceder tal subsídio a grandes empresas. “[Parte do subsídio concedido] foi para empresas que não precisavam de ajuda nenhuma do setor público. Alguns falam que foi política industrial. Isso está equivocado”, declarou.

Segundo o secretário, existem duas hipóteses de concessão de subsídios como política industrial. Uma, comum nas décadas de 50 e 60, é a concessão de subsídio a empresas de um determinado setor para que estas diversifiquem sua produção em interesse do país. A outra, mais contemporânea, diz respeito à concessão de incentivos a startups (empresas que buscam explorar atividades inovadoras no mercado) para ajudar principalmente pequenas e médias empresas.

“O Brasil não fez nenhum dos dois. Nós pegamos empresas muito grandes, que sabiam há décadas fabricar determinados produtos, e demos crédito subsidiado para se tornarem maiores e fazerem mais do mesmo. Isso não é política industrial”, declarou o secretário.

De acordo com Mansueto, dos R$ 723 bilhões gastos na última década, 60% foi o que se chama subsídio implícito – ou seja, não passou pelo crivo do Congresso Nacional. “Não foi decidido pelos deputados, nem senadores. Porque o governo, para gastar R$ 1 a mais com saúde e educação, tem que provar que o recurso existe e para gastar com subsídios não precisa?”, questionou.

Por fim, o secretário defendeu que a aprovação da TLP não encarecerá excessivamente as taxas de juros do BNDES. “Hoje não há nenhuma linha de crédito do BNDES que seja TJLP pura. A TLP, se estivesse em vigor, seria uma taxa de 8% ao ano. Não vai mudar drasticamente as condições de empréstimo do BNDES”, afirmou. Mansueto disse ainda que o cenário atual, em que o mercado prevê inflação e juros baixos para os próximos anos, é ideal para a instituição da nova taxa.

Setor privado

Representante do setor privado na audiência pública, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz, disse que a entidade é “totalmente favorável” ao equilíbrio fiscal, mas considerou o contexto “inadequado” para mudar taxas de juros.

“Não entendo essa posição do governo de maneira tão forte em um momento como este. O Brasil está na lanterna dos investimentos. É fundamental criar condições para a volta desse investimento. É um momento totalmente inadequado para se trocar TJLP por TLP”, afirmou.

A previsão é que a comissão mista que analisa a MP 777 vote amanhã (9) o relatório do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) sobre a proposta de instituição da TLP.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Os petralhas mortadelas todos caladinhos, pois sabem que essa besteira foi feita nos governos petralhas

    1. E vc calado com o aumento do Bolsa Empresário, inclusive com "desconto" de 99% da divida, juros zerados e 25 anos para "pagar", promovido pelos golpistas não é hipocrita?

  2. Por isso essa merda está "quebrado". Agora, aprovar reformas para meter a mão no bolso do assalariado é muito fácil. Esses BOLEIROS só privilegiam os empresários. Canalhas!!!!!!!

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Diversos

CPI HSBC: Cerca de 100 nomes do ‘Swissleaks’ são de interesse da Receita, diz secretário

cpi-hsbc

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou que já foram identificados cerca de 100 nomes na lista do “Swissleaks” que são de “interesse” do Fisco. A base para essa conclusão é uma amostra inicial de 342 nomes encaminhada em outubro do ano passado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e compartilhada por este órgão com a Receita Federal e o Banco Central. “Swissleaks” é como ficou conhecido vazamento de informações de um ex-funcionário de uma agência do HSBC em Genebra. Os dados foram entregues ao governo francês, que o validou.

Segundo Rachid, dos nomes analisados eram 260 os que apareciam no Cadastro de Pessoa Física (CPF). Somente três desta lista inicial tinham declarado a posse de valores na conta alvo do vazamento. Outros 69 aparecem na documentação vazada como com conta encerrada ou com saldo zero e, portanto, não estariam obrigados a declarar. Segundo Rachid, na amostra preliminar há ainda 27 residentes no exterior, 62 estrangeiros e 29 com registro de óbito na base do CPF.

Ele ressaltou, porém, que a Receita só poderá tomar medidas de investigação na área tributária após receber a lista completa, com 8,6 mil nomes, e de forma oficial. Uma missão da Receita está na França para tentar obter o compartilhamento dos dados integrais.

– Temos condições de identificar algo em torno de 100 contribuintes que realmente são de interesse do Fisco, mas para tanto a Receita precisa ter informações autênticas da base de dados – afirmou Rachid, que presta depoimento à CPI do HSBC no Senado.

MISSÃO NA FRANÇA

Segundo Jorge Rachid, uma missão do órgão já está na França para coletar informações decorrentes do vazamento do caso. Ele informou que o pedido de compartilhamento já foi aceito para uso na área tributária. Ele esclareceu que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, busca informações por outro canal porque seu objetivo é usá-las para processos judiciais.

— Há uma missão (da Receita) na França trabalhando para a coleta desses dados. Estão trabalhando essa semana lá. Essas informações nós poderemos usar para natureza tributária. O propósito da PGR é mais amplo e, por isso, é pertinente a busca de informação por outros canais — afirmou Rachid em depoimento à CPI do HSBC no Senado.

O secretário afirmou que o órgão trabalha desde fevereiro no caso e que o objetivo é verificar se houve práticas de sonegação de impostos pelas pessoas que tinham as contas na agência suíça. E afirmou que o órgão trabalha em parceria com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o Banco Central.

O presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, destacou que o órgão recebeu em outubro do ano passado informações parciais do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), grupo que obteve cópia dos dados e trabalha na análise dos documentos. O GLOBO faz parte do consórcio. Segundo Rodrigues, na análise feita em cima de 342 nomes, verificou-se que 60 constam da base de dados do órgão e 15 já tinham sido alvo de relatórios relativos a movimentações atípicas. Ao todo, são 8,6 mil os brasileiros que tinham conta na agência alvo do vazamento, de acordo com os dados de 2006 e 2007, que foram os disponibilizados pelo ex-funcionário do HSBC ao governo francês.

O Globo

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