Saúde

Vacinas da Oxford e Pfizer funcionam contra cepa Delta, confirma estudo

Foto: (Aaron Chown-WPA Pool/Getty Images) Reprodução/Getty Images

Um estudo publicado nessa quarta-feira, 21, na revista científica New Englad Journal of Medicine, uma das mais importantes do mundo, confirmou que as vacinas contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech e de Oxford-AstraZeneca oferecem alta proteção contra a variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia. No entanto, apenas após a aplicação da segunda dose.

Os resultados mostraram que após uma dose, a eficácia estimada da vacina da Pfizer contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante delta foi de aproximadamente 36%. Para a vacina de Oxford, a taxa de proteção foi de 30%. Após duas doses, esses índices subiram para 88% para a vacina BNT162b2 (Pfizer) e 67% para a ChAdOx1 nCoV-19 (Oxford).

Para fator de comparação, a eficácia de uma dose destas vacinas contra a variante Alfa, identificada pela primeira vez no Reino Unido e que também foi considerada mais contagiosa quando surgiu, foi cerca de 48,7%. Após duas doses da Pfizer essa taxa subiu para 93,7% e para 74,5% após duas injeções da AstraZeneca.

“Apenas diferenças modestas na eficácia das vacinas foram observadas com a variante delta em comparação com a variante alfa após o recebimento de duas doses. Diferenças na eficácia absoluta das vacinas foram mais marcantes após o recebimento do primeiro dose.”, concluem os autores.

O número de casos e os períodos de acompanhamento não foram suficientes para estimar a eficácia da vacina contra casos graves, incluindo hospitalização e óbito. Mas estudos feitos em Israel, no Reino Unido e nos Estados Unidos apontam para alta proteção contra esses desfechos. Estes países enfrentam um aumento exponencial no número de novos diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus, em especial entre pessoas que não estão vacinadas ou não completaram o esquema de vacinação, pela disseminação da variante delta. Por outro lado, esse aumento não foi visto nas hospitalizações e mortes.

Os autores do novo estudo admitem que o estudo tem limitações e devem ser interpretados com cautela, incluindo o fato dos resultados serem observacionais. Mesmo assim, eles afirmam que “a descoberta dá suporte a esforços para maximizar a aplicação de duas doses das vacinas entre as populações vulneráveis”.

Vacinação no Brasil

A publicação destas evidências, associadas à preocupação com a chegada da variante delta ao Brasil fez com que muitos estados e cidades decidissem antecipar a aplicação da segunda dose das vacinas de Oxford-AstraZeneca e da Pfizer-BioNTech, em vez de esperar as 12 semanas recomendadas pelo Ministério da Saúde. No entanto, a pasta, especialistas e entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam a manutenção da orientação do governo. A justificativa é que, neste momento, é mais importante avançar na quantidade de pessoas imunizadas, mesmo que parcialmente, em vez de completar o esquema de imunização de um pequeno número da população.

Além disso, especialistas alegam que existe a possibilidade de a variante delta nem conseguir se espalhar pelo Brasil, como aconteceu em outros países, devido à alta disseminação da variante Gamma, identificada em Manaus, que também é mais transmissível.

Até esta quarta-feira, 21, 43,8% da população brasileira está parcialmente imunizada com uma dose. Destas, 16,9% já completaram o esquema com duas doses ou com a dose única da Janssen.

Veja

 

Opinião dos leitores

  1. A “queridinha” da boiada Janssen, é a menos eficaz.
    A CoronaVac iniciou os estudos…
    Minha opinião: todas são boas.

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Saúde

Ciência tenta buscar pessoas que funcionam como superdisseminadores de coronavírus

Foto: Getty Images/BBC

A chamada superdisseminação — que é quando pacientes transmitem infecções para um grande número de pessoas — ocorre em quase todos os surtos.

Na maioria das vezes não é culpa deles, mas eles acabam tendo um impacto significativo na disseminação das doenças.

Não poderia ser diferente com o atual surto de um novo coronavírus (batizado de covid-19), que começou em dezembro na cidade chinesa de Wuhan e matou até agora mais de mil pessoas e infectou outras 40 mil.

Um dos superdisseminadores foi identificado como sendo o britânico Steve Walsh, que esteve em Cingapura a trabalho e depois foi associado à infecção de quatro pessoas no Reino Unido, cinco na França e uma na Espanha.

O que é um superdisseminador?

O termo é um tanto quanto vago, e não tem uma definição científica consolidada.

Mas trata-se do caso de um paciente que infecta significativamente mais pessoas do que o normal.

Em média, cada pessoa infectada com o novo coronavírus o transmite para duas e até três pessoas.

Mas isso é apenas uma média: algumas pessoas não passarão o vírus para ninguém, e outras, para mais de uma dezena, por exemplo.

Quão grande pode ser um episódio de superdisseminação?

(mais…)

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