Economia

EUA chegam a acordo de US$ 2 trilhões para aliviar impactos do coronavírus na economia

Líder da maioria no Senado, senador Mitch McConnell — Foto: U.S. Senate TV/Handout via Reuters

Nos Estados Unidos, senadores dos partidos Republicano e Democrata e a Casa Branca chegaram na madrugada desta quarta-feira (25) a um acordo sobre um plano federal de estímulos de US$ 2 trilhões para aliviar as consequências da pandemia do coronavírus sobre a economia do país. O pacote deverá auxiliar trabalhadores, empresas e o sistema de saúde.

“Por fim, temos um acordo”, afirmou o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, antes de citar um “nível de investimentos de tempos de guerra”.

O valor equivale a aproximadamente R$ 10,2 trilhões, o que representa um montante maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em valores correntes, que em 2019 totalizou R$ 7,3 trilhões.

O acordo, porém, ainda precisa ser afinado e detalhado. O pacote de estímulo poderá ser o mais amplo da história moderna americana. O texto do acordo só deve ser disponibilizado mais tarde nesta quarta-feira.

Senado e Casa dos Representantes precisam aprovar a legislação antes de enviá-la à sanção do presidente Donald Trump.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, chamou a medida de “maior pacote de resgate na histórica norte-americana”, descrevendo-a como o “Plano Marshall” para hospitais e necessidades médicas, em referência ao programa financiado pelos EUA que ajudou a reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial.

O que está previsto

O pacote prevê remuneração direta à maioria dos americanos, ampliação de benefícios de seguro-desemprego, dinheiro para estados e um programa para pequenas empresas poderem remunerar funcionários que precisam ficar em casa para conter o contágio do coronavírus no país.

Entre outras provisões, segundo a agência Reuters, o plano deve incluir:

US$ 500 bilhões para fundo voltado a ajudar indústrias afetadas com empréstimos e uma quantia similar para pagamentos diretos de até US$ 3 mil para milhões de famílias dos EUA
US$ 350 bilhões para empréstimos a pequenas empresas e 250 bilhões para auxílio-desemprego
US$ 100 bilhões para hospitais e sistemas de saúde, junto com dinheiro adicional para outras necessidades ligadas a saúde
US$ 150 bilhões para ajuda a governos locais e estatais para combaterem o surto

Negociações

A maratona de negociações envolveu senadores republicanos e democratas e a equipe do presidente Donald Trump.

O pacote quase não saiu porque legisladores democratas insistiram numa proteção mais ampla de trabalhadores e apontaram que um novo fundo de US$ 500 bilhões para auxiliar empresas em dificuldades devido à crise havia sido ignorado. Os democratas chegaram a barrar o acordo duas vezes, pedindo mais concessões.

Os democratas desejavam uma supervisão maior dos empréstimos para as grandes empresas, além do pagamento de salários para os funcionários demitidos e mais recursos para os hospitais.

Covid-19 nos EUA

Desde o primeiro caso nos Estados Unidos em janeiro, o novo coronavírus matou 796 pessoas, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins.

Mais de 55.000 pessoas foram infectadas no país.

Para evitar contágios que poderiam provocar o colapso dos hospitais, 100 milhões de pessoas, quase um terço da população, receberam determinações para permanecer em suas casas, provocando a suspensão de aulas, o fechamento de milhares de estabelecimentos comerciais e a demissões de milhões de trabalhadores.

Três congressistas foram diagnosticados com a COVID-19 e pelo menos 10 estão em quarentena, impedidos de votar.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Quero ver agora o que o aprendiz de Presidente, que passou a vida praticamente toda no Congreesso como dEPUTADO PARASITA, SEM PROJETO ALGUM DE FUTURO, vai fazer.
    E seu rebanho militante vai defender de manhã uma coisa e de noite outra?
    Está cada dia mais difícil de defender quem não tem palavra, mente descaradamente, esconde o resultado dos seus exames e volta atrás o tempo todo.
    QUE HOMEM DESPREPARADO É ESSE GENTE?
    Inventa logo um exame ou procedimento de saúde e pede pra sair e deixa os adultos tomarem conta com Mourão no comando ou mesmo com o MANDETTA, Min. da Saúde, que está fazendo um bom trabalho a frente do Ministério da Saúde nessa hora de crise em que precisamos todos de um norte, apenas um e não de vacilações e contradições o tempo todo.

    1. Pelo menos 1 trilhão de reais a menos, nós não teremos pra investir no país. Luladrão fez evaporar quando era o manda chuva chuva do país. Esse dinheiro seria determinante pra resolver boa parte do problema que temos hoje, mas muitos (serão os ruminantes divulgando pelas fresta do curral de adoradores de criminosos condenados) irão dizer, é outra história. Lamentável e irrecuperável

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Finalmente: encontraram a cratera de um dos maiores impactos que a Terra já sofreu

(SCIEPRO/Getty Images)

Toda vez que um asteroide quilométrico acerta em cheio a superfície, o impacto deixa vestígios inconfundíveis que se espalham bem mais longe que a área atingida. Além, é claro, da cratera produzida, a colisão libera uma quantidade tão insana de energia que derrete as rochas e cria pedrinhas de vidro chamadas tectitas. Com base nelas, cientistas souberam que há 800 mil anos um meteorito gigantesco se chocou contra a Terra.

A pancada foi tão violenta que lançou tectitas ao longo de 10% da superfície terrestre. Durante os últimos 100 anos, pesquisadores têm coletado milhões dessas pedrinhas nos mais diversos cantos do planeta, como na Austrália, na Antártica, em vários locais dos oceanos Pacífico e Índico. Mas é na Ásia, sobretudo no Sudeste Asiático, que o grosso das tectitas se concentra. Elas são mais abundantes na Indochina (Vietnã, Laos e Camboja).

Foi ali, portanto, que as equipes concentraram as buscas pelo “pequeno” detalhe que faltava: a cratera, com extensão estimada em vários quilômetros e dezenas de metros de profundidade. Como é que uma estrutura assim tão grandiosa pôde passar tanto tempo escondida? A resposta, segundo uma equipe internacional de pesquisadores, é que ela esteve oculta por estar, literalmente, soterrada por uma grossa camada de lava solidificada.

Em um artigo recente publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, os cientistas descrevem as evidências que os levaram a concluir que a cavidade fantasma fica em um antigo campo vulcânico no sul do Laos. O time liderado pelo geólogo Kerry Sieh, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, afirma que a cratera de impacto está no Planalto de Bolaven, uma região elevada e paradisíaca repleta de belas cachoeiras.

Depois de algumas tentativas frustradas de achar a estrutura no Sudeste Asiático, uma área que não contém grande intensidade das forças geológicas e intemperismos que costumam “apagar” as crateras, os pesquisadores resolveram dar uma olhada no local. Parecia promissor por haver ali depósitos de lava com idade entre 780 mil e 51 mil anos — período perfeito para soterrar o buraco da colisão. E a quantidade de lava também condiz.

Estimativas apontam para que o campo chegue até 300 metros abaixo da terra. Bem mais que o suficiente para cobrir os cerca de 90 metros de profundidade da cratera. O primeiro passo para comprovar a suspeita foi comparar a composição das rochas do local com a das tectitas. E elas batiam perfeitamente. A etapa seguinte contou com uma técnica um pouco mais sofisticada: os pesquisadores mediram os campos gravitacionais em torno do planalto.

É que uma colisão de grande dimensão acaba “limpando” a área atingida de seus minérios originais e, com o passar do tempo, materiais rochosos e sedimentos menos densos, mais quebrados, vão preenchendo a lacuna. E isso faz com que a gravidade sobre uma cratera de impacto seja um pouco mais fraca que nos arredores. Foi batata: Bolaven apresenta essa ligeira discrepância. A análise permitiu estimar o tamanho da cratera soterrada.

De acordo com os dados gravitacionais, ela mede 18 kms de comprimento e 13 kms de largura. Por fim, os cientistas foram procurar sinais diretos do impacto violento nas camadas rochosas em um raio de alguns quilômetros do local. Encontraram duas encostas de arenito que parecem ter sido atingidas por detritos.

Análises microscópicas revelaram que os grãos de quartzo das rochas estavam fraturados — mais um indício de que a colisão teria sido próxima. Apesar de terem apresentado evidências sólidas, ainda não dá para cravar que foi de fato no Planalto de Bolaven que o grande meteorito caiu há 800 mil anos. Será preciso conduzir escavações no local para ter 100% de certeza. Mas, ao que tudo indica, a cratera perdida finalmente deu as caras.

Super Interessante

Opinião dos leitores

  1. qual a fonte? Superinteressante? dia da publicação… não há registro que o impacto que teoricamente dizimou os dinossauros foi nesse lugar da matéria. Solicito esclarecimento.

  2. A pergunta que não quer calar: …e cadê o meteoro ? Se fez um rombo desse não era uma pedrinha ….

    1. KKKKKK, Proporcionalmente o Rombo deixado pelo Bandido Nove Dedos e seu Bando é Muito maior.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Placas tectônicas podem ter sido criadas por impactos extraterrestres, sugerem pesquisadores

(Reprodução/NASA)

Por volta de 3,2 bilhões de anos atrás, quando a Terra ainda era um lugar bem mais inóspito do que é hoje, teria começado um processo geológico que mudaria completamente (e constantemente) a sua cara: o movimento das placas tectônicas. Na mesma época, mais ou menos na metade do éon Arqueano (entre 4 bilhões e 2,5 bilhões de anos atrás), nosso planeta era bombardeado por violentos impactos. Coincidência? Geólogos acham que não.

Em artigo publicado na última sexta (22) no periódico Geology, pesquisadores sugerem que colossais colisões de corpos extraterrestres teriam engatilhado a transição terrestre de seu estado quente e primitivo para o mundo que conhecemos: com a litosfera (crosta e manto superior) fragmentada em placas. “Costumamos pensar na Terra como um sistema isolado, onde só importam os processos internos”, disse o co-autor Craig O’Neill em comunicado.

“Cada vez mais, no entanto, estamos vendo o efeito da dinâmica do Sistema Solar em como a Terra se comporta”, complementa o diretor do Centro de Pesquisa Planetária da Universidade Macquarie, na Austrália. Estudando certas camadas sedimentares localizadas em solos australianos e sul-africanos, O’Neill e colegas descobriram que naqueles tempos fatídicos, há 3,2 bilhões de anos, a Terra foi particularmente castigada com muitos impactos.

Então eles criaram uma série de simulações e modelos para entender primeiro a dimensão e frequência desses impactos — e depois se eles teriam sido capazes de iniciar a tectônica global. É que, ao contrário das primeiras centenas de milhões de anos de vida da Terra (formada há 4,6 bilhões de anos), em que colisões de corpos com 300 quilômetros de diâmetro eram frequentes, no Arqueano elas diminuíram um pouco. Mas só um pouquinho.

As evidências apontam que a maioria dos impactos nessa época não passava dos 100 quilômetros de diâmetro (30 km maior que o asteroide que matou os dinossauros). Para checar se mesmo esses eventos menores eram o bastante para fragmentar a litosfera, os cientistas usaram técnicas para estimar a quantidade de impactos no Mesoarqueano e criaram simulações para modelar os efeitos dessas colisões na temperatura do manto.

Os resultados apontam que sim: esses corpos celestes quilométricos que trombavam com nosso planeta podem muito bem ter criado as placas tectônicas. Como nem a litosfera nem o manto eram lá muito homogêneos, com algumas partes mais finas, outras mais espessas, os impactos acentuaram ainda mais essas diferenças de flutuabilidade no manto — e assim teriam surgido as placas tectônicas. Do contrário, hoje viveríamos em uma outra Terra.

Super Interessante

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Plano Diretor: Comissão debate na Câmara Municipal de Natal impactos da verticalização na orla

Fotos: Marcelo Barroso

Os vereadores da Comissão dos Direitos Humanos, Proteção das Mulheres, dos Idosos, Trabalho e Minorias receberam na manhã desta sexta-feira (13) moradores, representantes de ONGs, conselhos comunitários e pesquisadores, que debateram sobre os impactos da verticalização da orla para as comunidaddes e para a atividade da pesca, dentro da revisão do Plano Diretor de Natal.

Durante a reunião, os vereadores Eleika Bezerra (PSL), Ana Paula (PL), Maurício Gurgel (PSOL) e Divaneide Basílio (PT), que preside a comissão, tiveram conhecimento sobre pesquisas destas áreas e a visão das comunidades residentes próximas à orla. “Há uma diferença entre o que o povo está discutindo e o que o prefeito está anunciando e, por isso, estamos ouvindo o lado da população para que possamos nos posicionar e propor um plano mais inclusivo e que respeite os direitos humanos e as pessoas que moram nessas áreas”, disse a vereadora Divaneide.

A professora de arquitetura da UFRN, Amiria Brasil, que coordena o Fórum Direito à Cidade, explicou que um dos principais problemas que poderão surgir é pela falta de saneamento que comporte o adensamento a partir da construção de prédios mais altos. “É possível verticalizar com o que já está posto, porque liberar a verticalização impacta diretamente nas comunidades locais e paisagens que são protegidas por se tratar de Zonas Especiais de Interesse Turístico. O que está em jogo na verticalização também é a exclusão das pessoas que moram na área, além do impacto na infraestrutura. Há uma necessidade de adensar, mas planejando a infraestrutura porque pode até prejudicar o lençol freático”, explicou a professora.

Na reunião foram apresentadas imagens comparando como é atualmente e como ficaria a orla com as mudanças, inclusive citando exemplos de outras capitais. Algumas dessas áreas também coincidem com Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS), destinadas à produção, manutenção e recuperação de habitações de interesse social, como no bairro de Mãe Luíza. “As AEIS impedem a verticalização sem sustentabilidade por não permitir o remembramento que é necessário para construções maiores. Isso garante a moradia das pessoas que são de lá e que, dificilmente, continuariam morando nos imóveis que chegariam com a verticalização”, prevê Rafael Uchoa, do Projeto Motyrum, da UFRN.

Natal tem cerca de 50 AEIS, mas apenas 10% estão legalizadas como tal. Há ainda a preocupação com a atividade pesqueira. A presidente da Colônia de Pescadores de Natal, Rosângela Silva, relatou que a categoria está apreensiva. “A gente teme a retirada dos pescadores do local onde nasceu, onde trabalha e tira o sustento. Isso já tem acontecido ao longo dos anos com as mudanças na cidade, mas esperamos que esta Casa defenda a população”, declarou.

A Câmara já está debatendo, por temas, a revisão do Plano Diretor em preparação para a votação do projeto que deverá chegar à Casa até dezembro. Nesta semana já foi realizada uma audiência pública que tratou da acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida na revisão da lei.

Opinião dos leitores

  1. Conheço muito bem a orla maritima urbana das capitais, Maceió, Recife, Aracajú, João Pessoa e Fortaleza, a orla de Natal também conheço, pois, moro aqui, a da minha cidade em comparação as citadas acima se caracteriza como verdaderas favelas, pergunta-se por qual razão não se urbaniza nossa orla para atrair o turismo, gerando emprego e renda

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *