Saúde

Médicos em SP são denunciados por tomar terceira dose de vacina contra a Covid-19

Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo registra pelo menos dois casos de médicos que omitiram já estarem imunizados com duas doses de vacina contra a Covid-19 para conseguirem novas aplicações do imunizante como reforço.

Os casos ocorreram nos dias 27 de março e na última segunda-feira (17), e foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Em comunicações internas da Prefeitura, às quais a CNN teve acesso, um pedido de orientação é feito pela direção da Covisa à Coordenação do Programa Municipal de Imunização.

Os relatos mostram que, mesmo tendo tomado duas doses da Coronavac, nos dias 26 de janeiro e 26 de fevereiro, no Hospital Estadual de Sapopemba, o médico ortopedista Alexandre Felicio Pailo se dirigiu ao Mega Posto de vacinação do Clube Hebraica, no dia 17 de maio, para uma nova aplicação da vacina.

Na denúncia também encaminhada ao Cremesp, é explicado que Pailo omitiu a informação de ter recebido anteriormente as doses, e, como o sistema Vacivida – o banco de dados do governo do estado para acompanhamento individualizado e em tempo real dos registros de pessoas imunizadas contra o novo coronavírus – estava oscilando, foi realizado o registro manual da aplicação do imunizante e ele recebeu uma terceira dose, dessa vez, da vacina Pfizer.

“O mesmo foi questionado e orientado que, caso tivesse tomado dose anterior, não seria vacinado; porém, notando que o sistema não estava online, fez uso de tal recurso para se vacinar novamente”, explica a Direção Regional de Vigilância.

A reportagem entrou em contato com Alexandre, que confirmou ter tomado a terceira dose da vacina, mas contestou que tenha sido questionado por equipes de saúde se já havia tomado alguma dose anterior.

Ele não quis dar entrevista, mas afirmou que é portador de doença autoimune e, por isso, não teria sido imunizado contra o novo coronavírus, mesmo com as duas doses da vacina recebidas.

Outro caso

Um outro caso foi constatado e configurado como erro de imunização, no dia 27 de março, em um mega drive-thru da Subprefeitura de M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista.

Ofício da Covisa, também encaminhado ao Cremesp, conta que o médico Antônio Miguel Santiago dos Santos recebeu duas doses da Coronavac, nos dias 20 de janeiro e 12 de fevereiro, na Unidade Básica de Saúde Parque Reide (UBS), em Diadema.

Mesmo assim, segundo a equipe de enfermagem conta por e-mail, Antônio não disse que já estava imunizado contra a doença e uma terceira dose de Coronavac também foi aplicada novamente sob a justificativa de instabilidade no sistema de registro de controle.

“No entanto, a UBS constatou que o usuário está ciente da sua prática, ou seja, ter mais de duas doses da vacina Covid-19 de forma intencional, visto ter realizado contato telefônico na UBS Zumbi dos Palmares, com o tom de intimidação informando que irá receber a 4ª dose (seja na UBS ou em qualquer lugar do MSP). Diante do exposto encaminhamos o presente para as medidas cabíveis pertinentes a este conselho”, diz o coordenador da Covisa.

Procurado, o médico Antônio dos Santos não foi localizado para comentar o caso. Por nota, o Cremesp confirma que recebeu duas denúncias e que está apurando os casos. As investigações tramitam sob sigilo determinado por lei.

Em nota, a Prodesp, empresa de Tecnologia do governo de São Paulo e responsável pelo desenvolvimento do Vacivida, diz que, para garantir que a imunização seja feita por doses do mesmo fabricante, a plataforma possui trava que impede inclusive o registro de dose adicional.

O órgão destacou também que, mesmo diante de eventuais lentidões sistêmicas, a recomendação do governo é que o registro das doses seja feito posteriormente, de forma correta, e que a responsabilidade é de cada município.

A CNN aguarda um posicionamento das secretarias municipais de Saúde.

CNN Brasil

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Judiciário

Lula e irmão são denunciados pela Lava-Jato de São Paulo

Foto: Jorge William / Agência O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu irmão Frei Chico foram denunciados pela força-tarefa da Lava-Jato em São Paulo por corrupção passiva junto com os donos da Odebrecht, Emilio e Marcelo Odebrecht, e o ex-diretor da empresa Alexandrino Alencar.

De acordo com o Ministério Público Federal, Frei Chico recebeu R$ 1.131.333,12, por meio de pagamento de “mesada” que variou de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Os procuradores dizem que o pagamento era parte de um “pacote” de vantagens indevidas oferecidas a Lula, em troca de benefícios diversos obtidos pela Odebrecht junto ao governo federal.

Militante sindical histórico, Frei Chico foi responsável por incitivar Lula a inicar a sua atuação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Segundo a denúncia, o irmão do ex-presidente começou a sua relação com Odebrecht nos anos 1990. Na época, trabalhadores do setor químico e petroquímico apresentavam uma forte resistência ao Programa Nacional de Desestatização, que estava em curso.

O então presidente da Odebrecht, Emilio Odebrecht, buscou uma aproximação com Lula, que sugeriu a contratação de Frei Chico como consultor para intermediar um diálogo entre a empresa e os trabalhadores. O irmão de Lula foi contratado e passou a ser remunerado por uma consultoria efetivamente prestada para a Odebrecht no meio sindical.

Em 2002, após eleição de Lula, a Odebrecht pensou em encerrar o contrato porque o programa de privatização já havia sido concretizado. Mas, ainda de acordo com os procuradores, a cúpula da empresa resolveu manter os pagamentos com o objetivo de que interesses da companhia fossem atendidos. Segundo a denúncia, os pagamentos começaram em janeiro de 2003, no valor de R$ 3 mil, em junho de 2007 passaram a ser feitos de R$ 15 mil a cada três meses (equivalente a R$ 5 mil por mês), e só terminaram em 2015, com a prisão de Alexandrino Alencar, o executivo responsável por operar os repasses.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Eita o sapo barbudo já pode pedir música no Fantástico, com esta já são 03 processos, o triplex do Guarujá, o sítio em Atibaia, e agora o mesadão da Odebrecht.

  2. Saber que um dia defendi esse FDP. Um cafezinho que tomava, pedia a nota para prestar conta. Não gastava um centavo, era pra causa. Enquanto isso esses canalhas torrando milhões, b ilhoes, e eu inocente nas mais desses fdp. Prisão perpétua é pouco pra esses canalhas corruptos e os defensores dele.

  3. Rapaz!
    Pelo andar da carruagem, daqui pra 2030 ninguém vai mais poder pedir musica no fantástico.
    A grade vai estar ocupado pela jararaca até lá.
    Vige maria!
    Como é que um ex presidente da república tem uma ficha criminal dessas homi?
    Pelas caridade!!

  4. Toda vez que descobre uma sacanagem da lava jato contra o Lula, aí MPF inventa uma condenação.

  5. Mais uma. Tá quase empata do com o Cabral. Não adianta os zumbis espernear em. Esse daí é bandido da pior espécie. E chefia, não uma partido, mas uma organização criminosa.

  6. Deixa esse rato verme apodrecer…quebrou o país , e ainda tem imbecil que acredita nesse FDP

  7. e ainda tem demente mental que chama esse cara de inocente… e vem encher nossos ouvidos com o mantra de lulalivre…. bota tudinho na Venezuela…

  8. Novamente? Gente, alguém sabe informar a quantos processos esse elemento já responde na justiça? Que ficha corrida é essa minha gente?

  9. Bora, bora! Cadê os defensores da jararaca? Amo os minions, olha aí seu bandido de estimação!!!

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Diversos

MPF denuncia envolvidos no “Moto Premiada” em Pau dos Ferros; consórcio ilegal desviou quase R$ 4 milhões

O Ministério Público Federal (MPF) em Pau dos Ferros apresentou denúncia contra oito envolvidos no esquema do “Moto Premiada”, o consórcio ilegal que desviou um valor estimado em R$ 3,8 milhões, de mais de 700 clientes de duas lojas, uma localizada em Pau dos Ferros e outra em São Miguel, ambas no Alto Oeste potiguar. Os denunciados poderão responder por operação de consórcio ilegal; desvio e apropriação do dinheiro dos clientes; e associação para a prática de crime.

A lista inclui Valdeci Leite de Oliveira, conhecido como “Val”; Patrícia Gomes Camapum; José Leite de Oliveira; Ernandes Lima Nascimento; Erlande Silva Pereira; Carlos André Montelo Oliveira; Jordean Sousa Gomes e Maurício de Moraes Correia. A denúncia, assinada pelo procurador da República Tiago Misael de Jesus Martins, aponta que o grupo atuou, entre julho de 2008 a janeiro de 2014, através de quatro diferentes empresas, três delas de fachada.

O “Moto Premiada”, que inicialmente utilizou o nome de “Compra Premiada”, chegou a Pau dos Ferros em julho de 2008, através da empresa V. Leite de Oliveira & Cia LTDA – EPP, nome de fantasia “Eletromotos Leite”. Com matriz na cidade de Floriano, no Piauí, a filial de Pau dos Ferros foi a quinta da marca. Embora o contrato social indicasse como administradores Valdeci Leite e sua esposa, Patrícia Gomes, as pessoas ouvidas durantes as investigações foram unânimes em afirmar que a administração cabia ao sócio José Leite de Oliveira, irmão de “Val”.

Em agosto de 2010 a Eletromotos Leite instalou sua décima filial em São Miguel, passando a operar o mesma esquema da então “Compra Premiada”. Em fevereiro de 2013, alvo de diversas ações judiciais de cobrança, a “Eletromotos Leite” foi supostamente vendida à empresa Ernandes Lima Nascimento – ME, que continuou a comercializar os consórcios ilegais sob o timbre da “Eletromotos”. O mesmo ocorreu em São Miguel.

Em 27 de agosto agosto de 2013, no endereço da loja de Pau dos Ferros, instalou-se a Erlande Silva Pereira – ME , nome de fantasia “Moto Premiada”, empresa formalmente pertencente a Erlande Silva Pereira, mas que foi fechada menos de um mês depois, em 25 de setembro. Quinze dias após este fechamento, em 10 de outubro de 2013, foi aberta a empresa Carlos André Montelo Oliveira – ME, que manteve o nome de fantasia da anterior.

A empresa pertencente a Carlos André Montelo repetiu o procedimento das anteriores e, em novembro de 2013, abriu filial na Rua Coronal João Pessoa, 264, na cidade de São Miguel. Em depoimento prestado na sede da Procuradoria da República no Município de Pau dos Ferros, uma funcionária afirmou que “o diretor Jordean, no mês de dezembro de 2013, entrou em contato com ela por telefone e orientou que ela não mais pagasse aos fornecedores das motos e aos clientes dos resgates ou estrelas (são aqueles que optam pelo crédito)”.

A “Moto Premiada” parou de pagar os fornecedores, cessou os sorteios e a entrega dos prêmios. Porém continuaram a receber as parcelas dos consorciados, conforme comprovaram boletos datados de janeiro de 2014. No último dia 31 de janeiro, o empreendimento foi fechado e José Leite de Oliveira desapareceu de Pau dos Ferros sem informar, nem mesmo aos seus inquilinos ou empregados, qual seu destino.

Levando-se em conta os mais de 700 clientes prejudicados, e o fato de a motocicleta de menor preço comercializada pela “Moto Premiada” custar aproximadamente R$ 5.500, o valor desviado pelos denunciados ultrapassa a marca de R$ 3.850.000.

Envolvidos – Apesar das repetidas mudanças de empresas responsáveis pela “Moto Premiada”, a documentação apreendida na loja de Pau dos Ferros indica, segundo o MPF, que o controle da operação criminosa nunca saiu da esfera de atuação de Valdeci Leite, Patrícia Gomes e José Leite de Oliveira. De acordo com a denúncia, “os demais agentes apenas tomaram parte em empreitada criminosa já em curso, contribuindo para a dissimulação das atividades ilícitas”.

Boletos de pagamento, recibos e contas de energia incluíam o nome da V. Leite de Oliveira & Cia LTDA – EPP, mesmo após as demais empresas a sucederem na administração do consórcio ilegal. O próprio imóvel onde funcionava a “Moto Premiada” permaneceu locado à V. Leite até novembro de 2011, quando a sucessão empresarial já havia ocorrido.

Os depoimentos de empregados que trabalharam no local reforçam o entendimento do MPF, de que as empresas sucessoras da “Eletromotos Leite” funcionavam apenas de fachada. Erlande Silva Pereira, suposto proprietário de uma dessas empresas, nunca apareceu no estabelecimento da “Moto Premiada” em Pau dos Ferros. Já Ernandes Lima Nascimento e Carlos André Montelo Oliveira somente foram vistos pelos funcionários no dia da abertura de suas respectivas empresas.

“Em verdade, com a sucessão ‘de fachada’ das empresas, a propaganda de venda das ‘motos premiadas’ – repassada aos clientes como se verdadeiro consórcio fosse – e captação de recursos de investidores não se alterou, muito menos a sistemática de autofinanciamento de grupos separados constantes do contrato anterior”, relata um dos trechos da denúncia.

Crimes – Confira as práticas pelos quais os envolvidos foram denunciados

Operação de consórcio ilegal (Art. 16 da Lei n. 7.492/86)

Valdeci Leite de Oliveira, Patrícia Gomes Camapum, José Leite de Oliveira, Ernandes Lima Nascimento, Erlande Silva Pereira e Carlos André Montelo Oliveira.

apropriação e desvio dos valores pagos pelos consorciados (art. 5º da Lei n. 7.492/86)

Valdeci Leite de Oliveira, Patrícia Gomes Camapum, José Leite de Oliveira, Ernandes Lima Nascimento, Erlande Silva Pereira, Carlos André Montelo Oliveira, Jordean Sousa Gomes e Maurício de Moraes Correia.

Associação criminosa (art. 288, caput, do Código Penal)

Valdeci Leite de Oliveira, Patrícia Gomes Camapum, José Leite de Oliveira, Ernandes Lima Nascimento, Erlande Silva Pereira, Carlos André Montelo Oliveira, Jordean Sousa Gomes e Maurício de Moraes Correia.

A denúncia irá tramitar na 12ª Vara da Justiça Federal, sob o número 0000055-89.2014.4.05.8404.

 MPF-RN

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