Saúde

Notas técnicas enviadas do Ministério da Saúde dizem que cloroquina e outros medicamentos do “kit covid” foram testados e “não mostraram benefícios clínicos”

Foto: Hugo Barreto/Metropoles

O Ministério da Saúde admitiu em documentos enviados à CPI da Covid essa semana que medicamentos que compõem o chamado “kit covid”, amplamente defendidos por Jair Bolsonaro, são ineficazes contra o vírus.

“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz documento.

Duas notas técnicas foram entregues à comissão por um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE).

Os medicamentos são os mesmos usados para tratamento precoce, que são defendidos por apoiadores do governo e indicados pelo aplicativo do Ministério da Saúde, TrateCov, em Manaus (AM) em janeiro, no auge da crise de oxigênio no estado. A plataforma saiu do ar após a pasta alegar invasão hacker.

A CPI apura se a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde influenciou o atraso na compra das vacinas, o favorecimento de laboratórios e a compra de medicamentos do “kit covid” sem eficácia para o tratamento da doença.

Uma primeira lista de testemunhas que são investigadas pela comissão por terem composto este gabinete e insistido no uso dos medicamentos são: o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ex-chefe da comunicação do governo, Fábio Wajngarten, as médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi e o ex-chanceler Ernesto Araújo.

Também constam na lista de investigados: o ex-assessor do Ministério da Saúde Elcio Franco, o conselheiro do presidente Arthur Weintraub, o empresário Carlos Wizard, Franciele Fantinato, Helio Neto, Marcellus Campelo, Paulo Marinho Zanotto, Luciano Dias Azevedo e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga.

Congresso em Foco

Opinião dos leitores

  1. Tem gente devendo à justiça por estimular aglomerações pq a hidroxicloroquina salvaria que tomasse a cloroquina.

  2. Tomei e tome, não teve muitas mais mortes por conta deste kit.
    Agora a Ptzada prefere ver o povo morrer, pra ser contra a Bolsonaro.

    Mais o tratamento precoce com estes medicamentos escapou muita gente

  3. Cadê o direita lesada?
    Não vem dar sua “ilustre” contribuição em despejar 1 tonelada de 💩 não?
    Bora, desminta o MS!

  4. Na nota não fala da ivermectina. Portanto continuar tomando. Só fala se internar. Aí dr Albert Dickson sempre disse: fase inicial sim . Internado Janette outra medicação

  5. O MITO O MESSIAS teve sempre RAZÃO os BOLSONARISTA DIREITOPATA PORCARIA ANALFABETO FUNCIONAL DESINFORMADO vai continuarem acreditando nas FAKES NEWS (verdades do grupo paralelo de informações que quem comandava era Paulo Marinho)

    O MITO O MESSIAS sempre com razão e nunca vai RACHAR

  6. Tem um monte de Minions que ficaram milionários vendendo “tratamento precoce” pra gado burro…
    E o gado acredita…kkkkkkk
    😂😂😂😂😂😂😂😂

    1. Teve um bocado de jumentos encantados pelos maior ladrão que este país já teve que morreram acreditando que o tratamento era ficar em casa tomando água e dipirona e que só fossem procurar ajuda médica depois que tivessem com falta de ar grave.

    2. Toma quem quer, “cumpanhero”. Os asininos vermelhos têm suas drogas prediletas, mas tomam as do Bozo também. Escondidos, covardemente. E negam que tomam. Negacionistas. Rsrsrs

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Saúde

China acelera produção de vacina contra coronavírus, mas farmacêuticas do país têm histórico de corrupção e ineficácia

Foto: NICOLAS ASFOURI/AFP / NICOLAS ASFOURI/AFP

Desesperada para proteger sua população e evitar as crescentes críticas internacionais de como lidou com o surto de coronavírus, a China reduziu a burocracia e ofereceu recursos a empresas farmacêuticas para encontrar uma vacina contra o vírus causador da Covid-19. Quatro empresas chinesas começaram testes em seres humanos, mais iniciativas do que as que estão em curso nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha juntos. A informação é do jornal americano “New York Times” (NYT).

No entanto, a indústria de vacinas chinesa passa por uma crise de confiança. Apenas dois anos atrás, foi descoberto que vacinas ineficazes haviam sido dadas principalmente a bebês, o que deixou pais chineses em fúria. Por isso, não bastam descobrir a vacina, mas reconquistar a confiança da população.

— Os chineses agora não têm confiança nas vacinas produzidas na China — disse Ray Yip, ex-chefe da Fundação Gates na China, ao New York Times. — Essa provavelmente será a maior dor de cabeça. Se eles não tiveram todos esses requisitos, as pessoas provavelmente vão buscar (a imunização) em outros locais.

Além da urgência — já que o número oficial de mortes no mundo é de 247 mil pessoas, apesar de haver claros indícios de subnotificação —, a China quer evitar as acusações internacionais de que o negligenciamento de alertas precoces contra a doença tenha contribuído para a pandemia global. Por isso, diz o NYT, a vacina se tornou uma prioridade nacional. Um alto funcionário do governo asiátco disse ao jornal americano que uma vacina para uso emergencial pode estar pronta em setembro.

Pequim, avalia a reportagem, pode pressionar empresas e cientistas para alcançar objetivos nacionais. “Ao mesmo tempo, as empresas de vacinas da China estão acostumadas a um sistema político fechado que tem um histórico de encobrir escândalos de segurança e as protege da concorrência estrangeira. Poucos investem pesadamente em pesquisa e desenvolvimento e não descobriram muitos produtos com impacto global”, explica o jornal.

Candidatas

As quatro pesquisas que já estão testando em humanos são de CanSino Biologics, Instituto Wuhan de Produtos Biológicos, Sinovac Biotech e o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim.

A primeira é uma farmacêutica de Tianjin, braço de ciências médicas do Exército de Libertação Popular. A candidata dela já foi testada em 508 pessoas e está na Fase 2. Um estudo da Universidade de Oxford na Fase 1, ou seja, em estágio inicial, foi administrado a um número de pessoas duas vezes maior. O Instituto Wuhan de Produtos Biológicos, um braço do Sinopharm Group, que é estatal, também está na Fase 2. Já os estudos da Sinovac e do o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, que também pertence à Sinopharm, estão na Fase 1.

Alguns deles, no entanto, estão envolvidos em escândalos de corrupção. É o caso, por exemplo, do Instituto Wuhan. Em 2018, a empresa foi acusada de aplicar em milhões de bebês vacinas sem eficácia para doenças como difteria e tétano. A China multou a empresa em US$ 1,3 bilhão, puniu nove executivos e dezenas de funcionários foram demitidos. A empresa também foi condenada na Justiça por subornar chefes de centros locais de controle de doenças por comprarem seus produtos.

A Sinovac Biotech também sofre acusações. Segundo o NYT, investigações apontam que o gerente geral da Sinovac Biotech deu, entre 2002 e 2014, ao vice-diretor da China encarregado das avaliações de medicamentos quase US$ 50 mil para ajudar a empresa com as aprovações de medicamentos. Documentos apontam que o responsável pela operação é o atual executivo-chefe da empresa.

As empresas não responderam aos pedidos de reportagens feitos pelo New York Times.

Apesar dos escândalos, alguns procedimentos científicos foram apressados para se chegar mais rapidamente ao resultado. O país aprovou, por exemplo, que as empresas pudessem executar combinadas as duas primeiras fases, uma decisão questionada por vários cientistas chineses, que consideravam que os resultados de segurança da primeira fase deveriam ser avaliados antes do início da segunda fase.

— Entendo a expectativa ansiosa das pessoas por uma vacina — disse Ding Sheng, ao Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista.

Sheng é reitor da escola de farmácia da Universidade Tsinghua em Pequim. Segundo ele, empresas estavam “adotando métodos não convencionais” no estágio pré-clínico da pesquisa, executando tarefas como o processo de design e modelagem de animais ao mesmo tempo. Isso deveria, segundo Sheng, ser executado uma após a outra.

— Do ponto de vista científico, por mais ansiosos que sejam, não podemos baixar nossos padrões — defende.

O Globo

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