Saúde

Atividade física regular diminui riscos de Covid grave, diz estudo; veja dicas importantes de tempo e nível de intensidade

Foto: CNN

Um histórico de atividade física consistente está fortemente associado a um risco reduzido de Covid-19 grave, de acordo com um novo estudo divulgado na terça-feira (13). O trabalho da organização sem fins lucrativos Kaiser Permanente, publicado no British Journal of Sports Medicine, analisou quase 50 mil adultos com Covid-19.

Os resultados mostraram que aqueles que atingiram a meta das diretrizes de atividade física do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos – de pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada ou vigorosa – apresentaram incidências significativamente menores de hospitalização, admissão em UTI e morte devido à Covid-19.

As diretrizes, que são iguais às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), usadas por muitos países, são baseadas em pesquisas que dizem que a atividade física é capaz de aumentar a função imunológica, reduzir a inflamação sistêmica, aumentar a saúde pulmonar, e cardiovascular e melhorar a saúde mental.

Com todos os benefícios que o movimento regular traz, pode não ser tão surpreendente que a atividade física que atenda a essas diretrizes também reduza a gravidade dos sintomas de Covid-19.

Na verdade, o quadro agudo de Covid é apenas um dos muitos impactos negativos potenciais do comportamento sedentário, fator de risco conhecido para outras doenças, como cardiovasculares, obesidade, diabetes, derrame e alguns tipos de câncer.

Até o momento, os fatores de risco para Covid-19 grave, conforme identificados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), incluem idade avançada, sexo masculino, e comorbidades subjacentes, como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares.

Muitos dos fatores de risco listados são difíceis – senão impossíveis – de mitigar, então é compreensível se sentir impotente diante de alguns deles. No entanto, os resultados deste novo estudo podem, sem dúvida, adicionar a inatividade ao topo da lista. Uma vez que o sedentarismo é um fator de risco modificável, você pode controlá-lo absolutamente!

Para atingir o limite de atividade física de 150 minutos ao longo de uma semana, você precisa se exercitar por um pouco menos de 22 minutos todos os dias. Para alguém que não faz exercícios regularmente, isso pode parecer um pouco difícil. Mas 22 minutos por dia não significa necessariamente se inscrever em uma nova academia, investir em uma esteira ou mudar completamente sua programação.

Com as estratégias certas, você pode atingir sua meta diária com pouquíssimas interrupções em seu estilo de vida, o que é importante para ser capaz de sustentar seu novo nível de atividade física.

Aprenda cinco estratégias práticas e sustentáveis para conseguir 22 minutos ativos por dia. Mas antes de iniciar qualquer novo programa de exercícios, consulte o seu médico. Pare imediatamente se sentir dor.

1. Faça caminhadas regulares

Como caminhar é acessível, é fácil desconsiderar essa atividade e seus benefícios. A realidade, porém, é que uma caminhada rápida é um dos exercícios que mais aumentam a saúde e queimam gordura.

Você provavelmente já anda pelo menos um pouco por dia. Talvez você vá até do carro até o escritório, por exemplo. Seria possível fazer uma caminhada de cinco ou dez minutos pela vizinhança antes de entrar no escritório?

Você tem um cachorro para levar para passear diariamente? Poderia adicionar tempo às suas caminhadas diárias com o cachorro?

Se você ainda não faz caminhadas regulares, há alguma atividade que gostaria de praticar com mais frequência e que pudesse emparelhar com sua caminhada, como falar ao telefone com um amigo ou familiar ou ouvir podcasts, livros de áudio ou música?

Ao combinar uma atividade que você gosta com sua caminhada, isso ficará mais agradável de fazer mais regularmente e de adicionar à programação diária.

2. Reserve pequenos intervalos para atividade

As diretrizes de atividade física não especificam se você precisa se exercitar em grandes períodos todos os dias. O importante é alcançar a meta de 150 minutos a cada semana. Você pode dividir suas atividades em qualquer horário que seja mais adaptável ao seu estilo de vida.

Para pessoas com rotina de trabalho mais sedentária, pode ser mais fácil fazer exercícios mais curtos. Ao dividir 22 minutos em blocos menores de tempo ao longo do dia, você ficará surpreso com a rapidez com que esse tempo irá passar.

E se você dividisse seus exercícios em seis sessões pequenas de quatro minutos? Aos 24 minutos, você teria dois minutos de sobra. Isso vale para oito sessões de apenas três minutos de exercício.

3. Exercite-se de maneira mais inteligente, não por mais tempo

Quando se trata de malhar, a crença padrão é que precisamos de pelo menos uma hora por dia. Um estudo de 2016, entre outros, levou muitas pessoas a acreditar que a meta de exercício diário ideal era de 60 a 75 minutos.

No entanto, pesquisas mais recentes descobriram que eles se baseavam em dados falhos, porque não levavam em conta que as pessoas não se lembram da intensidade real dos seus exercícios.

Malhar por 22 minutos por dia é mais do que suficiente para atingir o limite semanal de 150 minutos. Uma maneira eficaz e saudável de cumprir esse tempo é com uma rápida sessão de treinamento intervalado, que consiste em quatro rodadas de cinco exercícios feitos por um minuto cada.

Isso pode incluir exercícios de peso corporal, como flexões, agachamentos, pontes de quadril e polichinelos. Adicione alguns minutos de aquecimento e resfriamento, e você atingirá facilmente sua marca de 22 minutos.

4. Volte ao jogo

Você praticava algum esporte quando era criança? Quais eram suas atividades favoritas ao ar livre? Ao retornar às atividades lúdicas de sua juventude, você pode adicionar mais exercícios à sua vida de uma forma divertida e estimulante.

Se você jogava basquete na escola, poderia voltar a participar de uma liga para adultos ou encontrar um grupo que jogue regularmente? Talvez você tenha começado alguma arte marcial quando criança, mas nunca chegou à faixa preta. O que está prendendo você agora? Há alguma atividade recreativa que você e um amigo possam fazer juntos, como tênis, golfe ou ciclismo?

Ou talvez você tenha filhos que praticam esportes. Poderia se juntar a eles? Se eles forem menores, brincar de pega-pega ou amarelinha fará seu sangue circular, enquanto vocês desfrutam de bons momentos juntos.

5. Monitore a sua atividade

Você sabe realmente quanto exercício, de moderado a rigoroso, você faz todos os dias? Assim como as pessoas nos estudos que mencionei acima, que se lembraram erroneamente e subnotificaram sua atividade física, você pode estar escondendo seu nível de atividade.

Existem inúmeras opções de tecnologia para rastrear seu movimento. Você pode até estar usando uma dessas tecnologias agora. Até mesmo com os bons e velhos caneta e papel, quando rastreamos nossa atividade, não estamos apenas mantendo um registro mais preciso, estamos dando um passo a mais no compromisso com a atividade física.

A responsabilidade ajuda-nos a manter os objetivos. Um estudo recente, publicado no British Journal of Sports Medicine, descobriu que as pessoas caminham quase dois quilômetros por dia quando usam monitor de atividade em seu telefone ou no relógio. E os participantes da pesquisa que tinham rastreadores que forneciam instruções de exercícios fizeram ainda mais.

Independentemente de como você monitora seu condicionamento – com tecnologia vestível ou simplesmente mantendo um diário – o ato de registrar seu progresso ajudará a mantê-lo no caminho certo.

*Dana Santas, conhecida como “Mobility Maker”, é uma especialista certificada em força e condicionamento e treinadora mente-corpo em esportes profissionais, autora do livro ” Practical Solutions for Back Pain Relief”.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Quando o PR afirmou q seu histórico de atleta iria protegê-lo a imprensa se “esguelou”… – Não tem comprovação ciêntífica!!! Genoociiiiiidaa!!!! kkkkkkkkk

  2. Lendo a matéria e pensando sobre o estudo eu pergunto, por qual motivo algumas categorias de profissionais passam a frente, na fila de prioridade da vacina, daqueles que sofrem de alguma comorbidade? Política para agradar certas categorias?

  3. Ótima publicação BG. O conteúdo da CNN está excelente. Subscrevo como profissional da Educação Física (EF). Quem quiser melhorar ou personalizar um programa de exercícios deve procurar a orientação de um profissional da EF.

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Saúde

Atividade física regular reduz em 34% o risco de internação por covid-19, conclui estudo brasileiro; saiba quantos minutos são necessários, do moderado ao intenso

Foto: Reprodução/Getty Images

Realizar 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividades intensas reduz o risco de internação hospitalar pela Covid-19 em 34,3%. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) publicado recentemente na plataforma preprint MedRxiv.

A equipe, coordenada pelo pesquisador Marcelo Rodrigues, do InCor, avaliou questionários respondidos por 938 pessoas que tiveram Covid-19 e se recuperaram da doença. Destes, 91(9,7%) necessitaram de hospitalização. Os resultados mostraram que as pessoas que praticavam a quantidade recomendada de atividade física por semana, o equivalente a 150 minutos de exercício moderado ou 75 minutos de atividade física intensa, tinham um risco reduzido de hospitalização pela doença.

Além disso, aqueles que praticavam dois ou mais tipos de exercício, como andar de bicicleta e correr, tinham um benefício ainda maior: a redução no risco dessas pessoas foi de 46,2%. A associação permaneceu mesmo após serem contabilizados fatores como idade, sexo, IMC (índice de massa corporal) e doenças pré-existentes.

De acordo com o educador físico, Gustavo Cardozo, pesquisador da Uerj e diretor técnico-científico do Centro de Medicina do Exercício DECORDIS, a prática de 100 minutos de atividade física semanais já apresentou um efeito protetivo. “O estudo mostrou que fazer 20 minutos de exercício, cinco vezes por semana, protege das complicações da Covid-19 até mesmo em pessoas com doenças inflamatórias”, disse Cardozo.

A principal hipótese para esse efeito protetor da atividade física está associada à redução da ECA2, enzima utilizada pelo novo coronavírus para invadir as células. “O exercício físico reduz os receptores de ECA 2 e diminui ações inflamatórias no corpo, que também contribuem para as complicações da Covid-19”, explica Cardozo.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Minha atividade é sexo, faço muito , sou incansável, imbroxável e infalível. Hoje tenho duas na fita, vou ter que escolher entre a loira e a morena, mas a que não der pra hoje amanhã será a da vez. Hô papai, o Véio aqui é danado. Vou já tomar meu tadalafil + long Jack, por que se der tempo pego as duas.

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Judiciário

Ministro do STF, Alexandre de Moraes, diz que governos estaduais e municipais têm competência para regular combate à pandemia

Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Em uma conferência virtual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), argumentou que os estados, municípios e a União têm “competências concorrentes” no combate à pandemia do novo coronavírus.

Segundo Moraes, cada ente federativo pode tomar medidas administrativas conforme seu âmbito de atuação. Desse modo, a União cuidaria das questões nacionais, os estados, das regionais, e os municípios, das locais.

— Esses entes federativos não são repúblicas autônomas dentro do Brasil. — E completou: — Não se excluiu da competência nenhum ente federativo. Pelo contrário, o Supremo Tribunal Federal reafirmou que todos os entes federativos são competentes e devem exercer as suas competências nos limites constitucionais.

Em sessão plenária virtual, os ministros da Corte já haviam reconhecido, em abril, que os estados e municípios poderiam estabelecer políticas de saúde durante a pandemia, indicando, por exemplo, quais seriam os serviços essenciais que poderiam continuar funcionando e o fechamento temporário de portos e rodovias.

Em março, no início da crise sanitária, o presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que limitava às agências reguladoras a competência de restringir a locomoção. Contudo, uma decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello reforçou que governadores e prefeitos também pudessem adotar essas ações em estados e municípios, de modo a reforçar as medidas de isolamento social.

Ao longo da pandemia, o STF já julgou mais de duas mil ações relacionadas à Covid-19. Durante a videoconferência, Alexandre de Moraes lembrou algumas decisões tomadas pela corte durante a crise, como a que suspendeu a validade de outra medida provisória, que paralisava a tramitação dos pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).

— A regra estaria se transformando em exceção — ressaltou o ministro.

Ele também mencionou a determinação do STF para que o Ministério da Saúde voltasse a divulgar os dados acumulados de casos e mortes pela Covid-19. No início de junho, sob a gestão interina de Eduardo Pazuello, a pasta passou a divulgar apenas os números do dia e tirou do ar o site que trazia o histórico da pandemia no país. Alexandre de Moraes considerou que “isso também feria a transparência, o princípio da publcidade”.

Moraes ainda enumerou outras decisões do Supremo, como a que autorizou a flexibilização do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal na pandemia, e a possibilidade de mudanças nas regras trabalhistas enquanto durar a crise.

O Globo

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