Economia

Desemprego tem 1ª queda após quatro semanas consecutivas de alta diante da pandemia, aponta IBGE

Número de desempregados na pandemia do coronavírus teve a primeira queda após 4 semanas seguidas de alta — Foto: Economia/G1

Após quatro semanas consecutivas de alta, o desemprego diante da pandemia do novo coronavírus teve a sua primeira queda. É o que aponta o levantamento divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, 11.753 milhões de pessoas estavam desempregadas na terceira semana de junho, 100 mil a menos que na semana anterior. Na comparação com a primeira semana de maio, no entanto, houve uma alta de aproximadamente 2 milhões de desempregados no país.

O levantamento foi feito entre os dias 14 e 20 de junho por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.

Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.

Na última divulgação, a Pnad Contínua mostrou que, entre abril e maio, cerca de 7,8 milhões de postos de trabalho foram fechados no Brasil, chegando 12,7 milhões o número de desempregados no país. Os dados de junho serão divulgados pelo IBGE no dia 27 de julho.

Informalidade tem nova queda

A informalidade, que vinha segurando a ocupação no mercado de trabalho brasileiro, teve queda pela segunda semana seguida. De acordo com a pesquisa, 28,4 milhões de brasileiros trabalhavam informalmente na terceira semana de junho – cerca de 800 mil a menos que na semana anterior.

O IBGE considera como trabalhador informal aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.

A da taxa de informalidade caiu de 35% para 33,9% entre a segunda e a terceira semana de junho, o que o IBGE considera como estabilidade do indicador.

Afastamentos do trabalho seguem em queda

A pesquisa mostrou que se manteve em queda o número de trabalhadores afastados do local de trabalho devido ao isolamento social. Na terceira semana de junho 11,1 milhões estavam afastados – cerca de 1,3 milhão a menos que na semana anterior – o que corresponde a 13,3% da população ocupada no país naquela semana.

“Esse movimento se repete na terceira semana de junho em relação à segunda semana, indicando uma continuação do retorno dessas pessoas às suas atividades de trabalho”, apontou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

Na primeira semana de maio, chegava a 16,6 milhões estavam afastadas temporariamente do trabalho, o que representava 19,8% da população ocupada à época.

G1

 

Opinião dos leitores

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Economia

Prévia da inflação oficial fica em 0,71% em janeiro, aponta IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,71% em janeiro, conforme divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se do maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando o indicador ficou em 0,92%. Em janeiro do ano passado, o índice havia sido de 0,30%, o menor para o mês em 24 anos.

Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,34%, acima dos 3,91% registrados nos 12 meses anteriores.

Na comparação com dezembro, quando o IPCA-15 ficou em 1,05%, o índice perdeu força. Segundo o IBGE, a desaceleração foi puxada pelo preço da carne, cuja alta passou de 17,71% em dezembro para 4,83% em janeiro.

Apesar disso, foram as carnes que exerceram, novamente, a maior pressão individual sobre a inflação, de 0,15 ponto percentual sobre o indicador. Desde novembro do ano passado, a carne vem pressionando a inflação no país.

Queda na habitação e artigos de residência

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, apenas dois registraram queda de preços na passagem de dezembro para janeiro: habitação (-0,14%) e artigos de residência (-0,01%).

A deflação no grupo de habitação, segundo o IBGE, foi influenciada pela queda de 2,11% no custo da energia elétrica em função de mudança na bandeira tarifária, que passou a ser Amarela.

O IBGE enfatizou que todas as regiões pesquisadas tiveram queda nas contas de luz – a menor foi em São Paulo (-0,61) e a maior em Fortaleza (-4,46%), onde houve, além da mudança da bandeira, redução da alíquota de PIS/COFINS.

Alimentação vilã da inflação

Dentre os sete grupos que tiveram alta nos preços, o maior destaque é o de Alimentação e Bebidas (1,83%), ainda pressionado pelo alto preço das carnes.

Dentre os sete grupos que tiveram alta nos preços, o maior destaque é o de Alimentação e Bebidas (1,83%), puxada pela Alimentação no domicílio (2,30%), ainda pressionada pelo alto preço das carnes.

Também tiveram alta relevante para a alimentação no domicílio produtos como as frutas (3,98%) e o frango inteiro (4,96%). Pelo lado das quedas, o destaque ficou com a cebola (-5,43%).

A alimentação fora do domicílio apresentou alta de 0,99%, resultado acima do registrado em dezembro (0,79%), especialmente por conta das altas observadas no lanche (1,30%) e na refeição (1,10%).

Veja a prévia da inflação para cada um dos grupos pesquisados pelo IBGE:

Alimentação e bebidas: 1,83%
Transportes: 0,92%
Despesas pessoais: 0,47%
Saúde e cuidados pessoais: 0,35%
Educação: 0,23%
Vestuário: 0,10%
Comunicação: 0,02%
Artigos de residência: -0,01%
Habitação: -0,14%

Depois da alimentação, o segundo maior impacto na inflação partiu dos Transportes (0,92%), que foi pressionado pela alta da gasolina (2,64%) – o segundo maior impacto individual na composição do indicador. Também contribuiu para a alta nos Transportes os reajustes nas tarias de ônibus urbano em algumas capitais.

Com informações do G1

 

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Diversos

Casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Brasil crescem 61,7% em 2018, aponta IBGE

Foto: Cido Gonçalves/Arte G1

O casamento está ficando menos popular entre os brasileiros: em 2018, o número total no país caiu 1,6% na comparação com o ano anterior. Entre pessoas do mesmo sexo, no entanto, o movimento foi contrário e bem mais acentuado: esse tipo de união teve um crescimento de 61,7% na mesma comparação, segundo as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo foi autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça somente em 2013. Naquele ano, foram registrados 3,7 mil em todo o país. Nos quatro anos seguintes, a média foi de 5,4 mil casamentos por ano. Já em 2018 foram 9,5 mil.

O IBGE destacou que o aumento do casamento entre pessoas do mesmo sexo ocorreu em todas as regiões do país, sendo o menor crescimento observado no Centro-Oeste (42,5%) e o maior no Nordeste (85,2%).

De acordo com a gerente da pesquisa, Klívia de Oliveira, o levantamento traz “os números frios”, ou seja, não permite analisar o que levou a esse aumento no número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Estudiosos de temas ligados à população LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e intersexo) ouvidos pelo G1 veem relação entre o fenômeno e o momento político do país.

 Foto: Cido Gonçalves/Arte G1

Os números divulgados pelo IBGE apontam que o número de casamentos homoafetivos aumentou após o resultado das eleições. Entre janeiro e outubro, a média foi de 546 casamentos de pessoas do mesmo sexo por mês. Em novembro, subiu para 957 e saltou para 3.098 em dezembro – cinco vezes mais que a média.

“Muitos casais formalizaram suas uniões com medo de que em breve isso não fosse mais possível”, apontou a advogada Andressa Regina Bissolotti dos Santos, que é doutoranda em direitos humanos e democracia pela Universidade Federal do Paraná e integrante da Rede Lésbica Brasil.

Ela explicou que o casamento homoafetivo é garantido por uma resolução do CNJ que proíbe os cartórios de se negarem a celebrar casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo.

“Uma resolução, ou mesmo uma decisão judicial, não são leis. Mesmo a decisão, embora seja vinculante em todo o território nacional, não gera o que nós chamamos no direito de ‘coisa julgada’, ou seja, o tema poderia voltar a ser apreciado”, destacou.

Já Suane Felippe Soares, professora de bioética da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora do lesbocídio [assassinato de lésbicas por motivo de ódio], lembrou que o clima da campanha eleitoral foi marcado por diversos ataques aos LGBTI+, o que pode ter provocado um “pânico social” entre essa população.

“O que é fato, que a gente pode afirmar, é que a maioria das pessoas LGBTI+ estão demonstrando a busca por alternativas para manutenção de direitos básicos em função da ascensão dessa política de caráter discriminatório”, disse.

Casal oficializou casamento para garantir direitos

Foi justamente o receio de perder os direitos assegurados pelo casamento civil que fez Débora Calmon, de 32 anos, e Kaene Faria, de 29, alterarem os planos de sua união. Juntas há oito anos, elas já haviam programado para setembro uma festa que representaria o casamento, mas o “papel passado” em cartório não estava previsto.

“Vendo a eleição, que estava com um clima estranho, esquisito, a gente achou melhor casar formalmente, para ter um instrumento jurídico mais forte para que, no futuro, ninguém viesse questionar se o que a gente tinha era legal ou não”, contou Débora.

Débora Calmon, de 32 anos, e Kaene Faria, de 29, decidiram formalizar a união com receio de que a resolução que garante o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo viesse a ser derrubada — Foto: Arquivo Pessoal

Em novembro do ano passado, o G1 já havia mostrado aumento no número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Após a eleição, houve uma mobilização nas redes sociais para ajudar casais LGBTI+ a realizar a cerimônia.

Rossanna Pinheiro, fotógrafa e dona de uma empresa de karaokê, foi uma das muitas pessoas que se disponibilizaram a prestar serviços gratuitos para estes casais.

“Ano passado houve um boom mesmo… A procura foi tanta que precisei de ajuda para responder as mensagens”, contou.

A cada três casamentos, um divórcio

O levantamento do IBGE mostrou, também, que aumentou em 3,2% o número de divórcios realizados no país em 2018 na comparação com o ano anterior. Foram realizados 385.246 divórcios, cerca de 12 mil a menos que em 2017. Em média, equivale dizer que foi registrado um divórcio a cada três casamentos.

A pesquisa revelou ainda que o tempo médio entre o registro do casamento e a formalização do divórcio foi de 14 anos. Em 2008, essa distância era de 17 anos, o que indica que os casamentos estão durando menos. Segundo o IBGE, cerca de 8% dos casamentos desfeitos no ano passado não tinham nem 2 anos.

A pesquisa não detalha os divórcios pelo sexo dos cônjuges, ou seja, não permite saber se há diferença quando se trata de casais do mesmo sexo ou não.

A gerente da pesquisa, Klívia Oliveira, chamou a atenção para o fato de que, do total de divórcios, 27% foram entre casais sem filhos, enquanto 54,4% foram entre casais com filhos menores de idade. “Isso mostra que filho realmente não segura casamento”, disse a pesquisadora em referência a um jargão popular.

Em relação aos filhos, o levantamento evidenciou que houve aumento significativo do percentual de divórcios judiciais entre casais com filhos menores em cuja sentença consta a guarda compartilhada. Desde 2014 essa modalidade passou a ser priorizada mesmo quando não havia consenso entre os pais.

Em 2014, a proporção de guarda compartilhada entre os cônjuges com filhos menores era de 7,5% dos divórcios judiciais concedidos. Em 2016, esse percentual subiu para 16,9%, chegou a 20,9% em 2017 e atingiu 24,4% em 2018.

G1

Opinião dos leitores

  1. Pode ser casamento hétero, se o pessoal for da turma do childfree, nunca aumentará a população. Cada asneira que dizem…

  2. Pense num aumento de 0 x 0, ou seja, nem infloi nem contriboi, so aumenta a estatistica da baboseira.

  3. Do jeito que vai, em pouco tempo a população vai diminuir, pois o crescer e multiplicar vai se acabar, so vai permanecer am Paises serios

    1. O mundo é p todos, o nascimento tem diminuído, não pq os homessexuais estão casando, o número deles não cresceu muito, apenas estão assumindo uma união. A natalidade vem diminuindo, pq os casais héteros não querem mais ter muitos filhos. Repito o mundo e p todos, apesar de alguns mortais se sentirem superiores. É para os negros, brancos, héteros, homos, cegos, superdotados, umbandistas, católicos etc. Doa em quem doer é assim o mundo civilizado. Sim, em um país sério não escutamos comentários preconceituosos.

    2. Doe ler certas besteiras.
      Mostra que nosso país ainda não nem um pouco evoluído.
      Nada como retroagir e analisar o contexto de nossa sociedade(Brasil).
      Desde que fomos descobertos, existiram, gays, putas, héteros, todas as raças, etc..
      Aliás , somos descendentes de uma miscigenação(várias raças).
      Você com esse comentário infeliz, deve ser de outro planeta, então, pega sua nave espacial e vaza. Aqui não te pertence, você pousou no país(TERRA) errada.

    3. Concordo, difícil aumentar a população na base do 0 x 0 ou 1 x o. Kkkkkkkkkk

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Finanças

Desigualdade em patamar recorde em 2018: metade dos brasileiros vive com R$ 413 mensais, aponta IBGE

A desigualdade de renda no país alcançou patamar recorde em 2018, dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda. No outro extremo, o 1% mais rico — somente 2,1 milhões de pessoas — tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa. Ou seja, essa pequena fatia mais abastada da população ganhava quase 40 vezes mais que a metade da base da pirâmide populacional.

Em todo o país, 10,4 milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Se considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita subia a apenas R$ 269.

Mesmo passada a crise econômica, a desigualdade se agravou. A renda domiciliar per capita dos 5% mais pobres caiu 3,8% na passagem de 2017 para 2018. Ao mesmo tempo, a renda da fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%.

O Índice de Gini da renda domiciliar per capita — medida de desigualdade de renda numa escala de 0 a 1, em que quanto mais perto de 1 maior é a desigualdade — subiu de 0,538 em 2017 para 0,545 em 2018, patamar auge na pesquisa.

Os mais pobres ficaram mais pobres, os mais ricos ficaram mais ricos, confirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. Para a pesquisadora, o fenômeno tem relação com a crise no mercado de trabalho, que afetou especialmente o extrato de trabalhadores com menor qualificação e menor remuneração.

Quando começou a melhora na geração de vagas, os desempregados que conseguiram retornar ao mercado de trabalho passaram a ganhar menos em funções semelhantes ou a atuar em postos informais, que também remuneram menos.

“Quando as pessoas perdem seus trabalhos, elas vão arrumar outras ocupações em que elas consigam ter alguma remuneração. Se o momento tem mais demanda por trabalho do que oferta, as pessoas acabam aceitando trabalhos com remunerações mais baixas”, explicou a gerente da Pnad.

Com mais pessoas trabalhando, a massa de renda de todas as fontes cresceu de R$ 264,9 bilhões em 2017 para R$ 277,7 bilhões em 2018. Como a concentração de renda aumentou, os 10% mais pobres detinham apenas 0,8% da massa de rendimentos, enquanto que os 10% mais ricos concentravam 43,1% desse bolo.

Se considerados apenas os trabalhadores com renda do trabalho, a fatia de 1% mais bem remunerada recebia R$ 27.744 mensais, o que corresponde a 33,8 vezes o rendimento dos 50% dos trabalhadores com os menores rendimentos, que recebiam, em média, R$ 820, menos que o salário mínimo em vigor no ano. A diferença foi a maior da série histórica da pesquisa.

O índice de Gini da renda do trabalho também registrou piora na passagem de 2017 para 2018, subindo de 0,501 para 0,509 no período, o patamar mais elevado da série.

Metrópoles com Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. 13 anos no poder e o PT não resolveu a desigualdade? Ou será que isso também é culpa do Bolsonaro?

    1. O PT até tentou, seu asno, mas vcs golpearam a democracia para garantir o suado dinheirinho dos EUA…

  2. Infelizmente a tendência é uma maior concentração de renda no topo da pirâmide .

  3. Sobrevive é o termo mais adequado. Ai vem a xanha de um procurador chorando por conta de 24 mil…

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Diversos

Em dois anos, cresce em 10,2 milhões o número de brasileiros que fazem trabalho sem remuneração, sobretudo aquele relacionado às atividades domésticas, aponta IBGE

Mulheres seguem sendo maioria na dedicação aos afazeres domésticos; 93% das mulheres com 14 anos ou mais fazem algum trabalho doméstico — Foto: Joalline Nascimento/G1

Enquanto o mercado de trabalho no Brasil segue deteriorado, com queda do emprego formal e aumento expressivo da informalidade, cresce o número de pessoas dedicadas ao trabalho não remunerado no país, sobretudo aquele relacionado às atividades domésticas. É o que revela uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O instituto investiga quatro formas de trabalho que, se fossem remuneradas, poderiam agregar valor ao Produto Interno Bruto (PIB) do país. São elas:

afazeres domésticos

cuidados de pessoas

produção para próprio consumo

trabalho voluntário

Segundo a pesquisa, em 2018 148,8 milhões de brasileiros realizavam pelo menos um tipo de trabalho não remunerado, 10,2 milhões a mais que em 2016, quando esse número era de 138,6 milhões – um aumento de 7,35% no período.

Os afazeres domésticos constituem o trabalho não remunerado realizado pelo maior contingente de pessoas no país. Em 2018, 145,1 milhões de brasileiros realizam alguma atividade doméstica, seja no próprio domicílio ou na casa de parentes. Este número também aumentou em 10,2 milhões de pessoas em relação a 2016, quando este grupo somava 134,9 milhões – uma alta de 7,56% nestes dois anos.

A analista da Coordenadoria de Trabalho e Rendimento do IBGE (Coren) Marina Aguas enfatizou que uma mesma pessoa pode realizar mais de um dos trabalhos não remunerados simultaneamente.

Percentualmente, no entanto, foi a produção para o próprio consumo que mais aumentou no período. A alta foi de 25% em dois anos. De acordo com a pesquisa, 13 milhões de brasileiros produziam algo para consumo no lar em 2018, 2,6 milhões a mais que em 2016, quando este contingente era de 10,4 milhões.

Mais homens nas tarefas domésticas

Das 10,2 milhões de pessoas que desde 2016 também passaram a se dedicar a afazeres domésticos, 6,1 milhões são homens – a maioria deles jovens entre 14 e 29 anos, destacou a analista Marina Aguas.

O aumento maior entre os homens é natural, segundo a pesquisadora, pois é o grupo com espaço para crescer. Do total de mulheres com 14 anos ou mais, 92,2% faziam algum tipo de trabalho doméstico em 2018, enquanto o percentual de homens nesta condição chegou a 78,2% – em 2016, estes percentuais eram, respectivamente, de 89,8% e 71,9%.

“É uma coisa realmente estrutural no nosso país a mulher se dedicar mais que os homens aos afazeres domésticos”, enfatizou Marina Aguas.

A pesquisa, no entanto, indica que há uma tendência de reduzir a discrepância entre homens e mulheres nos cuidados com o lar. A diferença da taxa de realização de afazeres domésticos entre os dois sexos era de 17,9 pontos percentuais em 2016, caiu para 15,3 p.p. em 2017, chegando a 14 p.p em 2018.

“O que a gente tem que perceber é quais são as tarefas e o tempo despendido a elas entre homens e mulheres. Elas são mais dedicadas ao funcionamento da casa, eles às atividades mais periféricas. Além disso, as mulheres continuam dedicando o dobro do tempo gasto pelos homens a essas tarefas”, ponderou a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

O IBGE considera como afazeres domésticos:

Preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça

Fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel ou eletrodomésticos

Cuidar da organização do domicílio (pagar contas, contratar serviços, orientar empregados, etc.)

Cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos

Limpar ou arrumar o domicílio, a garagem, o quintal ou o jardim

Fazer compras ou pesquisar preços de bens para o domicílio

Cuidar de animais domésticos

Dentre as mulheres que realizaram afazeres domésticos no ano passado, 95,5% preparam ou servem alimentos, além de arrumar a mesa ou lavar a louça, e 90,9% cuidam da manutenção de roupas e sapatos. Entre os homens, estes percentuais foram, respectivamente, de 60,8% e 54%.

Homens só superaram mulheres nos reparos e manutenção

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. Muito simples, contratem uma doméstica. Se a dona de casa não pode pagar, ela mesma vai ter q fazer. Se ela trabalha pra sustentar a família ganhando um S.M. alguém da casa vai ter q fazer.

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Diversos

IBGE: RN e mais 11 estados deverão ter sua população reduzida antes de 2048 por conta de fluxos migratórios negativos; maior saída do que ingresso de habitantes

A população brasileira continuará a crescer até 2047, quando atingirá 233,2 milhões de pessoas. No entanto, a partir de 2048, haverá uma queda gradual até 2060, quando recuará para 228,3 milhões, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Hoje, o total de habitantes no Brasil é de mais de 208 milhões.

A revisão 2018 da Projeção da População do Brasil detalha a dinâmica de crescimento da população brasileira, acompanhando variáveis como fecundidade, mortalidade e migrações, e projeta o número de habitantes para as 27 unidades da federação.

Doze estados – Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte – deverão ter sua população reduzida antes de 2048 por conta de fluxos migratórios negativos. Ou seja, maior saída do que ingresso de habitantes.

Por outro lado, para 8 estados não há previsão de diminuição da população até 2060. São eles: Goiás. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre.

Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul deverão ser os primeiros estados a apresentar redução da população, impactados tanto pela perda de moradores para outros estados como também pela queda das taxas das taxas de fecundidade.

Mais 58 mil venezuelanos devem chegar a Roraima até 2022

Em relação à migração internacional, o IBGE estima que 20,5 mil venezuelanos se mudaram para Roraira entre 2015 e 2017, e que outros 58,5 mil devem migrar para o estado entre 2018 e 2022.

Potenciais eleitores

O estudo do IBGE aponta que, em 2018, o Brasil tem 160,9 milhões de pessoas com 16 anos ou mais de idade que seriam potenciais eleitores. Esse número cresceu 2,5% em relação a 2016, quando havia 156,9 milhões de pessoas aptas a votarem em eleições.

Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade no país tem se mantido relativamente estável nos últimos anos, mas com tendência de queda. Em 2018 chegou a 1,77 filho para cada mulher. Em 2010, estava em 1,75 e chegou a 1,8 em 2015.

Segundo o IBGE, em 2060, o número médio de filhos por mulher deverá cair 1,66.

Roraima é hoje o estado com maior taxa de fecundidade (2,31 filho a cada mulher), seguido por Amazonas (2,28) e Acre (2,22). As menores são as de Minas Gerais (1,62) e Rio Grande do Norte (1,65).

Já em 2060, Roraima deverá continuar com a maior taxa de fecundidade (1,95), seguido por Pará, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, todos com 1,80. As menores deverão ser Distrito Federal (1,50), Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os quatro com 1,55.

A pesquisa mostra ainda que, em 2018, as mulheres brasileiras têm filhos, em média, aos 27,2 anos. Em 2060, essa idade aumentará para 28,8 anos.

Expectativa de vida

Já a projeção para a expectativa de vida do brasileiro ao nascer – atualmente de 72,74 anos para homens e 79,8 anos para mulheres – é alcançar 77,9 anos para homens e 84,23 anos para as mulheres em 2060.

A revisão de 2018 estendeu a projeção de vida da população para as unidades da federação até 2060. O estudo mostrou que Santa Catarina – estado que já possui a maior expectativa de vida para ambos os sexos (79,7 anos) – deverá manter a liderança, chegando aos 84,5 anos em 2060.

O Maranhão tem a menor expectativa de vida para os nascidos em 2018 – 71,1 anos. Em 2060, esse posto deverá ser ocupado pelo Piauí – naquele ano, a expectativa de vida do estado será de 77 anos.

Envelhecimento da população

Em 2018, a idade média da população é de 32,6 anos. Nove estados apresentam idade média abaixo dos 30 anos. Desses, o estado mais jovem é o Acre, com idade média de 24,9 anos.

Já os estados das regiões Sul e Sudeste apresentam média de idade da população acima da projetada para o Brasil – o Rio Grande do Sul, onde a média é de 35,9 anos, é o mais envelhecido da federação.

Idosos vão superar número de crianças em 21 anos

Segundo a projeção, o percentual de idosos chegará a um quarto da população até 2060. A fatia de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 20% em 2046, chegando a 25,5% em 2060.

O estudo mostra que também é possível medir o envelhecimento populacional comparando a população com 65 anos de idade ou mais e os menores de 15 anos. Para o Brasil em 2018, esse índice mostra que há 43,2 crianças de até 14 anos para cada grupo de 100 idosos com 65 anos ou mais.

Em 2039, haverá mais pessoas idosas que crianças vivendo em território brasileiro, projeta o IBGE.

“O que explica esse envelhecimento é a queda na taxa de fecundidade total, que reduz o número de nascimentos ao longo do tempo. Essa queda é observada em todos os estados brasileiros – primeiro nos estados do sul e sudeste e depois nas outras regiões”, destacou Leila Ervatti, demógrafa do IBGE.

RS, RJ e MG devem ser os primeiros estados a ter mais idosos do que crianças (Foto: Divulgação/IBGE)

O Rio Grande do Sul como o primeiro estado que experimentará uma proporção maior de idosos que crianças de até 14 anos – isso deverá ocorrer em 2029. Apenas quatro anos depois, tanto o Rio de Janeiro quanto Minas Gerais também deverão ter mais idosos que crianças.

Estados mais jovens, como Amazonas e Roraima, continuarão com mais crianças que idosos até o limite desta projeção, em 2060.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. A política tradicional acelera o caos e a barbárie instalada em nosso país. Em todos as áreas, as políticas públicas funcionam para não resolver os problemas apresentados. Podemos citar as políticas de educação, saúde, assistência social, segurança pública e as políticas de muitas outras. É como enxugar gelo, o formato de como os problemas da segurança pública estão sendo enfrentados. Sem solução. É o que se percebe.

  2. RN, Estado f.d.p! Terra de políticos satânicos! Destruição e caos reinam nesta terra de escravos!
    #PARTIUDORN.

  3. O melhor a fazer para quem não pode sair do país, saia do Rn, pense como vocês vão evoluir, infelizmente os piores politicos do pais estão no Rn, sinto muito em dizer isso , o Rn é meu estado mais não recomendo nem a passeios.

  4. Isso é porque a petralha Fátima não assumiu o governo, quando ela comecar dizendo que tão querendo dar um gopi ou sabotando a administração dela, e o estado do RN ficando num caos, aí é que vai gente embora, vai virar uma Venezuela!!!

  5. Na realidade, muita gente está é deixando o Brasil.
    O país piorou significativamente durante e mesmo depois do maldito e maléfico governo do PT.
    Muita gente está depositando a sua confiança na esperança que Bolsonaro possa reverter o quadro triste e caótico do puteiro chamado Brasil.
    A esquerda não tem nada de bom para contribuir com a humanidade, imagine com o Brasil.

    1. Tirei minha família e amigos da Bananaland e todos me agradecem até hoje. Os recalcados aqui do BG ficam me criticando e continuam nessa país miserável. God bless America e fuja enquanto é tempo!

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Diversos

Crise no mercado de trabalho faz renda do brasileiro encolher em 2017, aponta IBGE; desigualdade aumenta no Nordeste

(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

A crise no mercado de trabalho fez a renda do brasileiro encolher em 2017. Em média, a população perdeu R$ 12 no rendimento mensal real na comparação com o ano anterior – passou de R$ 2.124 para R$ 2.112, o que representa uma queda de 0,56%. Já o rendimento proveniente do trabalho caiu R$ 31 no mesmo período – de R$ 2.268 de R$ 2.237, um redução de 1,36%. É o que aponta um levantamento divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Com base na Pesquisa Mensal por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o instituto constatou que 60,2% da população – o equivalente a 124,6 milhões de pessoas – tinham algum tipo de rendimento em 2017.

Dentre a população que tinha rendimento, 41,9% o recebia do trabalho e 24,1% de outras fontes – estas se dividem em aposentadoria ou pensão (14,1%); aluguel e arrendamento (1,9%); pensão alimentícia ou doação (2,4%) e outros rendimentos (7,5%), categoria que inclui, por exemplo, seguro-desemprego, programas sociais como o Bolsa Família e poupança.

(Foto: Ilustração: Roberta Jaworski/G1)

As outras fontes de rendimento distintas do trabalho tiveram um acréscimo de R$ 32, passando de R$ 1.350 para R$ 1.382, um aumento de 2,37%.

Dentre estas outras fontes de renda, a mais frequente entre a população é a de aposentadorias ou pensões, que teve acréscimo médio de R$ 32 na passagem de 2016 para 2017 – um aumento de 1,27%.

O gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, afirmou, no entanto, que a variação dos valores de cada uma das fontes de renda não foi estatisticamente relevante.

“O IBGE desenvolveu uma metodologia que aponta de maneira efetiva se essa variação é significativa ou não, e não foi”, afirmou o pesquisador.

A série histórica desta pesquisa do IBGE começou em 2016.

Sudeste puxou redução na renda do trabalho

Considerando apenas a população que tinha renda proveniente do trabalho, o rendimento médio no Brasil ficou R$ 45 abaixo de 2017. Analisando regionalmente, porém, apenas o Sudeste teve queda neste rendimento – passou de R$ 2.625 para R$ 2.425, uma queda de R$ 200.

Em todas as demais regiões houve aumento do valor médio recebido pela população ocupada. A Centro-Oeste foi a que teve o maior aumento real, de R$ 91, seguida pelo Sul (R$ 28), Nordeste (R$ 25) e Norte (R$ 18).

Azeredo lembrou que a região Sudeste foi a que registrou a maior perda de postos de trabalho ao longo do ano. “Vale lembrar que no Rio de Janeiro, por exemplo, eram postos no setor de petróleo, que tem salários altos”, apontou.

Já a situação no Centro-Oeste, segundo o pesquisador, às características de emprego do Distrito Federal. “A maior parte dos trabalhadores de lá está no funcionalismo público, e funcionários públicos não perdem rendimento de trabalho”, explicou.

10% da população concentrou 43% dos rendimentos

A soma dos rendimentos recebidos por todos os brasileiros em 2017 foi de R$ 263,1 bilhões por mês, em média. Desse montante, 43,3% estava concentrado nas mãos de 10% da população do país. Já a parcela dos 10% das pessoas com os menores rendimentos detinha apenas 0,7% da massa.

A pesquisa revelou, ainda, que do total de trabalhadores, aproximadamente 4,4 milhões (5%) recebiam, em média, apenas R$ 47 mensais.

A concentração de renda, entretanto, não variou significativamente em relação a 2016, o que fez com que o índice de Gini – indicador que mostra o nível de desigualdade de renda de um país – se mantivesse em 0,549.

“O grande destaque dessa divulgação é que o Brasil continua um país desigual. Ela evidencia que a desigualdade persiste e que ela não reduz”, enfatizou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.

Desigualdade cai no Sudeste e sobe nas demais regiões

Regionalmente, porém, a desigualdade não ficou estável. Ela caiu no Sudeste, e aumentou nas demais regiões, principalmente no Nordeste.

No Sudeste, o índice de Gini recuou de 0,535 para 0,529. Já no Nordeste ele aumentou de 0,555 para 0,567; no Norte, de 0,539 para 0,544; no Centro-Oeste de 0,523 para 0,536 e no Sul de 0,473 para 0,477. O indicador aponta que quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade de renda.

Embora afirme que as variações do Gini regional não tenham tido relevância estatística, Azeredo avaliou que no Sudeste o indicador caiu porque “a população do extrato de renda mais alta foi a que mais perdeu rendimento”, enquanto no Nordeste, onde o índice aumentou, “quem estava embaixo caiu um degrau a mais”, ficando ainda mais distante dos que ganham mais.

1% mais rico ganha 36 vezes mais que os 50% mais pobres

Ao analisar a diferença na concentração de renda, o IBGE apontou as pessoas que faziam parte do 1% da população com os maiores rendimentos (R$ 27.213 mensais em média) ganhavam, em média, 36,1 vezes mais que a metade da população que detinha os menores rendimentos (R$ 754). No ano anterior, este grupo de 1% com maiores rendimentos ganhavam 36,3 vezes a média dos 50% com rendimentos mais baixos.

A região Sul foi a que apresentou a menor distância entre estes dois grupos – o 1% mais rico ganhava em média 25 vezes o montante recebido pelos mais pobres -, enquanto no Nordeste foi observada a maior distância entre eles, de 44,9 vezes.

Segundo a pesquisa, o grupo dos 50% da população com menores rendimentos recebia no Sul do país, em média, R$ 974, mais que o dobro do valor recebido pelo mesmo grupo do Nordeste, que foi de R$ 487.

“Para mudar essa situação o país tem que gerar emprego, emprego decente, promover a educação para todos. Tem que fazer uma série de coisas que já sabemos serem necessárias”, avaliou o pesquisador do IBGE.

Proporção de domicílios com Bolsa Família cai

A pesquisa do IBGE mostrou, ainda, que caiu o percentual de domicílios que contavam com o Programa Bolsa Família na composição do rendimento familiar. Em 2016 este percentual era de 14,3% e caiu para 13,7% em 2017.

O maior percentual de domicílios que contavam com o benefício foi observado no Nordeste. Lá, 28,4% das famílias com algum tipo de rendimento contavam com o Bolsa Família. Em seguida, aparece a região Norte, com 25,8% dos domicílios com repasse da verba federal. No Centro-Oeste, este percentual foi de 8,5%, no Sudeste de 6,7% e no Sul de 4,6%.

O coordenador da pesquisa enfatizou que o rendimento médio domiciliar per captita nos domicílios que contavam com o Bolsa Família era de R$ 324, enquanto naqueles que não tinham o benefício era de R$ 1.489.

“Isso mostra que o acesso [ao programa] é bem aplicado, que mesmo que haja algum tipo de fraude, quem o está recebendo, no geral, tem necessidade de recebe-lo”, avaliou.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Vale ressaltar que quem elegeu Michel Temer, foram os mongoloides Petistas. Já já, vão querer dizer que Temer foi eleito vice com a ajuda da oposição. As lembranças são seletivas desse povo.

  2. Golpe concentrou riqueza e derrubou a renda dos brasileiros

    Em 2017, um ano após o golpe parlamentar de 2016 que levou Michel temer ao poder, os 10% da população com os maiores rendimentos detinham 43,3% da massa de rendimentos do país, enquanto a parcela dos 10% com os menores rendimentos detinha 0,7% desta massa; pessoas que faziam parte do 1% da população brasileira com os maiores rendimentos recebiam, em média, 36,1 vezes mais que o rendimento médio dos 50% da população com os menores rendimentos , segundo dados da PNAD Contínua do IBGE.

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Diversos

Desemprego cai para 12% em novembro, aponta IBGE

Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress

A taxa de desemprego no país no trimestre encerrado em novembro caiu para 12%, divulgou o IBGE nesta sexta-feira (29). O indicador veio abaixo do registrado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em agosto, quando a taxa esteve em 12,6%.

Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa de abrangência nacional no IBGE, que registra empregos formais e informais no país.

Novembro foi o mês em que entrou em vigor as novas regras trabalhistas no Brasil. Pelos dados do Caged, pesquisa sobre trabalho formal do Ministério do Trabalho, houve em novembro o fechamento de 12,3 mil vagas com carteira assinada país. A pesquisa do IBGE, contudo, é mais abrangente e investiga o mercado de trabalho por períodos de três meses. Por isso que uma pesquisa mostra fechamento de vagas enquanto outra registra queda no desemprego.

Pelos dados da Pnad Contínua, a população ocupada no país encerrou novembro em 91,9 milhões de pessoas. O dado, que inclui vagas com e sem carteira assinada, teve alta de 1% em relação ao trimestre encerrado em agosto. No total, 887 mil novas pessoas encontraram um trabalho em novembro.

De acordo com o IBGE, a alta ocorreu, principalmente, devido às contratações de final de ano do comércio e também pelo contínuo aumento da informalidade. Desde o início deste ano que o desemprego cai a medida que são criadas vagas informais, como trabalhos sem carteira assinada ou por conta própria. São vagas com menos proteções da lei trabalhista.

O trabalho sem carteira assinada cresceu 3,8% no período. Ao todo, 411 mil pessoas passaram ao emprego sem carteira em novembro, totalizando 11,2 milhões de brasileiros nessa condição.

As contratações do comércio ocorrem, em parte, porque o Natal deste ano foi melhor em vendas do que períodos passados em razão da melhora da economia, ainda que lenta e gradual, e também da liberação, por exemplo, do dinheiro das contas inativas do FGTS à população. Segundo a Serasa Experian, as vendas de Natal em 2017 foram 5,6% melhores que as de 2016, interrompendo sequência de três anos de quedas.

A queda na taxa de desemprego refletiu também queda na população desocupada, que são as pessoas desempregadas, mas que estão em busca de colocação no mercado.

A população desocupada encerrou novembro em 12,6 milhões de pessoas, queda de 4,1% (ou 543 mil pessoas a menos) frente ao trimestre encerrado em agosto.

O contingente de trabalhadores com carteira assinada e por conta própria não teve variações significativas no período.

ANO

O desemprego registrou leve melhora na base de comparação anual, algo que não havia sido visto ainda nas divulgações anteriores.

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em novembro de 2016 foi de 11,9%.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

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Diversos

Inflação recua para 0,28% em novembro, aponta IBGE; itens importantes na cesta de compras do brasileiro tiveram quedas expressivas

A inflação do país ficou em 0,28% em novembro, divulgou o IBGE nesta sexta-feira (8). O IPCA, indiciador oficial de inflação, veio mais baixo do que o verificado em outubro, quando tinha variado 0,42%.

A queda do preço dos alimentos ajudou a desacelerar o indicador. Em novembro, os alimentos completaram sete meses seguidos de preços mais baixos, ao registraram queda de 0,38%. O recuo foi maior que o verificado em outubro, de 0,05%.

Os alimentos caíram de preço em razão da super safra no primeiro semestre do ano. Agricultores tiveram um bom início de ano, com produções recordes, o que ajudou a reduzir preços de alguns produtos. Neste ano, os alimentos, que foram um dos vilões da inflação no ano passado, deram alívio no bolso do consumidor.

Itens importantes na cesta de compras do brasileiro tiveram quedas expressivas, como a farinha de mandioca (-4,78%), tomate (-4,64%), frutas (-2,09%), pão francês (-0,55%) e carne (-0,11%).

No acumulado do ano, alimentos têm queda de 2,40%, o menor índice desde 1994, ano da implantação do Plano Real.

A queda é verificada apenas no preço dos alimentos que são consumidos dentro de casa. Comer fora, contudo, ficou 0,21% mais caro em novembro.

A alimentação tem impacto significativo na inflação porque representa cerca de 25% das despesas das famílias.

Além da alimentação, o único dos nove grandes grupos de produtos e serviços investigados pelo IBGE que teve queda foram os artigos de residência. O recuo de 0,45% em novembro pode ser explicado pelas promoções da Black Friday no varejo.

Na ponta das altas, o destaque foi o grupo habitação. O indicador desacelerou em relação a novembro, mas manteve alta de 1,27% nos preços, tendo sido o de maior impacto no índice de inflação. A alta deveu-se ao aumento da tarifa da energia elétrica no período.

Transportes tiveram alta de 0,52% em novembro, o que representou avanço frente a outubro (0,49%). A alta foi puxada por aumentos da gasolina (2,92%) e do etanol (4,14%)

ACUMULADO

A queda do preço dos alimentos ajudou a desacelerar a inflação. Em novembro, os alimentos completaram sete meses seguidos de preços mais baixos, ao registrarem queda de 0,38%.

O recuo foi maior do que o verificado no mês anterior, de 0,05%.

Apesar da desaceleração, a inflação de novembro veio mais alta do que a verificada um ano antes, em novembro de 2016 (0,18%).

No acumulado dos 11 meses do ano, a inflação ficou em 2,5% —a menor taxa acumulada para o mês desde 1998. Já no acumulado em 12 meses encerrados em novembro, a alta é de 2,80%. Nos dois casos, os valores ficaram abaixo do centro da meta de inflação do governo, de 4,5% ao ano com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Economistas e analistas ouvidos pelo Banco Central na semana passada no Boletim Focus estimam que a inflação termine o ano em 3,03%.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. segundo o próprio governo, os reajustes são medidas para elevar a competitividade no mercado. Essa desculpa de descalabro, e conversa pra boi dormir!

  2. Espere… Gasolina e gás não entram m ais na composição da inflação???
    Mais uma mentira desse (des)governo Temer!!!

    1. Claro que entram. O índice é uma média ponderada de muitos itens.
      Gasolina e gás sobem por causa dos anos de descalabro na Petrobras.

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Diversos

Mulheres passam o dobro do tempo dos homens com tarefas domésticas, aponta IBGE

Mulheres se dedicam mais aos cuidados com limpeza do lar, enquanto os homens fazem serviços de manutenção e reparos, aponta pesquisa (Foto: Reprodução/TV Globo)

No Brasil, nove entre cada dez mulheres realizam algum tipo de tarefa doméstica durante, no mínimo, uma hora semanal. Entre os homens, sete em cada dez se dedicam a afazeres domésticos, mas dedicam metade do tempo gasto pelas mulheres nestas atividades. É o que revela um levantamento divulgado nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Constatou-se, também, que as mulheres dedicam, em média, 20,9 horas semanais aos cuidados com o lar, enquanto eles dedicavam 11,1 horas semanais.

“Isso pode explicar, por exemplo, porque a participação da mulher no mercado de trabalho é menor que a do homem”, apontou Alessandra Brito, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), o IBGE buscou, ao longo de 2016, investigar outras formas de trabalho distintas da ocupação remunerada.

Foram investigados no levantamento, além da realização de afazeres domésticos, a realização de cuidados de pessoas, de trabalho voluntário e da produção para o próprio consumo.

“São formas de trabalho que poderiam ser valoradas. São serviços que você poderia contratar ou produtos que poderia comprar, pagando por eles, mas acaba fazendo por conta própria ou sem cobrar nada por eles”, explicou a pesquisadora.

De acordo com a pesquisa, em 2016, 81,3% da população brasileira com mais de 14 anos (cerca de 135,5 milhões de pessoas) havia realizado afazeres domésticos no domicílio onde vive ou na casa de parentes. Entre as mulheres, a taxa de realização deste tipo de trabalho foi de 89,8%, enquanto entre os homens foi de 71,9%.

Tanto entre as mulheres quanto entre os homens, a taxa de realização de afazeres domésticos foi maior no grupo etário entre 25 e 49 anos – respectivamente 93,5% e 75,9% – e menor, para ambos os gêneros, na faixa etária entre 14 e 24 anos de idade – 83,4% entre as mulheres e 59,5% dos homens.

A pesquisa buscou observar, ainda, dentre as pessoas que realizaram tarefas domésticas quantas tinham ocupação profissional. Constatou-se que 82,7% delas trabalhavam.

Esta tendência foi observada tanto entre as mulheres quanto entre os homens – 92,2% das mulheres ocupadas realizavam tarefas domésticas, enquanto 75,5% dos homens ocupados também as faziam.

Tarefas relacionadas com a alimentação no domicílio foram as principais atividades domésticas realizadas por ambos os sexos. As mulheres, no entanto, se dedicam mais aos serviços de limpeza do lar, enquanto os homens priorizam pequenos reparos e serviços de manutenção.

Infográfico mostra percentual de homens e mulheres que executam as diferentes tarefas domésticas (Foto: Arte/G1)

Cuidados de pessoas

O levantamento do IBGE sobre formas de trabalho não remuneradas mostrou que cerca de ¼ da população em idade de trabalhar cuidou de outras pessoas em 2016. O percentual de mulheres (32,4%) que se dedicavam a cuidar de pessoas foi superior ao dos homens (21%).

O IBGE destacou que tanto para os homens (64,7%) quanto para as mulheres (60,7%), a realização de cuidados com pessoas se concentrava na faixa etária de 25 a 49 anos.

“Essa é uma faixa etária que se caracteriza por um grande percentual de pessoas com filhos com idade de serem cuidados”, observou o instituto.

A pesquisa mostrou que 49,6% das pessoas que receberam cuidados tinham entre 0 e 5 anos de idade e 48,1% tinham entre 6 e 14 anos. O cuidado de idosos correspondeu a apenas 9% dos casos.

Monitorar ou fazer companhia dentro do domicílio foi o principal cuidado desempenhado (86,9%). A menor ocorrência de cuidados foi relacionada ao auxílio a atividades educacionais (66,8%).

“Se eu cuidar do filho da vizinha para ela poder sair, isso não é cuidado de pessoas, isso é trabalho voluntário”, ressalvou Alessandra Brito, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Trabalho voluntário

A partir da Pnad, o IBGE estimou que 6,5 milhões de brasileiros realizaram trabalho voluntário em 2016. Este contingente corresponde a apenas 3,9% da população com mais de 14 anos.

Em média, foi maior a proporção de mulheres (4,6%) na comparação com os homens (3,1%) que realizaram algum tipo de trabalho voluntário. Todavia, eles se dedicavam a estas atividades por mais horas semanais que elas (6,9 horas para homens e 6,6 horas para elas).

A pesquisa mostrou ainda que foi maior a proporção (4,2%) das pessoas que trabalhavam e se dedicavam também ao trabalho voluntário que a de pessoas desocupadas (3,6%).

Além disso, o levantamento apontou que a Região Norte do país foi a que apresentou a maior taxa de trabalho voluntário (5,6%) na comparação com as demais regiões. Em segundo lugar, aparece a Região Sul (5%). O Nordeste ficou na lanterna deste ranking, com taxa de 3%.

Dentre as pessoas que fizeram trabalho voluntário, a grande maioria (91,5%) o fizeram por meio de empresa, organização ou instituição. Os principais locais de realização deste tipo de trabalho foram congregações religiosas, sindicato, condomínio, partido político, escola, hospital e asilo.

“Às vezes, a pessoa ajudava, por exemplo, a limpar a igreja após uma celebração. Mas ela sequer se dava conta de que aquilo era trabalho voluntário”, destacou a pesquisadora Alessandra Brito.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Cada um com suas qualidades, parabéns mulheres pelo trabalho doméstico, louça e roupa lavada. E parabéns aos homens por administrar e trabalhar pela família, viva a tradição.

    1. "Cada um com suas qualidades"
      Cara, assim fica parecendo que a mulher fica reduzida a tarefas domésticas. Ademais, as vezes essa tal de "tradição" serve para justificar e maximizar injustiças e preconceitos.
      Devemos ter mais cuidado.

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Diversos

GRAVÍSSIMO: Desemprego avança e atinge 10,2% no trimestre até fevereiro, aponta IBGE

imagem-ilustrativa-para-materia-sobre-exame-da-oab-carteira-de-trabalho-1376849800408_615x300Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A taxa de desemprego no país atingiu 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, em média, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o maior nível registrado pela pesquisa, que começou a ser feita em 2012.

O resultado ficou acima da taxa do trimestre encerrado em novembro de 2015 (9,0%) e superou, também, a do mesmo trimestre do ano anterior (7,4%). Nos três meses até janeiro, a taxa havia atingido 9,5%.

O número de desempregados chegou a 10,4 milhões de pessoas, em média, o que representou alta de 13,8%, ou 1,3 milhão de pessoas, em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015. No confronto com igual trimestre de 2015, o resultado subiu 40,1% (mais 3 milhões de pessoas).

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal. Ela usa dados de trimestres móveis, ou seja, de três meses até a pesquisa. Na de fevereiro, são usadas informações de dezembro, janeiro e fevereiro.

Três pesquisas sobre emprego

O IBGE divulgava mais duas pesquisas com dados de desemprego, mas vai manter apenas a Pnad Contínua mensal, que é nacional.

A PME (Pesquisa Mensal de Emprego) media a taxa mês a mês, com base em seis regiões metropolitanas: Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A última divulgação da PME foi em março e indicou que o desemprego atingiu 8,2% em fevereiro.

A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) foi divulgada até fevereiro e, depois, encerrada. Segundo ela, o número de trabalhadores na indústria em 2015 caiu 6,2%, quarto ano seguido de queda e o maior tombo desde 2002, quando a pesquisa começou a ser feita.

UOL, com Reuters

Opinião dos leitores

  1. Ainda não conseguimos Bater o recorde dos tucanos no anos 90, inclusive com população menor. Mais tem coxinha idiota aqui em baixo q votou e vota nessa turma. Hipócritas!
    Afinal uma vez midiota sempre midiota.

  2. Parabéns Dilma, PT, vocês conseguiram um fato inédito criar 10, 4 milhões de desempregados números que totalizam toda POPULAÇÃO DE PORTUGAL . Conforme dados demográficos, PORTUGAL tinha em 2014 uma população de 10.374.822 (milhões de habitantes ).

  3. Hô bando de alienados Ptralhas, ainda procuram justificativas para os roubos. kkkkk. Mete mortadelas neste povo, para ver se morrem de tanto comer porcaria. kkkkkkkkk

  4. Aperte o 1 depois o 3 em seguida CONFIRME….Pronto!!! Vc acaba de contribuir com o desemprego no país!!!!

  5. Segundo o lider dos coxinhas (Cunha) na camara não passa nada até o senado aceitar o pedido do impedimento da presidenta Dilma. Este é o país da globo e de seus seguidores fieis e ignorantes.

    1. É meu caro, deve ter sido da Globo a ordem de contrariar o Conselho Diretor do BB e da Caixa para reter o pagamento de R$90 bi causando aumento da inflação, juros e a consequente redução de investimentos e aumento do desemprego.
      Ainda bem que temos você que é mais inteligente que nós 'ignorantes' para abrir nossos olhos.

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Diversos

FANTASMAS DO PASSADO VOLTAM A CRESCER: Trabalho infantil tem primeira alta em dez anos, aponta IBGE

As mãos têm calos rígidos, formados por anos carregando peso. A pele do rosto –fina, sem pelos– denuncia, contudo, a pouca idade.

M.S., 13, é vendedor ambulante no centro do Rio. Desde os sete anos, trabalha em terminais de ônibus, vendendo balas e biscoitos. O garoto é uma das 554 mil crianças que trabalhavam no ano passado no Brasil.

Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta sexta-feira (13) pelo IBGE, o número de pessoas com idade entre 5 e 13 anos trabalhando subiu 9,48% em 2014, frente a 2013, quando eram 506 mil menores nessa condição.

É a primeira alta no indicador de trabalho infantil no Brasil em uma década. O número vinha em queda desde o início da série histórica da pesquisa, em 2004, quando o número de crianças trabalhando nessa faixa etária era de 2,4 milhões. Na passagem de 2013 para 2014, houve aumento de 48 mil crianças nessa situação.

A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de trabalho de crianças até 13 anos de idade. A partir dos 14 anos, o trabalho é permitido como aprendiz, com jornada reduzida, sem ser em postos insalubres ou perigosos, e desde que estejam na escola.

De acordo com a secretária executiva do FNPETI (Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil), Isa Oliveira, a reversão da tendência de queda no indicador é preocupante.

Mantidas as condições atuais da economia, com perda de renda do trabalho e desemprego em alta, é de se esperar que esse indicador esteja ainda maior em 2015.

“Crianças que trabalham desde cedo têm cada vez menos chance de se tornarem adultos provedores de suas famílias. Esse número é uma tragédia e expõe a falta de cuidado do poder público em proteger as crianças, que têm o direito constitucional de ir à escola e de não trabalhar antes da idade correta”, afirmou.

Oliveira explica que o trabalho infantil é um dos maiores fatores de evasão escolar no país. A pesquisa do IBGE apontou estabilidade na presença de crianças dessa faixa etária nas escola –de 97,8% em 2013 para 98,9% em 2014.

Segundo ela, mesmo os programas de transferência de renda não garantem a erradicação do trabalho infantil. O Bolsa Família, por exemplo, exige que os filhos dos beneficiários frequentem a escola, mas não diz nada a respeito de trabalho e estudo simultâneo.

É o caso de M.S., que estuda antes de trabalhar das 13h às 21h no centro do Rio. “Consigo ganhar R$ 500 nas vendas por mês. Fico com R$ 200 e entrego o restante para o dono da mercadoria”, diz, inclinando a cabeça na direção de um homem na faixa dos 40, que o chama assim que percebe a reportagem.

Morador de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, M.S. começa o dia às 4h30 da manhã. “Pego o ônibus das 5h e às 7h já estou na escola, aqui no centro. Estudo na quarta série. À tarde, venho para o trabalho. Almoço uma quentinha. Gosto de trabalhar”, diz.

Diariamente, por oito horas, os ombros do corpo franzino servem de apoio para dois ganchos que carregam cada cinco quilos de doces e biscoitos. “Vai levar dois amendoins por um real, cinco é dois”, anuncia a passageiros que, indiferentes a sua presença, sobem em um ônibus.

Filho de uma cabeleireira, herdou a profissão do pai, que o ensinou a contar antes de aprender a ler. “Aprendi a contar troco aos seis anos. Ler, depois”, disse. Apesar da rotina, M.S. diz que faz o que gosta. “Final de semana não trabalho. Descanso, assisto TV”.

Segundo Oliveira, do FNPETI, há uma percepção errada da sociedade que os jovens pobres que trabalham estão mais longe da criminalidade. “Lugar de criança é na escola e não trabalhando. Estudos mostram que o aproveitamento escolar de uma criança que estuda é 12 pontos percentuais abaixo do que uma que só estuda”, disse.

A Pnad 2014 mostrou ainda que, pela primeira vez desde 2006, houve aumento na quantidade de crianças entre cinco e 17 anos que trabalham no Brasil. Eram 3,1 milhões nessa condição em 2013 e no ano seguinte, 3,3 milhões, alta de 4,4%. Na passagem de um ano para o outro, 148 mil menores passaram a trabalhar.

Das crianças nessa faixa, 62% atuam no campo e 45,6% são sequer remuneradas. De acordo com o IBGE, 96,8% estudam, a despeito de trabalhar.

Folha Press

Opinião dos leitores

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Diversos

Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou estudos, aponta IBGE

O mal estar provocado por gripes e resfriados é o principal motivo que os brasileiros alegam para se ausentar do trabalho, apontou a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgada na manhã desta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros faltaram ao trabalho ou deixaram de estudar pelo menos um dia por conta de gripe ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013, em 62,9 mil domicílios em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não tem, portanto, base de comparação.

Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio Varela, o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e irritação na garganta. Mais brando, pode provocar febre isoladas, que não ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias. Recomenda-se, de acordo com artigo publicado na página do médico, repouso e boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e antitérmicos.

O Ministério da Saúde promove desde maio uma campanha de vacinação contra a gripe no país que vai até a próxima sexta-feira (5). Até o final do mês passado, 23 milhões de pessoas já tinham sido vacinadas.

A pesquisa do IBGE indicou que o segundo motivo mais apresentado para a falta no trabalho ou nos estudos são as dores nas costas, problemas no pescoço ou na nuca, apontados por 10,5% da população.

Em terceiro lugar estão as dores nos braços ou nas mãos, artrites, reumatismos e a DORT (Doenças Ortopédicas Relacionadas ao Trabalho), conhecida também como LER (Lesão por Esforço Repetida), com 5,5% das respostas. Empatadas estão as lesões provocadas por acidentes ou por agressões ou violência de qualquer gênero empatam no terceiro lugar, com o mesmo percentual.

Pressão alta e outras doenças do coração seguem em quarto lugar, sendo motivo apontado por 5% dos brasileiros para ausência de suas atividades habituais. A lista segue com dor de cabeça e enxaqueca (4,7%); diabetes, AVC, derrame ou câncer (4,1%); problema de saúde mental (4,1%); e diarreia, vômito, náusea ou gastrite (4,1%).

A gripe e o resfriado foram os motivos específicos mais relatados, mas o levantamento do IBGE lista “outros tipos de problema de saúde”, apontado por 23,2% da população. O perfil das pessoas que mais deixam de comparecer às atividades por motivo de doenças é de mulheres (8%), com 60 anos ou mais (11,5%) e com ensino fundamental incompleto.

DENGUE

A pesquisa mostrou também que, em 2013, 10,4% da população declararam ter tido dengue diagnosticada por um médico alguma vez na sua vida. O Norte (16,1%) é o que tem a maior incidência da doença, seguido do Centro-Oeste (14,9%) e do Nordeste (13,5%). Sudeste (9,5%) e Sul (1%) têm menos casos.

O país vive um surto de dengue desde o início do ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados em 26 de maio, o Brasil registrou 846 mil casos de dengue nos cinco primeiros meses do ano, um avanço de 155% em comparação com igual período no ano passado.

São Paulo lidera o número de notificações da doença, seguido de Minas Gerais e Goiás. Só nesse ano, 290 pessoas morreram por causa do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.

O perfil das pessoas que declararam ter tido dengue diagnosticada por médico é de mulheres (14,3%), de 40 a 59 anos (17,4%) e com nível superior completo (16,4%). Menos pessoas brancas (10,6%) declararam ter tido a doença do que negras (14,8%) e pardas (14,8).

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Diversos

Taxa de desemprego de 6,4% em abril é a maior desde 2011, aponta IBGE

A taxa de desemprego no país foi de 6,4% em abril deste ano, divulgou nesta quinta-feira (23) o IBGE. Em abril de 2014, a taxa era de 4,9%

O índice, medido pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego), teve aumento em relação à taxa de março de 2015, de 6,2%. Trata-se da maior taxa de desemprego desde maio de 2011, também de 6,4%.

O percentual fica ligeiramente acima da estimativa de 27 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, que havia previsto 6,3% de desemprego para o mesmo período.

RENDIMENTO MÉDIO TEM QUEDA

O rendimento médio real dos trabalhadores em abril teve queda de 0,5%. Ele foi de R$ 2.148,71 em março para R$ 2.138,50 em abril desse ano.

Em abril de 2014, o rendimento médio era de R$ 2.208,08, o que representa uma queda de 2,9% do ano passado para cá.

A PME abrange seis regiões metropolitanas do país -São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Ela deixará de ser divulgada e será substituída no ano que vem pela Pnad Contínua, que é mais abrangente.

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