Clima

SUBIDA DO NÍVEL DO MAR: Aquecimento global ameaça cidades costeiras, alertam peritos da ONU

Foto: © Fernando Frazão/Agência Brasil

A subida do nível do mar, as inundações e a intensificação das ondas de calor ameaçam as cidades costeiras em todo o mundo, diz relatório provisório do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima (IPCC, na sigla em inglês).

De Bombaim a Miami, Daca ou Veneza, essas cidades e os seus milhões de habitantes que vivem na foz dos estuários ou nas linhas sinuosas da costa estão “na linha da frente” da crise climática, que corre o risco de redesenhar os mapas dos continentes, afirma o documento.

“O nível do mar continua a subir, as inundações e as ondas de calor são cada vez mais frequentes e intensas e o aquecimento aumenta a acidez do oceano”, observam os cientistas no relatório de 4 mil páginas sobre os impactos das mudanças climáticas.

De acordo com os peritos climáticos, é preciso “fazer escolhas difíceis”.

Sob o efeito combinado da expansão dos oceanos e do degelo causado pelo aquecimento, a subida do nível do mar também ameaça contaminar os solos agrícolas com água salgada e engolir infraestruturas estratégicas, como portos ou aeroportos.

Um “perigo para as sociedades e para a economia mundial em geral”, alerta o IPCC, lembrando que cerca de 10% da população mundial e dos trabalhadores estão a menos de dez metros acima do nível do mar.

“Para algumas megalópoles, deltas, pequenas ilhas e comunidades árticas, as consequências podem ser sentidas muito rapidamente, durante a vida da maioria das populações atuais”.

De acordo com os peritos, o nível do oceano pode subir 60 centímetros até ao final do século.

“O destino de muitas cidades costeiras é sombrio sem uma queda drástica nas emissões de CO2”, dizem os pesquisadores, acrescentando que “qualquer que seja a taxa dessas emissões, o aumento do nível dos oceanos acelera e continuará a ocorrer durante milénios”.

“A maioria das cidades costeiras pode morrer. Muitas delas serão dizimadas por inundações de longo prazo. Em 2050, teremos uma imagem mais clara”, disse Ben Strauss, da organização Climate Central.

Mas, apesar dessas previsões sombrias, as cidades costeiras continuam a crescer, multiplicando as vítimas em potencial, especialmente na Ásia e na África.

Segundo o documento, um aquecimento global acima do limiar de 1,5 ºC (grau centígrado), fixado pelo acordo de Paris, teria “impactos irreversíveis para os sistemas humanos e ecológicos”. Os peritos afirmam que a sobrevivência da humanidade pode estar ameaçada.

Com as temperaturas médias subindo 1,1 °C desde meados do século 19, os efeitos no planeta já são graves e podem se tornar cada vez mais violentos, ainda que as emissões de dióxido de carbono (CO2) venham a ser reduzidas.

Falta de água, fome, incêndios e êxodo em massa são alguns dos perigos destacados pelos peritos da ONU.

O relatório de avaliação global dos impactos do aquecimento, criado para apoiar decisões políticas, é muito mais alarmante que o antecessor, divulgado em 2018.

O documento deverá ser publicado em fevereiro de 2022, após a aprovação pelos 195 Estados-membros da ONU e depois da conferência climática COP26, marcada para novembro em Glasgow, na Escócia.

Prevista originalmente para novembro de 2020, a 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), com líderes de 196 países, empresas e especialistas, foi adiada devido à pandemia de covid-19.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. enfim assumiram!! o desmatamento da amazônia contribui para esse desastre futuro. mas os poderosos não ligam para isso! é preciso substituir a energia fóssil pela energia limpa! já existe projeto para carro elétrico eólico mas a burocracia do instituto de patentes prejudica a realização do projeto. é a tal da burocracia humana. a má vontade também mata!

  2. Eu fico muito curiosa para saber se tem alguém que leia um relatório de 4 mil páginas…..Todo exagero é digno de desconfiança no poder de convencimento……

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Diversos

Bill Gates financia projeto para ‘escurecer o sol’ e reduzir aquecimento global

Foto: CNN

O bilionário fundador da Microsoft, Bill Gates, estaria financiando um estudo junto a alguns cientistas de Harvard para usar na atmosfera um aerossol que seria capaz de dissipar a quantidade de luz solar que incide sobre a superfície terrestre, informou a revista Forbes. A proposta é conter o aquecimento global.

O nome do projeto é um tanto indecifrável: Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica (SCoPEx, na sigla em inglês). A iniciativa pretende borrifar poeira atóxica de carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera para compensar os efeitos do aquecimento global e refletir parte da luz solar de volta ao espaço.

Um estudo realizado por cientistas de Harvard em 2017 e editado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia apontou que o aerossol de carbonato de cálcio pode ajudar a reduzir o aquecimento da terra, mantendo intactas as partículas essenciais que compõe a estratosfera. É um avanço em relação a outras iniciativas, como o aerossoal de sulfato, que combatia alguns riscos climáticos, mas que acabava por destruir as partículas de ozônio.

Segundo a Forbes, a questão mais delicada do ‘escurecimento do sol’ é que, não se sabe o quanto de aerossol seria suficiente para resfriar a atmosfera em um nível sustentável. Além disso, os cientistas envolvidos no projeto alegam que, a princípio, o aerossol poderia ser eficiente apenas para dispersar a luz solar e, com isso, resfriar a superfície terrestre, mas que, de imediato, não haveria nenhuma mudança química na estratosfera. A iniciativa, portanto, dissiparia o calor solar que atinge a terra, enquanto a atmosfera continuaria acumulando gases estufa.

A missão financiada por Gates vai dar seu primeiro passo em junho. Será liberado no céu da Suécia um balão para que sejam testados os sistemas operacionais e de comunicação que serão responsáveis pela emissão da poeira de CaCO3 na atmosfera, caso ela chegue às etapas mais avançadas. A Swedish Space Corporation, uma estatal suéca de tecnologia espacial, está envolvida nessa etapa do projeto.

Efeitos colaterais

Pesa contra a iniciativa financiada por Gates a possibilidade de ela causar exatamente o efeito que deseja combater. Cientistas avessos à ideia apontam que o aerossol que controla a entrada de luz solar pode causar mudanças extremas no clima. Uma solução como essa poderia arrefecer as iniciativas de combate à emissão de poluentes no mundo, com a manutenção dos níveis atuais de produção e consumo.

Ainda assim, os defensores da geoengenharia apontam que o aerossol de carbonato pode ser um importante paliativo para evitar o agravamento do aquecimento da superfície terrestre para as próximas décadas. Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática apontou que, com um investimento entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões ao ano, o SCoPEx poderia reduzir as temperaturas globais em 1,5 grau Celsius.

Na média global, uma redução dessas poderia aliviar as tensões climáticas. O problema é que o clima não funciona baseado em médias. Cientistas britânicos que se opõem a seus colegas levantam dúvidas sobre a eficiência do aerossol financiado por Gates e afirmam que, anteriormente, erupções vulcânicas no Alasca e no México, que reduziram a temperatura média global, podem ter sido a causa central de uma seca devastadora na região do Sahel, na África, e que algo parecido poderia acontecer com uma nova iniciativa de bloqueio da luz solar.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. É só parar de destruir e deixar de jogar produtos tóxicos na natureza que ela por sí regenera.

  2. Se os que criticam aqui, tivessem essa fortuna, iam gastar em orgias.
    Ele é bem melhor que vcs todos juntos!

    1. Sérgio e você é o melhor acéfalo no meio dos melhores acéfalos e entre todos os acéfalos reunidos numa só escola;faculdade;Universidade.

  3. Esse Bill Gates é mesmo um trilionario megalomaníaco que gasta centenas de milhões ou bilhões de dólares nesses tipos de projetos completamente delirantes,além disso,ele tem um outro projeto que quer transformar fezes humanas em água potável para consumo humano,ao invés de investir econômicamente em programas e projetos favoráveis ao avanço,progresso e desenvolvimento social e econômico e educacional e cultural para a ascensão de famílias mais humildes no hemisfério sul,principalmente no nosso sub continente da América Latina e da África e de parte da Ásia,esses continentes pobres e agrários e explorados econômicamente por mega corporações transnacionais e/ou multinacionais que remetem trilionarias quantias em remessas de dólares e euros para as suas sedes principalmente nos EUA e na Europa,incluindo a sua mega empresa computacional e eletrônica Microsoft.
    Creio que toda a fortuna acumulada por esse Bill Gates só serviu mesmo para alimentar o seu orgulho e a sua vaidade megalomaníaca.

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Meio Ambiente

Em nova onda de calor pela Europa, Paris bate recorde de temperatura

Foto: Foto: Robin Utrecht/AFP

A onda de calor que dispara os alarmes em grande parte da Europa atingiu o pico nesta quinta-feira (25), com recordes de temperatura na França , onde os termômetros registraram 41°C em Paris . O governo francês declarou pela segunda vez em menos de um mês um alerta vermelho de calor em grande parte do nordeste do país, onde máximas de até 43°C estão previstas.

O alerta vermelho, o mais grave em uma escala de quatro, que significa “alerta de saúde” para todos os cidadãos, foi ativado pela primeira vez em junho em quatro departamentos do sul do país. Paris superou seu recorde de calor com 41°C registrados às 13h42 (8h42min em Brasília), segundo o instituto nacional de meteorologia Météo-France. Esta é a segunda vez que as temperaturas na capital francesa superam os 40°C. A primeira vez foi em 28 de julho de 1947, quando foi registrado 40,4°C. Os usuários do transporte público sofreram os rigores da calor.

— É muito quente no metrô, é insuportável— disse à AFP Petra Ulm, austríaca de 34 anos que vive na França. — Há muitas pessoas, não há ar-condicionado, e estamos uns por cima dos outros — acrescentou, enquanto gotas de suor escorriam por sua testa.

Na escola de verão parisiense Constantin Pecqueur, perto de Montmartre, foram canceladas as excursões para as crianças de 3 a 6 anos.

— Pedimos às crianças para virem com trajes de banho, vamos brincar com água no pátio — explicou um funcionário.

Desde o forte calor de 2003, o pior da história da França e que deixou 15 mil mortos, as autoridades enfatizaram os riscos para as pessoas vulneráveis, especialmente idosos e crianças, mas neste ano eles estenderam as advertências à toda população, como choque térmico, hipertermia durante o esforço físico ou insolação dentro de um carro quente.

— Acima de 37° C, nosso corpo faz um grande esforço para esfriar e, com um esforço físico, aumentamos significativamente o risco de aumento da temperatura corporal — disse a ministra da Saúde, Agnès Buzyn.

Holanda joga sal para esfriar aslfato

O município holandês de Noordenveld (norte) anunciou no Twitter que vai jogar sal nas estradas nos próximos dias, uma técnica normalmente reservada para o inverno. O objetivo é esfriar o asfalto para evitar que ele derreta e fique pegajoso, o que pode causar acidentes. A estação local de rádio e televisão Omroep Brabant lançou uma campanha incomum. Colocou um bloco de gelo de 30 kg na calçada em frente à sua sede e perguntou aos ouvintes e espectadores quanto tempo levaria para derreter. A experiência foi transmitida ao vivo pelo Facebook, e a pedra desapareceu em 7h26min.

Na Alemanha, que registrou uma temperatura recorde de 40,5 °C na quarta-feira, a previsão para esta quinta-feira era de 41 °C ao longo do rio Reno. As autoridades locais registraram pelo menos quatro mortes por afogamento entre banhistas que tentavam se refrescar em lagos e rios do país. A cidade de Herne (oeste) anunciou que vai transferir na sexta-feira todos os peixes dos lagos da cidade para o rio Reno, numa tentativa para salvá-los, já que, devido ao calor, a quantidade de oxigênio na água diminui.

O Globo

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Diversos

Aquecimento global pode limitar decolagens de aviões no mundo, diz pesquisa

Avião passa perto de fábrica em zona industrial ao sul de Tóquio: emissão de gases de efeito estufa contribuem para aquecimento global – Toru Hanai / Reuters/12-11-20108

Um estudo da Universidade de Columbia revelou que o aquecimento global também pode ter efeitos no tráfego aéreo. De acordo com a pesquisa, o aumento na temperatura pode restringir a decolagem de voos em todo o mundo.

A pesquisa afirma que nos momentos mais quentes do dia de 10% a 30% dos voos deverão retirar parte de sua carga, eliminar parte do combustível, ou reduzir número de passageiros para poder voar com segurança. Outros voos sequer poderão decolar e terão de esperar até o esfriamento da temperatura.

Os pesquisadores explicam que o aquecimento do ar faz com que sua densidade diminua e nessas condições as asas geram menos elevação enquanto o avião corre na pista. Sendo assim, dependendo de aspectos como o tipo de avião e o comprimento da pista não é possível garantir uma decolagem segura sem eliminar parte do peso. A outra opção seria atrasar ou cancelar o voo.

Segundo o estudo, essas questões já são vistas em alguns locais, mas pode se tornar uma realidade frequente em todo o mundo. A pesquisa menciona que no final de junho, pelo menos 40 voos saindo de Phoenix, no Arizona, foram cancelados por esse motivo.

Os cientistas destacam que a expectativa é que a temperatura global suba cerca de 3ºC até 2100 e que as ondas de calor serão mais frequentes. A pesquisa também indica que as máximas em aeroportos devem aumentar de 4º C a 8ºC até 2080. Todos os fatores combinados aumentarão o impacto sobre a decolagem de aviões.

– Isso aponta para riscos inexplorados na aviação em decorrência das mudanças climáticas. À medida que o mundo fica mais conectado e a aviação cresce, isso pode ter potencial substancial para ocasionar efeitos em cascata, econômicos ou de outro tipo- afirma um dos pesquisadores do estudo, Radley Horton.

Os especialistas afirmam ainda que o aumento da temperatura pode ocasionar mais áreas de turbulência, e o crescimento de ventos que atrapalham voos e prolongam tempo de viagem. Outro prejuízo está no aumento do nível dos mares, o que acaba afetando aeroportos em regiões costeiras.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Não estão levando em conta o aperfeiçoamento dos projetos, a melhoria na tecnologia dos reatores, aumentando sua eficiência, por exemplo. como também a melhoria do projeto aerodinâmico… A aviação não vai parar por causa disso!

    1. Sem contar que a reportagem não menciona quantos vôos foram cancelados antes, o que da a entender que não houveram cancelamentos devido a temperatura elevada. Só que Phoenix fica numa região desértica, portanto, já tem temperaturas elevadas a muito tempo.

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Diversos

Aquecimento global vai deixar voos mais turbulentos, diz estudo

Se você tem medo de voar de avião, as mudanças climáticas devem tornar sua vida mais dura. Isso porque, segundo um cientista da Universidade de Reading, no Reino Unido, elas vão aumentar (e muito) a frequência das turbulências nas viagens.

A conclusão é de Paul D. Williams, que publicou um estudo no periódico Advances in Atmospheric Sciences.

As turbulências acontecem por causa de alterações na velocidade e direção de diferentes correntes de ar que venham a se encontrar perto da trajetória do avião. Como o aquecimento global não atinge todo o planeta da mesma forma, as diferenças de temperatura podem se acentuar tanto no chão quanto em grandes altitudes – e com elas, a intensidade e instabilidade desses choques.

A previsão não é exatamente nova e já estava sendo discutida entre especialistas. A novidade do estudo é que ele calculou os aumentos na frequência de cada tipo de turbulência.

Para isso, Williams usou um modelo climático. Na primeira versão, a referência foram os níveis de gás carbônico na atmosfera encontrados antes da era industrial.

Na segunda, o cálculo foi feito com o dobro de concentração de gás carbônico – nível que deve ser atingido em meados do século, de acordo com previsões relativamente moderadas de aumento de emissões.

O resultado: altas de 59% nas turbulências leves, 94% nas turbulências moderadas e 149% nas turbulências severas.

“Uma intensificação da turbulência pode ter consequências importantes para a aviação. A turbulência pode causar danos às aeronaves e é a causa por trás do medo que muitas pessoas tem de viajar de avião”, diz o estudo.

Vale lembrar que as turbulências calculadas por Williams estão relacionadas não ao tempo ruim em si, algo que os pilotos podem ver e desviar, e sim a mudanças nas correntes de ar invisíveis a olho nu (o chamado ‘clear air’, ou “ar limpo”). Elas não são detectadas por radares ou aparelhos de medição meterológica, então os pilotos tem que se informar pela experiência de aeronaves que passaram pelas mesmas rotas para tentar desviar delas. Mas a maioria das vezes isso não é necessário: a maioria das equipes que voa o tempo inteiro se acostuma com turbulência leve e moderada. Já a experiência com turbulência severa é rara, mesmo para quem trabalha em um avião – mas se as previsões de William se concentrizarem, isso está prestes a mudar.

Super Interessante via Exame

 

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Diversos

Para especialistas, churrasco de domingo é vilão do aquecimento global

churrasco2016Observatório do Clima diz que a carne, desde a criação do gado até a mesa, é responsável pela liberação de grande quantidade de gases que causam o aquecimento globalEBC

A picanha, a fraldinha e a maminha, bem salgadas, feitas na brasa, símbolos de um bom churrasco, estão se tornando inimigas do clima. É que a carne, desde a criação do gado até a mesa do brasileiro, é responsável pela liberação de grande quantidade de gases que causam o aquecimento global, segundo o Observatório do Clima (OC) – rede que reúne 40 organizações da sociedade civil. A recomendação é que o consumo de carne de boi seja menor e a produção mais eficiente.

Os impactos causados pela agropecuária são responsáveis por 69% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil. Estão incluídos na conta poluentes decorrentes do processo digestivo e dejetos de rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento (43% das emissões nacionais).

Os números são do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima, divulgados no Rio de Janeiro.

De acordo com a coordenadora de Clima e Agropecuária do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Marian Piatto, que integra a rede do observatório, somente o gado de corte é responsável por 65% das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

Ela explica que um dos problemas está no sistema digestivo dos animais com dificuldades de processar o capim. “O gado bovino, quando se alimenta do capim, explicando de uma maneira bem simples, elimina metano por meio do arroto e do pum. Não é como nos carros, que vemos uma fumaça cinza, mas são poluentes”.

Marina lembra que o país tem um dos maiores rebanhos do mundo, cerca de 200 milhões de animais, o que agrava o problema. “É quase um por pessoa”, comparou.

Para chegar aos 69% das emissões nacionais do setor agropecuário, o coordenador do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa, Tasso Azevedo, acrescenta que, além dos problemas com o gado, entram na conta o transporte da carga, que, na maioria das vezes, usa diesel, o mais poluente dos combustíveis e o desmatamento para criação de pasto. Na Amazônia, onde avança o uso de terras para a atividade, é comum a ocupação de áreas derrubadas com o gado, denunciou Eron Martins, do Instituto Imazon.

“A relação entre a pecuária e o desmatamento é muito estreita porque a pecuária tem uma fluidez econômica muito rápida, o que facilita colocar a pecuária nos locais de expansão (desmatadas) para ter o direito daquela área mais tarde”, disse Martins. Ele contou que é comum a extração de madeira deixar áreas degradadas que, em seguida, acabam revertidas em pasto.

Soluções visam reduzir emissões

Segundo os especialistas, às vésperas de o acordo de Paris entrar em vigor em 2017, com metas para limitar o aumento da temperatura no planeta, há espaço na agropecuária para redução das emissões, como melhor manejo de pastagens e menor uso de fertilizantes. O governo, por sua vez, deve atrelar a concessão de subsídios, como o Plano Safra, às contrapartidas ambientais. Os ambientalistas, porém, são unânimes em recomendar menor consumo de carne.

“Cada bife que a gente come é responsável por impacto ambiental. Não comemos camarão e lagosta todo o dia, por que temos a necessidade de comer uma quantidade diária de carne bovina?”, questionou Marina. Uma meta internacional para tornar a carne brasileira mais sustentável foi descartada porque o destino de 80% do gado do país é a mesa do brasileiro, disse.

Para quem pensar em adiar uma mudança de hábitos à mesa, Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, alerta que o aquecimento global é responsável por ondas de calor, com sensação térmica de 50º, como no verão, no Rio de Janeiro, falta de chuvas, como em São Paulo, e desastres ambientais. “A gente está falando de qualidade de vida e de economia, mudanças climáticas são um risco para um país que depende da agricultura e da pecuária”, afirmou.

CNA questiona números

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) questionou os dados e disse que a conta do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa é uma “visão parcial” da produção.

“Se a gente for levar em conta que o Brasil emite menos de 4% das emissões globais, que o sistema leva em conta as emissões e não o balanço, se a gente considerar os esforços empreendidos para redução das emissões no Brasil – que vêm diminuindo – e o comprometimento da propriedade rural na conservação da biodiversidade, no estoque de carbono e na recuperação de áreas degradas, [poderá constatar] que a agropecuária é uma atividade muito menos impactante do que se pintou no relatório”, afirmou o coordenador de Sustentabilidade, Nelson Ananias Filho.

“Precisamos promover políticas de recuperação de pastagens em degradação para aumentar produtividade e emitir menos gases, produzindo comida e o nosso churrasco de fim de semana”. Nelson confirma que uma pastagem bem manejada sequestra até 90% de toda emissão da pecuária.

Para incentivar o setor, o Ministério da Fazenda, por meio do Plano Safra, apresenta aos produtores técnicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de produção sustentável.

“Para o governo, é inviável financiar toda mudança tecnológica do setor. O que fazemos é mostrar as coisas que estão na prateleira e que são viáveis”, disse o coordenador-geral de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Aloisio Lopes Pereira de Melo.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Como é, agora só falta esses cientistas loucos dizer que a crise política é culpa da mandioca . kkkkk

  2. Kkkkkkkk, esses caras não têm o que fazer mesmo. O povo mais quebrado que arroz de terceira, comendo ovo com farinha pois nem feijão podem e o churrasco do domingo é culpado pelo aquecimento global. Deve ser piada de algum humorista.

  3. kkk… manda estes especialistas de volta pra escola… 90% da população mundial está atolada em dívidas e muitos vivem à base de farinha, ovos e verduras, onde é que vão arrumar dinheiro pra ir pra uma churrascaria? Uma só pessoa deixa no mínimo R$ 80,00 numa churrascaria fuleira… imagine de for no Porcão ou outras do gênero… Manda esse povo estudar e pesquisar coisas de mais importância…

  4. Esse cientista que afirmou isso é um tremendo de um vegetariano. Vai comer teus espinafres e deixa minha fraldinha suculenta em paz!!! #abaixoavaquejada

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Clima

MAIS ESSA: Aquecimento global pode estar atrapalhando as relações sexuais

aquecQue o aquecimento global é um assunto sério e que tem preocupado líderes mundiais e cientistas, isto é fato notório. Mas o fenômeno pode ter sido elevado a um outro patamar: o de contraceptivo.

É o que sugere um estudo americano, que associa o tempo quente a uma queda na “frequência coital”. Em outras palavras, a elevação das temperaturas estaria fazendo com que os casais fiquem menos entusiasmados em fazer sexo, segundo o National Bureau of Economic Research.

O relatório do centro de pesquisas traz uma análise de cruzamento de dados de temperatura e fertilidade durante um período de 80 anos nos EUA. Segundo ele, as taxas de natalidade começaram a cair nos meses seguintes em que o termômetro marcavam 26,6ºC. Além disso, os dias mais quentes levavam a uma queda de 0,4% nas taxas de natalidade.

Page Not Found, O Globo

Opinião dos leitores

  1. Pois aqui em casa não tem isso não, é namoro todo dia, seja no calor ou no frio, esses cabras de hoje são uns fracotes que vivem inventando desculpas, agora pergunte se com a amante ele nega fogo? Kkkk

  2. Tá explicado a baixa "frequência coital" aqui na minha humilde residência então, pois o calor aqui é insuportável a temperatura deve beirar os 40*C !!!

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Jornalismo

Aquecimento global pode diminuir tamanho dos peixes, diz estudo

O aquecimento global está modificando não só a temperatura e a quantidade de oxigênio dos oceanos, mas também pode afetar consideravelmente o tamanho dos peixes, alertou um estudo publicado neste domingo.

Um dos elementos chave do tamanho dos peixes e invertebrados marinhos é sua necessidade energética: quando seu entorno já não é capaz de proporcionar esta energia para satisfazer suas necessidades, os peixes param de crescer. A quantidade de oxigênio na água é para os peixes uma fonte de energia.

“Obter oxigênio suficiente para crescer é um desafio constante para os peixes e, quanto maior o peixe, pior”, disse Daniel Pauly, biólogo do Centro de Pesca da Universidade de Columbia Britânica em Vancouver (Canadá, oeste).

“Um oceano mais quente e com menos oxigênio, como se prevê com o aquecimento global, será mais complicado para os peixes grandes, o que significa que logo deixarão de crescer”, acrescentou.

Pauly e seus colegas buscaram criar modelos do impacto do aquecimento global em mais de 600 espécies de peixes a partir de dois cenários climáticos comumente aceitos pelos especialistas para o período 2001-2050.

Segundo seus cálculos, o aquecimento médio no fundo dos oceanos continua sendo mínimo (poucos centésimos de um grau por década), assim como a diminuição da concentração de oxigênio.

Contudo, “as variações resultantes em termos de peso corporal máximo são surpreendentemente importantes”, disseram os pesquisadores no estudo publicado pela revista britânica Nature Climate Change.

Em geral, o peso máximo médio dos peixes considerados diminuiria de 14% a 24% entre 2001 e 2050. Seria o equivalente à perda de 10 a 18 quilos em um homem de 77 quilos.

O Oceano Índico será o mais afetado (24%), seguido do Atlântico (20%) e do Pacífico (14%), nas áreas tropicais ou temperadas.

“Este estudo indica que, se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas, as consequências serão maiores que o previsto nos ecossistemas marinhos”, alertaram os pesquisadores.

“Outros impactos das atividades humanas, como a pesca excessiva e a contaminação, podem agravar o problema”, acrescentaram.

Do Uol

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Jornalismo

Cientista americano diz que CO² e gases do efeito estufa não provocam aquecimento global

A Humanidade e suas crescentes emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases do efeito estufa na atmosfera não têm nada a ver com o aquecimento global. Assim acredita Don Easterbrook, professor emérito de Geologia Glacial da Western Washington University, nos EUA, e apontado como um dos principais cientistas que contestam o consenso em torno do tema. Segundo Easterbrook, suas pesquisas, com base na análise de amostras de gelo retiradas das geleiras da Groenlândia, indicam que a Terra passa por constantes ciclos de aquecimento e resfriamento, com duração aproximada de 30 anos cada.

– Não acredito no aquecimento global primeiro porque não há dados físicos que comprovem que isso está acontecendo – afirma. – Tudo que os arautos das mudanças climáticas têm são modelos computacionais fundamentalmente errôneos. Basta ver que se alimentássemos um dos modelos do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) com dados de 1980, suas previsões para o clima em 2010 não chegariam nem perto dos dados reais coletados naquele ano.

De acordo com Easterbrook, todo aquecimento das últimas décadas é fruto de um processo natural que já terminou, com evidências de que desde o ano 2000 a Terra entrou em uma tendência de resfriamento. Ele conta que seus estudos identificaram 40 ciclos de calor e frio nos últimos 500 anos e desde a última Idade do Gelo, há entre 10 e 15 mil anos, pelo menos uma dúzia de episódios em que a elevação da temperatura média do planeta atingiu 15 graus Celsius, mais de 15 vezes maior do que do que a alta atual, calculada entre 0,7 e 0,8 grau nos último século, sendo que nenhum deles estaria diretamente associado a aumentos na concentração de dióxido de carbono na atmosfera.

– O CO2 é incapaz de causar uma mudança climática significativa e não pode ser usado para explicar o pequeno aumento de temperatura atual – defende. – Basta ver que a partir dos anos 40, quando as emissões tiveram uma forte alta, a temperatura média da Terra caiu durante 30 anos enquanto a concentração de CO2 na atmosfera aumentava. Só a partir dos anos 70 a temperatura começou a subir e, mesmo assim, décimos de grau, o que não tem nenhuma relevância estatística.

Ainda segundo Easterbrook, todas as emissões de CO2 da Humanidade desde o início da Revolução Industrial mudaram em apenas 0,008% a composição da atmosfera, mais uma amostra de que o gás não pode ser o causador do último ciclo de aquecimento, que teria terminado por volta de 1999. Sua teoria é de que estes ciclos estão associados a variações na temperatura da superfície dos oceanos. Esta, por sua vez, seria afetada pela cobertura de nuvens do planeta, que mudaria de acordo com oscilações no campo magnético do Sol.

– Quanto mais fraco este campo magnético, maior é a formação de nuvens, o que tem um efeito de resfriamento, já que elas refletem a radiação solar antes dela alcançar a superfície da Terra – diz.

Para Easterbrook, o fato de o vapor d’água que forma as nuvens ser o gás mais atuante do efeito estufa no planeta, responsável por mais de 95% do aquecimento que faz dele habitável (se não houvesse o efeito estufa, a temperatura média da Terra seria da ordem de -18 graus Celsius), não contrabalança o efeito de resfriamento da maior reflexão de radiação. O cientista também rechaça argumentos de que a partir de 2000, quando acredita que o planeta começou a esfriar, foram registrados alguns dos anos mais quentes da História.

– Ocasionalmente podemos ter anos mais quentes ou mais frios, mas se calcularmos a média da temperatura na década veremos que não há um aumento, e sim uma tendência de queda relativa ao período entre 1961 e 1990, usado como base de comparação para a dita “anomalia” do aquecimento global – alega Easterbrook. – Temos que atentar que padrões de tempo são diferentes de padrões de clima. Falar de anos individualmente não faz sentido. O que temos que observar são tendências de longo prazo.

Na opinião do professor americano, todo discurso alarmista em torno do aquecimento global e das mudanças climáticas é uma estratégia de grupos interessados em obter dinheiro e poder dentro do sistema multilateral das Nações Unidas.

– É uma agenda que pretende controlar a população mundial, especialmente a dos Estados Unidos e outros países desenvolvidos, tanto que, diante da falta de evidências físicas do aquecimento, estão mudando o discurso para a questão da sustentabilidade – considera.

Embora diga ser “totalmente a favor” de um desenvolvimento sustentável que leve em consideração o uso racional dos recursos do planeta, com proteção da biodiversidade e melhoria da qualidade de vida da população mundial, Easterbrook não acredita que as decisões em torno do tema devam ficar concentradas no âmbito da ONU.

– A grande questão é quem vai decidir sobre como usar os recursos que estão pedindo nestas negociações, US$ 100 bilhões, US$ 200 bilhões por ano – diz. – Se estes recursos forem usados para combater fantasmas como o aquecimento global, é um desperdício de dinheiro. Devíamos gastá-los para ajudar de maneira prática a melhorar a qualidade de vida das pessoas, para tirar elas e seus países da pobreza. Meu problema não é com os objetivos, mas com a forma de atingi-los. Dentro da ONU, não haverá fiscalização externa de como esses recursos serão gastos e em quê.

Fonte: O Globo

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