Trânsito

Ciclista é agredido no trânsito em Natal depois de denunciar motorista em faixa exclusiva de ônibus e bicicleta, destaca reportagem

Foto: Reprodução/Prefeitura do Natal

O Saiba Mais – Agência de reportagem, destaca nesta quinta-feira(12), o caso de Marcos(33 anos),  pai de um filho de 11 meses, casado e que começou a usar a bicicleta como opção de transporte em 2003, quando ainda morava em Brasília. Um hábito que manteve ao se mudar para Natal. Marcos, que é motorista e motociclista, decidiu deixar o carro em casa nessa quarta (11) e saiu de bicicleta, de Parnamirim, para resolver um problema no bando numa agência no Tirol, em Natal. Ele estava voltando pra casa e seguia na ciclo faixa da avenida Prudente de Morais, que é exclusiva para compartilhamento entre ciclistas e ônibus, quando percebeu pelo retrovisor que o motorista de um carro o estava pressionando para que saísse da faixa e subisse a calçada.

Estava pedalando em ritmo médio e a partir do cruzamento da Comjol, na Prudente, até o cruzamento com a Amintas Barros, percebi que esse motorista, que estava num carro vermelho com adesivo no capô, ficava colado na minha roda traseira, pressionando para que eu subisse a calçada. Mas, pelo código de trânsito, calçada é para pedestres e eu me mantive no meu direito ali. Logo em seguida vi um agente de trânsito, ele também percebeu e voltou para a faixa correta, que é onde ele deveria estar desde o início”, conta Marcos, que é advogado.

Segundo a reportagem, o ciclista aproveitou a presença do agente e repassou a denúncia do que estava acontecendo. Nesse meio tempo, como voltou para a faixa de veículos comuns, o carro ficou preso no trânsito, que estava congestionado.

“Enquanto falava com o agente, o carro foi se aproximando e eu apontei para o motorista para dizer quem estava me perseguindo no trânsito. O guarda não deu muita atenção, parecia que já estava indo embora, e o motorista também não se manifestou. Segui meu caminho e mais à frente, cerca de 400 metros depois, esse mesmo motorista tinha estacionado o carro na calçada e estava parado, me esperando. Quando ia passando, ele abriu a porta já me xingando, extremamente alterado, e perguntando o que eu tinha dito ao agente. Ele partiu para agressão física e quando vi que iria fugir, peguei a chave do carro dele para esperar a polícia chegar”, relata.

O advogado fez um boletim de ocorrência na delegacia e, nesta quinta (12), também fez exame de corpo de delito no Itep.

Veja matéria completa AQUI.

Opinião dos leitores

  1. Eu não me considero um ciclista, embora também faça minhas pedaladas pela Rota do Sol de vez em quando. Sou defensor de todo o RESPEITO aos ciclistas. Mas acho que os ciclistas também têm DEVERES. E que as autoridades de trânsito deveriam cobrar e fiscalizar esses deveres. Por mim, não deveria ser permitido ciclistas trafegando pela Av. Bernardo Vieira, a 5 km/h, atrapalhando o trânsito e arriscando provocar acidentes. Também não deveria ser permitido trafegarem na faixa central da BR, entre o Viaduto de Ponta Negra e o viaduto do Arena, já que existem as marginais e um trecho do anel viário da UFRN como rota alternativa. Muito menos deveriam subir os os viadutos, disputando espaço com carros e ônibus. Frequentemente eu presencio situações absurdas, que por pouco não terminam em atropelamento e morte. Sem falar nos que circulam na contra-mão, às vezes até no lado do canteiro central, um verdadeiro absurdo. O que deve prevalecer é a convivência pacífica e a integração entre motoristas e ciclistas, respeito de ambas as partes, sem agressões, e proteção ao lado mais frágil, que certamente é o ciclista. Direitos sim, mas com responsabilidade também.

    1. eu não consigo entender a lógica de engenharia de trânsito que colocar ciclista e ônibus numa mesma faixa!

  2. Ciclista, corredor de rua, vegano, bolsonarista(voto impresso)e fitness. Os chatos mais odiados do planeta kkkkkk

    1. Imbecis como você conseguem tomar o lugar dos chatos nesse ranking

  3. Esse problema irá sempre existir e poderia até ser mais grave. Alguns motoristas não respeitam a faixa especial, que decespecual tem muito pouco já que é permitida para ônibus também. O correto seria o aproveitamento dos canteiros centrais para a construção de ciclovias.

  4. Sou ciclista também, mas pense numa galerinha de Bike só querem direitos mas os deveres no transito eles não cumprem.

  5. Sou ciclista, mas o que tem de ciclista chato não está no gibi. Às vezes o motorista entra na faixa p fazer a conversão e o ciclista já fica querendo fica querendo lacrar. Já está ganhando de corredor de rua no campeonato de chatice.

    1. É isso aí, Henrique. também pedalo e sei que tem muito ciclista chato e querendo aparecer, como também existem os motoristas…. pra não falar desses “motoboys” que agora inventaram de ultrapassar todos pela esquerda e ainda mais invadindo a mão contrária, quem quiser que saia da frente, EU NÂO SAIO, fica o aviso; todos tem que respeitar as leis de trânsito e sobretudo, os outros cidadãos. Agora, além de não apoiar agressões, seja por qualquer motivo, ainda ter que ler uma postagem sensacionalista como essa… diz aí, se para relatar o ocorrido importa se a parte é casado ou solteiro? pai ou filho? ADVOGADO, que diabos tem a ver a profissão do cara? ainda pensam que advogado é autoridade divina??? Posso falar pois sou (grande bosta), portanto, não estou depreciando a “classe”, que fique claro para os mimizentos, ok? O rapaz do fato é apenas um CIDADÃO, não precisa dessa ficha técnica, isso não o torna mais vítima ou mais herói que ninguém, redação do BG, deixem de babaquice no que postam. O ciclista se sentiu incomodado, ok, o agente foi despreparado (a grande maioria o é), FOI, o motorista excedeu os limites da civilidade, sim! Que busquem suas reparações, vamos evoluir, já está insuportável essa idiotice digital. E TENHO DITO!!!!

  6. Vc deu foi sorte, pois todos os dias ando toda a prudente , vou de candelaria ate a nilo peçanha sempre as 8 ,nao vejo nem um agente, e a vez q vi um agente o corredor de onibus estava cheio e o mesmo com os braços cruzados

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Diversos

CORPO CRIADO VIRTUALMENTE: Prática criminosa, “deep nude” expõe falsa nudez feminina; saiba como denunciar

Foto: Viacheslav Besputin/Getty Images/iStockphoto

Em uma mensagem compartilhada no Twitter no último sábado (27), uma jovem mostra o alerta de um amigo a respeito de uma “deep nude” feita com uma foto dela. Segundo ele, a imagem da jovem sem roupa, conteúdo que ela nunca produziu, circula por um aplicativo de mensagens, o Discord. “Pegaram uma foto sua e tiraram a roupa, provavelmente com inteligência artificial”.

A prática de criar “nudes falsos” é mais uma forma de expor mulheres na internet sem autorização delas e, infelizmente, é bastante comum. Para a produção das montagens, há sites e aplicativos destinados a esse tipo de edição que “tiram a roupa” de quem simplesmente publicou nas redes sociais, ou enviou para alguém, uma foto de si mesma.

O corpo é criado virtualmente, mas o crime pelo qual os autores da montagem podem responder é real: segundo a advogada Andressa Cardoso, especialista em violência doméstica e direito das mulheres, a ação se encaixa como registro não autorizado da intimidade sexual, previsto no artigo 216-B do Código Penal.

A lei contempla montagens que incluam a pessoa em cena de nudez, ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e também “produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes”, com pena de detenção de seis meses a um ano.

“Deep nude” expõe mulheres na internet

O “deep nude” não só reforça a ideia de que “internet é uma terra sem lei”, ao gerar um conteúdo em que a vítima não sabe que está sendo exposta, como está ligado à ideia de que o corpo da mulher pode ser explorado sem consentimento. Não é só um golpe baixo contra a mulher; é um crime, assim como gravá-la em atos sexuais, como a participante do BBB Sarah disse ter sido alvo, em uma conversa no reality.

Segundo relatório de uma empresa de segurança na internet, entre 2019 e 2020, pelo menos 100 mil mulheres foram vítimas dessa alteração digital para “tirar a roupa” feita por um robô no Telegram, aplicativo de mensagens.

Um aplicativo para celular que levava o nome da prática foi descontinuado em 2019, após matéria da revista Vice norte-americana denunciar como funcionavam as adulterações. Um dos criadores do programa, de forma anônima, chegou a dizer para a publicação que ele funcionava apenas para desnudar corpos de mulheres, pois era mais fácil formar uma base para que a inteligência artificial trabalhasse colhendo nudes femininos pela internet ou enviadas pelos usuários.

Pornô de vingança e envio de nudes

“Essa prática reflete a ideia do machismo e do patriarcado de observar a mulher como objeto sexual, de se entender que o corpo dela pode ser utilizado livremente para qualquer fim”, explica a advogada. “E o que a gente percebe é que embora as mulheres sejam vítimas desse tipo de violência, ainda são julgadas quando as fotos são divulgadas”.

A disseminação da falsa nudez pode estar ligada a outra prática criminosa: o pornô de vingança (porn revenge), em que vídeos ou imagens íntimas são jogadas na internet por alguém que quer chantagear ou constranger outra pessoa, principalmente quando há término de relacionamento.

No Manual Universa Para Jornalistas – “Boas práticas na cobertura da violência contra a mulher”, aliás, discutimos como os crimes de violência de gênero na internet são mais usuais do que parece: 28% dos homens ouvidos em uma pesquisa realizada pelo Data Popular/Instituto Avon em 2014, por exemplo, afirmaram ter repassado fotos e vídeos de mulheres nuas que receberam pelo celular a outras pessoas.

Tem uma foto pelada minha na internet, mas é falsa. O que fazer?

Não há dicas que possam contribuir para evitar ser vítima de uma “deep nude”, já que o conteúdo pode ser adulterado a partir de qualquer foto divulgada na internet. Um dos cuidados que podem ser tomados é manter perfis em modo privado nas redes sociais — e, mesmo assim, não há garantias de que um registro seu não caia nas mãos de quem faz as montagens por outros meios.

Andressa explica que quando se é vítima do “deep nude” é recomendável que colha o máximo de provas que puder: dar prints da foto publicada, tentar identificar a URL da página em que a montagem foi divulgada são os primeiros passos.

Com isso em mãos, é possível procurar uma delegacia que investigue crimes cibernéticos ou uma especializada em defesa da mulher. “Se foi uma foto compartilhada em grupos, como de WhatsApp, a mulher deve pedir para quem tem acesso que registre quem são os participantes do grupo”, explica a especialista.

A divulgação sem consentimento do “deep nude” ainda pode ser enquadrada na lei Maria da Penha como violência psicológica, por ter provocado violação da intimidade da vítima. “Nisso entra a disseminação de fotos tanto falsas quanto verdadeiras”. A pessoa que se sentir constrangida ou abalada emocionalmente pela disseminação do material pode ainda procurar apoio de terapia ou outras redes para conseguir lidar com a situação.

Além da investigação criminal, há outras formas de buscar ajuda: se a foto foi encontrada em redes sociais, como Twitter, Instagram ou Facebook, a publicação pode ser denunciada às empresas, para que o autor da imagem seja punido. A SaferNet recebe denúncias, se houver link da imagem, e tem um canal de apoio a quem sofre com crimes na internet, com orientação e indicação de especialistas para cada caso.

Universa – UOL

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Judiciário

‘BBB21’: deputado vai denunciar Nego Di, Projota, Karol Conká e Lumena ao MP e à Polícia Civil

Foto: Reprodução

O deputado estadual Atila Nunes (MDB), conhecido defensor das religiões de matrizes africanas, anunciou, nesta quarta-feira (10), que vai denunciar ao Ministério Público os participantes do “BBB21” Nego Di, Projota, Karol Conká e Lumena por vilipêndio religioso, crime caracterizado no Código Penal.

Na última segunda-feira, o quarteto causou revolta nas redes sociais e foi acusado de intolerância religiosa por ter ironizado o orixá Xangô. Em conversa no quarto, Nego Di fez um trocadilho desrespeitoso com a entidade. Lumena é candomblecista e, junto com seus amigos, ironizou a umbanda, religião de Lucas Penteado.

“Eu xangôzei”, disse o humorista. “Cheguei a xangôzar no quarto, vei. Ave, Maria”, completou. Depois, foi a vez de Karol Conká. “Você falando é muito engraçado. ‘Eu chamei Xangô, véi'”, disse a rapper, imitando Lumena.

Apesar de estarem ridicularizando uma religião de matriz africana, Lumena caiu na gargalhada com todos os outros. Ela ainda lembrou uma conversa que teve com Lucas. “Eu xangozei. Eu estou pelo certo com meu orixá, você está pelo errado. Ele está te abandonando”, disse a baiana.

O deputado disse que também vai pedir à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para requisitar as gravações.

“As referências extremamente ofensivas, acompanhadas de chacotas dos quatro participantes a uma entidade das religiões de matrizes africanas, estimulam o preconceito e os ataques à umbanda e ao candomblé. Dificilmente eles se refeririam dessa forma a Nossa Senhora ou à Biblia”, disse.

Extra – O Globo

Opinião dos leitores

  1. Interessante… se a piada fosse com Deus ou com Jesus Cristo, o deputado teria se indignado? Ou ficaria "de boa"?

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Diversos

Governo orientará profissionais de beleza a denunciar sinais de agressão contra mulheres

Foto: Reprodução/G1

Em evento realizado na manhã desta sexta-feira (8), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, anunciou o lançamento de uma campanha para treinar profissionais que lidam todos os dias com o público feminino, como os profissionais de beleza, a identificar e denunciar sinais de agressão contra as mulheres.

A campanha, batizada de Salve uma mulher, foi anunciada durante cerimônia de assinatura de acordo técnico entre a pasta chefiada por Damares e o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O objetivo do acordo é fortalecer as políticas públicas voltadas à proteção da mulher em situação de violência.

O acordo de cooperação técnica terá duração de dois anos. As metas e responsabilidades de cada órgão serão definidas por ambos os ministérios em até 30 dias, quando deverá ser assinado um plano de trabalho. A coleta de dados começará 15 dias após a publicação deste documento.

“Precisamos envolver toda a sociedade e, para dar o primeiro passo nesse engajamento da sociedade, hoje lançamos a campanha ‘Salve uma Mulher’. A ideia é enfrentar a violência contra o público feminino com ações que visem conscientizar para responsabilidade de todos na promoção dos direitos, em especial dos profissionais que lidam com as mulheres todos os dias. Nós vamos começar essa campanha com os profissionais da beleza”, disse a ministra durante o evento.

De acordo com Damares, há entre os profissionais de beleza e as clientes uma relação de “confiança”, e, por isso, o treinamento deles é importante para que agressões sejam denunciadas.

“[Vamos] treinar as manicures para quando estiver fazendo a unha da mulher, olhar se tem uma marca no braço, se essa mulher não está tremendo muito. Treinar o cabeleireiros na hora de erguer o cabelo para fazer uma escova, olhar se não tem uma mancha”, explicou.

‘Flores’

Damares disse durante seu discurso que o governo deve ir até as escolas conversar com crianças de quatro e cinco anos para ensinar os meninos a amarem as meninas.

Segundo a ministra, a intenção é fazer com que os homens entendam que as mulheres devem ter igualdade de direitos e oportunidades, mas que devem ser tratadas de forma diferente “por serem mulheres”.

“Os meninos vão ter que entender que as meninas são iguais em direitos e oportunidades, mas são diferentes por serem mulheres, e precisam ser amadas e respeitadas como mulheres. Enquanto meninos acharem que menino é igual a menina, como se pregou no passado com algumas ideologias, ‘já que menina é igual, ela aguenta apanhar’. Nós vamos dizer para eles que elas são iguais em oportunidade e direitos, mas diferentes fisicamente e precisam ser amadas”, disse Damares.

Para a ministra, ensinar meninos a entregar flores e abrir a porta do carro para meninas não coloca a mulher em uma situação de fragilidade, mas a “eleva a um patamar de ser especial pleno”.

“Nós vamos ensinar nossos meninos nas escolas a levar flores para meninas, por que não? Abrir porta do carro para mulher, por que não? A se reverenciar para uma mulher, por que não? Nós não vamos estar colocando a mulher em uma situação de fragilidade. Mas vamos elevar para um patamar de um ser especial pleno, de um ser extraordinário”, defendeu Damares.

G1

 

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Jornalismo

Quem diria??? CUT vai denunciar Governo Dilma/PT na Organização Internacional do Trabalho

Quando era oposição, o PT dedicava-se à zuada. Seu negócio era fazer barulho. Olha só o que acontece agora, a CUT vai denunciar o governo na organização internacional do trabalho. O tempo bom o de FHC heim? Segue reportagem de Josias de Souza:

A onda de greves no setor público envenenou as relações do governo petista de Dilma Rousseff com a Central Única dos Trabalhadores, braço do PT no sindicalismo. Junto com quatro entidades de servidores em greve, a CUT prepara uma representação a ser protocolada na Organização Internacional do Trabalho.

A iniciativa foi anunciada em texto veiculado na página eletrônica da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal). Anota que, “nos próximos dias”, será levada à OIT, representação para “denunciar práticas antisindicais que vêm sendo adotadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff.”

Afora a demora do governo em abrir negociação com os grevistas, a CUT e seus filiados nas corporações estatais abespinharam-se com a edição do decreto 7.777, de 24 de julho. Conforme já noticiado aqui, o sindicalismo protocolou no STF uma ação pedindo a suspensão dos efeitos do decreto, tachado de “inconstitucional”.

Por meio desse decreto, Dilma autorizou os ministérios a firmar convênios com Estados e prefeituras para substituir grevistas federais por servidores estaduais e municipais. Uma forma de furar as greves e assegurar a manutenção dos serviços públicos “essenciais”.

Além da CUT e da Condsef, devem assinar a representação contra o governo na OIT: Anffa (Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários), Fenasps (Federação Nacional das Associações de Servidores da Previdência Social) e  Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação).

Integrantes da cúpula do PT já manifestam, em privado, preocupação com a animosidade que opõe Dilma à CUT e ao sindicalismo estatal. Ouvido pelo repórter, um dirigente do partido disse compreender as “limitações fiscais” que impedem o governo de atender a todas as reivindicações do funcionalismo. Porém…

Avalia que o governo revelou-se “inábil” ao postergar “a negociação daquilo que é possível conceder”. Receia que a proliferação das greves, com os consequentes dissabores impostos à população, resulte em prejuízos eleitorais para os candidatos a prefeito identificados com o governo, sobretudo os do PT.

Há 12 dias, o Ministério do Planejamento enviou um ofício às entidades sindicais. Assina-o Sérgio Eduardo Mendonça, secretário de Relações do Trabalho. No texto (íntegra disponível aqui), o auxiliar da ministra petista Miriam Belchior cancelou todas as reuniões que agendara com as categorias em greve. Alegou que o governo precisava de tempo para realizar “reuniões internas com vistas a construir soluções para o processo negocial.”

Sérgio Mendonça informou no ofício que “todas as entidades” sindicais serão chamadas para ouvir o que o governo tem a lhes dizer na semana que vem –entre segunda (13) e sexta-feira (17). Pediu “compreensão” aos dirigentes das entidades. Obteve mais mobilização.

A CUT e as casas sindicais a ela filiadas mobilizam-se para levar grevistas dos Estados para Brasília. Nos dias mencionados no ofício do Planejamento, acamparão na Esplanada. Na quarta (15), antevéspera do prazo fatal fixado pelo secretário Sérgio Mendonça, os servidores descerão a Esplanada numa marcha rumo à Praça dos Três Poderes. Mais uma.

A julgar pelas palavras de Miriam Belchior, o governo não dirá aos servidores o que eles desejam ouvir. “Nós iniciamos o ano com uma perspectiva melhor do que aconteceria com a economia mundial. No final de junho, esse cenário internacional ficou muito nublado, muito difícil. Isso fez com que o governo tivesse que refazer as suas contas”, declara a ministra. “Preferimos fazer uma análise detida para os casos em que for possível fazer uma proposta responsável aos servidores.”

A mandachuva do Planejamento esclarece de antemão que parte das reivindicações não orna com a realidade fiscal do governo. Pelas contas oficiais, o Tesouro seria sangrado em R$ 92 bilhões anuais se todos os reajustes fossem atendidos. Algo que Dilma descarta.

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