Polêmica

Michel Temer: há “lastro jurídico” para processo de impeachment; vice-presidente diz que Planalto vazou carta, e que fato é gravíssimo

Brasília- DF 01-07-2015- Vice-Presidente Michel Temer, Eduarado Cunha, Renan Calheiros, Presidente do PT, Rui Falcão durante posse da presidente do PCdoB, Luciana Santos. Foto: Lula Marques/ Agência PT

Foto: Lula Marques/ Agência PT

A relação entre o vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff azedou de vez. Após a divulgação do teor de sua “carta confidencial” a Dilma, em que afirma se sentir um “vice decorativo” e menosprezado por ela, o peemedebista acusou o Palácio do Planalto de ter vazado o conteúdo para a imprensa. Para ele, o fato é “gravíssimo”. E mais: o vice-presidente disse que, ao contrário do que disseram dois ministros, ele vê, sim, embasamento jurídico para a tramitação de um processo de impeachment contra a presidente.

“O acolhimento tem, sim, lastro jurídico”, afirmou em relação à decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de dar andamento ao processo contra a petista. As declarações foram dadas pelo vice-presidente ao blog do jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo. Temer contestou explicitamente, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social da Presidência) que, segundo ele, o deixaram “mal jurídica e politicamente” ao informarem à imprensa que ele havia contestado a decisão de Cunha e prometera assessoria jurídica a Dilma.

“O vice Michel Temer tem longa trajetória de democrata e constitucionalista. Assim como nós, Temer não vê nenhum lastro para esse processo de impeachment”, disse Jaques Wagner na última quinta. Edinho Silva chegou a dizer que Temer, que é constitucionalista, daria assessoramento jurídico a Dilma na defesa do processo de impeachment.

O vice-presidente já havia retrucado os ministros também em entrevista a Moreno. “Essa não é função do vice-presidente da República”, afirmou em relação ao possível assessoramento jurídico a Dilma. “Eu não disse isso em momento algum da minha conversa com a presidente”, retrucou a fala sobre a falta de lastro para o processo de impeachment.

Leia o que Temer disse ao blog do Moreno:

“Escrevi uma carta confidencial e pessoa à presidente da República. Tive o cuidado de mandar pessoalmente a minha chefe de gabinete entregá-la. Mais uma vez avaliei mal. Desembarquei em Brasília agora à noite e me surpreendi com o fato gravíssimo de o palácio ter divulgado uma carta confidencial. Eu já tinha me decepcionado quando os ministros Edinho Silva e Jaques Wagner divulgaram versões equivocadas do meu último encontro com a presidente, me deixando mal jurídica e politicamente. Eu havia sido comunicado pelo Eduardo Cunha que ele acolheria o pedido de impeachment. Reconheci seu direito de fazê-lo e depois o ministro Jaques Wagner colocou na minha boca a afirmação de que a decisão não tinha lastro jurídico. Constrangido, tive que desmenti-lo. O acolhimento tem sim lastro jurídico.”

Congresso em Foco

Opinião dos leitores

  1. Ciro Gomes já tinha cantado essa peça. Seria Ciro um profeta?
    Não. Muita gente já estava esperando por isso. Só os menos informados continuam dando credibilidade à grande mídia.

  2. Já passou da hora de Temer continuar calado e vendo o PT destruir o país.
    O PMDB assumindo a oposição e quem sabe o governo, estará fazendo um bem enorme a todos, tirando os responsáveis pela corrupção do poder e afastando as imposições petistas do governo

    1. Como o PMDB vai "tirar os responsáveis pela corrupção", se ele sempre foi governo, teve seus próprios operadores na Lava Jato e tem os chefes das duas casas legislativas envolvidos em corrupção? Será que o desespero do PMDB não é apenas para conseguir o poder e, com isso, frear as investigações e salvar sua própria pele?

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Política

Confiança? A carta de Temer para Dilma

michel-temerDe Ricardo Noblat: O vice-presidente Michel Temer, que acaba de embarcar em jatinho da FAB que decolou de de São Paulo para Brasília, escreveu e mandou entregar à presidente Dilma Rousseff uma carta onde expôe sua posição sobre o momento político que o país atravessa marcado pelo pedido de impeachment contra ela.

A carta foi o meio que Temer encontrou de evitar o constrangimento de um encontro com Dilma que desconfia que ele conspira contra ela. Há algumas horas, Dilma disse à imprensa que tem confiança integral em Temer e que ele sempre lhe foi fiel. Na verdade, não tem, desde que ele pregou o surgimento de “alguém” capaz de unificar o país.

Opinião dos leitores

  1. Esse PMDB é uma vergonha. Adorei o planalto ter publicado a cartinha do Temer. O Temer parece um garotinho reclamando a atenção da mamãe para ele e seus amiguinhos. Não sou PT e nunca fui do PMDB que conheço bem de Minas Gerais. Mas está claro que sair da Dilma para entrar no Temer é burrice. Deixem a Dilma governar esse é o castigo dela por ter ganho a eleição. O resto é golpe.

  2. Acabei de ler a emissiva do senhor vice-presidente na qual ele elenca as mais variadas situações em que passou na condição de vice, é salutar aqui dizer que o PMDB é um partido aonde impera o fisiologismo em todos os níveis, porém, é também o principal partido no país, é só ver o seu histórico de participação Brasil afora não tem um município que não possua pelo menos um vereador representando o partido.
    Sem o PMDB o PT jamais teria chegado ao Palácio do Planalto na qualidade de protagonista e grande coletor de votos.
    Voltando ao teor da carta ela tem um caráter de desabafo e um rol de apontamentos sobre deslealdade do PT no que tange a isonomia entre os partidos e suas esferas de atuações, pois todos nós sabemos que nas entranhas do poder central a fome do PT é insaciável.
    Outra coisa, sou sabedor que a atitude do senhor vice no presente momento é uma interrogação do quesito impedimento, vamos aguadar os próximos passos e os capítulos da novela infindável chamada crise política.
    Não confio um só real do PMDB, já o PT não o faço meu fiel depositário de nenhum centavo.

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Política

Presidente da Câmara diz que Temer foi sabotado pelo governo

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), foi sabotado pelo governo e, por isso, fez a opção correta ao deixar a articulação política do Planalto.

– Eu mesmo já estava ponderando que ele deveria deixar a articulação política, até porque ele foi muito sabotado esse tempo todo. Ele não tinha condições nenhuma de cumprir um trabalho pela sabotagem que foi feita ao longo de todo esse tempo perante o trabalho dele – afirmou Cunha, após participar da reunião dos presidentes de assembleias estaduais, em São Paulo.

Cunha também defende que o congresso do PMDB, marcado para novembro, seja antecipado para discutir a saída da sigla do governo petista. Esse foi um dos temas da reunião, que aconteceu semana passada na capital paulista, entre o presidente da Câmara e Temer.

– Para nós, que defendemos a saída (do PMDB do governo), a gente vê (a saída de Temer da articulação) como um fator positivo. A antecipação do congresso do partido seria importante – disse Cunha.

Nem o corte de ministérios anunciado hoje pelo governo Dilma Rousseff serviu para apaziguar a relação entre o presidente da Câmara e a petista. Para ele, a redução é um sinal positivo mas deveria ser maior.

– Eu sou autor da PEC, que está tramitando na Câmara, que reduz para 20 ministérios. Se for reduzir 10, nós ainda vamos ficar devendo 9 para a minha proposta. Se você reduzir 10 ministérios, são menos 10 ministros para pegar avião da FAB, menos dez carros com motoristas, menos dez chefes de gabinete, menos dez assessores sei lá do quê, menos cargos de comissão, consequentemente é um sinal positivo para a gente mostrar que o governo também está preocupado em economizar recursos públicos. Mas eu ainda acho (o corte de) 10 pouco.

Questionado sobre a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema investigado na operação Lava-jato, Cunha não respondeu. Disse que apenas seu advogado comenta o assunto.

Em meio a uma ensaiada aproximação entre PSDB e PMDB no Congresso e à intensa repercussão da denúncia feita pela Procuradoria Geral da República contra ele, Cunha se reuniu com deputados estaduais de todo o país para buscar apoio de presidentes de assembleias legislativas.

Questionado se a denúncia contra Cunha não criava constrangimento entre os parlamentares, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), defendeu a atuação e manutenção do presidente da Câmara no cargo.

— Enquanto ele (Cunha) for presidente da Câmara dos Deputados, (enquanto) institucionalmente couber a ele pautar os projetos, ele tem que ser respeitado institucionalmente para o cargo que ele foi eleito — afirmou Capez.

Em reunião fechada com os presidentes de assembleias, Cunha falou sobre uma de suas pautas-bomba: a PEC 172, que veda a criação de despesas para estados e municípios sem fonte de receita.

Cunha afirmou aos deputados que o “governo está atrapalhando” o trâmite do projeto que pode aliviar a carga tributária dos estados e citou a crise do Rio Grande do Sul.

Ao falar no plenário da assembleia sobre o assunto, Cunha enfrentou o protesto de quatro integrantes da Juventude do PT de São Paulo que conseguiram driblar o esquema de segurança montada pela Polícia Militar. O presidente da Câmara desdenhou do ato, ao ser questionado: – Que protesto? De quatro pessoas?

Fonte: O Globo

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Política

Dilma afirma que ao lado do PMDB "ela se sente em casa"

Josias de Souza

A presença da vice-primeira-dama Marcela Temer era um prenúncio de que a noite seria de confraternização social, não de articulação política.

Os convidados começaram a chegar ao Palácio do Jaburu às 20h15. O carro que levava Dilma Rousseff cruzou o portão da residência oficial de Michel Temer perto das 20h30.

Juntaram-se no salão principal mais de uma centena de pessoas. Excetuando-se meia dúzia de petistas, todos os demais eram congressistas e ministros do PMDB.

O convite previa que seria servido um jantar. Antes, serviu-se um par de discursos. Primeiro falou o anfitrião. Depois, a convidada de honra. Pronunciamentos ligeiros.

Temer realçou a natureza do encontro: “Uma homenagem do PMDB à presidenta Dilma.” O primeiro encontro do gênero desde a posse, em janeiro.

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Política

O PMDB não entra para brincadeiras. São Profissionais

A cerimônia de posse de Gleisi Hoffmann na chefia da Casa Civil também consumou o enterro de Antonio Palocci, escancarou as fissuras no PT e, sobretudo, formalizou a consolidação do PMDB no coração do poder. O vice-presidente Michel Temer, com a pose de quem conseguiu unificar um partido dividido em capitanias regionais e submeteu Palocci a um pito por telefone, foi citado três vezes no discurso de Gleisi (duas a mais que Lula). E mereceu de Dilma Rousseff o tratamento afetuoso que não foi estendido ao PT. Os espertalhões perderam outra batalha contra os velhacos.

Na abertura do palavrório, além de afagar o vice com a suavidade que nega aos companheiros, a presidente saudou José Sarney como representante do Legislativo, Romero Jucá como síntese dos senadores e Cândido Vaccarezza, líder do governo, como uma perfeita tradução dos deputados federais. O petista gaúcho Marco Maia, eleito presidente da Câmara sem o aval do Planalto, não ouviu seu nome pronunciado nem por Dilma nem por Gleisi.

Na segunda-feira, José Dirceu comemorou em Brasília a queda iminente do inimigo Palocci e o início de um governo Dilma controlado pela direção do PT. Descobriu horas depois que festejara um tiro no pé. O partido do guerrilheiro de festim continua com o tamanho que tinha antes da descoberta do milagre da multiplicação do patrimônio de Antonio Palocci. O PMDB, além de aumentar a bancada no Senado com a posse de Sérgio de Sousa, suplente de Gleisi Hoffmann, ficou mais musculoso.

Durante a crise protagonizada pelo traficante de influência, não se registraram diferenças notáveis no comportamento dos principais partidos governistas. Ambos evitaram o abraço do afogado e continuaram na praia em busca de mais espaços. Mas a presidente compreendeu que não conseguirá governar sem o apoio do PMDB. É essa a sigla que hoje decide o que será ou não aprovado no Congresso. E faz questão de ser tratada com muito carinho.

Ninguém troca alianças com o PMDB impunemente. Políticos ou partidos que se unem à legenda representada pela trinca Temer-Sarney-Jucá costumam descobrir tarde demais que o casamento só pode ser dissolvido se a noiva quiser. Pelos sorrisos registrados nesta tarde, a noiva está muito feliz.

Texto retirado do Blog de Augusto Nunes na Veja

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Política

Olha o PMDB velho de guerra aí gente….

Opinião do Estadão de hoje: O Jogo do PMDB.

Com o enfraquecimento do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, em consequência da revelação de que, no ofício de consultor, depois que deixou a Fazenda e assumiu o mandato de deputado federal, ele multiplicou exponencialmente o seu patrimônio em apenas 4 anos, o PMDB está se articulando para rever com o governo do qual é o principal aliado a coordenação política com a sua base parlamentar, para preservar a administração Dilma Rousseff do contágio da crise instaurada.

É nisso que a caciquia peemedebista quer que a opinião pública acredite. Trata-se de um engodo. A origem das tensões entre o Planalto e a legenda do vice-presidente Michel Temer não está no enfraquecimento de Palocci. O enfraquecimento do ministro-chefe da Casa Civil é apenas uma oportunidade com a qual os seus maiorais não contavam para transformar frustrações acumuladas nestes cinco meses de novo governo em pontiagudos instrumentos de pressão sobre a presidente. Simples assim.

O partido e o governo até que se esforçaram para jogar areia nos olhos do público. Foi um fiasco. Desde logo, a ideia já ofendia a inteligência alheia. Consistia em fazer de uma trivialidade na rotina oficial um espetáculo de congraçamento. Na Base Aérea de Brasília, antes de embarcar para um bate e volta a Montevidéu, na manhã de segunda-feira, Dilma Rousseff posaria para uma photo op – como dizem os americanos para designar a encenação conveniente aos fotografados – com o vice que assumiria a interinidade por poucas horas. Faltou combinar com o temperamento da dupla.

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Política

Era tudo que o PMDB queria!!!!!

Era tudo que os meninos do PMDB que não são fisiologistas queriam:

Do Blog do Josias:

Diminuído na composição do ministério e submetido ao conta-gotas do segundo escalão, o PMDB prepara a volta por cima.

O partido do vice-presidente Michel Temer tornou-se peça central da operação de blindagem de Antonio Palocci.

Nesta segunda (23), o primeiro compromisso oficial da presidente Dilma Rousseff é uma reunião com Temer.

Na pauta, a estratégia do governo para se contrapor à tentativa da oposição de constranger o chefe da Casa Civil e minar o governo.

PSDB, DEM, PPS começam a recolher nesta semana assinaturas para a abertura de uma CPI mista, com deputados e senadores.

Deseja-se investigar a prosperidade patrimonial de Palocci, levada às manchetes pelos repórteres Andreza Matais e José Ernesto Credencio.

Na eleição de 2006, Palocci informara à Justiça Eleitoral que seu patrimônio somava R$ 375 mil. Sem alarde, fundou uma consultoria chamada Projeto.

A empresa adquiriu em áreas nobres de São Paulo um par de imóveis. Pagou R$ 882 mil por um escritório e R$ 6,6 milhões por um apartamento de 502 m².

Em 2006, ano de sua fundação, a consutoria de Palocci faturara R$ 160. No ano eleitoral de 2010, amealhou R$ 20 milhões.

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Política

Temer em Natal

O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, estará em Natal no dia 7 de maio para participar de seminário promovido pela Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (Fecam-RN). Temer vai falar sobre a reforma política que já esta causando divisões entre Câmara e Senado.
A vinda de Temer foi noticiada no Twitter por seu fiel escudeiro (de Temer), deputado Henrique Alves.

Em Tempo: Aportou no STF, em 28 de fevereiro, um inquérito no qual o vice-presidente Michel Temer é investigado por suspeita de recebimento de propina.

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