Meio Ambiente

Incêndios florestais aumentam 42% em 2021 no RN, aponta Corpo de Bombeiros

 Foto: Divulgação / CBMRN

O número de ocorrências de incêndios florestais no Rio Grande do Norte cresceu 42% no ano de 2021. O levantamento é do Corpo de Bombeiros do estado e foi divulgado nesta segunda-feira (18).

O relatório considerou o período entre os meses de janeiro e setembro comparados com o do ano passado.

Segundo a corporação, neste ano, o Corpo de Bombeiros recebeu 1.269 chamados de focos de incêndio em matas . Em 2020, foram 894 ocorrências.

Apenas nos primeiros 15 dias do mês de setembro foram registrados cerca de 13 atendimentos diários de incêndios florestais.

“Em comparação com os anos anteriores, em especial com o ano passado, houve um aumento bastante considerável de ocorrências atendidas”, relatou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Luiz Monteiro Júnior.

De acordo com o comandante, um fator importante que aumenta a incidência de incêndios florestais é a estiagem, bem como os incêndios intencionais ou acidentais.

“É bem verdade que a maioria dos sinistros, infelizmente, acontecem em razão da ação humana com a limpeza de terrenos e na preparação do solo para plantações”, disse.

O Corpo de Bombeiro alerta que, em caso de necessidade, como os agricultores que preparam seus terrenos, é importante fazer aceiros (faixas ao longo das cercas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo, que tem como finalidade prevenir a passagem do fogo para área de vegetação) e observar qual o melhor tempo e horário.

Outra recomendação do CBMRN é que os terrenos baldios sejam mantidos limpos, sem entulhos e se alguém perceber algum foco de incêndio deve entrar em contato imediato com o Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193.

Plano de prevenção

Em agosto, o governo do RN lançou o Plano Estadual de Prevenção Ambiental e Combate às Queimadas e Incêndios Florestais, conhecido como RN Sem Chamas. O objetivo é realizar ações educativas, de monitoramento e de investigação em resposta às queimadas e incêndios florestais do RN.

A iniciativa possibilitou a união de esforços das instituições que atuam direta e indiretamente no enfrentamento destas situações de risco e infrações ambientais. O objetivo é reduzir ocorrências, elaborar mapas para monitoramento, educação ambiental e reduzir a degradação.

O Corpo de Bombeiros reforça ainda a a Lei nº 12.651, do Código Florestal, que cita que é proibido o uso de fogo na vegetação, exceto “em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle”.

G1 RN

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Diversos

Corpo de Bombeiros registra cinco incêndios florestais em menos de 24h no Alto Oeste

Foto: CBM/ASSECOM

O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte, por meio da Unidade de Pau dos Ferros, registrou, na última sexta-feira (3), cinco ocorrências de incêndios florestais na região do Alto Oeste potiguar – quatro no município de Pau dos Ferros e uma em Marcelino Vieira.

Em Pau dos Ferros, as chamas não apresentaram perigo, sendo logo controladas pelos militares. Já em Marcelino Vieira, o incêndio começou por volta das 10h e só foi completamente controlado à noite, às 18h30.

De acordo com o 2° tenente Altair Paiva, comandante da Unidade de Pau dos Ferros, “o trabalho integrado com a Defesa Civil Municipal foi primordial na execução da ocorrência”. Na ocasião, o município disponibilizou um caminhão pipa e uma retroescavadeira.

 

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Diversos

Em setembro, Corpo de Bombeiros no RN atendeu 245 ocorrências de incêndios florestais, mais que o dobro do mesmo período ano passado

FOTO: ASSECOM/BOMBEIROS

Apenas no mês de setembro, o 2° Grupamento de Bombeiros (2°GB), que responde pelas regiões de Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros, atendeu 245 ocorrências de incêndios florestais. No ano passado, durante esse mesmo período, apenas 112 chamados foram apontados.

“Realmente houve um aumento de ocorrências atendidas no interior do estado. Isso porque antecipamos de forma estratégica a Operação Abrace o Meio Ambiente – AMA, que consiste em uma ação integrada com vários órgãos do governo para prevenir e combater as queimadas. Começamos a fase de planejamento ainda em julho, estamos em outubro. Os números mostram que o trabalho tático lá atrás feito pelo Corpo de Bombeiros está trazendo resultados positivos”, disse o Diretor de Engenharia e Operações do CBMRN, tenente-coronel Santos Lima.

Segundo o relatório estatístico repassado pela Diretoria de Engenharia e Operações (DEO), a área do quartel de Mossoró teve 116 ocorrências registradas, enquanto Caicó e Pau dos Ferros, respectivamente, registraram 70 e 59 atendimentos.

Operação AMA

Sabendo dos altos índices de queimadas que ocorrem durante o segundo semestre, o Governo do Rio Grande do Norte, montou uma força-tarefa com vários órgãos públicos que atuam na defesa do meio ambiente. O objetivo do trabalho em conjunto é prevenir e combater incêndios florestais durante esse período, garantindo a preservação da fauna e da flora.

Diante disso, o Corpo de Bombeiros Militar e o Idema lançaram a Operação Abrace o Meio Ambiente (AMA), que tem como intuito intensificar as ações contra incêndios florestais por meio de investimento em equipamentos de proteção individual, viaturas operacionais e outras estruturas necessárias para reforçar o trabalho de prevenção e combate.

Opinião dos leitores

  1. O que o governo estadual está fazendo para debelar esses incêndios ??? Ou a preocupação é apenas com a Amazônia e o Pantanal ?

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Diversos

Proximidade da seca faz Corpo de Bombeiros do RN montar força-tarefa com vários órgãos públicos para prevenção e combate a incêndios florestais

FOTO: ASSECOM/Bombeiros

Sabendo que o período de seca do estado do Rio Grande do Norte está se aproximando neste segundo semestre, o Corpo de Bombeiros Militar do RN, através da Diretoria de Engenharia e Operações (DEO), montou uma força-tarefa com vários órgãos públicos que também atuam na defesa do meio ambiente. O objetivo do trabalho em conjunto é prevenir e combater incêndios florestais durante esse período, garantindo a preservação da fauna e da flora.

Diante disso, o Corpo de Bombeiros Militar lançou a Operação Abrace o Meio Ambiente (AMA), que tem como intuito intensificar as ações contra incêndios florestais por meio de investimento em equipamentos de proteção individual, viaturas operacionais e outras estruturas necessárias para reforçar o trabalho de prevenção e combate. De acordo com o Comandante Do Serviço Operacional do CBMRN, Major Christiano Couceiro, o alto índice de ocorrências dessa categoria no interior do estado fez como que a Operação fosse antecipada ainda no mês de agosto.

“Sempre no segundo semestre do ano, em meados de setembro, o Corpo de Bombeiros se preocupa ainda mais com ações de proteção ambiental em virtude do aumento da temperatura e consequentemente o maior surgimento de incêndios em áreas de vegetação. No ano passado, a Operação AMA foi desencadeada no mês de outubro. Já neste ano, a Diretoria de Engenharia e Operações fez o trabalho de planejamento ainda mais cedo e a Operação foi antecipada no interior, em função dos grandes números de ocorrências”, disse.

Vale destacar que o incêndio florestal é a propagação do fogo em áreas florestais e de savana (cerrados e caatingas), que normalmente ocorre com constância e intensidade no período de estiagem acompanhado da redução da umidade ambiental. Além disso, esse tipo de ocorrência pode ser tanto provocado pelo homem ou por causa natural. Dessa forma, a prevenção é essencial para que o meio ambiente seja preservado.

Ainda segundo o Comandante, nos casos em que a população perceber que alguém está colocando fogo em alguma área deve ligar para a Polícia Militar no número 190 e realizar a denúncia, pois trata-se de crime ambiental. Já em caso de ocorrências de incêndio o telefone dos bombeiros é o 193.

DICAS DE PREVENÇÃO

• Nunca usar fogo para limpeza de terreno ou de plantação;

• Nunca jogue resto de cigarro ainda acesso em locais onde haja vegetação;

• Próximo as estradas e terrenos, o ideal é providenciar uma aceiro para evitar a propagação de um possível incêndio nas proximidades;

• Em caso de emergência, ligue 193.

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Clima

Fogo controlado pode ajudar a evitar incêndios florestais, diz estudo; entenda técnica

Foto: (Nirut Sangkeaw / EyeEm/Getty Images)

O final de 2019 e o começo do 2020 foram marcados por uma série de incêndios florestais de grandes proporções em diversos lugares: na Floresta Amazônica, na África Subsaariana, na Austrália e no oeste dos Estados Unidos, por exemplo. Apesar de diferentes entre si, todos chamaram a atenção do mundo para o problema das mudanças climáticas e do aumento de eventos climáticos extremos. Se preparar para enfrentar incêndios cada vez maiores não é fácil, mas existem algumas técnicas que podem ajudar. Uma delas parece paradoxal: colocar fogo em florestas para evitar incêndios desastrosos no futuro.

Funciona assim: florestas são enormes campos de material combustível acumulado, principalmente na forma de madeira, folhas e arbustos. Dependendo do clima da região, a falta de chuva torna essas áreas extremamente secas, e aí basta uma fagulha inicial para o fogo começar e se espalhar — pode ser uma bituca de cigarro ou um raio, por exemplo.

Quando se sabe que uma floresta pega fogo em épocas de seca, causar um incêndio controlado antes disso vai consumir a maior parte do combustível disponível. Aí, quando a seca chegar, os incêndios podem até ocorrer — mas haverá muito menos matéria para ser queimada, e o resultado será bem menos danoso.

Mas não é só sair por aí com um lança-chamas, queimando tudo o que se vê pela frente: é preciso delimitar uma área primeiro. Em geral, essas áreas são sempre próximas a alguma barreira que impedirá a propagação do fogo para além dos limites desejados, como um rio ou uma estrada, por exemplo. Caso seja necessário, é preciso construir outras barreiras artificiais, usando tratores para derrubar uma “faixa” que separe a área queimada do restante da floresta que permanecerá intacta.

A queimada em si acontece em etapas, para garantir um melhor controle, espalhando o combustível de modo que o fogo se propague contra o vento (ou seja, mais lentamente). Caso tudo ocorra bem nas primeiras etapas, o combustível pode ser espalhado em direções a favor do vento, acelerando o processo.

Os incêndios controlados geralmente são do tipo superficial, ou seja, queimam a matéria que se encontra abaixo de 1,80 m de altura, evitando ao máximo que o fogo chegue no topo das árvores (esse tipo de incêndio, conhecido como incêndio de copas, é mais devastador e difícil de controlar). É possível controlar isso porque o processo é feito em etapas, em épocas que as árvores não estão muito secas. Então, o que está embaixo, como folhas e arbustos, queima muito rapidamente – o que extingue a maior parte do fogo antes que as chamas subam para as árvores. Dessa forma, é possível apagá-lo quando ainda é superficial. Se alguma árvore entra totalmente em chamas no processo, geralmente ela é cortada para evitar a propagação do incêndio para outras.

A técnica não é nova — muito países e estados usam incêndios controlados em áreas de secas, incluindo a Califórnia, nos EUA, e a Austrália, dois lugares que entraram nos noticiários por seus grandes focos de incêndio recentes. No país da Oceania, inclusive, a queimada intencional está longe de ser moderna: os povos aborígenes que ocupavam as terras antes da chegada dos europeus já tinham conhecimento da manobra. Por isso mesmo, os nativos australianos têm sido uma das maiores vozes na crise dos incêndios do país, que já consumiram mais de 10 milhões de hectares e mataram 30 pessoas.

Mas um novo estudo publicado na revista Nature Ecology confirmou novamente que incêndios controlados não apenas são seguros e efetivos, mas que eles também poderiam ter amenizado a desastrosa temporada de incêndios — pelo menos na Califórnia, que também enfrentou chamas anormalmente poderosas no fim do ano. A equipe da Universidade de Stanford analisou os motivos que levaram a uma queda no número de incêndios controlados no estado americano, o que provavelmente teve um papel importante para a crise.

Os cientistas argumentam que cerca de 20% da Califórnia tem que ser frequentemente alvo de queimadas controladas para ajudar a evitar incêndios fora do normal. Nos últimos anos, porém, nem metade desse número foi cumprido. Os motivos para isso são vários: falta de verba, legislações e regulações desatualizadas, falta de profissionais qualificados, etc… A opinião pública também tem um papel importante, porque muitos leigos condenam a medida como algo negativo, mesmo que a ciência comprove que seja efetiva e benéfica para a floresta.

Os pesquisadores também mostram que investir em precaução de incêndios é menos custoso do que tentar lidar com eles depois — tanto financeiramente como ecologicamente.

Mesmo assim, especialistas alertam: somente as queimadas controladas não dão conta de evitar eventos catastróficos. Na Austrália, por exemplo, a medida é empregada regularmente, apesar de uma ligeira queda nos últimos anos, e isso não impediu que o país entrasse em chamas como nunca antes. As mudanças climáticas estão tornando esses eventos extremos mais comuns em todo o mundo — os últimos 10 anos tem tido temperaturas acima da média na Austrália, algo que segue a tendência global. Lidar com esse problema parece inevitável se quisermos proteger nossa natureza.

E na Floresta Amazônica?

O novo estudo coletou dados das queimadas da Califórnia, que tem uma vegetação e um clima semelhantes às áreas incendiadas na Austrália.

Embora também tenha sido palco de grandes incêndios recentemente, nossa Amazônia não compartilha muitas outras coisas com as florestas australianas e californianas. Ela é uma mata úmida, equatorial, que não fica seca naturalmente e dificilmente pega fogo sem intervenção humana. Os polêmicos focos de incêndio que observamos no noticiário foram causados principalmente por queimadas intencionais relacionadas ao desmatamento ilegal, que cresce na região devido ao avanço do agronegócio e da pecuária.

Nesse caso, não faz muito sentido colocar fogo, já que não há queimadas naturais — o melhor mesmo é preservar.

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