Saúde

Cientistas usam técnica com edição de DNA para tornar Aedes aegypti ‘cego’ – incapaz de detectar humanos

Foto: JPTis2016/Getty Images

Cientistas da Universidade da Califórnia usaram edição genética para eliminar a capacidade do mosquito Aedes aegypti de encontrar suas vítimas pela visão – e, com isso, torná-lo incapaz de picar humanos. O estudo foi publicado recentemente na revista Current Biology.

Os mosquitos usam vários sentidos para procurar e picar pessoas. Eles podem detectar alguns sinais de nossa pele – como calor, umidade e odor –, mas são atraídos principalmente por CO2, que expelimos o tempo todo no processo da respiração. Além disso, se guiam por detalhes visuais de alto contraste – já foi constatado que os Aedes aegypti são mais atraídos por pessoas com roupas escuras.

Os cientistas envolvidos no estudo suspeitaram que proteínas responsáveis pela percepção de luz – as chamadas rodopsinas – poderiam ser a chave para eliminar a capacidade dos mosquitos de encontrar alvos humanos pela detecção de cores escuras. Então, eles usaram uma técnica de edição genética chamada CRISPR-Cas9 para criar mosquitos transgênicos com mutações nas rodopsinas.

Em uma primeira tentativa, eles eliminaram a rodopsina Op1, que é a proteína mais abundante nos olhos do Aedes aegypti. Mas os cientistas perceberam que os mutantes Op1 continuavam enxergando alvos escuros, e voavam na direção deles quando eram estimulados com CO2. Então, a equipe tentou novamente. Dessa vez, produziu mosquitos transgênicos sem a rodopsina Op2. De novo, os mutantes não sofreram qualquer impacto na sua capacidade de enxergar o alvo.

Os cientistas só tiveram sucesso quando eliminaram as duas proteínas. Os mutantes sem Op1 nem Op2 voavam sem rumo dentro das gaiolas, em vez de preferir o círculo preto. Eles haviam perdido a capacidade de encontrar hospedeiros visualmente.

A equipe quis se certificar de que não havia criado mosquitos totalmente cegos. Para isso, fez uma série de testes para ver a resposta dos mutantes duplos à luz. Os mosquitos passaram nos testes – apesar de terem visão mais fraca do que mosquitos comuns, eles não eram cegos. Só não enxergavam alvos mais escuros.

O estudo pode colaborar para estratégias futuras de controle das populações de mosquitos. Com dificuldade para encontrar alvos humanos, as fêmeas do Aedes aegypti teriam menos sucesso em conseguir o sangue necessário.

De qualquer forma, os pesquisadores ainda não expuseram os mutantes duplos a humanos. Só então eles poderão descobrir exatamente como a visão prejudicada dos mosquitos afeta sua capacidade de picar e se alimentar de sangue – já que eles têm outros sentidos que podem servir de guia. “Quanto mais entendermos como eles percebem o ser humano, melhor podemos controlar o mosquito de uma maneira ecologicamente correta”, disse Yinpeng Zhan, principal autor do estudo, ao New York Times.

Super Interessante

Opinião dos leitores

  1. Para o inseto ficar cego é falar com o vagabundo bolsonlixo. Ele conseguiu cegar o Gado kkkkkkkkkk

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

VÍDEO: Técnica desenvolvida por pesquisadores da UFRN aumenta expectativa no combate à desertificação do semiárido

O replantio da Caatinga, castigada pela ação humana há séculos, é uma das alternativas utilizadas em ações para sua restauração. O problema é que, nos métodos convencionais, a mortalidade das plantas transplantadas chega a 70%, o que significa um grande desafio para as equipes que atuam nesse bioma. Porém, uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) demonstrou que algumas espécies de plantas têm maior resistência a esse processo, o que gera uma grande esperança no reestabelecimento de áreas florestais do semiárido.

Entre os métodos de plantio diferenciados para essa área, a pesquisa coordenada pela professora Gislene Ganade, do Departamento de Ecologia do Centro de Biociências (CB/UFRN) e coordenadora do Laboratório de Ecologia da Restauração (LER), experimentou a substituição de plantas de raízes curtas por mudas de raízes longas. Esse primeiro trabalho realizado entre os anos de 2013 e 2016 numa área de cinco hectares da Floresta Nacional de Açu (Flona), no município de Assú, apresentou resultados muito satisfatórios. A ação utilizou seis espécies de arvores nativas, entre elas a jurema preta, a catingueira e a aroeira.

Pesquisadora Gislene Ganade transplanta muda de Juazeiro. Foto: Divulgação

O experimento revelou que as plantas grandes com raízes grandes atingem até 70% de sobrevivência, enquanto as plantas pequenas com raízes pequenas apenas 30%. O melhor é que os resultados foram confirmados para plantas irrigadas durante 1 ano e plantas irrigadas só no momento do plantio, dispensando assim o custo de montagem de um sistema de irrigação periódica. Não é à toa que a técnica utilizada ganhou o certificado Dryland Champions (campeões das terras áridas) da Organização das Nações Unidas (ONU).

A mesma técnica foi aplicada com grande sucesso em um segundo experimento de plantio de ampla escala implementado também na Flona de Açu, utilizando então 16 espécies de árvores. O trabalho realizado entre 2016 e 2019, foi registrado pela equipe em fotos e num vídeo apresentado pela professora Gislene Ganade. A técnica de plantio com mudas de raízes longas também já foi implementada em outras áreas dos municípios de São Bento do Norte (RN) e no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco.

Além disso, o projeto já estabeleceu uma lista das localidades em que mais de 600 espécies arbóreas podem ser plantadas em toda a Caatinga, inclusive considerando as mudanças climáticas e sua relação com a perda ou ganho de espécies em cada localidade. Uma projeção futura foi apresentada para os próximos 50 anos, de 2020 a 2070. A experiência exitosa reforça a tese do grupo de pesquisadores do LER de que a Caatinga pode e deve ser restaurada.

Pesquisa

O projeto desenvolvido pela UFRN para a restauração da Caatinga está integrado à plataforma TreeDivNet que colabora com 16 países. Além disso, mantém parcerias com a Universidade Técnica de Munique (Alemanha) e a Universidade de Exeter (Inglaterra) em pesquisas que investigam as espécies arbóreas com maior potencial ecofisiológico para fixar carbono e restaurar áreas degradadas no semiárido brasileiro.

A partir desta pesquisa já foram desenvolvidas 10 teses de doutorado, 6 dissertações de mestrado, 14 trabalhos de conclusão de curso, 7 artigos científicos e 6 artigos submetidos em revistas internacionais. Recentemente, ela foi apresentada na live Restauração da Caatinga: Avanços e novas perspectivas, promovida pela Associação Caatinga de Fortaleza, pela professora Gislene Ganade. Esse tema tem o incentivo da ONU que instituiu a Década de Restauração de Ecossistemas, com início marcado para 2021 e seguindo até 2030.

A ação da ONU é voltada à recuperação de ecossistemas degradados em todo o mundo para o combate à crise climática e para o fortalecimento da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.  Nesse sentido, destaca a professora Gislene Ganade, “a Caatinga terá importante contribuição para o mundo se projetos de restauração em larga escala forem implementados, sendo que esses projetos também representam uma valiosa contribuição ao combate à desertificação desse importante ecossistema brasileiro”.

UFRN

Opinião dos leitores

  1. Parabéns a UFRN pelo ótimo trabalho. O gado não vai gostar dessa matéria porque o gado só gosta de pasto e mentiras.

    1. Pelo seu comportamento e no linguajar raivoso…. deve trabalhar na UFRN ou fazer parte daquilo de alguma forma. Falar de pessoas como se fossem animais nao é nada etico, e parece fazer parte de alguns meios que espero nao ser educacional. Felizmente, o ente publico as vezes faz jus a sua despesa.. e quando nao faz, deve ser criticado e cobrado. Tem outro animal que simboliza quem nao quer entender criticas construtivas e simboliza ideologias, mas acho feio usar esses termos.

    2. João, vai ver se eu estou na esquina. Deixa de ser hipócrita. Você sabe muito bem que quem sustenta seus argumentos com baixo nível intelectual e alto nível de sadismo é a caterva que sustenta o que ouvem do seu líder mor. Gado é até um elogio para vermes. Agora vocês é que são mi mi mi, é?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Técnica usada em vacina contra ebola pode ser aplicada ao novo coronavírus

Estratégia usada para desenvolver uma candidata à vacina contra o ebola, elaborada pela farmacêutica americana Flow Pharma em parceria com pesquisadores brasileiros, pode orientar a criação de um imunizante contra o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19.

Em testes com camundongos, a vacina experimental contra o ebola demonstrou ser capaz de conferir, com uma única dose, imunidade contra o vírus hemorrágico que se propagou na África Ocidental entre 2013 e 2016.

Os resultados dos testes do imunizante em modelo animal foram descritos em um artigo publicado no final de fevereiro no bioRxiv – um repositório de acesso aberto de artigos em fase de pré-print na área de ciências biológicas.

“Uma abordagem semelhante à usada para desenvolver essa vacina contra o ebola pode ser possível de ser aplicada contra o novo coronavírus”, disse à Agência FAPESP Edécio Cunha Neto, professor do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores da plataforma.

O projeto também tem a participação de Daniela Santoro Rosa, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Daniela e eu somos autores da busca da sequência para a vacina contra o ebola”, contou Cunha Neto, um dos pesquisadores principais do Instituto de Investigação em Imunologia – um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) financiados pela FAPESP no Estado de São Paulo.

A vacina contra o ebola é composta por fragmentos de proteínas (peptídeos) do vírus – capazes de estimular o sistema imune e de induzir uma resposta potencialmente protetora – encapsulados em partículas micrométricas.

Para mapear regiões da estrutura do vírus ebola mais promissoras para identificação desses peptídeos capazes de serem usados como antígenos para o desenvolvimento da vacina, os pesquisadores usaram algoritmos computacionais.

Um dos critérios que estabeleceram para os algoritmos localizarem essas potenciais regiões na estrutura do vírus é que tinham de ser muito conservadas, ou seja, não poderiam variar muito de um isolado viral para outro. Isso garante que a vacina será eficaz mesmo contra variantes do patógeno.

Outro critério é que as regiões escolhidas sejam capazes de serem reconhecidas pelo sistema imune da maioria das pessoas.

“Esse critério é muito importante porque garante a cobertura ampla da vacina, uma vez que essas regiões do genoma viral mudariam muito pouco de um microrganismo que circula em um determinado local em relação ao que está aparecendo em outro, e o sistema imune dos pacientes induzirá resposta contra a vacina”, explicou Cunha Neto.

Os potenciais peptídeos localizados em regiões mais conservadas do vírus foram testados em células de 30 pacientes sobreviventes do surto do ebola no Zaire, entre 2013 e 2016.

As análises indicaram que células do sistema imune, chamadas linfócitos T CD8+, de 26 desses 30 pacientes sobreviventes ao ebola responderam a uma proteína denominada NP44-52.

Com base nessa constatação, foi fabricada uma vacina experimental com a NP44-52 encapsulada em microesferas, na forma de um pó seco, estável à temperatura ambiente e biodegradável.

A vacina experimental foi inoculada em camundongos geneticamente modificados (C57BL/6), usados como modelo de doenças humanas.

Os resultados do estudo indicaram que a vacina produziu uma resposta imune protetora nos animais 14 dias após uma única administração.

“A plataforma que desenvolvemos possibilita a fabricação e a implantação rápida de uma vacina de peptídeo para responder a uma nova ameaça viral”, afirmam os autores no artigo.

Vacina contra a COVID-19

Na avaliação dos autores do estudo, a mesma abordagem poderia ser aplicada à Covid-19, uma vez que o vírus também possui regiões conservadas e é possível identificar peptídeos potenciais para o desenvolvimento de uma candidata à vacina.

“Se agirmos agora, durante a pandemia de Covid-19, talvez seja possível coletar e analisar amostras de sangue e criar rapidamente um banco de dados de peptídeos ideais para inclusão em uma vacina com cobertura potencialmente ampla, com desenvolvimento e fabricação rápidas”, afirmam.

Cunha Neto também trabalha em outra estratégia de vacina contra a Covid-19, desenvolvida no Laboratório de Imunologia do Incor, com apoio da FAPESP.

“A ideia de usar a mesma estratégia da candidata à vacina do ebola para desenvolver um imunizante contra a Covid-19 é da farmacêutica americana, com quem continuamos a colaborar em outros projetos. A estratégia da vacina que estamos nos baseando aqui, no Brasil, é um pouco diferente”, disse.

O pesquisador e algumas das maiores autoridades mundiais em vacina, como Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID, na sigla em inglês), têm ponderado, contudo, que o desenvolvimento de uma candidata à vacina contra a Covid-19 deve demorar de um ano a um ano e meio.

Esse tempo é necessário para a realização de todas as fases de testes, inicialmente em animais e depois em humanos, a fim de assegurar a segurança e a eficácia do imunizante, ressaltam os especialistas.

O artigo An effective CTL peptide vaccine for ebola Zaire based on survivors’ CD8+ targeting of a particular nucleocapsid protein epitope with potential implications for Covid-19 vaccine design, (doi.org/10.1101/2020.02.25.963546), de CV Herst, S Burkholz, J Sidney, A Sette, PE Harris, S Massey, T Brasel, E Cunha Neto, DS Rosa, WCH Chao, R Carback, T Hodge, L Wang, S Ciotlos, P Lloyd e R Rubsamen, pode ser lido no bioRxiv.

E o artigo Coronavirus infections – more than just the common cold (10.1001/jama.2020.0757), de Catharine I. Paules, Hilary D. Marston e Anthony S. Fauci, pode ser lido no Journal of the American Medical Association (JAMA).

Galileu

 

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Bombeiros usam técnica de rapel e capturam abelhas em edifício em Natal

FOTO: SESED/ASSECOM

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte (CBMRN) recebeu um chamado e capturou um exame de abelhas em um edifício habitacional, no bairro Barro Vermelho, na Zona Leste de Natal, na manhã dessa segunda-feira (02).

Foi por volta das 09:20h que o Serviço de Defesa Ambiental (SIDAM) chegou no local da ocorrência para fazer a captura. No entanto, as abelhas estavam em um local de difícil acesso, na parte externa do prédio, entre a laje e o forro de madeira.

Para auxiliar na ocorrência, os bombeiros do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) foram acionados e usaram a técnica de rapel (técnica praticada com o uso de cordas e equipamentos adequados para a descida de edificações e bastante usada em ocorrências de resgate). A operação durou cerca de três horas.

Para esse tipo de atendimento, o Corpo de Bombeiros possui uma equipe exclusiva do Serviço de Defesa Ambiental (SIDAM). Apenas no primeiro mês do ano, a corporação realizou 181 atendimentos envolvendo abelhas.

Para evitar problemas, o Corpo de Bombeiros Militar recomenda os seguintes cuidados:

– Use roupas claras, pois as escuras atraem abelhas;

– Não grite, pois as abelhas são atraídas por ruídos;

– Evite movimentos bruscos e excessivos quando próximo a colmeias;

– Evite operar qualquer máquina barulhenta próximo a colmeias;

– Ensine as crianças a se precaver e não matar as abelhas;

– Pessoas alérgicas a picada de insetos deve evitar caminhadas em áreas de mata;

– Caso seja alérgico a picadas, pergunte ao seu médico o que fazer;

– Caso alguém seja picado, é importante que faça a remoção imediata dos ferrões, pois eles continuam liberando peçonha gradativamente;

– Em casos de formação de colmeias em residências, o proprietário deve acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros Militar pelo telefone 193.

Opinião dos leitores

  1. Pronto, depois do tunga da taxa de bombeiros junto ao licenciamento do carro, esperemos a taxa de abelha.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Especialistas defendem que Prefeitura reveja a técnica de enrocamento que utiliza na orla de Natal e adote o sistema de “colmeias”

Foto: Divulgação

Ao contrário do enrocamento de pedras que vem sendo realizado na orla de Ponta Negra com o objetivo de conter o avanço do mar, especialistas defendem que o poder público passe a investir em um sistema inovador, trazido da Holanda e que tem se mostrado mais eficiente e menos onerosa do que a adotada atualmente pela Prefeitura do Natal, desde a gestão do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Esse assunto foi debatido recentemente, durante audiência pública realizada na Associação dos Moradores dos Parques Residenciais de Ponta Negra e Alagamar, no final de Janeiro, com as presenças do diretor geral do IDEMA, Leon Aguiar, do Ministério Público do RN, através da promotora Gilka da Mata, do secretário municipal de Obras de Natal, Tomaz Neto, do consultor e especialista em planejamento e gerenciamento em engenharia, o pernambucano Leonides Alves Neto e também com a participação da sociedade civil.

No encontro, foi evidenciado que o modelo de enrocamento que vem sendo utilizado em Natal, além de ser expressivamente mais caro, não oferece os mesmos resultados positivos que os da tecnologia “Modulo Bloc”. Essa técnica, assemelha-se a uma ‘colmeia’, em um dos modelos.

Em outro, no formato retangular, operam de duas maneiras distintas: a primeira, permitindo que as ondas, que contem grande quantidade de areia e sedimentos de praia, passe pelos elementos vazados desse formato, filtrando e devolvendo a àgua ao mar e retendo o material fino (areia), auxiliado por uma membrana Geotêxtil instalada sobre um colchão de brita. A segunda, através do blocos retangulares, promove a quebra da força das ondas e dissipa sua energia, reduzindo drasticamente a erosão na praia.

Esse método, utilizado há mais de 200 anos na Europa, já tem a sua eficiência e relação custo-benefício comprovados por empreendimentos públicos e privados em Natal e região metropolitana, como o muro de contenção na praia de Areia Preta, obra do DER/RN; escadaria da Praia de Cotovelo, obra da Prefeitura de Parnamirim; Hotel Vila do Mar, na Via Costeira, residência do Jornalista Cassiano Arruda, em Jacumã e mais recentemente no condomínio Ekoara Residence Resort, na Praia de Muro Alto em Porto de Galinhas/PE.

Recentemente, o jornalista Vicente Serejo, em sua coluna no jornal Tribuna do Norte, questionou o fato de a Prefeitura do Natal investir na atual técnica de enrocamento, considerada um “gigantesco ninho de rato”.

Opinião dos leitores

  1. Isso aí está mais para uma porca de parafuso do que para uma colméia. A colméia é sextavada por dentro. Não sou nenhum especialista.

  2. É mais caro, é bom, e depois se precisar retirar o preço da mão de obra diminui bastante, é muito bom para quem faz. Péssimo para o contribuinte.

  3. Excelente.
    Pagaram para fazer o viveiro de ratos.
    Agora vamos pagar para retirar o viveiro de ratos.
    Pagar para colocar as colmeias e rezar para funcionar.
    Nada de responsabilidade para ninguém.
    Pelo contrário, vão ganhar propina em.outras 2 obras.
    Que beleza!!!!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Clima

Fogo controlado pode ajudar a evitar incêndios florestais, diz estudo; entenda técnica

Foto: (Nirut Sangkeaw / EyeEm/Getty Images)

O final de 2019 e o começo do 2020 foram marcados por uma série de incêndios florestais de grandes proporções em diversos lugares: na Floresta Amazônica, na África Subsaariana, na Austrália e no oeste dos Estados Unidos, por exemplo. Apesar de diferentes entre si, todos chamaram a atenção do mundo para o problema das mudanças climáticas e do aumento de eventos climáticos extremos. Se preparar para enfrentar incêndios cada vez maiores não é fácil, mas existem algumas técnicas que podem ajudar. Uma delas parece paradoxal: colocar fogo em florestas para evitar incêndios desastrosos no futuro.

Funciona assim: florestas são enormes campos de material combustível acumulado, principalmente na forma de madeira, folhas e arbustos. Dependendo do clima da região, a falta de chuva torna essas áreas extremamente secas, e aí basta uma fagulha inicial para o fogo começar e se espalhar — pode ser uma bituca de cigarro ou um raio, por exemplo.

Quando se sabe que uma floresta pega fogo em épocas de seca, causar um incêndio controlado antes disso vai consumir a maior parte do combustível disponível. Aí, quando a seca chegar, os incêndios podem até ocorrer — mas haverá muito menos matéria para ser queimada, e o resultado será bem menos danoso.

Mas não é só sair por aí com um lança-chamas, queimando tudo o que se vê pela frente: é preciso delimitar uma área primeiro. Em geral, essas áreas são sempre próximas a alguma barreira que impedirá a propagação do fogo para além dos limites desejados, como um rio ou uma estrada, por exemplo. Caso seja necessário, é preciso construir outras barreiras artificiais, usando tratores para derrubar uma “faixa” que separe a área queimada do restante da floresta que permanecerá intacta.

A queimada em si acontece em etapas, para garantir um melhor controle, espalhando o combustível de modo que o fogo se propague contra o vento (ou seja, mais lentamente). Caso tudo ocorra bem nas primeiras etapas, o combustível pode ser espalhado em direções a favor do vento, acelerando o processo.

Os incêndios controlados geralmente são do tipo superficial, ou seja, queimam a matéria que se encontra abaixo de 1,80 m de altura, evitando ao máximo que o fogo chegue no topo das árvores (esse tipo de incêndio, conhecido como incêndio de copas, é mais devastador e difícil de controlar). É possível controlar isso porque o processo é feito em etapas, em épocas que as árvores não estão muito secas. Então, o que está embaixo, como folhas e arbustos, queima muito rapidamente – o que extingue a maior parte do fogo antes que as chamas subam para as árvores. Dessa forma, é possível apagá-lo quando ainda é superficial. Se alguma árvore entra totalmente em chamas no processo, geralmente ela é cortada para evitar a propagação do incêndio para outras.

A técnica não é nova — muito países e estados usam incêndios controlados em áreas de secas, incluindo a Califórnia, nos EUA, e a Austrália, dois lugares que entraram nos noticiários por seus grandes focos de incêndio recentes. No país da Oceania, inclusive, a queimada intencional está longe de ser moderna: os povos aborígenes que ocupavam as terras antes da chegada dos europeus já tinham conhecimento da manobra. Por isso mesmo, os nativos australianos têm sido uma das maiores vozes na crise dos incêndios do país, que já consumiram mais de 10 milhões de hectares e mataram 30 pessoas.

Mas um novo estudo publicado na revista Nature Ecology confirmou novamente que incêndios controlados não apenas são seguros e efetivos, mas que eles também poderiam ter amenizado a desastrosa temporada de incêndios — pelo menos na Califórnia, que também enfrentou chamas anormalmente poderosas no fim do ano. A equipe da Universidade de Stanford analisou os motivos que levaram a uma queda no número de incêndios controlados no estado americano, o que provavelmente teve um papel importante para a crise.

Os cientistas argumentam que cerca de 20% da Califórnia tem que ser frequentemente alvo de queimadas controladas para ajudar a evitar incêndios fora do normal. Nos últimos anos, porém, nem metade desse número foi cumprido. Os motivos para isso são vários: falta de verba, legislações e regulações desatualizadas, falta de profissionais qualificados, etc… A opinião pública também tem um papel importante, porque muitos leigos condenam a medida como algo negativo, mesmo que a ciência comprove que seja efetiva e benéfica para a floresta.

Os pesquisadores também mostram que investir em precaução de incêndios é menos custoso do que tentar lidar com eles depois — tanto financeiramente como ecologicamente.

Mesmo assim, especialistas alertam: somente as queimadas controladas não dão conta de evitar eventos catastróficos. Na Austrália, por exemplo, a medida é empregada regularmente, apesar de uma ligeira queda nos últimos anos, e isso não impediu que o país entrasse em chamas como nunca antes. As mudanças climáticas estão tornando esses eventos extremos mais comuns em todo o mundo — os últimos 10 anos tem tido temperaturas acima da média na Austrália, algo que segue a tendência global. Lidar com esse problema parece inevitável se quisermos proteger nossa natureza.

E na Floresta Amazônica?

O novo estudo coletou dados das queimadas da Califórnia, que tem uma vegetação e um clima semelhantes às áreas incendiadas na Austrália.

Embora também tenha sido palco de grandes incêndios recentemente, nossa Amazônia não compartilha muitas outras coisas com as florestas australianas e californianas. Ela é uma mata úmida, equatorial, que não fica seca naturalmente e dificilmente pega fogo sem intervenção humana. Os polêmicos focos de incêndio que observamos no noticiário foram causados principalmente por queimadas intencionais relacionadas ao desmatamento ilegal, que cresce na região devido ao avanço do agronegócio e da pecuária.

Nesse caso, não faz muito sentido colocar fogo, já que não há queimadas naturais — o melhor mesmo é preservar.

Super Interessante

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

VÍDEO: Técnica para descontaminar órgãos pode acelerar filas de transplantes no Brasil

Cientistas brasileiros e canadenses estão conseguindo descontaminar os órgãos, que, antes não poderiam ser doados por causa de infecções. Assista reportagem da Record abaixo.

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Técnica do exército dos EUA promete você dormir em apenas dois minutos em qualquer lugar ou hora do dia

(LordHenriVoton/Montagem sobre reprodução)

Quem enfrenta problemas para pegar no sono costuma tentar de tudo: chás, banhos quentes, ler um livro… Afinal, nada como a angústia de ficar se revirando na cama por horas a fio para fazer qualquer apostar em todo tipo de simpatia.

O que nenhuma dessas pessoas deve ter pensado é que a solução para o problema poderia vir… das forças armadas.

Calma: não é preciso se alistar. Mas uma uma técnica desenvolvida pela Escola Preparatória de Voo da Marinha dos Estados Unidos promete colocar qualquer um para em apenas 120 segundos – sob qualquer condição, hora do dia ou substância que você venha a consumir.

O método veio a público pela primeira vez em 1981, no livro “Relax and Win: Championship Performance”. A história voltou a se espalhar, porém, graças à norte-americana Sharon Ackman, que postou sobre o assunto em sua conta no Medium. De acordo com ela, a técnica foi desenvolvida para ajudar os pilotos da marinha a descansar, com o objetivo de melhorar sua performance e evitar que a falta de sono leve a um erro que acabe custando vidas.

“Os militares dos EUA perceberam que muitos de seus pilotos estavam tomando decisões terríveis e evitáveis devido ao estresse e à insônia.”, disse Ackman. Segundo ela, alguns soldados não conseguiam descansar adequadamente fora das batalhas, e a fadiga acumulada resultava em erros por vezes fatais.

O passo a passo para dormir melhor

Quer testar e ver se o método cumpre o que promete? Dá uma olhada nos passo a passo aqui embaixo. Segundo os criadores da técnica, são necessárias seis semanas de treino e adaptação. Depois disso, a técnica seria 96% eficaz – mesmo que a pessoa esteja sob o efeito de um estimulante, como a cafeína. Vai apostar? Então vamos lá:

1 – Encontre a melhor posição possível (e aí só aceite)

Os pilotos eram treinados para adormecer sentados em uma cadeira. É importante não ficar imaginando como seu sono seria melhor se você estivesse em outro lugar, e sim aceitar que o que você tem é o suficiente.

2 – Relaxe todos os músculos do rosto

É essencial que sua testa (nem nenhuma parte da cara) não esteja franzida. Respire profundamente, sentindo a sua bochecha, mandíbula e língua relaxarem.

3 – Faça o resto do seu corpo descansar

Relaxar o rosto e os globos oculares funciona como um sinal para o cérebro de que é hora de descansar. Pouco a pouco, vá relaxando as partes do corpo de cima para baixo: pescoço, ombros, braços e pernas.

4 – Respire profundamente

Nessa hora, comece a inspirar e expirar lentamente, sentindo todos os músculos do corpo relaxarem. Dê prioridade para aqueles que você domina (se você é destro, por exemplo, foque no antebraço direito). Se perceber que eles não estão totalmente relaxados, contraia-os e repita o processo.

5 – NÃO PENSE

Talvez o mais difícil de todo o processo seja a metralhadora de pensamentos que não desliga. Quem sofre com isso, porém, sabe que é importante não pensar em nada para acelerar o processo de pegar no sono. Há um truque ensinado pela marinha que ajudaria a lidar com isso. Por dez segundos, já relaxado, relembre que você está num lugar escuro e confortável. Se não funcionar, repita incessantemente a frase “Não pense, não pense, não pense”. Concentrar sua mente toda nessa frase boba pode reduzir as chances do seu cérebro divagar e acabar se dedicando aos problemas do dia seguinte – ou pior: começar a fazer as contas de quantas horas faltam para o despertador tocar.

Super Interessante

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Nova técnica dá esperanças a mulheres com câncer que querem engravidar

ovuloscongelados620-originalMulheres que vão se submeter a tratamentos que afetam a fertilidade, como a quimioterapia, agora têm um novo recurso para ter filhos: o congelamento ou criopreservação do tecido ovariano.
Ainda considerada experimental, a técnica consiste em retirar um pedaço ou até metade do ovário por meio de uma videolaparoscopia. Em seguida, o tecido é congelado em fragmentos de 1 centímetro, em nitrogênio líquido, à temperatura de -196º C. O ovário pode permanecer congelado por tempo indeterminado, já que o tecido não envelhece.
Após a liberação do oncologista, a paciente pode realizar o reimplante do tecido ovariano, caso o órgão remanescente tenha sido danificado durante o tratamento, o que ocorre na maioria dos casos. O tecido é reimplantando por meio de uma nova videolaparoscopia. Espera-se que entre dois e três meses após a cirurgia o órgão retome suas funções hormonais e a paciente possa engravidar de forma natural ou por fertilização in vitro (FIV).
Os especialistas ressaltam que a opção do reimplante é importante mesmo para mulheres que não querem engravidar, já que o ovário desempenha uma importante função endócrina.
Congelamento de óvulos versus tecido ovariano – Em comparação com o congelamento de óvulos ou de embriões, técnicas já estabelecidas há mais de uma década, a criopreservação do ovário é mais complexa. Entretanto, em alguns casos, ela é a única esperança para mulheres que desejam engravidar – e é a única forma de tentar restaurar a função hormonal do ovário, caso ela se deteriore após o tratamento.
“A grande inovação desta técnica é que ela dispensa tratamento prévio e o tempo necessário para o congelamento de óvulos. Além disso, é a única esperança de meninas pré-púberes tentarem manter a fertilidade”, explica Maurício Chehin, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.
Explica Edson Borges, diretor clínico do Centro de Fertilização Assistida Fertility, em São Paulo: “Meninas que ainda não entraram na puberdade não podem fazer congelamento de óvulos, simplesmente porque elas não têm óvulos. Nesses casos, a criopreservação do tecido é a única opção para elas tentarem engravidar no futuro.”
No entanto, Borges ressalta que ainda não se sabe como é a recuperação da fertilidade nas crianças. “Ao contrário das mulheres que já menstruaram, o ovário de meninas pré-púberes ainda não amadureceu e por isso não teve sua função reprodutiva ativada. Assim, quando há o reimplante de um ovário nessas condições é necessário realizar a maturação do tecido retirado em laboratório antes do reimplante. É algo que ainda não podemos garantir que irá acontecer. Mas acredito que vale muito a pena tentar”, afirma.
Para congelar óvulos ou embriões, a mulher passa por uma indução de ovulação que demora entre 10 e 15 dias. Já na nova técnica, o procedimento é cirúrgico e não precisa de preparação prévia. A desvantagem é que o método é mais invasivo e requer internação hospitalar de um a dois dias.
Leia também:
Mulher dá à luz após transplante de seu próprio tecido ovariano congelado na infância
Nasce na França o primeiro bebê graças a transplante de tecido ovariano
Pesquisas – Os primeiros relatos científicos sobre congelamento de tecido ovariano datam do final dos anos 1990, mas o primeiro transplante bem sucedido e que resultou em gravidez ocorreu na Bélgica, em 2003. Desde então, ocorreram cerca de 60 nascimentos de bebês a partir dessa técnica ao redor do mundo, sendo Dinamarca e Bélgica os países que mais se destacam na prática.
“Embora exista há mais de uma década, no Brasil e também no mundo, a criopreservação de tecido ovariano ganhou força apenas nos últimos dois anos por causa da maior conscientização sobre a importância de se tentar manter a fertilidade frente aos tratamentos oncológicos”, afirma o especialista Chehin.
Um estudo publicado no periódico científico Human Reproduction, em outubro de 2015, mostrou que o congelamento ovariano é seguro e bem sucedido. Os pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, analisaram 41 mulheres que realizaram o procedimento devido a um câncer e tiveram o ovário reimplantado após estarem curadas. Todas tiveram a função ovariana reestabelecida após o implante, mas apenas 32 decidiram engravidar. Dessas, 14 conseguiram chegar até o fim da gestação e dar à luz crianças saudáveis, sendo oito de forma natural e seis por meio de fertilização in vitro.
Outra preocupação dos pesquisadores era que o tecido reimplantado pudesse causar a volta do tumor. Isso não foi observado em nenhum dos casos. Outro resultado positivo foi o tempo funcional do ovário transplantado. De acordo com os autores, em algumas mulheres o tecido permaneceu funcional por quase 10 anos. Em geral, a “vida útil” do ovário transplantando é de cinco anos.
Segundo os especialistas ouvidos pelo site de VEJA, espera-se que a indicação dessa técnica aumente bastante. “No futuro a criopreservação ovariana poderia ter um maior número de indicações, como para mulheres com síndrome de Turner e endometriose, condições que tendem a causar a perda precoce da função dos ovários. E para pacientes com doenças autoimunes como o lúpus, que precisam utilizar quimioterápicos que podem afetar sua fertilidade”, afirma Chehin.
Para Edson Borges, seu uso pode se expandir ainda mais. “Ela pode ser uma alternativa para mulheres que vão entrar em menopausa. Essas pacientes podem optar por guardar o tecido ovariano antes desse período e depois reimplantá-lo para que ele volte a produzir hormônios”, diz.

Fonte: Veja

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Jornalismo

Nova técnica usa o hálito para diagnosticar doenças cardíacas

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores do Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas, faz o diagnóstico de insuficiência cardíaca de forma rápida, precisa e mais barata, por meio, apenas, do sopro. O exame é feito com um pequeno aparelho que mede o nível de acetona (substância de cheiro forte, produzida durante os processo de metabolismo do corpo) presente no ar expelido pelo paciente. Quanto maior o nível, mais elevado é o estágio da doença.

A nova técnica pretende facilitar o diagnóstico principalmente em postos de atendimento que não são especializados em doenças do coração. Atualmente, a constatação da insuficiência é feita por um exame de sangue, que verifica a presença de uma substância chamada bnt. “O novo exame é tão preciso quanto o atual, pois observamos que o nível da acetona no ar exalado cresce de maneira proporcional ao nível do biomarcador bnt no sangue”, ressaltou o médico do InCor Marcondes Bacal.

Além disso, o novo exame custará cerca de 30% do valor cobrado na análise do sangue. “O exame de sangue custa mais de R$ 100. A troca vai reduzir custo para o pacientes e até para o SUS [Sistema Único de Saúde]”, destaca o médico.

Segundo Fernando Bacal, a insuficiência cardíaca é a etapa final de uma série de doenças que atingem o coração, como miocardites, doença de chagas, infartos. O órgão fica debilitado e passa a bombear o sangue com menos força. Isso causa retenção de líquidos, inchaços, acumulo de água no pulmão e principalmente falta de ar e cansaço excessivo aos esforços. “Cerca de 10% dos pacientes que atingem esse nível da doença necessitam de transplante e aproximadamente 50% correm o risco de morrer.”

O médico disse que o estudo dessa nova técnica surgiu quando se observou que os pacientes em fase avançada da doença exalavam um forte cheiro pela boca ao falar. “O hálito deles tem um odor peculiar, que chamou a atenção. A pesquisa investigou qual era esse elemento [que causava o cheiro] e identificou a acetona como um novo biomarcador da doença, capaz de confirmar a insuficiência cardíaca”, explicou o médico.

“A acetona não é produzida no dia a dia. Quando acontece é porque há alguma agressão. O corpo a produz para se sustentar e fazer energia de alguma maneira”, explica a também cardiologista do InCor, Fabiana Marcondes Braga, autora de uma tese de doutorado sobre acetona.

O médico, porém, destaca que a análise do sangue exige uma estrutura para ser feita. “No novo aparelho, atualmente pegamos o ar exalado, condensamos com um processo de resfriamento, levamos o líquido para o laboratório e o resultado sai em horas. Mas, com algumas evoluções, vamos conseguir com que o resultado saia imediatamente, no próprio aparelho. Isso vai possibilitar um encaminhamento mais imediato para o tratamento especializado.”

O estudo tem a parceria do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo Marcondes Bacal, o próximo passo é levar a pesquisa para outras universidades. “Vamos tentar aprimorar o aparelho de coleta do ar exalado e depois conseguir uma parceria com indústrias para o desenvolvimento tecnológico. Se tudo der certo, dentro de um ou dois anos a técnica já estará disponível.”

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *