Judiciário

ALEGOU TER ‘ESQUECIDO’: MP investiga caso de enfermeira que não injetou em idosa o líquido da vacina contra Covid-19 na 1ª tentativa, em Goiânia

Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) investiga a denúncia de que uma enfermeira não injetou o líquido da vacina contra a Covid-19 em uma paciente na primeira tentativa, mesmo tendo inserido a agulha na idosa, em Goiânia.

Uma filha de Floramy de Oliveira Jordão, de 88 anos, filmou o momento e questionou a profissional após notar que o líquido continuava na injeção (vídeo acima). Foi quando a enfermeira pediu desculpas pelo erro e aplicou corretamente a dose.

O caso aconteceu na quarta-feira (10), primeiro dia de vacinação de idosos com mais de 85 anos em Goiânia. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou que também está apurando a situação internamente e que a enfermeira foi afastada da campanha de vacinação contra Covid-19.

A promotora de Justiça Marlene Nunes de Freitas Bueno informou que já solicitou informações sobre o caso à Secretaria Municipal de Saúde. “O que fundamenta a investigação é a conduta da profissional e a responsabilidade da secretaria para garantir normalidade. A secretaria tem que buscar os meios necessários para deixar a sociedade tranquila. Nosso objetivo imediato, nesse momento, é tranquilizar a sociedade”, afirmou.

O G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, na manhã desta quinta-feira (11), pedindo mais detalhes sobre o ocorrido e o vínculo da profissional com a pasta e aguarda retorno.

Chefe da SMS, Durval Pedroso explicou que o caso foi uma situação isolada e que a imunização continua sendo feita normalmente na capital.

“A secretaria jamais agiria de forma a acobertar qualquer fato, prezamos pela transparência. A pessoa que fez a denúncia está agindo de forma ética e responsável. […] Acreditamos na capacidade, compromisso, na responsabilidade e ética na nossa equipe. É muito importante que as pessoas se vacinem, não se privem de vacinar. A garantia, a segurança e a ética sempre estarão presentes”, disse o secretário.

A reportagem solicitou um posicionamento sobre o caso ao Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) na manhã desta quinta-feira e aguarda retorno.

Episódio

A aposentada Luciana Jordão, de 57 anos, levou a mãe para ser vacinada contra a Covid-19 em um dos pontos que as doses estão sendo aplicadas em idosos, em Goiânia. Segundo a filha, quando chegou a vez de a mãe ser imunizada, ela decidiu filmar para mostrar o momento aos netos dela.

Foi quando a aposentada notou que a enfermeira que fez a aplicação não injetou o líquido que estava na seringa como deveria.

“Ela simplesmente enfiou a agulha na minha mãe, tirou e ficou com a seringa para cima. Aí eu falei: ‘Foi muito rápido’. Quando eu olhei para cima, o líquido estava todinho na seringa. Ela não injetou a vacina na minha mãe. Aí eu falei para ela: ‘O líquido está todinho aí, você não vacinou a minha mãe’”, contou.

Luciana relatou que a enfermeira respondeu que havia vacinado, mas, ao ser confrontada sobre o líquido estar na seringa, pediu desculpas e disse que não tinha percebido.

“Ela olhou, pediu desculpa, disse que ela tinha se esquecido de injetar, foi e picou minha mãe, vacinou minha mãe novamente. Eu fiquei prestando atenção, e aí ela realmente vacinou”, afirmou a aposentada.

G1 – GO

Opinião dos leitores

  1. Eu pedi pra fazer a mesma coisa em mim, vou deixar para tomar depois que a petralhada e os calcinhas apertadas testerem . ririri.

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Jornalismo

Atenção pais! Acidentes com líquidos quentes são maior causa de internação de crianças

Uma pesquisa realizada pela Divisão de Serviço Social do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) com pacientes internados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do hospital constatou, por meio de estatísticas, um fato que pode ser percebido claramente nas enfermarias do Centro: as queimaduras por líquidos quentes são a principal causa de internação de crianças na faixa etária de até 9 anos.

Os dados da pesquisa foram colhidos por meio de entrevistas realizadas entre os meses de janeiro e março de 2012 com 53 pacientes internados no CTQ e constataram uma grande concentração de pacientes vítimas de queimaduras por líquido quente na faixa de 0 a 9 anos, correspondente a 88% dos pesquisados.

A pesquisa foi feita pela assistente social, Rita de Cássia Oliveira e pela estagiária em Serviço Social, Silvânia Maria de Melo. Também foram colhidas informações sobre o contexto sócio-econômico vivido pelos pacientes. A maioria possui escolaridade entre média e baixa (ensino médio e/ou fundamental) e residem em casas em condições precárias, pequenas e/ou com grande número de pessoas.

“Podemos perceber pelo gráfico que os homens são maioria entre os internados. O que se destaca é o fato que nas causas de internamento ‘corrente elétrica’ e ‘cirurgia plástica’ os pacientes entrevistados são 100% do sexo masculino. Outro dado é que os pacientes vítimas de queimadura por líquido quente são 58% do sexo feminino”, destacam as autoras da pesquisa.

Medidas simples podem evitar acidentes graves envolvendo crianças. A cozinha é um ambiente propício à ocorrência de acidentes e a presença dos pequenos deve ser evitada. No fogão, sempre deixar as panelas com o cabo voltado para o centro, sempre deixar toalhas de mesa com bordas curtas para evitar que as crianças puxem e, principalmente, nunca deixar uma criança sozinha, mantendo sempre um adulto no mesmo ambiente.

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