Economia

Startups brasileiras levantaram cifras bilionárias neste ano – e o cenário para 2021 é ainda mais promissor

Foto: Fábrica de Startup/Divulgação

Não só por tragédias ficará marcado 2020, o ano da pandemia do novo coronavírus. Boas oportunidades de negócios surgiram ao longo do trágico ano em que, além das vidas perdidas, quase todos os países do mundo terminarão com o PIB negativo. Se a economia brasileira vem em uma recuperação gradual, há um setor em que a crise passou longe em 2020: o de startups, que levantou cifras bilionárias. De acordo com a plataforma Sling Hub, apenas nos últimos seis meses foram 147 novos negócios em startups brasileiras, no valor de 20,9 bilhões de reais. Em 2019 os investimentos em startups já tinham dobrado em relação a 2018, mas já em outubro de 2020 o montante aplicado mais que dobrou em relação a todo o ano passado e o cenário para 2021 é ainda mais promissor.

“Tivemos uma combinação de juros muito baixos, o que incentivou os investidores a irem para capital de maior risco. Além disso, houve muita liquidez para as startups captarem e muitas empresas desesperadas querendo tapar os buracos que ficaram mais aparentes durante a crise”, disse Hector Gusmão, presidente do hub de inovação Fábrica de Startups. De acordo com ele, outro fator que contribuiu com esse cenário foi o fato de que cinco grandes fundos de venture capital começaram o ano já com mais 2 bilhões de dólares captados para investir em startups.

De acordo com a plataforma Slinghub, as fintechs foram as que mais receberam investimentos nos últimos seis meses (veja quadro). Responsáveis por mais de 80% dos investimentos, elas receberam 15,7 bilhões de reais em 60 novos negócios. Na sequência, vem as retailtechs, ou seja, ligadas ao varejo online, com quase 12%. Elas receberam 2,3 bilhões de reais em 14 novos negócios. Entre as empresas que se destacam, estão a Magazine Luiza, que comprou mais de cinco startups no ano, a HDI e a Via Varejo.

Para a Fábrica de Startups, que conecta principalmente grandes empresas às startups e que domina esse mercado no Rio de Janeiro, uma área de destaque no mercado foi a de healthtech. “Houve muito investimento, assim como fusões e aquisições. Na nossa previsão, isso vai continuar após a pandemia”, diz Gusmão. Até novembro, 68 startups entraram no programa de integração com empresas e 10 fecharam contrato em um valor total de aproximadamente de 700 mil reais. Ao longo de todo o ano passado, o número de contratos assinados foi igual ao de 2020, mas o valor foi inferior, de 600 mil reais. E, de acordo com a projeção dos especialistas, 2021 será um ano ainda mais promissor para as startups.

Veja

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Trânsito

Estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revela melhora significativa na sinalização das rodovias brasileiras

Foto: Agência Brasil

Um estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgado nesta terça-feira (24), mostra que houve uma melhoria significativa na avaliação da sinalização das rodovias brasileiras entre 2013 e 2019. Segundo a entidade, houve em média uma melhora de 17,8 pontos percentuais nos trechos rodoviários federais sob jurisdição do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A pesquisa avaliou o Programa Nacional de Segurança e Sinalização Rodoviária (BR-Legal), criado em 2013 visando padronizar a sinalização rodoviária na malha federal.

Dividido em quatro etapas, o projeto previa a realização de melhorias na sinalização em 55 mil quilômetros (km) de rodovias em todo o país. Essa extensão representava, em 2012, 87% da malha total das rodovias federais pavimentadas sob gestão pública. Cada etapa levava em consideração a logística de execução das obras e o nível de relevância de cada trecho.

“Em sete anos de vigência do BR-Legal, houve nítidos avanços na avaliação geral da sinalização nas rodovias federais públicas. Considerado o período entre o início do programa e o ano de 2019, houve em média uma melhora de 17,8 pontos percentuais nos trechos rodoviários onde houve intervenções do BR-Legal, passando de 39,7% para 57,5% de avaliação positiva”, revela o estudo.

Acrescenta que o programa inovou na forma de licitação, na atribuição de responsabilidades às contratadas e na metodologia das soluções empregadas. Pela metodologia, a empresa encarregada pelo projeto de sinalização é também a executora dos serviços e responsável pela manutenção da rodovia durante cinco anos.

“Dessa forma, evita-se que problemas na implementação da sinalização e dos dispositivos de segurança sejam justificados por erros de projeto, dado que a empresa – ou consórcio – responsável pelas duas etapas é a mesma”, indica a CNT.

Avaliações

As avaliações da pesquisa se debruçaram tanto sobre a sinalização horizontal, a exemplo das faixas, como a vertical, placas de advertência e regulamentação, em aspectos como visibilidade, padronização e legibilidade das sinalizações.

O levantamento também levantou o percentual de execução das intervenções realizadas dentro do programa BR-Legal, com destaque para a sinalização vertical que alcançou o maior percentual (70,0%). Na sequência, estão as intervenções de sinalização horizontal (58,1% de execução) e de dispositivos de segurança (45,0%).

Segundo a CNT, atrasos na execução do programa empurraram o encerramento da maioria dos contratos para 2021 (a previsão inicial era 2018). De acordo com a CNT, dos R$ 4,47 bilhões de orçamento previstos, foram investidos, entre 2014 e 2019, apenas R$ 2,82 bilhões em valores nominais, o equivalente a R$ 3,12 bilhões em valores corrigidos, o que representa 63% do previsto.

Além disso, a pesquisa também traz observações de auditorias ao programa BR-Legal realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apontaram problemas de fiscalização, superposição do programa com outras ações, execução insuficiente e/ou inadequada, atrasos, priorização de trechos críticos e inconformidade de projetos.

“Os relatórios desses órgãos indicam que, em alguns casos, não foram contratadas empresas para realizar serviços de supervisão e gerenciamento do programa e que houve carência de pessoal e de equipamentos para realizar os serviços de fiscalização”, revela o trabalho.

Em alguns trechos rodoviários do BR-Legal em superposição com outras ações e programas de melhoria, houve casos de duplicidade na contratação de serviços e ainda de ausência ou insuficiência de execução da sinalização horizontal por causa da má condição do pavimento (sob responsabilidade de outro programa).

O estudo também comparou o BR legal com programas anteriores de sinalização, como o Programa de Sinalização nas Rodovias Federais (Prosinal) e o Programa de Defensas Metálicas nas Rodovias Federais (Prodefensas), este último lançado em 2009 e voltado para diminuir a severidade dos acidentes nas rodovias federais pavimentadas.

Sinalização horizontal

Criado em 2006 e previsto para durar dois anos, o Prosinal previa a execução dos serviços de engenharia de tráfego, de sinalização horizontal, vertical e suspensa e de dispositivos de segurança em cerca de 48 mil km de rodovias. Entretanto, diversas prorrogações o estenderam por mais quatro anos, e sua conclusão deu-se apenas em outubro de 2012.

No total, o programa abrangeu 46 mil km de rodovias sinalizadas. Já o Prodefensas, que funcionou até 2012, realizou intervenções em 734,2 km de defensas ao custo de R$ 76,9 milhões em valores da época.

Segundo a CNT, ainda que os dois programas tenham promovido melhorias na sinalização, eles não foram capazes de alterar, de maneira significativa, as condições da sinalização das rodovias federais. A entidade diz que eles contribuíram para que se adquirisse experiência para a formulação do BR-Legal, que os substituiu.

“As inovações trazidas por este programa [BR-Legal] na forma de licitação, na atribuição de responsabilidades à contratada e na metodologia das soluções a serem empregadas puseram as intervenções na sinalização viária, no país, em um novo patamar, superior aos anteriores. Houve, durante o período de vigência do BR-Legal, uma nítida melhoria da avaliação geral da sinalização nas rodovias federais públicas, assim como na de suas variáveis, individualmente”, finaliza a CNT.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Cadê os esquerdopatas de plantão? Aliais, até os que idolatram FHC, que de esquerda nada tinha.
    Nosso Presidente é o melhor de todos os tempos.
    #bolsonaro2022

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Saúde

Metade das crianças brasileiras não receberam todas as vacinas que deveriam em 2020; RN registra 47,42%, apontam dados do Ministério da Saúde

Foto: Ilustrativa/Fotoblend/Pixabay

Dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde apontam que cerca de metade das crianças brasileiras não receberam todas as vacinas previstas no Calendário Nacional de Imunização em 2020.

Segundo os índices do PNI, atualizados até segunda-feira (7), a cobertura vacinal está em 51,6% para as imunizações infantis. O ideal é que ela fique entre 90% e 95% para garantir proteção contra doenças como sarampo (que tem índice ideal de 95%), coqueluche, meningite e poliomielite.

Neste ano, entretanto, a cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) está abaixo de 60%. A da segunda dose está abaixo de 50%. Nenhuma das vacinas previstas no calendário infantil teve índices acima de 60% (veja tabela abaixo).

O baixo índice de imunização já tem consequências: dados do Ministério da Saúde mostram que, até o início de agosto, o país tinha 7,7 mil casos confirmados de sarampo. No ano passado, o Brasil perdeu o certificado de erradicação da doença.

Cobertura vacinal (em % por tipo de vacina) até 07/09

Imuno Coberturas Vacinais

TOTAL 51,56

BCG 53,06

Hepatite B em crianças até 30 dias 46,90

Rotavírus Humano 56,92

Meningococo C 57,17

Hepatite B 55,78

Penta 55,78

Pneumocócica 59,68

Poliomielite 54,70

Poliomielite 4 anos 44,63

Febre Amarela 42,71

Hepatite A 54,22

Pneumocócica(1º ref) 53,52

Meningococo C (1º ref) 56,52

Poliomielite(1º ref) 48,30

Tríplice Viral D1 58,89

Tríplice Viral D2 46,66

Tetra Viral(SRC+VZ) 19,95

DTP REF (4 e 6 anos) 50,85

Tríplice Bacteriana(DTP)(1º ref) 59,69

Fonte: Ministério da Saúde/DataSUS

Para Isabella Ballalai, pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o motivo da baixa cobertura é a pandemia de Covid-19, que levou as pessoas a ficarem em casa e não saírem para vacinar os filhos.

“Essa situação se repete no mundo inteiro. Houve uma queda entre 30% e 50%”, afirma Ballalai. A médica lembra que, apesar das quedas vistas nas taxas de imunização no Brasil nos últimos anos, o país continua com uma das melhores coberturas vacinais do mundo.

“Essa cobertura não é simplesmente um número. Sem cobertura vacinal, nós estamos suscetíveis a todas essas doenças – surtos de meningite, retorno da poliomielite”, lembra a pediatra.

“Essas doenças eliminadas só estão eliminadas por causa da vacinação”, pontua Ballalai.

A infectologista Raquel Stucchi, da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que a chance de o país alcançar a cobertura ideal de vacinação ainda neste ano é “quase nenhuma”.

“Acho muito pouco provável que em 3 meses a gente consiga recuperar e chegar a essa cobertura”, afirma Stucchi.

No ano passado, o país não atingiu a meta da cobertura vacinal infantil.

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. Esses petistas alienados, esquecem que quem esteve na presidência da República de 2003 a 2016, foi nove dedos e a anta, deixando parte desse legado maldito. Parte do que podemos contabilizar hoje, em desgraça na saúde pública, foram eles os responsáveis, Pátria educadora em Campos de futebol e analfabetos funcionais. Vcs lembram do debate, onde a anta mandou uma espectadora de nível superior fazer curso técnico para se dar bem.

  2. Isso deve ser porque o Brasil não tem ministro da saúde. Será que é? Ou essas crianças nasceram antes de 2019? Acredito que todas nasceram do ano passado pra cá. Já que sempre, na época da esquerda no poder, tivemos excelentes ministro da saúde. Né verdade?

  3. Ai vocês acham que essas mães que só falam em volta as aulas só com a vacina contra o covid vai deixar aplicar???? Não deixa uma tétano vai deixar uma de covid.

  4. Meu Deus! Não acredito que a governadora vai deixar as aulas retornarem se mais da metade das crianças não estão vacinadas contra tantas doenças que matam, aleijam e causam outras sequelas… Assim ela terá que suspender as aulas até 2022 viu!

  5. Parabéns negacionistas, olavista e negacionistas. Vocês não vivenciaram as mortes e sequelas do período em que não havia vacinas.

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Saúde

Quase mil cidades brasileiras podem ter surto de dengue, zika e chikungunya

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Novecentos e noventa e quatro municípios brasileiros apresentam alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e podem registrar surtos de dengue, zika e chikungunya.

O número, de acordo com informações do Ministério da Saúde, representa 20% das 5.214 cidades que realizaram algum tipo de estudo que classifica o risco do aumento de doenças causadas pelo vetor.

O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 revela que a incidência de casos de dengue no país entre janeiro e março subiu 339,9% em relação ao mesmo período de 2018.

Além da situação de risco, o estudo identificou 2.160 municípios em situação de alerta e 1.804 com índices considerados satisfatórios.

O ministério alertou hoje (30), em Brasília, para a necessidade de fortalecer ações de combate ao mosquito, mas avaliou que, mesmo com o aumento de casos de dengue, a taxa de incidência está dentro do esperado para o período e o país não está em situação de epidemia. O Ministério da Saúde admite, entretanto, que podem haver epidemias localizadas de dengue em alguns municípios.

Capitais

Cinco capitais estão com índice de infestação considerado satisfatório: Boa Vista, João Pessoa, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Cuiabá está classificada como em risco e outras 16 capitais estão em alerta. São elas: Fortaleza, Porto Velho, Palmas, Salvador, Teresina, Recife, Belo Horizonte, Campo Grande, Vitória, São Luís, Belém, Macapá, Manaus, Maceió, Aracaju e Goiânia.

Natal, Porto Alegre e Curitiba realizaram levantamento por meio de metodologia diferente (armadilha), enquanto Florianópolis e Rio Branco não enviaram informações ao ministério sobre o índice de infestação ao governo federal.

Criadouros

O armazenamento de água no nível do solo (armazenamento doméstico), como em toneis e barris, foi o principal tipo de criadouro identificado no país, seguido por depósitos móveis, caracterizados por vasos e frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. Por último, estão os depósitos encontrados em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.

Dengue

Até 13 de abril de 2019, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681 casos no ano passado. A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 216,6 casos para cada 100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes.

Zika

Foram registrados ainda 3.085 casos de zika, com incidência de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes. Em 2018, no mesmo período, foram identificados 3.001 casos prováveis da doença. Não há óbitos por zika contabilizados em 2019.

Chikungunya

Também houve 24.120 casos de chikungunya, com uma incidência de 11,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2018, foram 37.874 casos – uma redução de 36,3%. Em 2019, não foram confirmados óbitos por Chikungunya no país.
O levantamento

O LIRAa é classificado pelo Ministério da Saúde como um instrumento fundamental para o controle do vetor e de doenças transmitidas por ele. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante.

O objetivo do levantamento é permitir que os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito. A lista completa de cidades que participaram do estudo pode ser acessada aqui.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. O problema nao é o virus… é o ser humano parasita que coloca lixo em terrenos baldios, e onde tb ha veiculos abandonados em terreno publico, exposto a chuva. O bairro de morro branco tem deposito de lixo de pneu na area limite de preservacao do parque das dunas, ou melhor, praticamente dentro do parque. O carroceiro e os manes colocam o lixo dentro da area limite de protecao, a prefeitura ao custo 100x maior retira pra outro local, e pagamos esse serviço de porco. Enquanto isso pneus e outros recipientes de proliferacao de mosquito se acumulam dentro da area limite de protecao, proximo ao IDEMA e IBAMA, e outras reparticoes publicas. Por sinal, a regiao tem alto indice de infestacao de dengue. Pra que tanto salario e despesa com funcionario publico e politicos, se nao conseguem resolver uma porcaria dessas. Natal ta um fim de mundo mesmo.

    1. Culpar o povo é fácil. Dilma foi a responsável por mandar soltar os mosquitos que estavam presos nas universidades federais esquerdistas.

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Diversos

Camisinha e pílula são os métodos contraceptivos favoritos das brasileiras

Levantamento feito pela empresa de pesquisa de mercado Medimix International, com apoio da farmacêutica MSD, aponta que entre os métodos contraceptivos disponíveis no mercado os mais utilizados pelas mulheres jovens brasileiras são a tradicional camisinha e as pílulas anticoncepcionais (42% e 32% respectivamente).

Entre os métodos contraceptivos disponíveis no mercado, a camisinha masculina é um dos mais comuns, mas também exige cuidados no uso, como não usar duas de uma vez só, já que o atrito pode rasgar o preservativo durante o sexo. Foto: Shutterstock

A pesquisa sobre métodos contraceptivos e hábitos sexuais coletou pela internet a opinião de 1.642 pessoas das classes C, D e E entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. Além do Brasil, os países que também participaram do levantamento foram Argentina, Chile e México.
No geral das entrevistadas, incluindo os outros países, 23% usaram camisinha e 21% optaram pela pílula ao menos uma vez, mas 40% nunca usaram pílula e 30% nunca usaram camisinha.

Os preservativos são a forma mais popular de proteção não apenas contra uma gravidez indesejada, mas também contra uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). Seu uso, porém, ainda gera algumas dúvidas. É preciso, por exemplo, alerta ainda hoje que tanto a camisinha feminina quanto a masculina devem ser usadas de forma única, não combinadas, já que o atrito pode fazer com que a camisinha se rompa.

Já a pílula anticoncepcional é considerada a mais segura entre os métodos contraceptivos, mas vale lembrar que ela exige uso contínuo e de forma correta. Não dá para se esquecer de tomar no dia e hora certa, já que isso pode interferir na eficácia, da mesma forma que enjoos, diarreias e até outros medicamentos.

Outro problema é que nem toda mulher vai se dar bem com o método por conta dos efeitos colaterais, então é essencial ter certeza de que a pessoa pode usar a pílula para não ter, no futuro, problemas de saúde.

Outros métodos contraceptivos

O implante subcutâneo contraceptivo surgiu nos últimos anos quase como uma revolução, muito foi falado sobre seus possíveis benefícios, mas ele é muito raramente usados pelas jovens brasileiras, segundo o levantamento.

Entre as entrevistadas, 66% afirmaram conhecer o método hormonal, mas nunca chegaram a usar, enquanto 32% nem ao menos conheciam essa forma de contracepção, em que um bastonete é inserido sob a pele da mulher para atuar mais ou menos como a pílula.

Resultados semelhantes foram observados quando os métodos contraceptivos são injeção, adesivo, DIU e anel vaginal. Nesse caso, 85% das mulheres jovens declararam não ter acesso aos métodos anticoncepcionais mencionados.

Desta forma, a preferência pela camisinha e as pílulas está diretamente relacionada ao acesso pelo sistema de saúde. No Brasil, 69% das jovens dizem ter acesso gratuito à camisinha e 51% à pílula. No entanto, apenas 1% delas tem acesso ao implante, por exemplo.

Escolha pelos métodos contraceptivos

Além do fato dos preservativos e da pílula serem muitas vezes distribuídos pela rede pública, eles também costumam ser os métodos contraceptivos mais recomendados pelas mães de acordo com o levantamento que também considerou a opinião das responsáveis pelas jovens. No Brasil, eles são a preferência de 45% e 24% das entrevistadas, respectivamente, seguido da injeção (21%).

E o medo de uma gravidez indesejada é tanto que a grande maioria das jovens brasileiras entrevistadas, um total de 84%, afirma que usaria um método contraceptivo mesmo com o parceiro usando a camisinha na hora do sexo.

Em relação aos parceiros, que também foram ouvidos pela pesquisa, cerca de 60% dos brasileiros afirmam estar envolvidos na escolho do contraceptivo a ser usado na relação ou pela parceira. Mas enquanto 48% acreditam que a mulher tem o direito de se proteger, apenas metade dos entrevistados se sentem confortáveis de usar o preservativo.

Os dados ainda mostram que 63% dos parceiros não sabem usar o método da forma correta e acabam não sentindo prazer na hora do sexo com camisinha . O principal problema disso é que metade dos homens afirmam já ter feito sexo desprotegido.

Vale falar que o levantamento aponta que, à medida que a jovem evolui sexualmente, o parceiro se torna o principal confidente, não os pais ou algum médico que a acompanhe. É com o companheiro que ela prefere compartilhar suas preocupações sobre gravidez não planejada e o uso de métodos contraceptivos.

Já quando a mulher precisa tomar uma decisão de como se proteger de uma gravidez indesejada, 42% das jovens brasileiras consideram a segurança e menos efeitos colaterais em primeiro lugar, seguido da conveniência (21%) e da manutenção da fertilidade a longo prazo (16%).

As maiores preocupações dessas mulheres quando o assunto é contracepção são os riscos que cada método pode gerar, quais são os mais eficazes e quais os mais modernos.

Ao todo participaram 814 mulheres de 18 a 21 anos, 620 mães de meninas pré-adolescentes (entre 9 e13 anos) e adolescentes (entre 14 e 20 anos) e 208 homens maiores de 18 anos. No Brasil, a pesquisa ouviu 416 pessoas de todas as regiões do país, sendo 211 mulheres jovens, 151 mães e 54 parceiros. A pesquisa baseou-se em três temas:

Questões relacionadas à sexualidade em geral: visitas ao profissional de saúde, nível de autopercepção de conhecimentos sobre questões de saúde reprodutiva e sexual, início de atividade sexual e principais preocupações relacionadas a isso;

Questões referentes aos métodos anticoncepcionais: nível de conhecimento, uso e preferências;

Perguntas relacionadas à gravidez não planejada: nível de preocupação, consequências, fontes de informação/pessoas de quem as jovens dependem ou preferem ao tomar uma decisão e formas de preferência para receber as informações relacionadas à saúde reprodutiva e sexual.

IG

 

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Diversos

Idosa de 77 anos foi denunciada ao MP por traficar mulheres para prostituição na Espanha

Por Interino

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) denunciou D. M., de 77 anos, por tráfico internacional de pessoas com o objetivo de exploração sexual. Em 2008, ela enviou duas moças para a Europa com a promessa de que trabalhariam como garçonetes na França. As vítimas, entretanto, desembarcaram em Valência, na Espanha, onde foram obrigadas a se prostituir. A acusada, que está foragida, também é acusada de tentar extorquir sete mil euros das vítimas.

Segundo as vítimas, que trabalhavam como garçonetes num bairro nobre de São Paulo, D. M. ofereceu-lhes a possibilidade de trabalhar na França. Para facilitar o embarque, a denunciada responsabilizou-se por todos os custos de viagem, ficando acertado que seria reembolsada quando as moças recebessem seu primeiro salário. O embarque para a Europa aconteceu no dia 29 de janeiro de 2008.

“Ludibriadas quanto ao destino final da viagem e quanto à natureza do trabalho providenciado pela denunciada, desembarcaram em Valência, na Espanha, sendo conduzidas a uma chácara, onde permaneceram por cerca de três meses”, revelou a denúncia. No local funcionava a boate “El Besubio”, onde as jovens foram obrigadas a se prostituir. (mais…)

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Comportamento

Brasileiras brigam para pagar três vezes mais do que pagariam pela mesma coisa em NY

O “International Herald Tribune“, versão internacional do “New York Times”, publicou na edição desta quinta-feira uma seção especial sobre mercado de luxo no Brasil, ocupando oito páginas, preenchidas com reportagens e o perfil de três nomes importantes do setor: Alexandre Hercovitch, Pedro Lourenço e Carlos Miele.

A publicação conta que o mercado de luxo no Brasil, de US$ 2,5 bilhões, é grande em relação aos de outros países emergentes (é o triplo da Índia, por exemplo) e cresce a um ritmo mais rápido (10% a 15% ao ano).

As reportagens não deixam de citar os argumentos básicos para explicar porque os preços são altos – carga tributária de 34,5% do PIB (produto interno bruto), real valorizado e burocracia nos negócios.

Mas o que é interessante mesmo é ver o jornal apontar também alguns traços psicológicos dos brasileiros como fatores dos preços altos: vaidade, ímpeto por viver o momento, no caso dos jovens, e medo de poupar, no caso dos mais velhos, por lembranças de momentos de instabilidade.

Esses três fatores levam o brasileiros a gastar mais (a poupança no País é bem mais baixa do que a de outros países emergentes, como a China) e aceitar preços altos dos produtos. Consequentemente, as margens de lucro das empresas ficam maiores.

“As mulheres brigam para pagar três vezes mais do que pagariam pela mesma coisa em Nova York. O problema não é que elas têm dinheiro, é que elas são virgens diante desses produtos. As pessoas estão desesperadas para ter produtos que elas nunca tinham visto antes”, disse ao “Tribune” Vera Lopes, diretora do Luxury Market Council.

O número de novos ricos está crescendo no Brasil. Hoje há 155,4 mil milionários no País, 8,7 mil a mais que no ano passado, segundo a pesquisa World Wealth Report.

Os brasileiros querem mostrar ao mundo que têm dinheiro, na opinião de Carlos Eduardo Xavier, da McKinsey. “A exibição é uma parte muito importante. É importante mostrar que a camisa polo que ele está usando é da Ralph Lauren. […] Acho que isso é mais importante para os brasileiros do que para outros.”

A presidente da Havaianas, Carla Schmitzberger, também vê algo estranho no hábito dos brasileiros de pagar mais. “Eu não sei o que motiva as mulheres no Brasil a comprar Louboutins pelo triplo do preço, sendo que elas têm dinheiro para viajar. Acho que é o peso que essas marcas trazem – e no Brasil a aparência conta muito”, afirma.

Schmitzberger vai além: “Há uma enorme desigualdade social no Brasil. Talvez porque as mulheres de alta classe social normalmente não trabalham, elas em geral não fazem a conexão entre o valor [do produto] e o dinheiro que ganham”.

Suzy Menkes, respeitada editora de moda do “International Herald Tribune”, acredita que “o espectro dos privilegiados em meio à pobreza não parece mais assustar um país com uma crescente classe media, mesmo que a disparidade entre ricos e pobres ainda seja evidente”.

A reportagem especial foi publicada por ocasião do evento Hot Luxury, que acontece no hotel Unique, em São Paulo, nesta quinta-feira e amanhã, evento apoiado pelo “International Herald Tribune”.

Fonte: Radar Econômico

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