Polêmica

The New York Times: Brasil, que defendia a liberdade na web, parece mais interessado em vigilância e censura

celular-com-whatsapp-1425083502662_615x300Um juiz de São Paulo provocou ondas de choque por todo o Brasil no mês passado, com uma decisão que obrigava as operadoras de telecomunicações brasileiras a bloquearem o uso da plataforma de mensagens instantâneas WhatsApp por 48 horas. Menos de 13 horas depois, outro juiz de São Paulo suspendeu a decisão, restaurando o serviço. Mas no ínterim, até 100 milhões de brasileiros sofreram uma inconveniência séria e defensores das liberdades civis de todo o mundo olharam com desalento.

Os brasileiros levam suas redes sociais muito a sério. O país conta com uma das populações de usuários de internet que mais crescem no mundo: ferramentas online como Facebook, Twitter e WhatsApp são usadas não apenas para expressar opiniões; elas são alternativas baratas para os preços exorbitantes cobrados pelos provedores de telecomunicações brasileiros. Um recente estudo no Brasil apontou que o WhatsApp era usado por 93% dos entrevistados que tinham acesso à internet.

A razão oficial para a decisão do juiz de suspender o WhatsApp era porque o Facebook, sua empresa proprietária, se recusava a cumprir os pedidos de fornecimento de informações pessoais e registros de comunicações aos promotores em uma investigação envolvendo crime organizado e tráfico de drogas. Essa não é a primeira vez que as autoridades brasileiras brigam com empresas de tecnologia. Independente da seriedade dos crimes sendo investigados, a ação do juiz foi temerária e representa uma ameaça potencial de longo prazo às liberdades dos brasileiros.

A decisão não saiu totalmente do nada. O Congresso brasileiro está considerando uma legislação que reverteria artigos cruciais do recém aprovado Marco Civil da Internet, a lei que regula o uso da internet no país aprovada em 2014. A nova proposta visa facilitar aos promotores o acesso a informações pessoais dos cidadãos sem a inconveniência de obtenção de uma ordem judicial.

Descrita pelos críticos como “o grande projeto de lei de espionagem”, ele obrigaria os brasileiros a registrarem detalhes pessoais como endereço, número de telefone e outras informações privadas quando acessassem sites na internet. Também exporia os cidadãos a possíveis processos de calúnia e difamação por comentários feitos nas redes sociais. Em um momento em que a dissensão política é vigorosa, esse projeto de lei certamente frearia o debate.

Um importante arquiteto do projeto de lei de espionagem é o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha. Cunha foi um dos principais oponentes do Marco Civil e se uniu à bancada evangélica do Congresso para derrubá-lo. Para complicar ainda mais, Cunha está sob investigação da Polícia Federal por corrupção e recebimento de propina, acusações que ele nega veementemente. Fora isso, grupos como o Centro de Tecnologia e Sociedade, um centro de pesquisa baseado na Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, argumentam que a legislação proposta provavelmente é inconstitucional.

Esses esforços mais recentes para reduzir os direitos digitais dos brasileiros contrastam enormemente da reputação anterior do país como campeão da liberdade na internet. Após os escândalos em torno da coleta pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos de comunicações de cidadãos brasileiros e do grampeamento telefônico de importantes autoridades brasileiras em 2013, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, levou a agenda de liberdade digital para o cenário global –até mesmo levantando a questão nas Nações Unidas.

Quando os legisladores brasileiros aprovaram o Marco Civil, o governo sinalizou aos seus cidadãos e à comunidade internacional que levaria a “neutralidade na rede” e a soberania digital a sério. Ele estava, na prática, declarando que os princípios democráticos de liberdade, privacidade e direitos humanos se aplicavam igualmente tanto no ciberespaço quanto no mundo físico.

Esse caráter permaneceu em 2014, quando o Brasil foi sede da NETmundial, uma conferência sobre a governança da internet. E há poucos meses, o Brasil foi sede do Fórum de Governança da internet, exibindo sua “abordagem de múltiplas partes interessadas” como modelo para outros países.

Apesar do WhatsApp ter voltado rapidamente online, o estrago foi feito. As aspirações do Brasil à liberdade na internet tinham entrado em claro conflito com os planos das autoridades de expandir o Estado de vigilância digital. E apesar do Brasil se gabar no exterior de sua internet aberta, ele está progressivamente militarizando sua cibersegurança e infraestrutura de defesa.

Considere a resposta das autoridades aos imensos protestos de rua de 2013: a Agência Brasileira de Inteligência e o comando de cibersegurança do Exército monitoraram ativamente os políticos e manifestantes civis. E o governo agora entra regularmente em choque com empresas de tecnologia como Apple e Google em torno do acesso a dados pessoais dos usuários. Todo governo lida com tensões semelhantes, mas cada um deve buscar um equilíbrio entre a proteção das liberdades civis por um lado e a possibilidade de excessos por parte do aparato de segurança do país por outro.

Tendo saído de um regime autoritário há 30 anos, os brasileiros são especialmente sensíveis a reduções de suas liberdades básicas, incluindo as digitais. As pessoas ainda se recordam, por exemplo, de como a garantia do habeas corpus foi suspensa após o golpe militar de 1964. Os políticos e juízes do Brasil devem ser mais conscientes do que a maioria do terreno escorregadio que representa a coibição de direitos fundamentais.

A decisão da Justiça do mês passado, somada a propostas retrógradas como o projeto de lei de espionagem, estabelecem um precedente perigoso. Por algum tempo, o país parecia ser uma voz progressista a favor da liberdade digital. Ninguém esperava que o Brasil se tornaria um líder em cibervigilância e censura.

(Robert Muggah é diretor de pesquisas do Instituto Igarapé, um centro de pesquisa independente com sede no Rio de Janeiro, onde Nathan B. Thompson é um pesquisador.)

UOL, via The New York Times

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Mortes dengue Brasil: maior número número na história desde que o vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, voltou ao país

size_810_16_9_mosquito-dengueApós registrar queda significativa em agosto, o número de casos de dengue voltou a subir.

O aumento foi identificado em todas as regiões do país e aponta também para o crescimento da população de Aedes aegypti em todo o território nacional – um indicativo de que os riscos para as outras doenças transmitidas pelo vetor, zika e chikungunya, também são altos.

Até a primeira semana de dezembro, haviam sido notificadas 1.587.080 infecções por dengue, 123.304 a mais do que o verificado até a última semana de setembro.

“Todos os anos, o país registra aumento de casos no período das chuvas, no verão. Mas, em 2015, o fenômeno aconteceu de forma antecipada”, afirma João Bosco Siqueira Júnior, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A tendência de elevação acontece a partir de dezembro e janeiro. Em 2015, o aumento começou em outubro e novembro.

Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o maior avanço da epidemia foi registrado no Centro-Oeste, onde a incidência dobrou entre outubro e novembro e saltou de 21 para 45 casos por 100 mil habitantes.

No Sudeste, o comportamento foi semelhante: passou de 10,7 para 19,2 por 100 mil habitantes. No Nordeste, o aumento foi menos expressivo, de 18,6 para 23,8, mas a marca põe a região na segunda posição de incidência de dengue.

As mortes também não deram trégua. Mais cem casos foram contabilizados entre a última semana de setembro e a primeira de dezembro.

Pelos dados reunidos até agora, 2015 teve pelo menos 839 óbitos provocados pela doença, o maior número registrado na história desde que o vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, voltou ao país, em 1982. Em 2013, que apresenta a segunda maior marca, foram 674 mortes.

Recorrência

A antecipação de casos de dengue, embora rara, não é inédita. Nos verões de 2001-2002 e 2009-2010, o aumento precoce do número de casos também foi registrado. “Foram anos em que a epidemia de dengue foi mais intensa”, diz Siqueira Júnior.

Para o professor, o fato de a alta de casos já estar em curso não significa, por si só, que a epidemia será mais grave. “Havia uma esperança de que 2016, depois do aumento tão expressivo de 2015, tivesse um comportamento melhor. Mas, em dengue, não há previsões. Você sempre pode ter risco de epidemia no país, porque há sempre uma parcela da população suscetível.”

Há uma combinação de fatores que definem problema: o clima, a população de mosquitos e população suscetível ao vírus circulante no ano.

Para Siqueira Júnior, no entanto, os números têm de ser analisados de uma nova forma neste ano. Embora isolados já sejam bastante preocupantes – uma vez que a dengue pode levar à morte -, os dados indicam haver uma população expressiva do mosquito, vetor também da chikungunya e do zika, vírus apontado como a causa do crescimento do número de microcefalia no país em 2015.

A estatística dá mostra do risco de a população enfrentar agora uma tríplice epidemia: dengue, chikungunya e zika. “(O Boletim Epidemiológico) É um reforço para a necessidade de se combater o mosquito”, diz o professor. Siqueira Júnior observa que a epidemia, além dos riscos à população, sobrecarrega os sistemas de saúde.

Ele avalia também que as estatísticas brasileiras são transparentes e feitas de forma a retratar o alcance da dengue em toda a população.

“Não são todos os países que adotam essa metodologia. Isso faz com que nossos números sejam muito impressionantes, mas não significa que sejamos os únicos.”

Exame

Opinião dos leitores

  1. A tendência é que após as olimpíadas no Rio novos surtos de doenças surjam no país devido devido à grande circulação de pessoas, bens e serviços.
    Dessa forma podemos considerar o Rio como uma área crítica para a disseminação de novas doenças.
    O governo do PT é incompetente em todas as áreas. Seguindo essa premissa, possivelmente exista no país uma grande vulnerabilidade sanitária e epidemiológica.
    Até hoje o maldito governo do PT não deu nenhuma explicação plausível sobre o surgimento de casos de novas epidemias, em especial sobre a zika, chikungunya e a microcefalia.
    Será que existiu o fator Copa do Mundo para a proliferação de doenças no Brasil?

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Na bolsa, Brasil vale menos que o Google

GoogleLogoPor Vera Magalhães, do Radar Online:Somadas, as empresas brasileiras listadas na Bovespa encerraram 2015 valendo menos do que o Google.

Segundo levantamento da consultoria Economática, ao fim do ano passado, o valor de mercado do gigante de buscas era de 528 bilhões de dólares, contra 463 bilhões de dólares da bolsa brasileira.

A queda na capitalização da bolsa foi de expressivos 41,9%. Entre os pares latinoamericanos, ficou atrás apenas da Colômbia, cujo valor das empresas listadas recuou 42,5%.

Com o desempenho, o mercado brasileiro vem perdendo relevância na América Latina. Em 2014, a capitalização das empresas brasileiras representava 42,6%, fatia que caiu a 36,2% em 2015, praticamente empatando o México, que hoje representa 34,16% do valor de mercado das companhais listadas na região.

Opinião dos leitores

  1. Daqui a pouco o Brasil vai valer menos que 1KG de mortandela e tudo isso graças a Lula e Dilma

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Cidades

Ações de combate ao trabalho escravo resgataram 936 pessoas no Brasil em 2015

Desde janeiro até 17 de dezembro, as ações de combate ao trabalho escravo no Brasil resgataram 936 pessoas que estavam submetidas a condições análogas à escravidão. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego, sistematizados a partir do trabalho dos fiscais do Grupo Especial de Fiscalização Móvel e das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego.

Nesse período foram feitas 125 operações, fiscalizando 229 estabelecimentos das áreas rural e urbana, alcançando 6.826 trabalhadores. Além do resgate de trabalho escravo, a ação resultou na formalização de 748 contratos de trabalho, com pagamento de R$ 2.624 milhões em indenização para os trabalhadores.

As ações resultaram ainda na emissão de 160 Carteiras de Trabalho e Previdência Social para as vítimas. Assim como foram emitidas 634 Guias de Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, benefício que consiste no pagamento de três parcelas, no valor de um salário mínimo cada uma.

Os jovens do sexo masculino com baixa escolaridade constituem o principal perfil das vítimas. Segundo levantamento da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Previdência Social, feito com dados coletados até o início de dezembro, 74% das vítimas não vivem no município em que nasceram e que 40% trabalham fora do estado de origem.

A Bahia é o estado com a maioria das vítimas, em 2015, com 140 resgatados (20,41% do total), seguida do Maranhão, com 131 vítimas, ou 19,10%, e de Minas Gerais, 77 resgates, respondendo por 11,22% do total de resgates.

Fonte: Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Jornalismo

Quando começa o caos? Atenção: já começou!

DF - CUNHA/JORNALISTAS - POLÍTICA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concede entrevista aos jornalistas setoristas da Câmara fazendo um balanço do primeiro semestre do ano, em uma café da manhã oferecido no anexo IV na Câmara dos Deputados, em Brasília. 16/07/2015 - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo

 

Do Josias de Souza: Abandonado pelo PT, Eduardo Cunha detonou o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Fez isso num instante em que a Lava Jato exibe as entranhas da República, o PIB aponta para um derretimento de mais de 3% em 2015, a inflação roça os dois dígitos, o desemprego bate em 8% e o Planalto celebra como vitória a aprovação no Congresso de uma proposta que o autoriza a fechar as contas do ano com um rombo de R$ 119,9 bilhões no lugar do prometido superávit de R$ 55,3 bilhões. Muita gente se pergunta: quando começa o caos? A má notícia é que o caos já começou. A boa notícia é que, diante da tragédia a pino, o país tem a oportunidade de se reinventar. Caos não falta.

Dilma não precisou da oposição para chegar ao caos. Desfrutou do privilégio de escolher o seu próprio caminho para o inferno. A presidente costuma dizer: “Ninguém vai tirar a legitimidade que o voto me deu”. Engano. Há na praça uma pessoa que parece decidida a transformar em problema aquela que havia sido eleita como solução dos 54 milhões de brasileiros que lhe deram o voto em 2014. Chama-se Dilma Rousseff a responsável pelos atentados cometidos contra a legitimidade de Dilma Rousseff, hoje um outro nome para o erro.

Depois de liberar seus operadores políticos para providenciar os votos que salvariam o mandato de Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara, Dilma foi desautorizada pelo seu próprio partido. O PT concluiu que o resgate cobrado por Cunha para engavetar o impeachment era caro demais até para um partido que se tornou amoral. Diante do fato consumado, Dilma faz pose de valente. Nas suas primeiras reações, ela disse que jamais cedeu a chantagens. Fez uma aparição em público enrolada na bandeira da legalidade. Sustenta que não há razões para o impeachment. Em privado, auxiliares da presidente ruminam o receio de que a deterioração da economia devolve os brasileiros às ruas. Reconhecem que o governo bateu nas fronteiras do imponderável.

Eduardo Cunha vinha dizendo aos aliados que não cairia sozinho. Ambicioso, ele quer levar junto ninguém menos que a presidente da República. E o petismo não pode nem reclamar. Foi sob Lula que Cunha plantou bananeira dentro dos cofres da Petrobras.

Opinião dos leitores

  1. A Presidente Dilma errou quando não buscou trabalhar em conjunto com o Povo e se sustentou em propostas que levaram ao arrocho econômico. Contudo, as causas desse pedido são golpistas e oportunistas. Tem implantar o imposto sobre grandes fortunas e não tirar direito do povo trabalhador.

  2. O pecado da Dilma Rousseff foi ela não ter sido ela mesmo a guerrilheira. Tornou se marionete nas mãos do Lula e do pt. Agora aguente. O povo brasileiro não cometeu nenhum crime e também não tem conta no exterior. Mas apanha todos os dias por ter acreditado nas mentiras da Dilma.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Turismo

Maracajau e Pipa estão entre as 10 melhores praias brasileiras

pipa06 maracajau

O Travel Channel, canal de televisão por assinatura, elegeu as 10 praias mais bonitas do Brasil. E nessa lista estão as praias de Pipa e Maracajau. Que as nossas praias são bonitas, isso já não é novidade. A lista apenas oficializa o que nós sabemos: que o litoral potiguar é riquíssimo em belezas naturais.

A lista completa ainda inclui: Jericoacoara e Canoa Quebrada, ambas no Ceará; Arraial do Cabo, do Rio de Janeiro; A Baia do Sancho, na Ilha de Fernando de Noronha, pertencente ao estado de Pernambuco; a Praia do Forte na Bahia; a catarinense Praia Mole e as paulista Praia de Ubatuba e Praia de Pernambuco.

Para ver a reportagem e a lista direto do site do Travel Channel, basta clicar AQUI.

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

BRASIL: Primeiro teste em suspeito de ebola tem resultado negativo

O primeiro teste de ebola em paciente com suspeita de estar infectado deu negativo. A confirmação de que ele não possui a doença ocorrerá após um segundo exame, a partir de uma nova coleta de material, nesta sexta-feira (13).

O paciente, de 46 anos, foi diagnosticado com malária e já está sendo tratado para a doença. De acordo com especialistas, são baixas as chances de uma coinfecção.

O homem, cuja identidade não foi divulgada, chegou ao Brasil após passagem pela Guiné no dia 6 de novembro. Dois dias depois, ele começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça.

Ele foi atendido em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na Pampulha, em Belo Horizonte e, em seguida, transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, referência nacional para casos de ebola.

De acordo com boletim médico divulgado nesta quinta-feira (12) pela Fiocruz, o paciente chegou “em bom estado geral”, sem febre, mas desidratado, com falta de apetite e dor de cabeça.

“Até a confirmação final do resultado, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente seguem sendo monitoradas”, informou nota do Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, uma vez confirmada o resultado negativo no segundo exame, o paciente deixará o isolamento e as 95 pessoas que tiveram contato com o brasileiro deixam de ser monitoradas. O ebola só é transmitido a partir do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes.

Folha Press

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Polícia

Grupo de hackers declara guerra ao Exército do Brasil e vaza 7.000 senhas

hackerO blog recebeu com exclusividade informações bombásticas na manhã desta segunda-feira. De acordo com uma fonte que não quis se identificar, os servidores do Exército Brasileiro foram invadidos por hackers na madrugada de domingo (8) e mais de 7 mil contas de militares foram vazadas na internet.

A acusação é de que o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) da corporação estavam participando há tempos de competições do gênero “Capture the Flag” (ou “Capture a Bandeira”, em português), na qual os times precisam usar técnicas de hacking para atingir um determinado objetivo — que pode envolver defender um computador pessoal ou invadir um sistema feito especialmente para a maratona.

De acordo com os invasores, o Exército Brasileiro participou de últimos grandes eventos de CTF e ganhou os desafios usando uma técnica proibida conhecida como “WiFi deauthentication attack” (ou simplesmente WiFi deauth), eliminando os outros competidores da rede WiFi local e permitindo que apenas seu próprio time pudesse jogar.

Confira o aviso dos hackers:

  1. Ladies and Gentlemen,
  2.  
  3. Ficamos sabendo que o exército brasileiro tem participado de jogos de Capture The Flag e tem se exibido como um time de elite, utilizando seus avançados ataques de deauth em redes Wireless. FEAR!!! 🙂
  4.  
  5. Então pensamos, já que eles gostam de brincar de hacker, vamos brincar com eles.
  6.  
  7. Para ser sincero chega a ser vergonhosa a segurança do exército brasileiro, cada sistema possui várias vulnerabilidades críticas. Em pouco tempo, comprometemos totalmente as bases de dados, os servidores com diferentes sistemas operacionais, os servidores de e-mail, vários sistemas online e o game over foi o controlador de domínio. Acho que agora podemos ser considerados oficialmente membros do exército brasileiro! 😛
  8.  
  9. Pelo visto tivemos mais sucesso do que a iniciativa do exército brasileiro, símbolo da hierarquia, com seus arautos do militarismo tentando se infiltrar em meios hackers.
  10.  
  11. Nós sabemos o que vocês querem. Como todas as outras nações, a ideia é através dos meios eletrônicos controlar e observar a população. Se vocês quiserem, podemos dar acesso para vocês nos vigias e guardiões, pois na lista de usuários não identificamos ninguém do exército brasileiro. Será que apenas os militares Israelenses vão ficar acessando através da backdoor na autenticação baseada no timestamp de conexão? Se quiserem, podemos passar o programinha para geração da senha baseada no timestamp, daí vocês usam também. Peguem os links já:
  12.  
  13. Vivo – https://200.220.254.21/
  14.  
  15. A internet que foi criada livre e descentralizada, neste modelo seguido por diversos governos, tem se tornado um meio fértil para a vigilância total. Após a ditadura, muitos acreditaram que as forças militares jazem dormentes, isto não é verdade. Um time de aspirantes a hackers treinados para o ataque a mecanismos eletrônicos civis foi criado e tem como objetivo a cyber guerra.
  16.  
  17. Chega de empresas estrangeiras plantando “ferramentas” no nosso backbone.
  18. Vocês vão comprar a ferramenta da HackingTeam? Chegaram a olhar o source? Existe backdoor na backdoor! Prestem atenção nas suas ações!
  19.  
  20. Vocês não compreendem que hacking é uma forma de se viver a vida, um mindset questionador antes de ser executor e, não algo que possa ser aprendido em um livro de dicas ou técnicas implementadas em tools. Sua instituição fomenta justamente o contrário, executar sem questionar. Não percebem que estes comportamentos são contraditórios?
  21.  
  22. Nunca se esqueça, vocês podem jogar o jogo, mas o tabuleiro é nosso!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Analista alemão sobre o Brasil: “Novo rebaixamento deve levar dólar a R$ 5. Governo está em pânico”

O alemão Bernd Berg é um dos analistas mais pessimistas quanto ao futuro do real. Um dia após o rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor’s, no início deste mês, o diretor da equipe de mercados emergentes do banco francês Société Générale divulgou relatório prevendo que o dólar custaria R$ 4,40 dali a oito semanas. Para ele, a disparada da moeda será desencadeada pelo iminente downgrade da nota brasileira por uma das duas outras grandes agências globais. O economista não vê espaço no horizonte para o fortalecimento do real e acha que, caso a situação política degringole ainda mais, o dólar tem potencial para atingir, no fim do ano, a até então impensável cifra de R$ 5.

O Société Générale é talvez o mais pessimista dos bancos quanto ao real, prevendo o dólar a R$ 4,40 em novembro. O que levaria a isso?

Depois do downgrade da Standard & Poor’s, vi que o real excederia o nível de R$ 4, nossa previsão anterior. Acredito que é inevitável que Fitch ou Moody’s rebaixem a nota do Brasil. Em julho, quando o dólar atingiu R$ 3,30, eu já previa uma desvalorização do real por uma série de fatores. Do lado externo, a deterioração da China e uma crise no mercado de commodities atingiria os países emergentes. Na parte doméstica, minha opinião já era a de que o Brasil não seria capaz de entregar a meta fiscal para 2016. Além disso, já observávamos uma deterioração no campo político, com o Congresso bloqueando tentativas de aumento de impostos, por exemplo.

O que acontece com o Brasil caso seja rebaixado de novo?

Isso intensificaria a venda de ativos, motivada pelo pânico de investidores internacionais, porque fundos de pensão e grandes investidores estrangeiros terão que se desfazer de aplicações se mais uma agência rebaixar o Brasil. Muitos têm índices de benchmark com procedimentos internos que determinam que, caso um país perca o grau de investimento por duas grandes agências, precisam tomar medidas para reduzir sua exposição a esses mercados. Eu também espero a intensificação da turbulência, especialmente para a moeda, que é a parte mais vulnerável. No dia de um segundo downgrade, veremos imediatamente uma depreciação de 5% do real.

O novo pacote fiscal do governo muda sua perspectiva?

Dá para ver que o governo está em pânico, tentando evitar um segundo downgrade, porque sabe que isso resultará em uma grande saída de capitais do país. Daí o pacote fiscal anunciado recentemente. Mas eu sou cético quanto à aprovação dessas novas medidas no Congresso, sobretudo da CPMF. Então, vejo pouco efeito prático nesse pacote.

O real tem alguma chance de recuperar seu valor nos próximos meses?

Mesmo que não vejamos um rebaixamento já nas próximas semanas, o ambiente geral para o real é muito negativo. Não vejo qualquer potencial de recuperação da moeda. Tenho plena convicção de que vai se deteriorar ainda mais devido a fatores domésticos, inclusive por causa da circulação de rumores, como uma possível insatisfação de (Alexandre) Tombini (presidente do BC) ou uma demissão do ministro Joaquim Levy.

É possível vermos um dólar a R$ 5?

O momento é negativo para os mercados de moedas emergentes, e essa situação vai piorar nas próximas semanas. O Fed adiou mais uma vez a elevação dos juros. Isso pode dar certo alívio, mas permanece a incerteza de quando acontecerá. Os dados econômicos chineses continuam a se deteriorar. As próximas semanas serão muito turbulentas. E o real é a moeda mais vulnerável hoje. Então, repito que é possível vermos o câmbio em R$ 4,40 a curto prazo. Já o dólar a R$ 5 é, sim, uma possibilidade para o fim do ano, se virmos uma intensificação da crise política.

O que levou à mudança na relação dos investidores com o Brasil?

A situação política é muito turbulenta. Investidores internacionais não têm hoje confiança no governo. O Brasil recebeu muito fluxo de capitais por causa do Lula, porque os investidores confiavam em seu governo. Agora, a confiança foi perdida porque diversas reformas necessárias prometidas nos últimos dois anos não foram entregues.

O que o Brasil precisa fazer para recuperar confiança, crescimento, grau de investimento e a taxa de câmbio que tinha no passado?

É muito importante implementar as reformas estruturais que foram prometidas. A sensação que se tem hoje é que todas essas reformas estão adormecidas, não se vê qualquer avanço. Colocá-las em prática é a única forma de o Brasil recuperar seu grau de investimento.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. E viva não só o PT como todos os partidos e políticos, tudo farinha do mesmo saco. O PT pelo fato de está esse tempo todo no poder, está pagando o pato sozinho. Mas , não se enganem, é tudo farinha do mesmo saco, não dou um pelo outro e se pudesse mandaria todos eles para FAIXA DE GAZA. !!!!

  2. Só falta agora sermos convocados para defender a divisa com venezuela, Quero ver o lado patriota dos Brasileiros!! Vou me esconder na chapada diamantina, levar bastante suprimento para passar pelos menos uns dois anos e o país que fo…..

  3. Tem gente q acha certo o país pagar 40bilhoes de reais por mês a banqueiro….bem como acha que só há terrorismo religioso.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Inadimplência do consumidor aumenta 16,9% no período de janeiro a agosto

A inadimplência do consumidor apresentou alta de 16,9% no acumulado dos oito primeiros meses de 2015 em comparação ao mesmo período do ano passado.

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgado hoje (14), mostra que, em agosto, houve aumento de 16,7% em relação ao mesmo mês de 2014. Já na variação mensal, isto é, na comparação com julho de 2015, a inadimplência apresentou queda de 2,8%.

“A alta da inadimplência neste ano em relação ao ano passado, característica que vem predominando deste o início de 2015, é causada pelo cenário econômico bastante adverso à quitação das dívidas do consumidor: taxas de inflação, de juros e de desemprego bem mais altas neste ano de 2015. Já a queda em relação a julho de 2015 é explicada pela menor quantidade de dias úteis em agosto, 21 contra 23”, destaca a Serasa, em nota.

O valor médio das dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica) aumentou 22,5%, ao passar de R$ 363,17 (de janeiro a agosto de 2014) para R$ 445,02 (janeiro a agosto de 2015).

No acumulado dos oito primeiros meses de 2015 em comparação ao mesmo período do ano passado, os valores médios dos cheques sem fundos e da inadimplência com os bancos também cresceram: 9,7% (de R$ 1.715,50 para R$ 1.882,47) e 1,4% (de R$ 1.265,15 para R$ 1.282,87), respectivamente. Já o valor médio dos títulos protestados registrou queda de 2,9% (de R$ 1.428,39 para R$ 1.387,24).

Fonte: Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Brasil sem pai nem mãe

d e l“É lógico que ela pode errar, como eu errei e como qualquer um erra enquanto mãe. Nem sempre a gente faz as coisas que são 100% aceitas pelos filhos”, disse Lula na terça (11). “Mas quando ela errar, ela é nossa mãe e temos de ajudá-la a consertar”.

Há algo de mais atrasado vindo de uma pessoa que já foi o presidente mais popular de uma democracia de 200 milhões de habitantes?

A regressão política faz com que Lula parta agora para uma tentativa de regressão psíquica da sociedade.

Para que essa sociedade, assustada e perdendo empregos, os veja como papai e mamãe que só pisaram na bola. Que espere, suporte, se conforme e ajude o PT e a presidente mais impopular do Brasil a tirá-los dessa situação.

Lula acha que sabe o que faz e que conhece seu público: o país da “Pátria Educadora”, de maioria pobre e educação ruim.

Mas nesse processo de regressão, Lula e Dilma estão sendo obrigados a se fechar só no que ainda resta: a base social do PT “hardcore”; agora financiada com dinheiro de toda uma sociedade que desaprova em massa o governo.

Como a tal Marcha das Margaridas em Brasília na quarta (12). Contraponto aos prováveis protestos de domingo e recebida por Dilma, teria reunido 30 mil pessoas, segundo a PM. Ao custo de R$ 855 mil da Caixa Econômica Federal, do BNDES e da Itaipu Binacional.

Apesar da grande popularidade de Lula e Dilma nos seus melhores momentos, eles pouco fizeram para transformar estruturalmente o Brasil que governam há 12 anos e meio.

Lula surfou na onda das commodities em alta e no maior ciclo de crescimento global (até 2007) do pós-Segunda Guerra. Não fez reformas que pudessem ajudar a melhorar as contas públicas no longo prazo. Só ampliou gastos.

Dilma pegou o bastão com o país crescendo 7,5% e com problemas à época relativamente fáceis de resolver. Inventou estratégias econômicas extravagantes e também nada produziu de novo para mudar o estrutural. Só ampliou gastos.

Vivemos um longo período sob gastos públicos, crédito e consumo em alta. Enquanto a indústria perdia a metade de sua participação no PIB, investia-se pouco e importávamos para valer, criando empregos lá fora.

Só agora, pelas mãos de um ministro adotivo, mamãe impopular quer passar no Congresso, a toque de caixa, reformas que poderiam ter sido feitas em três longos mandatos populares. Como perdemos tempo.

*

Vale a pena rever os níveis de popularidade de Dilma na última pesquisa Datafolha. Note-se que mesmo a maioria pobre e menos escolarizada para a qual Lula se dirige não engole mais seu discurso retrógrado. A avaliação negativa é geral e bastante homogênea entre toda a população.

dilma data

Fernando Canzian
Folha de São Paulo

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

RN é eleito segundo melhor destino turístico do Brasil‏

Natal vence pela sétima vez consecutiva o prestigiado premo Top Aviesp como principal destino turístico na visão dos agentes de viagem do interior de São Paulo. Nesta mesma premiação, o Rio Grande do Norte se mantém no segundo melhor destino pelo segundo ano consecutivo, após liderar a votação por quatro anos seguidos, entre 2009 e 2012.

“O Rio Grande do Norte figurar entre os dois principais destinos turísticos do país, votado por especialistas no assunto, é motivo de orgulho e mostra o resultado do trabalho de divulgação do Governo do Estado realizado em feiras e eventos de turismo no Estado do nosso principal emissor de turistas: São Paulo”, comenta o presidente da Emprotur, Sandro Pacheco.

As oito categorias e os 28 prêmios entregues são eleitos pelo voto direto de mais de 1,5 mil associados da Aviesp (Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo) e contempla ainda segmentos da rede do turismo: companhias aéreas, operadoras, receptivos, hotéis, etc.

Os agraciados com o prêmio Top Aviesp serão anunciados oficialmente durante a realização da 37º Aviestur, feira de turismo que será realizada no próximo dia 17, em Holambra, a 30 quilômetros de Campinas (SP).

O Prêmio Top Aviesp tem como objetivo valorizar e reconhecer publicamente empresas do turismo brasileiro, elencar os melhores fornecedores para agentes de viagens e determinar ou certificar fornecedores, com a intenção de estabelecer critérios de aprovação para o mercado e agências de viagens.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

FOTO: CMN lembra 50 anos do Golpe Civil e Militar de 1964 no Brasil‏

Hom. 50 Anos do Golpe Militar - Foto ELPÍDIO JÚNIOR (1)O vereador Fernando Lucena (PT) realizou nessa terça-feira (01) sessão solene para lembrar os 50 anos do Golpe Civil e Militar de 1964. O parlamentar lembrou na sessão os 21 anos ditatoriais fascistas ocorridos no Brasil e homenageou as famílias vítimas do período repressor.

Para o vereador, a ditadura foi imperdoável e inaceitável. “Esse foi o pior momento da história brasileira. Esse período terrível teve sequestros, torturas, assassinatos, estupros, desaparecidos políticos, entre outras atrocidades”, destacou o vereador.

Fernando Lucena ressaltou as consequências do período ditatorial nos anos seguintes no Brasil. “Nós contraímos uma dívida externa imensa, que pagamos até o governo Lula. Enfrentamos inflações de até 350% ao ano, desemprego, miséria, nossos professores e estudiosos mandados para fora do país. Um terror”, lamentou.

O vereador e sua família foram vítimas diretas da ditadura. “Meu pai foi torturado, ficou em coma, jogado feito um animal e sobreviveu. Eu fui perseguido e nossa família foi exilada dentro do próprio país”, contou Lucena.

Durante a sessão solene, ex presos políticos e torturados contaram suas histórias sobre o período fascista. “Eu militava no ensino secundarista do Colégio Atheneu e fui da resistência, inclusive armada. No Rio de Janeiro fui preso, torturado, conduzido ao exército e levei choques elétricos, entre outras coisas. Depois fui transferido para a Bahia e posteriormente para Pernambuco e em ambos também fui torturado. Foram quatro anos de prisão”, contou Juliano Siqueira ex vereador e preso político.

“O povo brasileiro tem que saber a real história desse país, desses 21 anos fascistas. Pessoas foram mortas, famílias nem conseguiram enterrar seus entes queridos pois o corpo desapareceu. Eu particularmente tenho por causa desse período um compromisso com a democracia socialista”, finalizou Juliano Siqueira.

Participaram da solenidade pelos 50 anos do Golpe Civil e Militar de 1964, representantes da OAB, Central Única de Trabalhadores, Diretórios Estudantis, Centros Acadêmicos, movimentos sociais e partidos de esquerda e sobreviventes.

Sobre o golpe

O golpe militar ocorrido em 1964 estabeleceu no Brasil uma ditadura militar  que permaneceu até 1985. Ao longo dos anos o regime militar foi endurecendo o governo e tornando legalizadas práticas de censura  e tortura, por exemplo. Os militares combateram sem piedade qualquer ameaça comunista ou manifestantes contra o governo, marcando a história do Brasil por um período negro de atos autoritários ao extremo.

A decisão de se dar um golpe político por parte dos militares não foi algo repentino, aconteceu como consequência de uma série de fatos políticos acumulados no período republicano após Getúlio Vargas. Quando este presidente resolveu colocar um fim a sua própria vida a situação política nacional já estava abalada, a vacância do cargo máximo na política brasileira permitiu uma preocupante conjuntura de sucessão presidencial. Juscelino Kubitscheck foi eleito em pleito eleitoral direto para o governo seguinte, o então presidente desenvolveu um governo que lhe foi possível conquistar o apoio popular, mas por vários momentos os militares esboçaram um golpe de Estado. O sucessor na presidência foi Jânio Quadros, o qual foi eleito com enorme apoio popular, conquistando uma aprovação nas urnas que até então não havia sido vista. A vitória imperativa fez com que Jânio Quadros acreditasse em um auto-golpe de Estado. Crendo que o povo o apoiaria sempre, arquitetou um plano de renúncia para voltar ao poder através de um pedido amplo de retorno que só aceitaria se lhe fosse dado poderes absolutos. O plano de renúncia de Jânio Quadros não funcionou e o cargo de presidente acabou ficando disponível para o seu vice, João Goulart.

João Goulart  era um jovem político que havia aparecido na cena política nacional como Ministro do Trabalho do segundo governo de Getúlio Vargas. Jango, como era chamado, tinha claras aproximações com ideologias e políticas de esquerda, o que o fazia ser considerado como uma ameaça. Para piorar, quando Jango recebeu a notícia da renúncia de Jânio Quadros estava em viagem política na China comunista. Os políticos de direita tentaram de várias formas impedir a posse do vice-presidente, mas Brizola, primo de Jango e governador do Rio Grande do Sul, sustentou o retorno e a posse legítima de João Goulart.

O presidente empossado tentou aplicar uma política de esquerda, foi muito combatido pelos direitistas e criticado como uma ameaça comunista. O estopim necessário para explodir um golpe militar se deu quando Leonel Brizola e João Goulart fizeram um discurso na Central do Brasil, Rio de Janeiro, no dia 13 de março, declarando as reformas de base, lideradas pela reforma agrária. Nos dias seguintes os oposicionistas se organizaram e promoveram seis dias depois a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, o movimento de base religiosa tinha como objetivo envolver o povo no combate ao maléfico comunismo. Assim, a religião, o povo e o interesse norte-americano formavam a sustentação que permitiria o golpe militar.

O golpe começou a tomar forma prática quando no dia 28 de março de 1964 se reuniram em Juiz de Fora, Minas Gerais, os generais Olímpio Mourão Filho e Odílio Denys juntamente com o governador do estado, Magalhães Pinto. A reunião visava estabelecer uma data para início da mobilização militar para tomada do poder, a qual ficou decidida como 4 de abril de 1964. Mas Olímpio Mourão Filho não esperaria até abril para iniciar o golpe, ainda no dia 31 de março tomou uma atitude impulsiva partindo com suas tropas de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro por volta das três horas da manhã. O general Castello Branco ainda tentou segurar o levante ligando para Magalhães Pinto, segundo o militar o movimento ainda era prematuro, entretanto não dava mais para parar.

Como legalista, ao lado de João Goulart, o general Armando de Moraes Âncora não estava satisfeito, mas quando recebeu a ordem do presidente para prender Castello Branco não a cumpriu. O general Âncora alegou que não queria iniciar uma guerra civil no país e então quando as tropas do governo se encontraram com as dos golpistas se uniram e continuaram a caminhada rumo ao Rio de Janeiro para efetivar o golpe que ocorreu no dia 31 de março de 1964 por volta das dezessete horas. João Goulart, ao se deparar com as tropas, também evitou uma guerra civil abandonando a presidência e se refugiando no Uruguai.

O Congresso Brasileiro providenciou então as medidas que tornaria legalizado o golpe, o senador Auro Soares de Moura Andrade declarou o cargo de presidente vago alegando que o presidente havia abandonado o Brasil. As eleições presidenciais foram prometidas para 1965, porém não realizadas, os militares passaram a eleger os presidentes indiretamente durante a ditadura que se tornaria mais severa a cada ano. O povo se mostrou confuso com o que estava acontecendo, mas o aparente crescimento econômico fez com que a população se acomodasse. Mais a frente a censura fez com que se calasse.

O golpe impediria tentativas de implantação de uma política comunista no Brasil, com os anos viriam os Atos Institucionais e o regime que tomara o poder através de um golpe se estabeleceria sobre bases legais, porém autoritárias.

Opinião dos leitores

  1. Rasgaram a Constituição,. Ao renegar a necessidade das Reformas de Base propostas por João Goulart, criaram um exército de famintos disciplinados, cujos filhos e netos cansaram de ser pobres e hoje alimentam os índices de criminalidade. Deixaram o país com uma divida externa de mais de 100 bilhões de dólares. A roubalheira correu solta no governo dos milicos, sua crias mais influentes Maluf, Abi Ackel.

  2. O que está em julgamento são os governos assassinos do generais que traíram a pátria ao se vender aos interesses americanos e da nossa elite podre. Não aguentam ver uma ex guerrilheira no comando do país, bota a turma do pijama pra dormir.

  3. O Júlio Dalcin, lendo os comentários entendo que:
    Deixa ver se entendi, quer dizer que os militares mataram mais que os "comunistas", que também mataram, sequestraram e roubaram, estão PERDOADOS?
    Ou seja, se EU roubar 10 bancos e matar 10 vigilantes e se VOCÊ roubar 2 bancos e só matar só 2 vigilantes, EU devo ser investigado e VOCÊ perdoado?
    Que lógica é essa? Onde isso existe? Só mesmo no Brasil onde a escola não ensina a raciocinar.
    O que está ocorrendo é uma perseguição aos militares e PERDÃO aos outros assassinos.

  4. Pois é Fatima Moraes, só que foram as forças armadas, que covardemente usaram de força desproporcional contra meia duzia de gatos pingados.

    1. Grande, a Fátima, quando se refere à "comissão" como "uma das composições que só vêem com um olho", pretende incluir também o DOI/CODI, por exemplo, que era um órgão basicamente ocupado pela Polícia Civil; grupos tipo milícia, agregados a políticos da "situação" à época, que foram criados à revelia da própria "autoridade revolucionária", mas com a sua complacência, etc. Muita coisa estranha ocorreu fora das fileiras militares, que ficaram com a fama, o que influenciou pessoas como você, por exemplo, a acreditarem que só os militares foram responsáveis pela tortura e morte dessa "meia dúzia de gatos pingados".

    2. Além do mais, Júlio Dalcin, e para mais ou menos comprovar o que digo, sobre os militares não serem os únicos culpados pelas atrocidades cometidas, recomendo acompanhar o movimento (vide a mídia) que pretende a Revisão da Lei de Anistia. O que tem de civil com medo que isso seja aprovado não está no "gibi". Vai ser uma pedreira fazer isso ser aprovado. Tem muito político (e colaboracionistas) ainda, que estiveram envolvidos com as atrocidades atribuídas aos militares (entenda-se: à "Revolução"). Basta pesquisar, tem muita fonte à disposição.

  5. Essa tal comissão da verdade não deveria se chamar comissão de caça aos militares?
    Vão julgar as TORTURAS, SEQUESTROS E ASSASSINATOS SÓ DE UM LADO? CADÊ AQUELES QUE ERAM CONTRA O REGIME E COMETERAM OS MESMOS TIPOS DE CRIME E OUTROS MAIS?
    Foram SÓ os militares que tiraram vidas? Foram só os militares que usaram da força para chegar aos fins?
    Isso está LONGE de SER JUSTO e VERDADEIRO, essa comissão é uma das composições que só vêem com um olho. Caçam os militares e DEIXAM IMPUNES OS "COMUNISTAS" QUE TAMBÉM MATARAM, ROUBARAM, DESTRUÍRAM E SEQUESTRARAM!!! Essa comissão parece mais UMA INQUISIÇÃO!!!

    1. Não se esquecendo dos traidores da "causa". Assistindo uma palestra por ocasião do tema que grassa nestes dias, ouvi do palestrante que, acuado pelas tropas que encurralaram os "terroristas", José Genoino, este mesmo metido no "mensalão", teria dito "não me matem não que eu entrego". Se isso ocorreu, e eu acho que é bem possível, essa atitude teria causado a morte de alguns daqueles que ele entregou. Isso tem um peso penal, mas o que se percebe é que este indivíduo, além de ter sobrevivido ainda se veste de mártir, falseando a sua verdadeira vocação.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *