Política

Maduro recorre à privatização depois da experiência falida do socialismo

Foto: Yuri CORTEZ/AFP

No início de 2007, após ganhar um segundo mandato de seis anos como presidente, Hugo Chávez anunciou seu plano de nacionalizar a maior empresa de telecomunicações da Venezuela, a CANTV, sugerindo que planos de nacionalização mais amplos estavam por vir.

“Tudo que foi privatizado, que seja nacionalizado”, anunciou Chávez, que havia concorrido sob a bandeira do socialismo democrático.

Quase uma década e meia depois, à beira de um colapso alimentar em massa e de uma crise energética crescente, a Venezuela está agora se movendo na direção oposta.

De acordo com a Bloomberg News, o mandatário venezuelano Nicolás Maduro começou discretamente a transferir ativos do Estado de volta para as mãos de proprietários privados em um esforço para reverter o colapso econômico do país.

“Sobrecarregado com centenas de empresas estatais falidas em uma economia que despenca de um penhasco, o governo venezuelano está abandonando a doutrina socialista ao transferir empresas-chave para investidores privados, oferecendo lucro em troca de uma parcela da receita ou produtos”, escrevem as jornalistas Fabiola Zerpa, sediada em Caracas, e Nicolle Yapur.

A transferência, que não foi anunciada publicamente, mas foi confirmada por “nove pessoas com conhecimento do assunto”, supostamente inclui dezenas de processadores de café, silos de grãos e hotéis que foram confiscados como parte da nacionalização generalizada da Venezuela que começou sob Chávez.

Em alguns aspectos, a situação da Venezuela é a mais improvável das histórias.

Em 1950, a Venezuela era uma das nações mais prósperas do mundo. Estava entre as dez primeiras em PIB per capita e tinha uma força de trabalho com produtividade mais alta do que os Estados Unidos.

O crescimento econômico da Venezuela começou a estagnar em meados dos anos 1970, no entanto, depois que ela nacionalizou o setor de petróleo, o que resultou em um aumento na receita do governo e gastos públicos. Estima-se que a Venezuela arrecadou US$ 7,6 bilhões apenas em 1975 com a nacionalização (equivalente a US$ 37 bilhões em 2021). Isso levou a um aumento sem precedentes nos gastos públicos. John Polga-Hecimovich, professor de ciência política da Academia Naval dos Estados Unidos, disse que o governo venezuelano gastou mais de 1974 a 1979 do que em toda a sua história anterior.

Apesar do crescimento dos gastos do governo, a situação política manteve-se relativamente estável. No final dos anos 70, o professor de ciências políticas da Universidade de Michigan, Daniel H. Levine, afirmou que “os venezuelanos alcançaram uma das poucas ordens políticas competitivas estáveis ​​na América Latina”.

No entanto, o flerte da Venezuela com o socialismo acabaria se transformando em um caso de amor.

Em 1998, os venezuelanos votaram em Chávez, populista que se autodenominava marxista. Ele foi reeleito em 2000 (59,8% dos votos) e em 2006 (62,8%), quando começou a nacionalizar vários setores da economia – incluindo agricultura, siderurgia, transporte e mineração – e confiscar mais de mil empresas, fazendas e propriedades.

Na época da morte de Chávez, suas políticas socialistas foram anunciadas pela revista Salon como um “milagre econômico” – mas na realidade a economia venezuelana já estava em queda livre.

Em 2014, com o colapso do preço do petróleo, o governo de Maduro admitiu que estava em uma recessão severa e que a Venezuela estava sofrendo com a inflação mais alta das Américas. Em janeiro de 2016, o país estava à beira de um “completo colapso econômico”. Não muito depois, o governo venezuelano abandonou qualquer pretensão de ser um regime “democrático”.

Um relatório das Nações Unidas de 2019 concluiu que havia “motivos razoáveis ​​para acreditar que” o governo de Maduro havia usado forças especiais para matar milhares de oponentes políticos em “execuções extrajudiciais”.

Até o momento, acredita-se que mais de 5 milhões de venezuelanos tenham fugido do país para escapar da ruína econômica e da opressão política.

Privatização salva?

O colapso da Venezuela, que já foi o país mais próspero da América Latina, não é segredo. Mas a virada de Maduro em direção à iniciativa privada na tentativa de estabilizar o país em colapso é uma nova revelação.

Não é sem precedentes, no entanto.

“Este processo é semelhante ao processo de privatização na Rússia, em que os ativos são transferidos para empresas privadas locais e para investidores de países aliados do governo”, disse Asdrubal Oliveros, chefe da consultoria econômica Ecoanalitica, à Bloomberg.

Rodrigo Agudo, chefe da Venezuela Food Network, disse à agência de notícias que o regime instituiu “um capitalismo selvagem” ao cessar a cobrança de impostos sobre certas empresas, liberalizar o licenciamento de importações e convencer militares e outros funcionários relacionados a investir em certos negócios.

Ramon Lobo, legislador do partido socialista no poder e ex-ministro das finanças, disse que os acordos tendem a ser temporários (geralmente menos de 10 anos) e funcionam como uma concessão. As empresas podem investir e administrar o ativo, com o governo ficando com uma porcentagem.

“Acreditamos que seja positivo porque é a sincronização do setor público com o setor privado”, disse Lobo. “O Estado atua como um supervisor e recebe uma compensação.”

Em certo sentido, a revelação do impulso de privatização da Venezuela é um claro desenvolvimento positivo.

O esforço de Maduro para formar discretamente parcerias público-privadas, uma estratégia que começou em 2017, revela o fracasso total da economia de comando (economia planejada por um governo central) da Venezuela. A Bloomberg aponta, por exemplo, que fábricas de processamento de alimentos antes bem-sucedidas estão “quase ociosas” desde que foram confiscadas pelo governo, plantas que poderiam estar alimentando uma população faminta.

Esta revelação é trágica e enfurecedora, mas não é surpreendente. Por sua própria natureza, as economias de comando estão condenadas ao fracasso porque carecem dos incentivos básicos e das estruturas de preços que estão presentes em uma economia de mercado.

“É mais do que uma metáfora descrever o sistema de preços como uma espécie de maquinário para registrar mudanças, ou um sistema de telecomunicações que permite aos produtores individuais observar apenas os movimentos de alguns ponteiros, como um engenheiro observaria um mostrador, a fim de ajustar suas atividades a mudanças das quais eles talvez nunca saibam mais do que o que está refletido no movimento dos preços”, escreveu o economista ganhador do Prêmio Nobel F.A. Hayek.

Muitos podem ficar tentados a pensar que Maduro era apenas uma pessoa má ou estúpida. Mas Ludwig von Mises nos lembra que a busca pela pessoa certa para dirigir uma economia de comando é fútil por esse motivo.

“Não se percebeu que mesmo homens excepcionalmente talentosos de alto caráter não podem resolver os problemas criados pelo controle socialista da indústria”, observou Mises.

Parece que depois de muita dor e sofrimento, mesmo os líderes socialistas na Venezuela admitiram que não podem administrar uma economia com eficiência suficiente para evitar a ruína econômica. Mas, embora devolver as empresas ao setor privado seja um passo na direção certa, não é correto chamar a estratégia de Maduro de “capitalismo”.

O governo de Maduro ainda está usando de tudo, desde controles de preços de alimentos a aumentos do salário mínimo e manipulação da moeda para administrar sua economia, sem mencionar a seleção de quais empresas poderão participar de seus esforços de privatização (e quem pode investir). Em termos de liberdade econômica geral, a Venezuela ficou em 179º lugar entre 180 países em 2020 – um lugar à frente da Coreia do Norte e um atrás de Cuba.

Na melhor das hipóteses, o atual sistema econômico da Venezuela é uma forma de fascismo, que Sheldon Richman certa vez descreveu como “socialismo com verniz capitalista”.

Portanto, enquanto aplaudimos o pequeno mas importante passo da Venezuela, não devemos perder de vista uma declaração de Vernon Smith, vencedor do Nobel de Economia, que em 2018 observou que a prosperidade voltaria quase que imediatamente para a Venezuela se os políticos revogassem suas políticas prejudiciais e liberassem o poder dos mercados.

Gazeta do Povo, com Jonathan Miltimore é o editor-chefe da FEE.org.

Opinião dos leitores

  1. Ninguém sabe que zegado e santos é a mesma pessoa. Aliás, acho que o tal natalense, que anda sumido, também é zegado kkk

  2. Como sempre, bolsonaristas são incapazes de ler a matéria, ficaram no título e olhe lá.
    kkkkkkkkkkkkkkkkk

  3. Se o finado Chávez reaparecer ao "Caindo de PODRES Maduro Manaus será em forme de um simples e frágil passarinho, mas sim como um Pterodactilo. E agora José? O que será da PeTralhada marxista antiliberal?

  4. O IDIOTA ZÉ GADO , ainda defende esse VERME LADRAO, é muita vagabundagem, passar o dia defendendo esses ratos PTRALHAS

  5. Depois que esse verme acabou com o país agora quer entrar na realidade e não mais na utopia da esquerda é muito engraçado, tem que ser fuzilado esse vagabundo agora eu queria vê a cara de um esquerdopata com essa noticia kkkkkkkkkkkk

  6. Os vermes parasitas PTralhas vão a loucura , o modelo ladrao de roubar o POVO , NÃO ESTÁ DANDO CERTO

  7. Caraca! Até Maduro vai privatizar e o inepto MINTOmaníaco aqui não privatiza nem estatais que poderia fazer por decreto (tais como a EBC)? Ah, ele até criou uma estatal! Que liberal eh esse hein?!

    1. Você se seu o trabalho de LER a matéria até o fim?
      Tenho certeza que não!
      Ler uma matéria extensa como essa, para vocês, é pedir muito.

  8. Vixe! Se acontecer Chávez el comandante vai ressuscitar e os seus amigos ditadores vão lhes dar banana.

  9. Doido é quem investe num país desses… cheio de ideologia fascista esquerdopata. Vai levar uma a duas geracoes pra aquele povo se livrar das amarras da esquerda fascista.

  10. OBRIGADO PRESIDENTE BOLSONARO, por nos ter salvo deste destino desejado pelos ESQUERDOPATAS, que levaria o Brasil ao colapso econômico, à miséria, à fome e ao comunismo.
    Hoje muitos venezuelanos fogem para os países vizinhos para não morrerem de fome.
    Infelizmente esse ainda é o modelo aplaudido pelos ESQUERDOPATAS que sonham transformar o Brasil em mais uma ditadura comunista.

  11. Um dos problemas dos simpatizantes da esquerda "comunismo", é que *para eles, o que mais importa é eles mesmos*, o resto (país) que se dane.
    (…)
    Dito isto, fiquem na paz, (todos) até eles, os esquerdistas…

  12. Bom está o nosso país que recebeu da Venezuela oxigênio para brasileiros não morrerem sem oxigênio, a nossa experiência de governo está perfeita.

    1. Isso, graças aos governos do pt que acabaram com o Brasil, o governo Bolsonaro em 2 anos não levava o país a esse ponto

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Esporte

Teve covid-19: retorno dos exercícios físicos deve ser gradual; veja quando é seguro e sua intensidade

Foto: Ilustração/André Moscatelli/SAÚDE é Vital

Os possíveis efeitos do coronavírus no sistema respiratório e, principalmente, no coração podem afetar a prática esportiva. Daí porque a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicaram um documento com orientações para o retorno seguro às atividades físicas após a infecção pelo Sars-CoV-2.

As diretrizes trazem indicações tanto para atletas profissionais como para quem se exercita em busca de saúde e diversão. Confira, abaixo, as principais recomendações.

Quando é seguro voltar aos exercícios?

De acordo com Marcelo Leitão, presidente da SBMEE e um dos criadores do trabalho, há dois pontos a considerar. O primeiro é a capacidade de transmitir a doença.

Afinal, mesmo quando os sintomas cessam, é possível que ainda haja uma carga viral no organismo capaz de infectar outros. É necessário esperar pelo menos 14 dias sem ter quaisquer sinais da Covid-19 para se considerar curado (saiba mais clicando aqui). “E o isolamento vale não apenas para a prática esportiva, mas para o convívio com outras pessoas”, completa.

A outra questão a refletir é o tamanho do estrago que o Sars-CoV-2 provocou. Casos mais graves em geral geram sequelas que demoram mais para sumirem. E cada uma dessas complicações vai exigir uma avaliação profissional para verificar quanto interferem no exercício físico.

“Independentemente de tudo isso, o retorno deve ser gradual”, orienta Leitão. Nem pense em buscar o mesmo desempenho de antes da infecção logo na primeira sessão de ginástica.

Qual a intensidade e frequência dos exercícios?

Após se livrar do coronavírus, aquela recomendação geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) continua valendo. São pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos leves a moderados por semana ou 75 minutos de atividade intensas. E duas sessões semanais de treinamento de força.

Porém, não esqueça que o retorno aos esportes tem que ser progressivo.

Orientações para quem teve Covid-19 leve ou assintomática

Os autores da diretriz defendem que, mesmo nesses casos, é bom passar por uma consulta e realizar um ecocardiograma (ECG). O exame checa o funcionamento do coração.

Se houver alguma queixa por parte do paciente, o médico pode solicitar um teste de sangue que verifica a presença de um marcador de lesões miocárdicas, a troponina T. Se tudo estiver ok, desenha-se um plano de retomada da atividade física.

Para quem teve Covid-19 moderada e grave

Aqui é preciso um pouco mais de cautela, porque indivíduos que foram internados em decorrência da pandemia possuem um risco maior de sequelas cardíacas, como miocardite.

No documento da SBMEE e da SBC, são listados exames adicionais que podem ser realizados. O teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) seria o principal. Ele é considerado o padrão-ouro na avaliação da capacidade de ventilação dos pulmões.

“Mas a escolha dos exames mais adequados depende do quadro do paciente e das informações repassadas para o médico”, afirma Leitão.

O médico do esporte Luiz Riani, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) que não participou do estudo, acredita que os testes mais importantes após uma triagem inicial são o ecodopplercardiograma, o TCPE e, para bater o martelo, a ressonância cardíaca.

“Eu sugiro que quem pegou o coronavírus, seja qual tenha sido a gravidade, procure um médico do esporte ou cardiologista. Eles têm os conhecimentos específicos para fazer essa análise”, aconselha Riani.

Leitão acrescenta que os pacientes que chegaram a ser entubados ou tiveram lesões cardíacas comprovadas demandam supervisão mais próxima. “Eles precisam passar por um período de reabilitação que dura algumas semanas”, completa.

Acompanhamento prolongado

Principalmente quem sofreu com as formas graves e moderadas da Covid-19 deve voltar a conversa com o doutor após 60 dias (ou conforme a orientação dele). “As pessoas não devem menosprezar os sinais do corpo. Elas não estão livres de manifestações tardias”, alerta Leitão.

Caso você sinta palpitação, falta de ar ou cansaço desproporcional ao suar a camisa (ou depois disso), vá ao consultório. Isso vale mesmo para quem se livrou da Covid-19 sem sofrer muito.

Saúde – grupo Abril

Opinião dos leitores

  1. Pois eu tive covid e voltei com mais disposição para as atividades sexuais. A minha primeira dama, não aguentou o Véio aqui e eu tive que arranjar duas amantes para me satisfazer.
    Nossa me sinto uma máquina nova, forte e potente.

    1. Dando trabalho pros sobrinhos né titia? Dói até quando aplica ozonio.

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Saúde

COVID: Enfermeiro nos EUA é infectado dias depois de ser vacinado; contaminação pode ter ocorrido antes, e alerta também diz que proteção não ocorre imediatamente

FOTO: TOMS KALNINS/EFE/EPA

Um enfermeiro que trabalha nos serviços de emergência da cidade californiana de San Diego deu resultado positivo no teste para covid-19 poucos dias depois de ser vacinado contra a doença, informou a mídia dos EUA hoje.

O profissional de saúde foi identificado como Matthew W., um enfermeiro de 45 anos, que recebeu a primeira dose da vacina preparada pela Pfizer-BioNTech em 18 de dezembro.

Segundo a própria vítima confessou à emissora KGTV, afiliada da rede ABC News, o único efeito colateral que sofreu após ser vacinado com a vacina foi dor no braço.

Porém, seis dias depois, após fazer um turno na unidade de emergência de seu centro de saúde com pacientes com covid-19, ele sentiu calafrios, dores musculares e fadiga. Um teste no hospital confirmou que ele era positivo para a doença.

Segundo especialistas consultados pela emissora, esse caso não é “algo inesperado”, uma vez que os pacientes vacinados não desenvolvem uma proteção decisiva contra o coronavírus imediatamente após receberem o medicamento.

Ensaios clínicos com a vacina têm demonstrado que essa imunização, que chegaria a 95% dos vacinados, pode ser realizada dias após o recebimento de uma segunda dose do imunizante que, no caso da Pzifer, leva cerca de 21 dias para ser inoculada de novo.

Além disso, como o período de incubação do coronavírus pode ser de até 14 dias, também é possível que o enfermeiro tenha se infectado antes de receber a vacina no dia 18 de dezembro.

De acordo com especialistas, esses casos nada mais são do que um lembrete de que as vacinas não são um elixir de cura imediata; deter a pandemia levará tempo e que, nesse ínterim, devem ser seguidas as práticas sociais fundamentais de saúde de manter o distanciamento social, lavar as mãos com frequência e usar máscaras.

R7, com EFE

Opinião dos leitores

  1. Segundo especialistas a proteção vem dias após a aplicação da segunda dose. Não percebi na reportagem se o referida tomou a segunda dose. Pelo que eu li e entendi ele só tomou a primeira dose dia 18/12.

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Diversos

Lendária `Coleção Vaga-Lume´ ganha novo livro depois de 13 anos sem inéditos; relembre sucessos

Foto: Reprodução

A Coleção Vaga-Lume, que revolucionou a literatura juvenil no Brasil a partir da década de 1970 e formou algumas gerações de leitores, está ganhando um novo livro depois de 13 anos sem publicar nada novo. Ponha-se no Seu Lugar, de Ana Pacheco, é uma releitura do conto clássico O Nariz, de Nikolai Gógol, de 1836. A obra conta com projeto gráfico do ilustrador Bernardo França.

No lançamento, na tarde dessa quarta-feira, 28, a Somos Educação, que comprou a Ática e em 2015 extinguiu o departamento editorial do selo logo após o anúncio da modernização da emblemática coleção e depois de ter relançado 10 títulos com novo projeto gráfico, promove um bate-papo sobre o novo livro e a Vaga-Lume (as inscrições devem ser feitas aqui). Participam, a partir das 17h, Jiro Takahashi, o editor por trás da criação da Coleção Vaga-Lume, a escritora Ana Pacheco e o escritor Luiz Puntel.

Puntel, um dos best-sellers da série, é autor de Meninos Sem Pátria, livro de 1981 que voltou ao debate em 2018, quando já estava em sua 23.ª edição, após pais de uma escola do Rio pedirem sua retirada da lista de leitura. O livro tem como pano de fundo a ditadura militar e fala sobre uma família que precisa deixar o Brasil depois que a redação do jornal em que o pai trabalha é invadida. A obra retrata, sobretudo, e com base na visão das crianças, a aventura de viver a infância e a adolescência longe de casa.

Ponha-se no Seu Lugar conta a história de Lucas, um menino que perde o seu nariz – ele foi jogado no lixo por seu inimigo. O nariz, no entanto, ganha vida própria e passa a fazer sucesso entre os jovens do colégio, conquistando até Florinha, a paixão de Lucas. O rapaz começa então sua aventura de reconquistar seu nariz e colocá-lo em seu lugar.

A Coleção Vaga-Lume surgiu num momento em que as crianças eram apresentadas à literatura por meio dos clássicos. Na reforma educacional de 1971, quando o ensino obrigatório se estendeu até a 8.ª série, o número de alunos aumentou. Além disso, foi incluída na Lei de Diretrizes e Bases uma cláusula que recomendava a preferência pela adoção de obras nacionais.

Ao longo de sua história, a coleção lançou obras como A Ilha Perdida, de Maria José Dupré; O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida, que virou filme; e A Turma da Rua Quinze, de Marçal Aquino. A coleção chegou a ter cerca de 100 títulos e reuniu, ainda, títulos de autores como Marcos Rey e Orígenes Lessa. As tiragens, no seu auge, eram de cerca de 80 mil exemplares – esgotados em cerca de um ano.

Os maiores sucessos da Coleção Vaga-Lume

A Ilha Perdida, de Maria José Dupré

O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida

A Turma da Rua Quinze, de Marçal Aquino

Meninos Sem Pátria, de Luiz Puntel

Tráfico de Anjos, de Luiz Puntel

O Caso da Borboleta Atíria, de Lúcia Machado de Almeida

Deu a Louca no Tempo, de Marcelo Duarte

Açúcar Amargo, de Luiz Puntel

A Guerra do Lanche, de Lourenço Cazarré

Menino de Asas, de Homero Homem

Terra, com Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. Não esqueçamos do autor potiguar Homero Homem, que teve obras como 'O Cabra das Rocas' e "O Menino de Asas'.

  2. O primeiro livro que li da coleção foi:
    A serra dos dois meninos – Livro de Aristides Fraga Lima.

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Diversos

Cientistas detectam a maior explosão no espaço desde o Big Bang

Cientistas encontraram evidências de uma explosão colossal no espaço — a maior desde o Big Bang.

Acredita-se que a explosão tenha emanado de um buraco negro supermassivo a cerca de 390 milhões de anos-luz da Terra.

E tenha liberado cinco vezes mais energia do que a recordista anterior.

A erupção teria deixado uma cavidade gigante no aglomerado de galáxias Ophiuchus, conforme aponta o estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal.

Há muito tempo os pesquisadores acreditavam que havia algo estranho no aglomerado de galáxias Ophiuchus, um conglomerado gigante que contém milhares de galáxias individuais entremeadas por gás quente e matéria escura. Por meio de telescópios de raios-X, eles haviam observado uma curiosa curvatura.

Os cientistas especulavam que poderia ser a parede de uma cavidade esculpida em seu gás pelas emissões de um buraco negro central.

Os buracos negros são famosos por se alimentar “sugando” as matérias que estão à sua volta, mas também por expelir quantidades enormes de matéria e energia na forma de jatos.

A princípio, os cientistas duvidaram desta teoria, porque a cavidade era grande demais — era possível comportar 15 Via Lácteas dentro do buraco.

E isso significava que a explosão do buraco negro teria que ter sido incrivelmente extraordinária.

Porém, novos dados dos radiotelescópios Murchison Widefield Array (MWA), na Austrália, e Giant Metrewave Radio Telescope (GMRT), na Índia, parecem confirmar esta tese.

“De certa forma, essa explosão é semelhante à erupção do Monte Santa Helena, em 1980, que arrancou o topo da montanha”, diz Simona Giacintucci, principal autora do estudo, do Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos.

Época com BBC

Opinião dos leitores

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Televisão

Sérgio Chapelin se despede da Globo depois de 47 anos: ‘Meu tempo passou’

FOTO: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Apresentador do Globo Repórter há 23 anos e contratado da emissora desde 1972, Sérgio Chapelin teve sua aposentadoria apressada pela Globo. O contrato do âncora é válido até dezembro, mas ele sairá do ar mais cedo, em setembro. Foi escanteado após uma dança das cadeiras iniciada pela demissão de Dony De Nuccio. A despedida antecipada não surpreendeu o veterano. “O meu tempo passou”, diz.

“Há um tempo eu vinha falando que queria me aposentar, e a direção pedia para ficar mais um pouco. Agora, a emissora precisou fazer uma mudança e achou que era o momento certo. Qualquer empresa precisa de uma renovação de quadros e eu sabia que isso iria acontecer comigo, que eu seria o próximo”, conta ao Notícias da TV.

Chapelin, que assumiu o Globo Repórter em 1996, depois de dividir com Cid Moreira a bancada do Jornal Nacional, está em paz com a substituição: “Saio de cena para entrar uma pessoa mais jovem”, reconhece.

O jornalista se refere a Sandra Annenberg, que vai sair do Jornal Hoje para assumir o seu lugar na atração das noites de sexta-feira. “Deixo o programa em boas mãos. Ela é fera, assim como a Glória Maria, e não vejo problemas em ter duas mulheres apresentando [o Globo Repórter]. É moderno, é poderoso.”

Assumidamente avesso a dar entrevistas, ele admite que ainda não sabe o que irá fazer da vida depois de setembro. “Acredito que a pior parte vai ser me acostumar à nova rotina. A única coisa que eu sei é que não quero apresentar nada, não quero gravar textos nem fazer locução. Já li muitos textos na vida.”

De acordo com o longo comunicado escrito pelo diretor-geral de Jornalismo da Globo, Ali Kamel, ao anunciar a troca de âncoras, existe a possibilidade de Chapelin elaborar um novo acordo com a emissora, mesmo fora do ar. “Sérgio deixará o Globo Repórter no fim de setembro. Mas não deixará a Globo. Como Cid Moreira, continuará ligado à emissora que a ele é tão grata”, escreveu o executivo na ocasião.

Escola antiga

Aos 78 anos, Chapelin passou quase meio século da vida na Globo. Teve uma passagem rápida pelo SBT, que durou um ano, e voltou para a antiga casa em 1984. Reconhece, porém, que acabou não acompanhando a evolução das bancadas.

Ele alega ser um profissional da escola antiga de apresentadores e diz que é contra âncoras que dão sua opinião no ar. “Existem comentaristas, né? O apresentador é aquele que lê o texto de forma isenta, e eu sempre fiz isso”, esclarece.

“Há muitos anos, o Armando Nogueira antecipou que para apresentar um telejornal o âncora precisava estar na Redação e ser quase um editor. Isso, eu acho legal e é o que acontece agora na função”, exalta Chapelin.

Nascido em Valença, no interior do Rio de Janeiro, o veterano apresentador cogita a possibilidade de viver definitivamente no interior. “Eu sou um homem rural, gosto de andar a cavalo, cuidar da roça. Quero terminar os meus dias no campo”, finaliza.

Notícias da TV – UOL

 

Opinião dos leitores

  1. Não foi "escanteado" como diz a matéria. Dedicou toda uma vida ao trabalho. Já iria parar.
    Continuará nos quadros da empresa.

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Judiciário

Ex-presidente do Peru tenta suicídio com tiro na cabeça depois de receber ordem de prisão no caso Odebrecht

García, que tentou pedir asilo ao Uruguai, chega à Promotoria para depor em novembro de 2018 Foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP

O ex-presidente do Peru, Alan García, está internado depois de ter atirado contra a própria cabeça diante de uma ordem de prisão preventiva emitida pela Justiça, confirmou o advogado do ex-líder, Erasmo Reyna. García foi levado para o hospital Casimiro Ulloa, que confirmou que a causa da internação foi um ferimento na cabeça.

Policiais também confirmaram à agência Reuters que o ex-líder peruano tentou suicídio. García é um dos dos quatro ex-chefes de Estado do país investigados sob a acusação de terem recebido suborno da construtora brasileira Odebrecht. A Justiça havia ditado sua prisão preventiva por dez dias.

O secretário pessoal de García, Ricardo Pinedo, confirmou que o ex-presidente entrou em seu quarto depois de ser informado que um promotor batia à porta de sua casa, informou o jornal “La Republica”, de Lima. A situação do ex-presidente “é delicada”, segundo o advogado.

— Neste momento, ele está sendo operado. Rogamos a Deus que lhe dê força — ressaltou Erasmo Reyna.

A ordem judicial de detenção desta quarta-feira também afeta o ex-ministro de Transportes Enrique Cornejo, Luis Nava, seu filho José Antonio Nava, Miguel Atala, seu filho Samir Atala, Oswaldo Plasencia Contreras, Jorge Menacho e Raúl Antonio Torres.

Além de García, que governou o país por dois mandatos, o último de 2006 a 2011, a investigação sobre subornos da Odebrecht no Peru envolve também os ex- presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018). Todos estão sob investigação do Ministério Público peruano. Kuczynski foi preso preventivamente por dez dias no início deste mês.

Todos estão sob investigação do Ministério Público peruano. Toledo, que supostamente recebeu US$ 20 milhões da empreiteira pela construção de uma rodovia, vive nos Estados Unidos.

O escândalo também salpicou nas ex-candidatas Lourdes Flores e Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), em prisão preventiva desde 31 de outubro.

Em fevereiro, a empresa assinou um acordo de cooperação com a Procuradoria peruana em São Paulo para ampliar as investigações sobre contribuições ilícitas eleitorais.

Ficou então definido que a Odebrecht teria que pagar cerca de US$ 182 milhões como compensação civil aos peruanos, com base em quatro licitações que venceu mediante o pagamento de subornos a autoridades locais. A empreiteira já admitira em 2016 que havia pagado propinas na casa dos US$ 29 milhões entre 2005 e 2014 no país.

Em sua declaração, na ocasião, a empresa brasileira ressaltou que o Peru é o oitavo país com o qual chega a um acordo. Negociações semelhantes ocorreram com o Brasil, os Estados Unidos, a Suíça, a República Dominicana, o Panamá, o Equador e a Guatemala.

Em dezembro, o presidente peruano, Martin Vizcarra, rejeitou a possibilidade da continuação das operações da Odebrecht em seu país, sob a alegação de que as práticas corruptas da empresa provocaram sérios estragos. Vizcarra foi eleito em 2018, tendo como uma de suas principais propostas a condução de uma reforma contra a corrupção no país. Apesar das críticas, Vizcarra afirmou que respeita o pacto dos promotores com a Odebrecht.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Se os políticos corruptos do nosso país imitassem essa atitude, rapidamente esvaziaríamos as dependências carcerárias da Polícia Federal e pouparíamos muito dinheiro do contribuinte brasileiro. Pena que eles não têm vergonha na cara. Tem um chefe de seita macabra que, ao invés de um gesto de altruísmo e arrependimento como esse, além de ter nos roubado muito e nos custar muito caro, ainda trama na cadeia para destruir nossa pátria.

  2. Dificilmente veremos um político brasileiro se suicidar ( com exceção de Getúlio Vargas), por um simples motivo: Eles não tem vergonha na cara.

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