Política

Ratinho: Lula admite ser candidato 'para não deixar tucano voltar'

A participação do ex-presidente Lula no “Programa do Ratinho”, do SBT, se transformou em um palanque eleitoral para o pré-candidato petista em São Paulo, Fernando Haddad.

“São Paulo precisa ter alguém que tenha o entusiasmo que ele teve quando era ministro”, disse o ex-presidente, ao explicar porque indicou Haddad.

Em sua primeira aparição em um programa de televisão após a descoberta do câncer na laringe, Lula ficou no ar por mais de 40 minutos.

Na entrevista ao Ratinho, Lula também admitiu a possibilidade de voltar a ser candidato à Presidência.

“A única hipótese é se ela [Dilma] não quiser. E eu não vou permitir que um tucano volte à Presidência do Brasil”.

Gabo Morales/Folhapress
Ex-presidente Lula e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, participam do programa do Ratinho
Ex-presidente Lula e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, participam do programa do Ratinho

Na metade da participação, Haddad foi convidado por Ratinho a subir ao palco para falar.

“A população votará no novo porque a população de São Paulo quer mudança”, disse o ex-ministro, que ainda falou de sua gestão na Educação.

O começo do programa, porém, foi marcado por uma gafe de Lula.

Ao fazer referência a Haddad, Lula disse que o ex-ministro torce para o time do Santos. O pré-candidato respondeu que seu time do coração, na verdade, é o São Paulo.

Quando tratou da questão da saúde pública, o ex-presidente reclamou também da decisão do Congresso, em 2007, de acabar com a CPMF.

“Eles por vingança me tiraram a CPMF, que é um imposto para rico.”

Em grande parte do tempo, Lula falou sobre seu tratamento contra o câncer na laringe. “O tratamento não é brincadeira”, disse.

Ele contou ainda que tem feito duas horas de fisioterapia todas as manhãs por causa de um problema na perna. “Eu já cai duas vezes.” Apesar disso, Lula disse que irá participar com tudo da campanha.

O programa ainda teve um quadro que contou um resumo da história de Lula e outro que tratou do Prouni.

Além disso teve os depoimentos do ex-atacante Ronaldo e do cantor Zeca Pagodinho.

O ex-presidente afirmou que foi ao programa por conta da amizade que tem com o apresentador. “Perguntam por que escolheu o Ratinho. Porque já comi rabada na casa dele e ele na minha”, disse Lula.

Fonte: Folha

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Jornalismo

Repórter da Band afirma que Lula vazou informação do encontro com Gilmar Mendes

O jornalista Fábio Pannunzio, da TV Bandeirantes, publicou em seu blog que o encontro entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o ex-presidente Lula chegou à imprensa um mês depois de ter acontecido porque o petista vazou a conversa para um amigo que tem em comum com o integrante do STF. Segundo o repórter da Band, a informação chegou a Mendes, que decidiu revelar os detalhes do caso para a revista Veja.

Ao Comunique-se, Pannunzio diz que atualmente está difícil publicar críticas a Lula, por mais que os argumentos sejam embasados em informações previamente apuradas. Os ataques em seu blog são incansáveis, conta. Para ele, existe uma campanha que visa desmoralizar qualquer ato negativo ao ex-presidente. Ele atribui parte desta “manifestação” ao que chama de “Besta”, termo que criou para a “blogosfera estatal”.

“Foi Lula em pessoa quem cometeu a indiscrição de falar sobre a conversa com Gilmar Mendes, descendo ao nível dos detalhes que agora estão expostos por iniciativa do ex-presidente do STF. Esta é a razão oculta por trás da ‘inconfidência’ do ministro Gilmar Mendes. E também a justificativa para a incapacidade do ex-presidente da República de fazer um desmentido cabal, como o assunto exigiria caso o magistrado pudesse ser desmentido”, publicou Pannunzio nessa segunda-feira, 29.

Ao abordar a reunião entre Lula e o ministro, Pannunzio ressalta que não se trata de opinião, mas de informação que conseguiu apurar. De acordo com o jornalista, Mendes ficou espantado com o vazamento da informação de que tinha se encontrado com o ex-presidente na casa do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. No blog, o profissional da Band garante que se a notícia não vazasse, a entrevista do ministro do STF à Veja e a outros veículos de comunicação não aconteceria.

Pannunzio encerra o texto relatando que não há como o ex-presidente se defender e negar a pressão sobre Mendes para adiar a votação do julgamento do mensalão. “Não pode (negar). Há testemunhas muito bem identificadas no caminho da informação que transitou entre o escritório de Jobim e as páginas de Veja. Se alguém falou demais, não foi Gilmar Mendes. Foi Lula. Simples assim. Quem fala demais dá bom-dia a cavalo. Deu no que deu”.

fabio_pannunzio Fabio Pannunzio diz que Lula foi responsável por conversa com Gilmar Mendes chegar à mídia

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Política

Dilma que distância da briga de Lula com Gilmar Mendes

Preocupada com o acirramento dos ânimos às vésperas do julgamento do mensalão, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo não entrará na briga entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Dilma avalia que a situação é perigosa, tem potencial de estrago que beira a crise institucional nas relações entre Executivo e Judiciário, e transmitiu esse recado na conversa mantida nesta terça-feira, 29, com o presidente do STF, Ayres Britto. O encontro durou uma hora e dez minutos, no Planalto.

Embora petistas estejam fazendo desagravos públicos a Lula, a presidente ordenou silêncio aos auxiliares após falar com ele por telefone. A ordem é blindar o Planalto dos torpedos vindos da CPI do Cachoeira e dos ataques de Mendes.

Lula estará nesta quarta-feira, 30, em Brasília, onde fará uma palestra no 5.º Fórum Ministerial de Desenvolvimento, e vai se encontrar com Dilma. Pela estratégia definida até agora, o governo fará de tudo para se desviar da polêmica e repassará a tarefa das respostas políticas ao PT. O ministro do STF jogou nesta terça mais combustível na crise, ao responsabilizar Lula por uma “central de divulgação” de intrigas contra ele.

Embora dirigentes do PT saiam em defesa de Lula, a cúpula do partido avalia que é preciso calibrar o contra-ataque, porque qualquer reação intempestiva contra o Judiciário prejudicaria os réus do mensalão.

Fora do foco. “Não acreditamos que Mendes nem nenhum integrante do Supremo esteja ligado ao crime organizado de Carlinhos Cachoeira”, disse o deputado Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara. “A CPI não foi instalada para apurar possíveis desvios de conduta de ministros do Supremo, mas, sim, para desbaratar o crime organizado de Cachoeira. Quem alimenta esse tipo de polêmica quer desviar o foco da CPI e vamos dar um basta nisso, encerrando essa polêmica.”

Mesmo ressalvando que não baterá boca com Mendes, o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT, achou “estranha” a versão do magistrado sobre o encontro. “Por que Lula iria falar com um ministro que foi indicado pelo PSDB e não com os oito que ele indicou?”, questionou. “E por que Mendes só divulgou essa conversa um mês depois, às vésperas do depoimento de Demóstenes Torres no Conselho de Ética?”

Fonte: Estadão

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Política

Gilmar Mendes diz que foi alvo de "gângsteres", "chantagistas" e "bandidos" e que LULA seria a "central de divulgação" de intrigas

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria a “central de divulgação” de intrigas contra ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem como objetivo “constranger o tribunal” para “melar o julgamento do mensalão”.

“O objetivo [de ligar seu nome ao de Cachoeira] era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Era isso. Tentaram fazer isso com o Gurgel e estão tentando fazer isso agora”, afirmou o ministro, fazendo referência às críticas recebidas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por ter segurado investigação, em 2009, sobre a relação entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

Mendes diz que, durante um encontro com Lula no escritório do advogado Nelson Jobim, o ex-presidente teria insistido em argumentar que o mensalão não deveria acontecer neste ano. Após ouvir do ministro do Supremo que o julgamento deve, de fato, ser realizado em breve, Lula teria então começado a fazer ilações sobre a possibilidade de Mendes ser investigado na CPI do Cachoeira.

A assessoria de Lula afirma que ele não vai comentar as declarações de Mendes feitas hoje. Ontem, o ex-presidente divulgou nota dizendo estar “indignado” com a versão, que foi relatada pela revista “Veja” e não é corroborada por Jobim.

Nesta terça-feira, Gilmar Mendes diz que desde sempre defendeu a realização do julgamento do mensalão ainda este semestre. “Não era para efeito de condenação. Todos vocês conhecem as minhas posições em matéria penal. Eu tenho combatido aqui o populismo judicial e o populismo penal”.

Daniel Marenco/Marcelo Camargo/Folhapress
O ministro Gilmar Mendes (dir.), do Supremo, acusa Lula de comandar 'central de divulgação' de intrigas
O ministro Gilmar Mendes (dir.), do Supremo, acusa Lula de comandar ‘central de divulgação’ de intrigas

“Mas por que eu defendo o julgamento? Porque nós vamos ficar desmoralizados se não o fizermos. Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior, virão dois novos, que virão contaminados por uma onda de suspicácia. Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre e por isso essa pressão para que o tribunal não julgue”, completou.

Visivelmente irritado e com o tom de voz alterado, Mendes diz que foi alvo de “gângsteres”, “chantagistas” e “bandidos”, que estavam “vazando” informações sobre um encontro que teve com Demóstenes, em Berlim, e que a viagem teria acontecido após Cachoeira disponibilizar um avião ao senador.

“Não viajei em jatinho coisa nenhuma. Vamos parar com fofoca. A gente está lidando com gângsters. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos que ficam plantando essas informações”, disse o ministro, que apresentou notas e cópias de suas passagens aéreas emitidas na TAM pelo Supremo Tribunal Federal.

Questionado se o ex-presidente Lula estaria entre os tais bandidos e gângsters, Mendes apenas respondeu que ele está “sobreonerado” com a tarefa de adiar o julgamento do mensalão. “Estão exigindo dele uma tarefa de Sísifo [trabalho que se renova incessantemente]”, disse. Ele não disse quem seriam “eles” a exigir a tarefa.

Mendes afirmou ter dito a Lula que vai a Berlim como o ex-presidente vai a São Bernardo, que frequenta a cidade europeia desde 1979 e que possui atualmente uma filha que vive lá.

Segundo o ministro, ele não precisa de “fundo sindical, nem dinheiro de empresa” para viajar. Mendes citou que apenas um livro seu, o “Curso de Direi

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Jornalismo

Procurador-geral vai enviar caso de Lula para primeira instância

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai encaminhar para a primeira instância a representação que pede uma investigação contra o ex-presidente Lula.

Ontem, partidos da oposição protocolaram o pedido contra o ex-presidente por causa de uma reunião em que ele teria pedido ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes o adiamento do mensalão.

DEM, PSDB, PPS e PSOL afirmam que Lula cometeu três crimes – tráfico de influência, corrupção ativa e coação no curso do processo judicial.

Em nota, o PSDB afirmou que “os fatos narrados atentam violentamente contra a independência e a moralidade que devem pautar a atividade pública”.

Gurgel encaminhará o caso para a procuradora-chefe da Procuradoria da República do Distrito Federal, Ana Paula Mantovani. Como ex-presidente, Lula não tem mais foro privilegiado.

Indignado

Ontem, Lula negou ter tentado pressionar Mendes. Em nota, ele se disse indignado com o ministro e afirmou que o seu relato sobre a conversa que os dois mantiveram em abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim em Brasília, é “inverídico”.

Segundo reportagem de sábado da revista “Veja”, Lula teria dito a Mendes que seria “inconveniente” julgar o caso antes das eleições.

Jobim, que já havia contestado o relato de Mendes no fim de semana, manteve a negativa em entrevista ao jornal “Zero Hora”.

De acordo com a revista, em troca do apoio ao adiamento, ele teria oferecido proteção na CPI do Cachoeira, que poderia vir a investigar as relações de Mendes com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

“A reunião existiu, mas a versão da ‘Veja’ sobre o teor da conversa é inverídica”, diz texto da assessoria de Lula.

A nota afirma que o ex-presidente “jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria-Geral da República em relação à ação penal do chamado mensalão”.

Blindagem

Também ao “Zero Hora”, Mendes reafirmou seu relato, dizendo que Lula falou várias vezes sobre o tema mensalão, insinuando que poderia acionar congressistas aliados para blindá-lo. “Percebi que havia um tipo de insinuação.”

Na noite de ontem, em Manaus, o ministro disse que o próprio Lula pode estar sob pressão.

“Tive ao longo dos anos dezenas de conversas com o presidente, nunca tinha experimentado sensação igual a essa, me parece que ele próprio esteja sobre pressão.”

Ele disse que o que o motivou a relatar o encontro com Lula foi quando recebeu informação “de pessoas confiáveis” de que notícias contra ele estavam “sendo plantadas e divulgadas, inclusive com participação do presidente”.

Mendes se recusou a comentar o comunicado de Lula, mas disse que o STF está “demorando muito” para julgar o processo do mensalão.

Fonte: Folha

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Política

Movido a soberba e ira, Lula perde o faro político e complica demais a situação da companheirada

Sete anos se passaram desde que o “mensalão” foi introduzido no léxico da política nacional. E Lula ainda não conseguiu digeri-lo. Com o vocábulo atravessado na traquéia, o ex-presidente enxergou no Cachoeiragate uma oportunidade para regurgitá-lo. Idealizou uma CPI e passou a transitar entre dois dos sete vícios capitais: a soberba e a ira.

Com a alma em desalinho e o organismo sob efeitos de medicamentos, Lula perdeu momentaneamente sua principal habilidade: o faro político. Às vésperas do julgamento do escândalo, passou a atirar a esmo. No encontro com o ministro Gilmar Mendes, um de seus alvos, cometeu o erro supremo. Deu um tiro no pé.

Por formalidade regimental, o requerimento de convocação da CPI elegeu como objeto investigação a ação da quadrilha de Carlinhos Cachoeira junto a agentes públicos e privados. Para Lula, o bicheiro é mera escada. Escalando-o, pretende chegar à jugular dos que, segundo crê, conspiraram contra sua presidência.

No papel, a CPI é do Cachoeira. Na cabeça de Lula, o nome da comissão é outro: CPI da Vingança. Numa fase em que o raciocínio brota-lhe do fígado, Lula enxergou na iniciativa um palco multiuso. Num mesmo patíbulo, faria sangrar o ex-algoz Demóstenes Torres, a revista Veja e o governador tucano Marconi Perillo.

Do sangue dos antagonistas, Lula pretendeu extrair o sumo que engrossaria seu objetivo primordial: a desmontagem do que chama de “farsa do mensalão.” Nesse contexto, dois personagens foram à alça de mira como alvos convenientes: o procurador-geral da República Roberto Gurgel e o ministro Gilmar Mendes. Um prepara-se para exercer o papel de acusador dos mensaleiros. Outro, de julgador.

Lula encontrou-se com Gilmar em 26 de abril. Dias antes, em conversas com amigos petistas, destilava os rancores que nutre pelo personagem. Em notícia veiculada aqui, em 27 de abril, informou-se sobre os pensamentos que embalavam a mente de Lula nos dias que antecederam a conversa no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.

Nesse período, Lula cobrava do petismo que avançasse sobre a Veja. Dizia estar convencido de que a revista associara-se ao aparato de espionagem de Carlinhos Cachoeira para produzir reportagens contra o governo dele. E recordava uma passagem protagonizada por Gilmar Mendes.

Citava o célebre grampo que captara conversa de Gilmar com o senador Demóstenes Torres. Atribuída à Abin, a escuta clandestina levara Lula a afastar da direção da agência de inteligência o delegado federal Paulo Lacerda. Ironicamente, a cabeça de Lacerda descera à bandeja após reunião intermediada por Nelson Jobim.

Então ministro da Defesa, Jobim, amigo de Gilmar desde os tempos do governo FHC, levara-o ao Planalto. Recebido no gabinete presidencial, Gilmar referira-se à bisbilhotagem de seu telefonema com Demóstenes como evidência de que o aparato de segurança do governo fugira ao controle. Caminhava-se, segundo ele, para “um Estado policial”.

Pois bem. O Lula dos dias que antecederam a nova reunião intermediada por Jobim recordava: embora Demóstenes e Gilmar tivessem confirmado o conteúdo do diálogo, o áudio o grampo jamais apareceu. Algo que levou Lula a difundir a suspeita de que a escuta fora parte de uma trama da “turma do Cachoeira”. Inconformava-se com o fato de ter sacrificado Lacerda.

Foi contra esse pano de fundo envenenado que Lula pediu a Jobim que agendasse o novo encontro com Gilmar. Revelado o teor da conversa, Jobim tentou vender a reunião como coisa fortuita. Nessa versão, Lula fora ao escritório para matar as saudades do seu ex-ministro e, por uma dessas coincidências da vida, Gilmar encontrava-se no recinto. Uma lorota que, por falta de nexo, Jobim absteve-se de reiterar.

Em privado, Gilmar revela que manifestou o desejo de avistar-se com Lula. Para quê? Não deixa claro. Informado, Lula pediu que o encontro fosse marcado. Na noite passada, em conversa com o blog, um amigo petista do ex-presidente classificou a iniciativa como “um erro grosseiro.” Por quê?

“O Lula estava armado contra o Gilmar. A chance de uma conversa como essa acabar bem era zero. Deu no que deu: uma guerra de versões. Gilmar diz que Lula quis adiar o julgamento do mensalão em troca de proteção na CPI. Jobim desmente, mas não é categórico. O Lula também desmente, mas ninguém acredita.”

De fato, o desmentido de Lula foi recebido como algo incompatível com o tamanho da encrenca. Demorou 48 horas. Veio por meio de nota, não de viva voz. Confirmou o encontro. Chamou de “inverídica” a versão de Veja. Mas não trouxe à luz uma versão substituta capaz de traduzir o alegado “sentimento de indignação.”

Em público, Gilmar deu entrevistas reafirmando, em essência, o que dissera à revista. Longe dos refletores, adicionou detalhes que levam os interlocutores a dar-lhe crédito. Contou, por exemplo, que Lula parecia sob o efeito de remédios. Fraco, tropeçou na saída.

O ministro alega que só veiculou o que se passou entre quatro paredes porque chegou-lhe aos ouvidos a informação de que Lula continuou a tratá-lo como matéria prima de CPI. Quer dizer: deu de ombros para o pedaço do diálogo em que Gilmar lhe disse que suas relações com Demóstenes não ultrapassaram o rubicão da ética. Abespinhado, o ministro levou os lábios ao trombone.

Gilmar não ficou bem posto no enredo. Às portas do julgamento do mensalão, a reunião com um personagem que chama o escândalo de “farsa” pareceu, no mínimo, inadequada. No máximo, um despautério. Porém, Lula saiu do episódio em posição ainda mais constrangedora. Ficou entendido que, para embaralhar o julgamento do Supremo, está disposto até a deslustrar sua biografia.

Nesta segunda (28), o advogado de um dos réus da ação penal que Lula gostaria de postergar disse que o ex-soberano obteve o oposto do pretendido. Acha que o STF ganhou razões adicionais para pisar no acelerador. Pior: a hipótese de condenação foi potencializada.

Nesta terça (29), a CPI do Cachoeira –ou comissão da Vingança— realiza mais uma de suas sessões administrativas. Vão a voto, entre outros requerimentos, os que pedem a convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do DF, Agnelo Queiroz (PT); e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Em reuniões que entraram pela madrugada, o PT articulava com as infantarias aliadas a aprovação do requerimento de Perillo e a rejeição dos de Agnelo e Cabral. São grandes as chances de Lula degustar o infortúnio do governador tucano. Um personagem que, em 2005, ecoou Roberto Jefferson. Numa fase em que Lula dizia ‘eu não sabia’, Perillo foi ao noticiário para informar que sabia, sim. Ele mesmo cuidara de avisar.

Ainda que PT e Cia. arrastem Perillo para o banco da CPI, como parece provável, a felicidade de Lula será fugaz. O depoimento constrangerá o governador e o PSDB, mas não terá o condão de influenciar os julgadores do STF. Ali, tende a prevalecer a verdade dos autos.

O Evangelho de São João ajuda a entender o que se passa com Lula. Diante de Jesus, Pôncio Pilatos indaga: “Tu és o reu dos judeus?” Jesus responde: “Meu reino não é desse mundo…” Pilatos insiste: “Então, tu és rei?” E Jesus: “Tu o dizes: eu sou rei. Por isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta a minha voz.” Pilatos replica: “Que é a verdade?” (João, 18, 33-38).

Movido a soberba e tratado pela maioria do PT como um cristo da política, Lula esforça-se para reescrever a história do mensalão. Trombeteia que foi obra da quadrilha de Cachoeira o vídeo que expôs o pagamento de propina a um diretor dos Correios, levando Roberto Jefferson a dar com a língua nos dentes.

Com a visão obscurecida pela ira, Lula esquece de considerar que a propina dos correios existiu, assim como as revelações que se sucederam a ela: a parceria Delúbio Soares-Marcos Valério, as arcas “não contabilizadas”, os empréstimos de fancaria, os saques na boca do caixa e um infindável etcétera.

No instante em que tiverem de responder à pergunta de Pilatos –“Que é a verdade”— os ministros do Supremo olharão não para a CPI, mas para os dados recolhidos pela Polícia Federal do ex-Lula e reunidos pela Procurador-Geral Antonio Fernando de Souza, nomeado e renomeado pelo mesmo ex-presidente. Ali está a verdade redentora, não nos evangelhos de Lula.

Fonte: Josias de Souza

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Política

Em entrevista, Gilmar Mendes confirma pressão de LULA

O ministro Gilmar Mendes, do STF, confirmou nesta segunda (28), o teor da conversa que manteve com Lula, em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Segundo ele, Lula disse que não seria “adequado” julgar o processo do mensalão em 2012. E insinuou que poderia proteger o interlocutor na CPI do Cachoeira.

“Foi uma conversa repassando assuntos variados”, disse Gilmar. “Ele [Lula] manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do tribunal de não julgar o mensalão […]. Mas ele [Lula] entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.”

Gilmar falou à repórter Adriana Irion. Revelou que o amigo Jobim, que vem negando a pressão exercida por Lula, não só testemunhou a conversa como interveio nos diálogos. A íntegra da entrevista, disponível aqui, vai reproduzida abaixo:

— Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão? Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial.

— Sua viagem a Berlim tem motivado uma série de boatos. O senhor encontrou o senador Demóstenes Torres lá? Nos encontramos em Praga, eu tinha compromisso acadêmico em Granada, está no site do Tribunal. No fundo, isto é uma rede de intrigas, de fofoca e as pessoas ficam se alimentando disso. É esse modelo de estado policial. Dá-se para a polícia um poder enorme, ficam vazando coisas que escutam e não fazem o dever elementar de casa.

— O senhor acredita que os vazamentos são por parte da polícia, de quem investigou? Ou de quem tem domínio disso. E aí espíritos menos nobres ficam se aproveitando disso. Estamos vivendo no Supremo um momento delicado, nós estamos atrasados nesse julgamento do mensalão, podia já ter começado.

— Esse atraso não passa para a população uma ideia de que as pressões sobre o Supremo estão funcionando? Pois é, tudo isso é delicado. Está acontecendo porque o processo ainda não foi colocado em pauta. E acontecendo num momento delicado pelo qual o tribunal está passando. Três dos componentes do tribunal são pessoas recém nomeadas. O presidente está com mandato para terminar em novembro. Dois ministros deixam o tribunal até o novembro. É momento de fragilidade da instituição.

— Quem pressiona o Supremo está se aproveitando dessa fragilidade? Claro. E imaginou que pudesse misturar questões. Por outro lado não julgar isso agora significa passar para o ano que vem e trazer uma pressão enorme sobre os colegas que serão indicados. A questão é toda institucional. Como eu venho defendendo expressamente o julgamento o mais rápido possível é capaz que alguma mente tenha pensado: “vamos amedrontá-lo”. E é capaz que o próprio presidente esteja sob pressão dessas pessoas.

— O senhor não pensou em relatar o teor da conversa antes? Fui contando a  quem me procurava para contar alguma história. Eu só percebi que o fato era mais grave, porque além do episódio (do teor da conversa no encontro), depois, colegas de vocês [jornalistas], pessoas importantes em Brasília, vieram me falar que as notícias associavam meu nome a isso e que o próprio Lula estava fazendo isso.

— Jornalistas disseram ao senhor que o Lula estava associando seu nome ao esquema Cachoeira? Isso. Alimentando isso.

— E o que o senhor fez? Quando me contaram isso eu contei a elas [jornalistas] a conversa que tinha tido com ele [Lula].

— Como foi essa conversa? Foi uma conversa repassando assuntos variados. Ele manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do Tribunal de não julgar o mensalão este ano, porque vão sair dois, vão ter vários problemas dessa índole. Mas ele (Lula) entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.

— Como ele demonstrou preocupação com o mensalão, o que falou? Lula falou que não era adequado julgar este ano, que haveria politização. E eu disse a ele que não tinha como não julgar este ano.

— Ele disse que o José Dirceu está desesperado? Acho que fez comentário desse tipo.

— Lula lhe ofereceu proteção na CPI? Quando a gente estava para finalizar, ele voltou ao assunto da CPMI e disse “que qualquer coisa que acontecesse, qualquer coisa, você me avisa”, “qualquer coisa fala com a gente”. Eu percebi que havia um tipo de insinuação. Eu disse: “Vou lhe dizer uma coisa, se o senhor está pensando que tenho algo a temer, o senhor está enganado, eu não tenho nada, minha relação com o Demóstenes era meramente institucional, como era com você”. Aí ele levou um susto e disse: “e a viagem de Berlim.” Percebi que tinha outras intenções naquilo.

— O ex-ministro Nelson Jobim presenciou toda a conversa? Tanto é que quando se falou da história de Berlim e eu disse que ele [Lula] estava desinformado porque era uma rotina eu ir a Berlim, pois tenho filha lá, que não tinha nada de irregular, e citei até que o embaixador nos tinha recebido e tudo, o Jobim tentou ajudar, disse assim: “Não, o que ele está querendo dizer é que o Protógenes está querendo envolvê-lo na CPI.” Eu disse: “O Protógenes está precisando é de proteção, ele está aparecendo como quem estivesse extorquindo o Cachoeira.” Então, o Jobim sabe de tudo.

— Jobim disse em entrevista a Zero Hora que Lula foi embora antes e o senhor ficou no escritório dele tratando de outros assuntos. Não, saímos juntos.

— O senhor vê alternativa para tentar agilizar o julgamento do mensalão? O tribunal tem que fazer todo o esforço. No núcleo dessa politização está essa questão, esse retardo. É esse o quadro que se desenha. E esse é um tipo de método de partido clandestino.

— Na conversa, Lula ele disse que falaria com outros ministros? Citou outros contatos. O que me pareceu heterodoxo foi o tipo de ênfase que ele está dando na CPI e a pretensão de tentar me envolver nisso.

— O senhor acredita que possa existir gravação em que o senador Demóstenes e o Cachoeira conversam sobre o senhor, alguma coisa que esteja alimentando essa rede que tenta pressioná-lo? Bom, eu não posso saber do que existe. Só posso dizer o que sei e o que faço.

Josias de Souza

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Política

Lula se diz ‘indignado’ com acusações de Gilmar

A assessoria do Instituto Lula divulgou notasobre a notícia de que o ex-presidente fez lobby para adiar o julgamento do mensalão em conversa com o ministro Gilmar Mendes. No texto, confirma-se a existência do encontro. Mas contesta-se a versão de Gilmar. A nota registra duas declarações de Lula.

Numa, ele diz: “Meu sentimento é de indignação.” Noutra, afirma: “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja.” Vai abaixo a íntegra do documento:

Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.

2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.

3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.

4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.

Assessoria de Imprensa do Instituto Lula

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Política

Ministro Celso de Melo chama LULA de indecoroso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria passível de impeachment caso estivesse exercendo o cargo. A declaração foi dada em entrevista ao site Consultor Jurídico, reproduzida pelo Blog do Noblat no site do GLOBO. A afirmação de Celso de Mellon veio após a divulgação de uma encontro entre Lula e o ministro Gilmar Mendes que, em entrevista à revista “Veja”, acusou o petista de tentar adiar o julgamento do mensalão. Em troca, o petista teria oferecido a blindagem Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira.

Segundo reportagem da “Veja”, Lula conversou com o ministro no dia 26 de abril, no escritório do ex-ministro da Justiça e ex-presidente do STF Nelson Jobim.

— Essa conduta do ex-presidente da República, se confirmada, constituirá lamentável expressão do grave desconhecimento das instituições republicanas e de seu regular funcionamento no âmbito do Estado Democrático de Direito. O episódio revela um comportamento eticamente censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo — disse Celso de Mello ao Consultor Jurídico

Celso de Mello enfatizou o risco de impeachment de Lula, caso estivesse no Planalto:

— Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa, em que seria um chefe de poder tentando interferir em outro — afirmou o ministro, que fez duras críticas a Lula caso as afirmações de Gilmar Mendes se confirmarem:

— Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável e indecoroso. Rompe todos os limites da ética. Seria assim para qualquer cidadão, mas mais grave quando se trata da figura de um presidente da República. (…) Ele mostrou desconhecer a posição de absoluta independência dos ministros do STF no desempenho de suas funções.

Nos bastidores da CPI, circula a história de que Gilmar Mendes teria viajado a Berlim, na Alemanha, com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) num avião cedido pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. O fato teria motivado Lula a propor a blindagem de Gilmar Mendes, caso o julgamento do mensalão fosse adiado para após as eleições.

O ministro ainda avaliou a posição do STF em relação ao julgamento do mensalão.

— A ação penal será julgada por todos de maneira independente e isenta, tendo por base exclusivamente as provas dos autos. A abordagem do ex-presidente é inaceitável — disse Celso de Mello, que elogiou a iniciativa de Gilmar Mendes em divulgar o encontro. — A resposta do ministro Gilmar Mendes foi corretíssima e mostra a firmeza com que os ministros do STF irão examinar a denúncia (…). É grave e inacreditável que um ex-presidente da República tenha incidido nesse comportamento. (…) Surpreendente essa tentativa espúria de interferir em assunto que não permite essa abordagem. Não se pode contemporizar com o desconhecimento do sistema constitucional do País nem com o desconhecimento dos

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Jornalismo

Roberto Freire comete gafe e condena cédula falsa que diz "Lula seja louvado"

O deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) caiu numa pegadinha virtual e recriminou, pelo Twitter, uma suposta nova cédula de real que dizia “Lula seja louvado” ao invés de “Deus seja louvado”. Ingênuo, o parlamentar achou que a piada era verdade. No texto falso que circula pela internet, Dilma teria dito que “Nem Deus, nem Zeus, nem Goku, nem Galileu. Coloquem o nome do Lula”. Parece legítimo para você?

Reação

Como se não bastasse ter ficado irritado com a suposta cédula, Roberto Freire ficou ainda mais irado quando descobriu que tinha caído numa pegadinha.

“Lulopetistas histéricos e satisfeitos com a gafe por mim cometida. Mas nada dizem das imoralidades e malfeitorias do governo Dilma”, atacou. Para se defender, Freire disse que a notícia realmente parecia verdadeira. “O pior é que em função do desmantelo e imoralidade dos tempos lulodilmistas(sic), tal estapafurdia noticia tem ares de verdade”.

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Jornalismo

Lula recebe título de Doutor de universidades cariocas

Marcelo Carnaval/O Globo

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta sexta-feira, no Teatro João Caetano, no Centro do Rio, o título de Doutor Honoris Causa de cinco universidades fluminenses. A cerimônia de outorga das homenagens prestadas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes.

Apresentadora do evento, iniciado com um hora de atraso, a atriz Camila Pitanga surpreendeu a presidente pedindo o veto ao novo texto-base do Código Florestal, aprovado na Câmara dos Deputados.

– Vou quebrar o protocolo para fazer um pedido: veta, Dilma – disse a atriz, antes de anunciar o ex-presidente.

Lula subiu ao palco amparado por professores, mas sem a bengala usada ontem em evento no BNDES, sob o coro da plateia: “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”. Dilma se emocionou e chorou ao lado do ex-presidente.

Durante o seu discurso, cuja duração foi de 22 minutos, Lula aparentou estar bem mais disposto do que ontem e esbanjou bom humor. Em sua leitura, agradeceu ao Rio por tratá-lo tão bem e disse que se sente em casa quando está na cidade.

Ele lembrou que tanto ele quanto o ex-vice-presidente José Alencar, morto em março do ano passado, não tiveram um diploma de ensino superior, mas que investiram mais do que outros na Educação.

– Nós sempre acreditamos no poder libertador do conhecimento – disse emocionado.

Não poupou elogios ao ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, também presente na plateia, e ressaltou o “grande momento” que vive o Rio de Janeiro na área da segurança pública, inclusão social e na formação de lideranças.

Ao final da homenagem, Lula, Dilma, Cabral e Paes seguiram juntamente com ministros para o Palácio das Laranjeiras, onde está sendo servido um almoço a convite do governador do estado.

 

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Política

Lula: "Dilma está certa [em endurecer com o Congresso]. Essa é uma boa luta"

Fiador do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rompeu o silêncio das últimas semanas imposto por uma pneumonia para se enfileirar ao lado presidente Dilma Rousseff no confronto com os partidos da base aliada.

“A Dilma está certa. Vale a pena essa luta, porque essa é a boa luta”, afirmou Lula ao novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), nesta sexta-feira, 16.

Em sua primeira manifestação sobre a crise política entre o Planalto e partidos da base, o ex-presidente apoiou as mudanças feitas por sua sucessora na interlocução do governo com o Congresso.

A presidente decidiu trocar os líderes do governo na Câmara e no Senado após ter sido derrotada na recondução de Bernardo Figueiredo como diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“O momento é de transformação. O País vive uma nova realidade econômica e social, por isso é fundamental a renovação e a instituição de novos métodos e práticas políticas”, teria dito Lula, segundo contou Braga.

O presidente referia-se às pressões dos partidos e, mais especificamente, de grupos políticos por cargos e espaços no governo.

O ex-presidente disse ao novo líder que pode contar com o seu apoio e sua interlocução. Relutante em render-se ao fisiologismo e à pressão dos partidos para fazer trocas ministeriais e com um diálogo complicado com congressistas, a presidente Dilma tem sofrido retaliações da base e ameaças nos últimos dias. A nomeação de Eduardo Braga, por exemplo, colocou o governo em posição de confronto com caciques peemedebistas como Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR), destituído do posto.

Na conversa com Braga, Lula observou que o Brasil de hoje não é mais o Brasil de 2002, quando ele assumiu a Presidência, e afirmou que era hora de fazer uma “frente pela transformação”. Ao se dispor a ajudar pessoalmente o governo na pacificação da base e no diálogo com o Congresso, o ex-presidente disse que tem esperança de que esta transformação ocorra.

Fonte: Estadão

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Política

PT planeja ato com Lula, Marta e Mercadante para "bombar" candidatura de Haddad em São Paulo

SÃO PAULO – Para tentar reagir à apatia da direção nacional do PT e ao imobilismo do governo federal em relação à pré-candidatura de Fernando Haddad (PT), o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho, braço operacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, articula para integrar publicamente à pré-campanha a senadora Marta Suplicy (PT), o ministro Aloizio Mercadante e próprio Lula.

Para fazer um ato robusto em prol de Haddad, Marinho convidou os três para a inauguração do primeiro Centro de Educação Unificado (CEU) de São Bernardo, no dia 14 de abril. O evento deverá contar ainda com a mulher de Lula, Marisa Letícia, cuja mãe, Regina Rocco Casa, já falecida, dará nome ao centro.

O objetivo do evento é dar uma demonstração de força da pré-candidatura que, além de não ter podido contar com Lula, doente, nem com tempo de TV que ajude a tornar Haddad conhecido, vem sendo torpedeada pelos partidos da base aliada ao governo federal, que recusam apoiar o ex-ministro até que a presidente Dilma Rousseff atenda a seus pleitos.

Marta, afagada com o gesto do prefeito que insistiu em manter a nomenclatura CEU, vitrine da gestão da senadora à frente da Prefeitura paulistana, já aceitou o convite. Deve ser sua primeira agenda pública com Haddad desde que foi pressionada a deixar a prévia petista.

Desde então, vem sendo instada a fazer gestos em favor de Haddad, sobretudo para conquistar para o pré-candidato os votos da periferia da cidade, onde ela foi bem votada nas duas últimas eleições municipais. Mercadante também já deu sinais ao prefeito de que aceitará o convite.

Lula. Depois de se encontrar com Haddad, em reunião agendada para a semana que vem, Lula deve tirar uns dias de folga para descansar no interior de São Paulo e terminar o período de recuperação de sua saúde.

Fonte: Estadão

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Diversos

Lula volta a ser internado após apresentar febre baixa

(Por interino)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva foi internado domingo (4) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após ter apresentado febre baixa. A informação foi confirmada pela assessoria do hospital.

Segundo boletim médico divulgado nesta tarde, foi constatada a presença de uma infecção pulmonar de leve intensidade. O hospital informou que os médicos já iniciaram a administração endovenosa de antibióticos. Lula deve continuar internado no hospital nos próximos dias.

Na última sexta-feira (2), Lula recebeu a visita da presidenta Dilma Rousseff em sua residência, em São Bernardo do Campo (SP). A visita demorou cerca de três horas.

No dia 17 de fevereiro, Lula havia encerrado seu tratamento contra um câncer na laringe, depois de passar por várias sessões de radioterapia.

Fonte: Agência Brasil

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Jornalismo

Internado, Lula passa bem e agenda radioterapia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa bem neste domingo (12) e é submetido a tratamento “fonoaudiológico, fisioterápico, hidratação endovenosa e assistência nutricional, alimentando-se por via oral”, de acordo com boletim médico, divulgado nesta tarde. Lula retoma a radioterapia na segunda-feira, como previsto.

O ex-presidente, que se submete a um tratamento contra um câncer de laringe, chegou ao Hospital Sírio-Libanês na tarde de sábado (11) reclamando de perda de apetite e fadiga. Após avaliação, foi constatada apenas presença de inflamação de mucosa da laringe e esôfago, decorrentes da radioterapia, última etapa do tratamento que termina nesta sexta-feira.

Os últimos exames feitos por Lula foram em dezembro e mostraram uma redução do tumor de 75% de seu tamanho original, de 2,5 centímetros.

Na última sexta-feira, o ex-presidente não compareceu à festa dos 32 anos do PT, mas enviou uma carta à direção do partido.

Disse ele na carta: “Devo manter a rigorosa disciplina seguida até agora, para que a cura seja completa e eu volte o mais rápido possível à militância social e política que tanto nos apaixona e mobiliza”.

Leia a íntegra do boletim:

“O Ex-Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva segue internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Está clinicamente bem e realizando tratamento fonoaudiológico, fisioterápico, hidratação endovenosa e assistência nutricional, alimentando-se por via oral.

Deverá retomar o tratamento radioterápico amanhã, como planejado.

A equipe médica que assiste ao paciente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz e João Luís Fernandes da Silva.”

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Comportamento

[FOTO] Carecas, Lula e Gianecchini posam em hospital antes de sessão de tratamento contra Câncer

O Ex-presidente Lula em visita ao ator Reynaldo Gianecchini no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Fonte: Terra

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