Diversos

Governo de SP volta atrás e diz que pedirá uso emergencial da Coronavac à Anvisa

Foto: Instituto Butantan

O governo de São Paulo mudou de estratégia, mais uma vez, para conseguir a aprovação da CoronaVac e disse que vai solicitar o registro para uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na segunda-feira (14), o governador João Doria (PSDB) havia dito que o instituto pretendia solicitar o registro definitivo da vacina, e não o emergencial.

O diretor do Instituto Butantan, que produz a vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac, anunciou nesta quinta-feira (17) que o estado vai “dar entrada no pedido de uso emergencial” junto à agência.

Em coletiva de imprensa, Doria também comentou a intenção do Ministério da Saúde de comprar doses da vacina do Butantan e afirmou que aguarda a formalização do interesse da pasta. “Em relação à carta do governo federal, vamos aguardar que chegue, efetivamente. Eu espero que assim se cumpra. Foi a segunda vez que falamos com o ministro nesse sentido”, disse Doria. A CoronaVac está na terceira fase de testes e sua eficácia precisa ser comprovada antes da liberação pela Anvisa.

Nesta quinta, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, falou que seriam compradas “9 milhões de doses do Butantan em janeiro”, com a possibilidade de aumentar o total para 22 milhões de doses da CoronaVac até fevereiro.

De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantan, uma nova correspondência do Ministério da Saúde recebida pelo governo estadual mostra que a pasta tem interesse na vacina autorizada pela Anvisa, e não apenas na vacina com registro definitivo.

“Nós recebemos uma nova correspondência reforçando o pedido que foi feito lá em setembro e, na sequência, uma manifestação de que há o interesse do ministério na aquisição dessas vacinas desde que autorizadas pela Anvisa. E aqui tem uma pequena mudança. Antes era registro, e agora autorizada pela Anvisa. E isso significa que foi incorporado a possibilidade do uso emergencial dessa vacina. E isso é outra boa notícia, visto que a nossa Anvisa colocou prazo de dez dias para se manifestar em casos de pedidos de uso emergencial. Até então não havia essa definição”, disse Dimas Covas.

“Isso mostra que realmente que há um comprometimento da Anvisa na análise dos pedidos de uso emergencial. Então declaramos que iríamos fazer o pedido de registro, vamos fazer o pedido de registro na China e no Brasil, e vamos também dar entrada no pedido de uso emergencial”, completou.

Em outubro, o ministro da Saúde chegou a anunciar, em uma reunião virtual com mais de 23 governadores, a compra do imunizante. Mas, menos de 24 horas depois, a aquisição foi desautorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Uso emergencial

Na segunda-feira (14), o governo de São Paulo mudou a estratégia para conseguir aprovação da CoronaVac e adiou para o dia 23 de dezembro o envio do resultado dos testes da vacina no Brasil à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão inicial era de que os documentos fossem enviados até esta terça-feira (15).

Segundo o governador João Doria (PSDB), a mudança ocorria para que o instituto pudesse enviar os dados completos para solicitar o registro definitivo da vacina.

“Registrar a vacina com estudo conclusivo vai permitir maior confiabilidade na análise da eficácia da vacina. Outro benefício será conquistar o registro definitivo da vacina em vários países do mundo. São Paulo espera obter o registro da vacina do Butantan até o final deste ano e iniciar a vacinação em 25 de janeiro conforme está programado. Com autorização da Anvisa ou de órgão similar internacional”, afirmou Doria em coletiva de imprensa na segunda-feira.

Ainda de acordo com o governo, o pedido na Anvisa deve ser feito simultaneamente à apresentação do estudo conclusivo. A solicitação será levada também à NMPA (National Medical Products Administration), instituição chinesa responsável pela regulação de medicamentos.

Número de infectados

Segundo o governo, a fase 3 dos testes no Brasil registra 170 voluntários contaminados. O estudo conclusivo vai medir a taxa de eficácia do imunizante comparando quantos receberam placebo e quantos tomaram a vacina. A taxa mínima recomendada pela própria Anvisa é de 50% como parâmetro de proteção.

“A decisão de concluir o estudo ocorre após os cientistas terem sinalizado que o número mínimo necessário de 151 voluntários infectados já foi ultrapassado. Hoje a fase três da vacina do Butantan já tem 170 voluntários infectados, incluindo os grupos vacinados e placebo”, afirmou Doria.

Envase

Na última quarta-feira, o instituto começou o processo de envase da vacina a partir da matéria-prima importada da China.

Segundo o governo paulista, o processo de envase começou a ser realizado no dia 9 de dezembro, na fábrica do Butantan, que tem 1.880 metros quadrados, e contará com o reforço de 120 novos profissionais, além dos 245 que normalmente atuam no instituto. Além disso, o Butantan passa a funcionar 24 horas por dia.

Matéria-prima

O governo de São Paulo já recebeu 120 mil doses prontas da CoronaVac. Além disso, chegou uma carga de insumos que poderá ser convertida em até 1 milhão de doses adicionais.

Os insumos são os “ingredientes” necessários para a finalização da vacina no país. Caberá ao Butantan concluir a etapa final de fabricação.

Ao todo, pelo acordo fechado, o Butantan receberá do laboratório chinês 6 milhões de doses prontas para o uso e vai formular e envasar outras 40 milhões de doses.

Número mínimo de infectados

No final de novembro, o estudo da fase 3 da CoronaVac atingiu o número mínimo de infectados pela Covid-19 necessário para o início da fase final de testes.

A etapa permite a abertura do estudo e a análise interina dos resultados do imunizante. A expectativa é a de que os dados sejam divulgados pelo governo paulista nas próximas semanas.

Resposta imune e segurança

Um estudo feito com 743 pacientes apontou que a CoronaVac mostrou segurança e resposta imune satisfatória durante as fases 1 e 2 de testes.

A fase 2 dos testes de uma vacina verifica a segurança e a capacidade de gerar uma resposta do sistema de defesa. Normalmente, ela é feita com centenas de voluntários. Já a fase 1 é feita em dezenas de pessoas, e a 3, em milhares. É na fase 3, a atual, que é medida a eficácia da vacina.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Os grandes gestores tem atitudes alvissareiras em prol da coletividade . Vejam que a mudança de planejamento do excelente e proativo governador que a cada dia enaltece sobremaneira a importância do povo que acredita na ciência . Se fosse vereador proporia imediatamente o título de cidadão natalense ao grande governador Dória .

  2. Esse João Dória é forte mesmo, o veio Bolsonaro fazendo exatamente o que Dória quer!! Kkkkkkkk O homem é forte!!!

  3. Esse Doria é um palhaço da pior estirpe, como aqui, cometemos a mesma tolice de eleger um incapaz, o de lá com interesse de ser presidente da República, pobre de nós pequenos mortais.

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Televisão

‘Encontro com Fátima Bernardes’: programa fica atrás de novelas mexicanas na audiência

Foto: Reprodução/TV Globo

O “Encontro com Fátima Bernardes” não está em sua melhor fase e registrou uma das quatro piores audiências da Globo na quinta-feira (23). O programa matinal, exibido das 10h03 às 11h59, alcançou a média de 5,7 pontos na Grande São Paulo.

É um desempenho pior do que o “Conversa com Bial” que, na madrugada de sexta-feira (24), conseguiu 6,6 pontos de média. Pela terceira vez nesta semana, Fátima ficou atrás de Bial no ibope.

O “Encontro” foi menos visto até do que a novela mexicana “Quando Me Apaixono”, no SBT. A trama inédita na emissora de Silvio Santos marcou 6,1 pontos, exibida das 18h20 às 19h09. “Betty a Feia em NY”, logo na sequência, também foi melhor do que Fátima, com 5,8 pontos.

O Antagonista, com O Dia

Opinião dos leitores

  1. Bem chatinho o programa dela mesmo. Os dos outros canais são piores ainda. A briga de sorrisos felizes de manhã é feia mesmo

  2. A Globo fechar as portas, kkkkkkkkkk essa é piada, esse é o sonho dos Bolsonaristas, mas isso nunca vai acontecer, a Globo vai continuar mostrando os desmandos desse desgoverno, como fez com o o governo de Luladrao, Dilma e Michel temer. Qual é a TV aberta que tem um lucro mensal de 10 bilhões?? E quanto a audiência, se juntar todas as outras, a Globo ainda tem o triplo. Aceita de doi menos!!

  3. a Globo tirou programas infantis nesse horário, crianças que estudam a tarde grudavam na tv pela manhã, aí vem e coloca Fátima Bernardes nesse horário que as crianças estão em casa , ela falando em masturbação, levando "Mc" fazendo apologia a maconha , entre outras imoralidades , só podia dar nisso , tomara que acabe , esse Bial é outro , o cara faz um programa de entrevista que ele sempre puxa conversa pra o lado da política, horrível, de entrevistador ele não tem nada.

    1. Seria "fechar"?….. a Globo tá recebendo críticas de quem nem escrever corretamente sabe, tá ruim mesmo a situação…hahaha

    2. Faltou o rê num foi?
      Ou o picilone?
      Kkkkk
      Globo lixo, hoje já está reduzida a menos da metade.
      Já era.

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Polícia

FOTO: Baloeiros invadem o Galeão e trocam tiros com policiais atrás de artefato que poderia ter causado ‘acidente aéreo de proporções gigantescas’

Foto: Divulgação / Polícia Federal

Um grupo de baloeiros armados invadiu o Aeroporto Internacional do Galeão no fim da noite desta segunda-feira, por volta das 23h, com carros e motos atrás de um balão de cerca de 18 metros que caiu na pista e, de acordo com a Polícia Federal, poderia ter causado um acidente aéreo “de proporções gigantescas”. Além do risco de uma tragédia, os criminosos, que buscavam o artefato que entre as quadrilhas valia um prêmio de R$ 5 mil, ainda trocaram tiros com os policiais. Dois foram presos e o restante do grupo conseguiu fugir num barco.

A ação, conta a PF, foi notada quando policiais de plantão no Galeão receberam a informação da invasão e detectaram a movimentação dos bandidos nas câmeras de segurança do aeroporto. Os baloeiros chegaram a trocar tiros com os policiais, antes de dois deles serem presos. De acordo com a dupla, o bando estava em busca do artefato chamado entre eles de “balão painel”. Segundo os investigadores, tratava-se de um balão disputado entre grupos de baloeiros, sob a recompensa de R$ 5 mil e até um troféu para quem conseguisse resgatá-lo “a qualquer custo”. Fotos divulgadas pela PF mostram o artefato caído sob a pista do aeroporto.

“A ousadia destas pessoas foi tamanha que além dos vários veículos que invadiram o Aeroporto Internacional, os marginais utilizaram na fuga, inclusive uma embarcação marítima que conseguiu, após trocar tiros com os policiais civis e federais, escapar pela Baía de Guanabara”, conta trecho da nota divulgada pela Polícia Federal.

Em nota, a concessionária RIOGaleão afirmou que as atividades não foram afetadas, e que colabora com as autoridades sobre o incidente. O comunicado, ao contrário das versões das polícias Civil e Federal, diz que a invasão foi impedida:

“O RIOgaleão esclarece que, ontem à noite (20/07), uma ação coordenada entre a segurança da concessionária e os órgãos públicos de segurança impediu a invasão de um grupo de pessoas ao sítio aeroportuário. Duas pessoas foram presas ao tentar entrar em área restrita sem autorização. O RIOgaleão ressalta que colabora com as investigações da Polícia e que já forneceu imagens das câmeras de segurança para apuração do caso. A operação do Aeroporto Internacional Tom Jobim não foi afetada”.

‘Consequências imprevisíveis’

Para Moacyr Duarte, especialista em análise e gerenciamento de riscos, os riscos eram grandes e com consequências imprevisíveis, e houve atraso na resposta da polícia, que, a partir desta ação, deve passar atentar-se melhor para este tipo de situação, principalmente neste momento, temporada em que estas gangues mais atuam.

– O balão é proibido, entre outros motivos, porque ele afeta o tráfego aéreo. Isso todos nós já sabemos. O que não sabíamos é que os baloeiros conseguiriam invadir pistas de aeroporto. Todas as instalações ou indústrias localizadas em áreas grandes devem também pôr as barbas de molho agora: com esse cenário, se eles invadiram um aeroporto, qual área não invadirão atrás de um balão? – questionou.

O pesquisador surpreendeu-se com a ousadia dos criminosos, que entraram com carro e morto e conseguiram fugir ainda numa embarcação.

– Os baloeiros entraram de carro e moto, ostensivamente, então o sistema de identificação via câmera e o sincronismo de resposta efetivamente foi algo que tardou. Segundo a polícia, eles já tinham entrado quando foram notados, então eles arrombaram alguma entrada ou entraram por algum ponto descoberto, o que eu acho difícil num ambiente tão controlado. Eles tiveram tempo para efetivar a ação – disse. – Me chamou muita atenção também eles fugindo de barco. A área de proteção marítima ali do Galeão é enorme, e não ter uma resposta com meio prático… é tudo muito estranho.

Duarte falou também sobre os riscos da invasão: grandes e de consequência imprevisíveis.

– Quanto à intervenção deles naquele ambiente, poderia fazer, dependendo da posição deles ou do balão, com que um avião arremetesse, por exemplo, ou que até mesmo transformasse um pouso tranquilo num pouso de emergência com consequências imprevisíveis. Naquela troca de tiros, pilotos estrangeiros poderiam achar até que tratava-se de uma ação terrorista.

– A impressão que eu tenho é que o estado de alerta da defesa não era proporcional ao que de fato aconteceu: e proporcional ao que eles acham que pode acontecer. Como esse cenário dessa invasão é completamente estapafúrdio, isso não devia estar no radar deles. Espero que daqui para frente, principalmente nesta época do ano, temporada de baloeiros, eles façam agora um plano de emergência, contingência: monitorem de fato quando um balão tem potencial de chegar à área. Caso aconteça, que já cerquem-se as entradas, para evitar invasões – concluiu.

Após as formalidades na Delegacia do Aeroporto Internacional, os presos foram autuados no artigo 42, da Lei de Crimes Ambientais, Artigo 261 (expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea) e associação criminosa. Não há fiança. Eles foram encaminhados à Seap, onde ficarão à disposição da Justiça.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Ainda tem seguidor de um cara que acha que o Brasil vai ficar mais tranquilo quando cada cidadão tiver com uma pistola na mão. Os policiais vão correr risco de vida a cada abordagem ou atendimento de ocorrência.

    1. Quanta asneira! Entraram armados e segundo você, deveriam ser combatidos com flores? Surreal!

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Saúde

OMS volta atrás e diz que não tem recomendação contra ibuprofeno no tratamento do coronavírus

Foto: Reprodução/TV Globo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou atrás e retirou a restrição de uso de medicamentos à base de ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A restrição havia sido anunciada na última terça-feira (17).

“A OMS está ciente das preocupações sobre o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (isto é, ibuprofeno) para o tratamento da febre em pessoas com Covid-19. Após uma rápida revisão da literatura [pesquisas científicas], a OMS não está ciente dos dados clínicos ou de base populacional publicados sobre esse tópico”, afirmou a organização, em nota.

“Não temos conhecimento de relatos de efeitos negativos do ibuprofeno, além dos efeitos colaterais conhecidos usuais que limitam seu uso em determinadas populações”, informou a OMS.

Segundo a OMS, a conclusão foi tomada após ouvir médicos que tratam pacientes com Covid-19 e após consultas a pesquisas científicas desenvolvidas até o momento sobre a doença.

A organização reforça que, com base nas informações disponíveis, não há restrições ao uso de Ibuprofeno no tratamento contra a Covid-19.

Por que havia restrição contra o ibuprofeno?

Na última terça-feira (17), a OMS informou que o mais recomendado em tratamentos contra a Covid-19 era o uso de medicamentos à base de paracetamol.

A indicação ocorreu após o ministro da Saúde francês alertar, no sábado (14), contra o uso do ibuprofeno, que é encontrado em anti-inflamatórios.

Na semana passada, uma pesquisa científica sugeriu que pacientes com diabetes e hipertensão tratados com ibuprofeno tinham mais riscos de desenvolver quadros severos da doença. Para o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp e diretor clínico do grupo Fleury, em São Paulo, a evidência mostrada na pesquisa não era forte o suficiente. “Existem vários outros anti-inflamatórios, antitérmicos – por exemplo, paracetamol – que têm o mesmo efeito e não têm evidência de que têm esse problema”, lembrou Granato.

Globo

Opinião dos leitores

  1. Isso eh pra pessoa morrer logo e não ser diagnosticado com covid-19 ninguém eh otário não ….paracetamol e dipirona somente.

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