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Operação Judas: Carla confirma informações do manuscrito, mas não apresenta provas contra desembargadores

Foram encerrados os depoimentos da audiência de instrução dos envolvidos no esquema de irregularidades no pagamento de precatório do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) e o mais revelador foi o da ex-chefe da Diviusão de Precatórios, Carla Ubarana.

Carla confirmou o nome de dois desembargadores no esquema diante de membros do Ministério Público, da defesa e do José Armando Ponte, titular da 7ª Vara Criminal. Esse conteúdo estava em um manuscrito que ela mesma tinha feito. Os desembargadores em questão são os ex-presidentes Rafael Godeiro e Oswaldo Cruz. Porém, em nenhum momento ela apresentou provas materiais contra os titulares de cadeira do TJRN.

No caso de Judite Nunes, Carla falou em juízo que a desembargadora realmente assinava as guias de autorização de pagamento de precatório em branco em confiança, que não tinha nada a dizer a respeito dela sobre desvios. Essas guias eram a base do esquema. Elas permitiam que um mesmo processo de precatório tivesse o pagamento liberado duas ou até três vezes. Ou seja, uma vez na conta do real credor e as outras nas contas de laranjas, que, por sua vez, recebiam os valores e os repassavam para os beneficiários.

Nos bastidores, já está se especulando que isso pode ser estratégia da defesa para fazer com que o processo seja remetido para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso pode transcorrer de forma mais lenta. Ou seja, com mais tempo para ela aproveitar a liberdade. Durante entrevista à imprensa, os advogados nada falaram sobre isso.

Mas não foi apenas Carla que depôs. Todos os envolvidos participaram da audiência. O marido George Leal, a secretária particular Cláudia Sueli, e os amigos empresários Carlos Alberto Fasanaro e Carlos Eduardo Palhares também foram ouvidos. Um de cada vez.

Fora o marido que era um dos principais beneficiários, todos são acusados de servirem como laranjas para o funcionamento do esquema, emprestando as contas pessoais para receber os pagamentos de precatórios ilegais.  Carlos Alberto e Carlos Eduardo, inclusive, saíram da audiência já em liberdade. Eles eram os únicos que continuavam atrás das grades. Claudia Sueli já estava solta sob força de um habeas corpus e o casal se encontrava em prisão domiciliar por ter colaborado com as investigações e por ter devolvido parte do dinheiro desviado.

Além dos réus,  também prestaram depoimento as testemunhas Elton John Marques de Oliveira, Lisiane Martins de Medeiros Bezerra de Melo, Roberta Veríssimo de O. Carlos, Jorge Quintanilha da SIlva Filho e Wilza Dantas Targino.

Os depoimentos desta sexta-feira começaram por volta das 9h, ouvindo testemunhas durante toda a manhã. À tarde, os cinco réus foram ouvidos, começando por Cláudia Sueli, Carlos Eduardo Palhares, Carlos Alberto Fasanaro e, em seguida, Carla Ubarana e George Leal. Os últimos depoimentos foram os que mais se prolongaram.

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Carla Ubarana e George Leal devolvem parte dos desvios à Justiça

No dia em que prestam depoimentos à Justiça, Carla Ubarana e George Leal entregaram umm grande quantidade de dinheiro à Justiça. O valor total, no entanto, não foi confirmado pelo MP nem pela defesa do casal, que seguem sem prestar informações sobre o caso. Porém, há informações de que o montante seria de aproximadamente R$ 250 mil, havendo também certa quantidade de Euros, Dólares e outra moeda estrangeira.

O dinheiro foi levado ao Fórum Miguel Seabra Fagundes e a devolução faz parte do acordo firmado entre os réus e o Ministério Público para que o casal, além de contribuir com a investigação, também devolvesse bens e dinheiro frutos do esquema de fraudes na Divisão de Precatórios do Tribunal de Justiça.

Advogados e membros do Ministério Público não confirmaram a origem do dinheiro, que chegou em espécie ao fórum. Não há também a confirmação se os recursos foram extraídos de alguma conta do casal, de empresas ou de terceiros, ou se estava escondido.

Carla Ubarana e George Leal prestam os depoimentos mais aguardados durante a Operação Judas. Antes deles, prestaram esclarecimentos os também réus Cláudia Sueli, Carlos Alberto Fasanaro e Carlos Eduardo Palhares, além das testemunhas Elton John Marques de Oliveira, Lisiane Martins de Medeiros Bezerra de Melo, Roberta Veríssimo de O. Carlos, Jorge Quintanilha da SIlva Filho e Wilza Dantas Targino. Foram dispensados Francisco Alves Bezerra Dantas, Manoela Câmara da Silva e João Batista Pinheiro Cabral.

Fonte Tribuna do Norte

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Operação Judas: Carla Ubarana começa a depor sobre fraudes nos precatórios

A ex-chefe da Divisão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Carla Ubarana começou o depoimento ao juiz José Armando Ponte, titular da 7ª Vara Criminal. A oitiva da servidora do TJ é a mais aguardada dentro da investigação da Operação Judas, que apura irregularidades no setor de precatórios do TJ. A expectativa é que ela confirme o que já disse ao Ministério Público, apontando os demais envolvidos no esquema fraudulento.

Logo após o depoimento de Carla Ubarana, que irá depor é George Leal, marido da servidora do TJ. Ele também colaborou com o Ministério Público e a expectativa é que o empresário informe como era operado o esquema, onde empresas que pertenciam a ele participavam ativamente do processo que desviava a verba dos precatórios.

Antes deles, já prestaram depoimento os também réus Cláudia Sueli, Carlos Alberto Fasanaro e Carlos Eduardo Palhares , além das testemunhas Elton John Marques de Oliveira, Lisiane Martins de Medeiros Bezerra de Melo, Roberta Veríssimo de O. Carlos, Jorge Quintanilha da SIlva Filho e Wilza Dantas Targino. Foram dispensados Francisco Alves Bezerra Dantas, Manoela Câmara da Silva e João Batista Pinheiro Cabral.

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Operação judas: Claudia Sueli encerra depoimento. Agora é a vez de Carlos Eduardo Palhares

Claudia Sueli, ex-secretária particular de Carla Ubarana, suspeita de ser a mentora do esquema de desvios e fraudes nos pagamentos de precatórios, terminou seu depoimento na audiência de instrução na 7ª Vara Criminal. Foram quase 40 minutos, para perguntas dos membros do MP e advogados.

Carla é acusada de emprestar a conta pessoal para receber os pagamentos de precatórios, realizar os saques dos valores e entregá-los para Carla.

Quem está depondo agora é o empresário Carlos Eduardo Palhares, amigo do casal que funcionava como laranja emprestando a conta pessoal para fazer os saques dos pagamentos ilegais de precatórios.

Claudia e Carlos Eduardo, são réus no processo, que analisa os pagamentos feitos irregularmente pela Divisão de Precatórios do TJ, que tinha como diretora Carla Ubarana. Além dos dois, também irão depor o empresário Carlos Alberto Fasanaro, acusado de ser outro laranja; e o casal George Leal e Carla Ubarana, principais beneficiários do esquema.

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Com três anos de impunidade, caso do ex-cobrador que provocou morte de duas pessoas na Via Costeira tem audiência marcada

Sabe aqueles casos em que a população fica com a sensação de impunidade? Que a gente para e vê como a Justiça é lenta? Eis um. Há três anos, o ex-cobrador Edvaldo Soares da Silva, 29, altamente embriagado, furtou um micro-ônibus e provocou um grave acidente que matou duas pessoas e deixou outras duas gravemente feridas.

A imprudência do acusado resultou na colisão com três veículos: um Palio cor verde de placas MXH-8515; um Fiat Stilo, cor preta de placas MZK-4111; e outro Palio cor branca de placas MYI-9744. Morreram Daniel Bezerra da Silva, 22, passageiro do Palio verde, e Carlos Alexandre Queiroz, que estava no Palio branco.

Na época, o delegado Mathias Laurentino, então titular da Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (Deav), anda tentou conseguir realizar a prisão de Edvaldo, mas não conseguiu justificar a prisão preventiva porque ele não ameaçou testemunhas, não atrapalhou o andamento do inquérito, não tentou fugir, tampouco possuía antecedentes criminais. Resultado? O ex-cobrador terminou respondendo o processo em liberdade. O problema é que o caso não teve continuidade na justiça, após o inquérito ter sido concluído.

Somente no mês passado foi encaminhado pelo juiz Ricardo Procópio, titular da 3ª Vara Criminal, um despacho para realização de uma audiência de instrução no próximo dia 27. Já são três anos e nada de julgamento.

Nunca é demais lembrar que esse é apenas um dos vários casos que se amontoam aos milhares na Justiça por falta de andamento nos processos.

Despacho intimando acerca da audiência de instrução:

Mais imagens da época do acidente resgatadas por Vitor de Góis Ribeiro Dantas:

Opinião dos leitores

  1. Pois é, a sensação de impunidade posterga ainda mais o sofrimento de quem fica!
    Agradeço pela colaboração!

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