Política

CPI: vendedor da Davati cita oito autoridades que teriam atuado para negociar vacina; pelo menos seis são militares

O representante comercial da Davati Medical Supply Cristiano Carvalho detalhou nesta quinta-feira (15), em depoimento à CPI da Covid, a participação de pelo menos oito autoridades do Ministério da Saúde que teriam atuado para agilizar a negociação de vacinas com a Davati. Da lista, pelo menos seis são militares (veja nomes abaixo).

A empresa, com sede nos Estados Unidos, ofereceu ao ministério lotes com milhões de vacinas da Astrazeneca e da Janssen. As negociações avançaram, mesmo sem a Davati apresentar qualquer comprovação da existência dos lotes. Os dois laboratórios já negaram que atuem com esse tipo de intermediação.

Em uma dessas reuniões, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti – que também se apresenta como representante da Davati – diz ter recebido uma cobrança de propina, de US$ 1 por dose, para viabilizar a compra de 400 milhões de vacinas da Astrazeneca. A Davati entrou na mira da CPI em razão dessa denúncia.

Questionado por diversos senadores nesta quinta, Cristiano Carvalho confirmou reuniões e cobranças feitas por oito autoridades ligadas ao Ministério da Saúde, incluindo o ex-número dois da pasta Élcio Franco.

Reunião no ministério

Carvalho afirma que, em 12 de março, ele e Dominguetti participaram de reunião no ministério da Saúde intermediada pelo reverendo Amilton Gomes, da Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah, uma instituição privada) e pelo coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil. A dupla não tem cargo público.

No ministério, o grupo teria se reunido com:

o então diretor de Planejamento do Ministério da Saúde, coronel Cleverson Boechat;

o então diretor de Programas do Ministério da Saúde, coronel Marcelo Pires;

o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.

Na segunda-feira seguinte, diz Carvalho, o dono da Davati, Herman Cárdenas, enviou uma comunicação oficial a Élcio Franco para oferecer doses de vacina da Janssen em lugar da vacina da Astrazeneca, argumentando que o produto era mais barato e poderia ser administrado em dose única.

Questionado pela senadora Leila Barros (PSB-DF), Cristiano Carvalho citou também o ex-assessor do Ministério da Saúde e coronel Marcelo Blanco. Segundo ele, Blanco e Helcio Bruno (do instituto Força Brasil) pareciam os principais interessados no avanço das negociações.

Carvalho chegou a criticar, também em resposta a Leila Barros, a capacidade técnica das autoridades envolvidas na negociação.

“Percebi que eles não conheciam de comércio exterior, o que surpreendeu, inclusive. Fiquei pensando como estavam negociando vacinas com os fabricantes se não tinham as informações básicas”, afirmou.

Autoridades citadas

Confira abaixo a atuação de cada uma dessas autoridades, na versão de Cristiano Carvalho:

Élcio Franco, coronel da reserva do Exército e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde

Segundo Cristiano Carvalho, Élcio Franco se reuniu com os representantes da Davati em 12 de março e, em seguida, recebeu a comunicação da sede da empresa nos Estados Unidos para tratar de negociações da vacina da Janssen.

Carvalho diz que não voltou a se reunir com Franco e que, nessa única reunião, não houve qualquer cobrança de propina ou contrapartida. O e-mail sobre as doses da Janssen não foi respondido, e Élcio Franco foi exonerado do Ministério da Saúde em 26 de março. Hoje, ocupa cargo no Palácio do Planalto.

“Eu acredito que, logo depois, ele foi exonerado do cargo – dez dias depois se eu não me engano –, e não teve nem tempo de ele retornar, nada mais, porque, dois dias depois dessa reunião, o próprio general Pazuello já tinha dado indícios de que ele sairia do cargo por questões médicas. Neste caso do Elcio Franco, eu acredito que não foi concluído porque realmente ele não fazia mais parte do ministério, dois ou três ou quatro dias depois”, declarou Carvalho.

Roberto Ferreira Dias, sargento reformado da Aeronáutica e ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde

“Comprador do Ministério da Saúde do Brasil. Comigo, [a relação] foi estritamente comercial e informações a respeito das vacinas. […] Conforme é documentado e periciado, várias vezes ele me ligou e mandou mensagens”, afirmou Carvalho.

Roberto Dias foi acusado por Luiz Paulo Dominghetti de ter cobrado propina na negociação da Astrazeneca. Ouvido pela CPI, Dias negou essa cobrança e chamou Dominghetti de “picareta”.

Marcelo Blanco da Costa, tenente-coronel da reserva e ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde

“Ex-assessor do Roberto Dias e, aparentemente, continuava exercendo”, diz Carvalho. Segundo o representante da Davati, Blanco avançou nas negociações com ele e com Luiz Paulo Dominghetti.

Na sessão desta quinta, Cristiano Carvalho afirmou que se referia a Blanco quando disse, em uma mensagem de celular a Dominghetti interceptada pela CPI, que só havia “FDP” no ministério.

“Peço até desculpas pelo termo, mas eram mensagens que a gente trocava. Sobre isso, acho que até me excedi. Na verdade, o que eu estava me referindo é como eu passei a negociar com o senhor [Marcelo] Blanco, aqui, eu me referia a esse tipo de negociação que tinha sido instaurada. Que aparentemente, o Roberto Dias havia indicado o Blanco para negociar comigo. Ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo”, disse.

Cleverson Boechat Tinoco Ponciano, coronel da reserva do Exército e coordenador-geral de Planejamento do Ministério da Saúde.

“Ele era responsável pelos pagamentos dos insumos no Ministério da Saúde”, afirma Carvalho.

O representante comercial da Davati afirmou que a reunião de 12 de março ocorreu justamente no gabinete do coronel Boechat.

Em 12 de março, o representante da Davati ter participado de reunião com o coronel para tratar da suposta aquisição de vacinas.

“Se eu não me engano é no segundo andar. Foi lá que ele nos recebeu. E o coronel Pires e o coronel Elcio Franco também nos receberam dentro do gabinete do coronel Boechat. Dentro dessas tratativas e conversas dentro do Ministério da Saúde, não houve nada que desabonasse nenhum desses coronéis servidores públicos que estavam na reunião”, afirmou.

Marcelo Bento Pires, coronel da reserva do Exército e ex-coordenador do Plano Nacional de Operacionalização das Vacinas contra a Covid-19

“Acredito que ele era uma espécie de assistente de ordens do coronel Élcio Franco. Ele fez vários tipos de perguntas sobre a entrega, sobre o produto, não diretamente para mim. Diretamente para o coronel Hélcio Bruno, com H, que o coronel repassou para mim e eu disponibilizei”, diz Carvalho.

Questionado por Randolfe Rodrigues, Cristiano Carvalho disse que o coronel Pires manifestou interesse na aquisição das vacinas. “Nas mensagens, ele diz que sim e faz bastante perguntas”.

Glaucio Octaviano Guerra, coronel reformado da Aeronáutica e, segundo Randolfe Rodrigues, assessor do adido militar da embaixada do Brasil nos Estados Unidos

“O coronel Guerra atuou somente como o porta-voz do Herman nos Estados Unidos, não teve influência alguma na negociação. Só transmitia as informações que a ele eram passadas”, disse Carvalho.

Guilherme Filho Odilon, apontado como coronel pelo senador Randolfe Rodrigues

Cristiano Carvalho afirmou que uma pessoa identificada como “Odilon” seria um intermediador da negociação. Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que ele também é coronel, sem declarar a qual das Forças Armadas ele seria ligado.

“O Odilon é coronel? Eu não tenho esse conhecimento. ele aparece como um dos intermediadores da negociação”, afirmou Carvalho.

Em outro momento, o representante da Davati relacionou o nome “Odilon” ao suposto pedido de propina para negociar as doses da Astrazeneca. Carvalho usa o termo “comissionamento” para falar desse pedido.

“A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina, tá? Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon”, afirmou Cristiano.

As mensagens obtidas pela CPI no celular de Luiz Paulo Dominghetti também mostram um contato identificado como Guilherme Filho Odilon. Dominghetti envia a ele a seguinte mensagem:

“Estamos negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 0,25 centavos de dólar por dose”.

Laurício Monteiro Cruz, civil, médico veterinário e ex-diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde

“O Laurício foi quem apoiou a compra, através da Senah. Agendou reuniões e, inclusive, indicou que fosse copiado o Élcio Franco nos e-mails. Deu todas as credenciais necessárias para que pudéssemos avalizar que a Senah poderia concluir o negócio”, declarou Cristiano Carvalho.

Laurício é a única autoridade do Ministério da Saúde sem patente militar, na lista citada por Carvalho.

Militar sem cargo

O representante da Davati citou, ainda, um militar que não teve cargo ministerial: o coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil.

“Esse instituto, de cunho bolsonarista, patrocina sites e redes que são investigadas no inquérito das fake news e divulgava notícias falsas contra membros da CPI da Pandemia”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues.

Em seu depoimento na CPI da Covid, Carvalho disse que o Instituto Força Brasil conseguiu a reunião com o então secretário executivo, Élcio Franco, para discutir a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina.

O instituto admite ter agendado a audiência com o então secretário executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, mas diz que a reunião deveria ser realizada diretamente por representantes oficiais das vacinas, sem intermediários. E que a negociação dependia da confirmação da existência do produto disponível para entrega ao governo brasileiro.

“O Instituto Força Brasil, no meu ver, foi o braço que a Senah utilizou para chegar frente a frente com o Élcio Franco”, afirmou Carvalho.

Disputa entre militares

Cristiano Carvalho relatou ainda, à CPI, que havia dois “caminhos paralelos” de negociação com o Ministério da Saúde: um capitaneado por Élcio Franco, e outro, por Roberto Ferreira Dias.

“Eu vou deixar claro, porque talvez não tenha ficado claro. Eu vou reforçar. Havia dois caminhos dentro do ministério, aparentemente – um era via Elcio Franco, e um era via Roberto Dias –, e um não sabia do outro. O caminho que ele [Dominghetti] tentou via Roberto Dias, aparentemente, não prosseguiu por conta de algum pedido que foi feito lá, segundo chegou para mim num primeiro momento, como grupo do Blanco ou grupo do Odilon. Aparentemente não estava prosseguindo por causa disso”, disse.

“E, paralelamente, eles foram falar diretamente com o Secretário Elcio Franco, por intermédio do Força Brasil, acho que no intuito, ao meu ver, de driblar, inclusive, essa resistência por parte do comissionamento ou algo que o valha. São dois caminhos completamente diferentes”, prosseguiu Carvalho.

“O Roberto Dias não tinha conhecimento de que a gente estava falando com o Elcio Franco naquele dia. Inclusive, eu relatei aqui há pouco que, inclusive, recebi uma ligação, naquele mesmo dia, daquele Sr. Odilon, me perguntando se eu… que tinha um contato com o Roberto Dias, me indagando se eu tinha estado no ministério.”

G1

 

 

Opinião dos leitores

  1. Tá vendo, os militares foram aceitar cargos no governo civil e acharam q podiam continuar as falcatruas da caixa preta dos quartéis, só deu nisso.

  2. Levi é aquele corno que a mulher marcou com outro, reservou o dinheiro pra pagar o motel e ele descobriu.
    Aí ela cancelou e ele acha que não é corno…kkkkkkk

    1. Falei pra ela, se vai sair com alguém que seja um parecido com Bolsonaro um clone.
      Aí não tem problema algum.
      Com um ladrão fedorento condenado em duas instância nunca.
      Jamais!!!
      hihihihihihihihihi…

    2. Ela não pagou o motel…
      Tá certo ele…não é corno (não importa a intenção dela)…kkkkkkk
      Será que é por isso que chamam de gado…devido aos chifres? kkkkkk
      Muuuuummmmm

  3. Rapaz…por isso que os milicos ficaram tão bravos com a CPI…
    Estão descobrindo a roubalheira dos verde-olivas…
    Eita, milicada…parece que não vai ser tão fácil de encobrir quanto foi na época da ditadura não…

  4. Até o lider do governo ficou assustado com o nivel de corrupçao no ministerio da saude. E agora? O que vao dizer? Luladra e agora tb Bolsoladrao tbm e o que for diferente disso é mimimi…

  5. TODOS queremos agiĺizar a aquisição de vacinas. Porém, essa CPI fake, comandada por notórios corruptos, está há dias investigando uma compra de vacinas que NÃO EXISTIU e um superfaturamento no qual não foi pago um centavo sequer. É tudo isso com base em denúncia de um estelionatário internacional, que fugiu dos EUA para não ser preso por lá. É incrível!

  6. Pensei que só quem sabia roubar eram os petistas e o centrão… Agora ficou evidente que existe corrupção (alguém duvidava?) no governo do MINTOmaníaco das rachadinhas inclusive feita por MILITARES!!!

    1. Não houve corrupção porque não houve a compra de nenhuma dose e nem o pagamento de nenhum centavo o máximo que houve foi uma tentativa de alguém de aplicar um golpe no governo igual ao que Fátima caiu, pergunto cadê os 5 milhões?

    2. Não deve estar acompanhando vc, deve estar torcendo ! Quando vc acompanhar msm vai ver que é só narrativa e bla bla bla

    3. Duvido.
      Deixe apurar.
      Quantas doses dessa vacina foram compras?
      Quanto o governo federal gastou na compra dessas vacinas??
      Responda.
      Aí depois vc chupa!
      Calma aí.

    4. E são mesmo esse bandido não provou nada. Mais uma derrota do circo.

    5. Viiixe…Os militares negociando “comissionamento” (propina)?
      Tô bege….

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Representante da Davati diz que reverendo Amilton tinha ‘ofício’ para representar empresa no Ministério da Saúde

Foto: Reprodução/CNN Brasil

A CPI da Pandemia ouve agora o representante oficial da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, na condição de testemunha. O empresário deve ser questionado acerca do suposto caso de propina envolvendo a compra de vacinas AstraZeneca contra a Covid-19.

Segundo Carvalho, as tratativas para compra dos imunizantes foram encerradas em 15 de março, com a demissão de Eduardo Pazuello do comando da pasta. As revelações do suposto pedido de propina partiram do revendedor de vacinas e PM, Luiz Paulo Dominghetti. Segundo seu depoimento à CPI, ele recebeu o pedido de Roberto Dias em um restaurante em Brasília no dia 25 de fevereiro – Dias nega qualquer pedido de favorecimento na compra das vacinas.

Respondendo a Renan Calheiros, o depoente informou que o reverendo Amilton de Paula tinha “ofício” para representar a Davati Medical Supply perante o Ministério da Saúde. “Nós demos um oficio para ele representar a empresa perante o Ministério da Saúde, em especial na negociação que estava ocorrendo.”

É o reverendo Amilton de Paula que leva Dominghetti ao Ministério da Saúde, segundo Carvalho. O representante, no entanto, não afirma que foi Amilton quem marcou o encontro no restaurante em Brasília, em 25 de fevereiro. Sobre a remuneração do reverendo, Carvalho acredita que ele manteve “algum tipo de acordo” com Dominghetti.

“Ele [reverendo] diz em entrevista que receberia uma doação, mas a empresa dele é privada. então tenho absoluta certeza que ele tinha algum tipo de acordo com o Dominghetti.”

À analista de política da CNN Renata Agostini, o diretor do departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, afirmou a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina pela Davati Medical Supply chegou à pasta em fevereiro pelas mãos do líder religioso Amilton Gomes de Paula.

Representante da Davati confirma reunião com Elcio Franco no Ministério da Saúde

Durante a sessão, Cristiano Carvalho afirmou que esteve com o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. Segundo ele, a reunião na pasta aconteceu em 12 de março. “No dia 12 de março eu estive com reverendo Amilton, Dominguetti, estivemos com coronel Boechat, Pires e Elcio Franco. E com o Coronel Elcio Bruno também”, disse.

“Estive no Ministério da Saúde pela primeira vez em 12 de março e antes disso eu nunca tinha fornecido nada pra o Ministério da Saúde. Fui receoso, mas a insistência e os traços de veracidade que chegavam a mim era indiscutível que existia uma demanda [pela compra da vacina]”, disse.

Carvalho revelou que conheceu Dominghetti em 10 de fevereiro – o suposto pedido de propina aconteceu no dia 25.

“Conheci ele [Dominghetti] através de Rafael Alves, representante de vendas autônomo. Eu tive contato com ele telefônico no dia 10 de fevereiro. Eu sempre fui incrédulo sobre a venda de vacinas, e só comecei a dar uma atenção depois que começaram a chegar comunicações oficiais do Ministério.”

Com CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Compra de vacinas que NÃO HOUVE (nenhuma Covaxin chegou ao Brasil) e NENHUM centavo foi pago por isso. É essa CPI fake já está perdendo vários dias “investigando” o que não existe. Há vários dias. Haja paciência!

  2. Doação, comissionamento…as narrativas são se sucedendo…
    Queima propinal,digo…quengaral….
    Muuuuummmmmmm

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Polícia

Representantes da Davati tentaram em março levar a Bolsonaro proposta de 400 milhões de vacinas, mas assunto não chegou ao presidente

Foto: Adriano Machado/Reuters 

Os representantes da empresa Davati no Brasil, Cristiano Carvalho e o cabo da PM Luiz Paulo Dominghetti Pereira, tentaram marcar uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro para levar a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina AstraZeneca. O intermediário do encontro era o reverendo Amilton Gomes de Paula, da entidade Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah).

Áudios no celular de Dominguetti, apreendido pela CPI da Covid trazem uma conversa entre o empresário Cristiano e Dominghetti articulando uma conversa com Bolsonaro para levar a proposta que eles estavam negociando com o Ministério da Saúde.

O diálogo entre os dois ocorre no dia 13 de março deste ano, quando falam no nome do reverendo Amilton de Paula para acertar a conversa com Bolsonaro.

“Dominghetti, agora nós precisamos aí…O reverendo tá falando que tá marcando um café da manhã com o presidente amanhã às 10h, 9h, sei lá eu, que vai ter um café com os líderes religiosos. A gente vai entrar no vácuo, tá? Agora tem que fazer ele confirmar isso aí pra gente colocar uma pulguinha atrás da orelha do… Do presidente, tá?”

Em seguida, o cabo da PM envia um mensagem de voz para o empresário:

“Cristiano, o que eles me falaram, eu nem sabia que ia ter agenda com o Bolsonaro, você que me falou, o que eles me falaram é assim, que estão atuando fortemente lá, que agora depende do presidente, ele não marca agenda, ele fala assim vem aqui agora. Então, assim, de uma forma mais urgente. Agora, para falar com ele em agenda, eles conseguem marcar segunda, terça, quarta, porque aí entra na agenda oficial”, diz Dominghetti.

O policial militar continua:

“O que eles estão tentando é que o presidente te receba de forma extraoficial, entendeu, devido à urgência. É o que eles estão tentando. Agora agenda oficial eles conseguem marcar, o que estão tentando é uma agenda extraoficial”.

No dia 14 de março, não havia agenda oficial do presidente, era um domingo. No dia seguinte, porém, Bolsonaro se reuniu com líder religiosos. A agenda previa encontro com o pastor Silas Malafaia, presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil, e um grupo de religiosos.

No dia 16 de março, o empresário Cristiano Carvalho dá demonstrações de não acreditar mais no poder do reverendo para marcar a audiência com o presidente em novo diálogo encontrado no celular de Dominghetti:

“O reverendo tá me dizendo aqui que falou com o pastor Malafaia, que até 10h chega a resposta e tal, mas… (rindo) as coisas que o reverendo fala não dá pra acreditar em nada. Tá que nem o (?) da H1N1, car…[palavrão], que é segunda, é quarta, terça, segunda, sexta… ai meu Deus do céu, tá louco”.

O reverendo Amilton Gomes de Paula admite que conversou com Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominghetti sobre a venda de vacinas para o Ministério da Saúde e que eles queriam se encontrar com o presidente para levar a proposta.

O reverendo disse, porém, que não chegou a tratar do assunto com Bolsonaro e que acabou não comparecendo à reunião do presidente com religiosos no dia 15 de março.

Blog do Valdo Cruz – G1

Opinião dos leitores

  1. As narrativas mentirosos da oposição irresponsável, que sempre torce pelo pior, não se sustentam. Muitas não duram sequer 24 horas e, não fosse o interesse da grande mídia militante, não ocupariam tanto espaço nos meios de comunicação.

    1. Tudo que tem no país de mais relevância, foi os militares que fizeram analfabeto.
      Vá estudar.
      Pare de rinchar e adorar um ladrão.
      Respeite as nossas forças armadas jumento.

  2. Aos poucos vem aparecendo quem são os verdadeiros canalhas da nação querendo roubar o erário público. E com isso vai caindo por terra a intenção desses vagabundos comunistas.

  3. O gado vai acreditar que o MINTOmaníaco das rachadinhas não sabia? Pq Lulaladrao usou a mesma desculpa na época do mensalão e sabemos no que deu…

  4. BOLSONARO é incorruptível, imbrochavél e incomivél.
    Ponto final!!
    A esquerda tenta a todo custo culpa lo pela pandemia MUNDIAL. Tudo que acontece a culpa e do Bolsonaro.
    Tentam, temtam mas sem sucesso.
    Agora querem culpa lo por corrupção de vacinas que sequer foram compradas.
    Se ouve tentativa dentro do ministério, Bolsonaro não tem culpa.
    Agiram de má fé.
    Quebraram a cara.
    Possíveis culpados, já foram demitidos, diferentemente da quadrilha de ladrões do PT.

  5. Só idiotizados acreditam que alguém ia vender 400 MILHÕES de doses de vacina e não iria passar pelo Presidente…kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Ô gado véi pra passar vergonha….

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Representante da Davati diz que áudio de Miranda não tem relação com vacina

Luiz Paulo Dominguetti, que acusou governo de propina em compra de vacinas, depõe à CPI da Covid Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O representante da Davati no Brasil, Cristiano Hossri Carvalho, afirmou à CNN que o áudio do deputado Luís Miranda (DEM-DF) exibido na CPI da Pandemia (ouça) é antigo e não tem relação com compra de vacinas.

“Não se refere a vacinas, áudio de 2020. Fora de contexto, não enviado a mim, a terceiros”, disse Cristiano Carvalho.

Ele confirma, porém, que foi ele quem enviou o áudio com a fala de Miranda a Luiz Paulo Dominguetti. O material foi exibido por Dominguetti durante seu depoimento na CPI de Pandemia nesta quinta-feira, 1º.

“Mas não tem relação alguma com a Davati ou vacinas”, afirmou Cristiano Carvalho.

Perguntado sobre quem enviou a ele o áudio com a fala de Miranda, ele disse que precisaria verificar.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Danado é como um áudio de um diretor de empresa chegou nas mãos desse metido a esperto. Claro que essa Davati tá guardando coisa. Bota o cara para fazer uns trabalhos sujos, mas tira o dela da reta quando o bicho pega..

  2. 😂😂😂😂😂😂😂😂

    Os “jenios” do Planalto tentaram uma armação…
    Flávio Rachadinho reclamou da apreensão do celular do PM…aí tem coisa…

  3. Eu queria entender , estão investigando um suposto ato de corrupção em uma compra de VACINAS QUE NÃO SE CONCRETIZOU, AI VÁRIOS ATOS DE CORRUPÇÃO AONDE PARTE DO DINHEIRO ROUBADO FOI DEVOLVIDO, ABSOLVERAM OS RÉUS E NADA SE FALA MAIS.

    1. Pra tipificar o crime de corrupção não precisa haver a compra ou recebimento da vacina , isso seria mero exaurimento do crime. Sai dessa narrativa do grupin do zap do MINTOmaníaco das rachadinhas …

    2. Quer dizer Manoel F que o crime se configura sem provas, basta que alguém saia de dentro da cadeia que diga que fulano fez algo errado, isso já tipifica? Quer dizer que se eu pensar em matar alguém, sem sequer chegar perto da pessoa e a pessoa não sofreu nada, o crime ficou tipificado? Entendi sua inteligente lógica, então é por isso que todos os crimes cometidos pelos seus corruptos de estimação, não aconteceram, eles não foram intencionais, eles foram reais, com todas as provas existentes, já que eles ocorreram na prática, então não tem validade. Para ser crime não precisa a ocorrência do fato, sensacional, você justificou e fundamentou todas as asneiras que coloca nesse blog. Com tanta inteligência assim, fica entendida sua desastrosa opinião

    3. Esse zé mané fulera passa o dia falando bobagem, omi vai trabalhar, pega uma enxada e vai limpar os canteiros de tua rua inutil.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

“Apresentação entre o governo e o vendedor nunca foi feita, e a discussão nunca avançou para um contrato”, diz empresa

À TV Globo, a Davati, com sede nos Estados Unidos, informou ter sido procurada por um de seus representantes no Brasil para que ajudasse a encontrar vacinas contra a Covid para o país.

Ainda na nota, a empresa afirmou que providenciou uma proposta ao governo federal a fim de assegurar vacinas, mas que nunca foi formalmente respondida.

“Portanto, a apresentação entre o governo e o vendedor nunca foi feita, e a discussão nunca avançou para um contrato”, acrescentou.

Foto: Reprodução

Com informações do G1

Opinião dos leitores

  1. Essa TV Globo é traiçoeira no meu caso por causa de algumas gravações com situações-emocionais problematicas e exposição indevida na televisión sem nada de autorização,uma tortura e humillación emocional me deixando com graves problemas mentais; psicológicos e psiquiátricos.

  2. A AstraZeneca esclareceu há bastante tempo que não utiliza intermediários e que suas negociações foram feitas diretamente com o Ministério da Saúde e a Fiocruz. Quanto à essa empresa, sediada no Texas-EUA, é já foi flagrada em outros países por negociações fraudulentas. Concretamente, não houve NADA de errado envolvendo o governo Bolsonaro até agora. Tudo isso são apenas narrativas mentirosas de corruptos aliados à grande mídia militante, TODOS com “saudades” do dinheiro público que recebiam aos montes na época da roubalheira do PT. Mas essas narrativas não duram 1 dia sequer, caem TODAS.

  3. Isso tudo vai acabar encontrando gente da esquerda que roubou não do governo kkkkkkkkkkkk são uns imbecis mesmos. A diferença é que se tiver coisa errada alguém vai pagar e sair do governo e não ser cumplice como o desgorverno dos petralhs faz.

  4. É melhor o gado se acalmar. As denúncias estão só começando. Bozo continua entalado, perdeu a voz, coitado.

  5. Roubo de dinheiro público é condenável em qualquer situação e provoca miséria e morte. Mas roubo de dinheiro da saúde em tempos de mais de 500 mil mortos é um absurdo. Deveria ser considerado crime hediondo e seus autores condenados à pena máxima permitida no país.

    1. Concordo. Portanto, como não houve nada de errado no governo federal, vamos investigar os governadores, principalmente os ligados ao tal Consórcio Nordeste, responsáveis pelo desvio de BILHÕES que receberam do governo Bolsonaro. No RN, por sinal, está começando uma CPI que tem muito a investigar.

  6. O gado tomando cloroquina e ivermectina, enquanto o governo bozo incentivava o negacionismo e negociava propina das vacinas. Ê vida de gado

  7. As narrativas da esquerda cai a cada dia. Querem retomar o poder a qualquer custo ( promessas de Dirceu). Não querem saber do povo brasileiro, mas de um projeto de poder como na Venezuela, Cuba. Países falidos, quebrados, povo amordaçado.

  8. Todos os ex ministros do gabinete civil dos governos do PT foram condenados por corrupção. Existem várias empresas parceiras do governo federal entre os anos de 2003 a 2016 que executaram obras fora do Brasil que denunciaram favorecimento pelo então governo do PT. O ex presidente do PT foi condenado e preso por corrupção.
    A esposa do ex presidente do PT deixou uma herança de R$ 72 milhões sem nunc ter trabalhado.
    Mas o ex presidente do PT sempre afirmou: “não sei de nada”.
    Quando um servidor concursado do ministério da saúde comete suposto crime, logo tudo que foi feito de forma individual é atribuído ao Presidente.
    Então como é essa conta, um que usou da corrupção como forma de governo, “não sabia de nada”, outro que fala a verdade e não pactua com corrupção é culpado por tudo. Essa diferença entre as situações demonstra que vivemos na justiça dos ditadores, não numa democracia, onde o culpado é inocentado e o inocente é culpado.

    1. Não há qualquer comparação entre o governo Bolsonaro e os governos corruptos do PT. Em NADA se assemelham. Lave sua boca antes de dizer tal asneira.

    2. Ricardo Barros rouba desde quando ocupou cargos nos governos da esquerda e continua roubando agora. Porque essa alma pura, esse santo chamado Bozo o tem como líder do governo? Porque já não o substituiu nas primeiras evidências de irregularidade? Porque Bozo está calado? Vista grossa, necessidade de apoio ou cumplicidade mesmo? E porque Flavio Bozo protagonizou contato entre empresario corrupto e o BNDES? A quebra de seu sigilo bancário será pedido pela CPI? Com a palavra, o gado imundo defensor de bandido.

    1. O que está claro é que existe um esquema de corrupção funcionando no governo para roubar recursos da pandemia. Seria o caso da PF realizar a ‘operação corona’ dentro do ministério da saùde, pois tem muita sujeira e muito roubo nesses ùltimos 15 meses. Esse esquema pode explicar o por quê de demorar tanto para adquirir as vacinas. Esse esquema precisa ser desbaratado e não é notinha tanto o seu da reta que vai quebrar o esquema, mas uma investigação minuciosa.

    2. O que está claro é que a esquerdalha continua a zurrar culpa sem prova
      o que está claro é que os zumbis continuam a zurrar baseado em narrativas, flagrantemente mentirosa
      o que está claro é que o desespero aumenta e as zurradas são cada vez mais alta, perdendo totalmente o senso de ridículo e da legalidade
      o que está claro é que a turma da zurra não quer democracia, só pensa no poder e impor sua ditadura em nome da democracia

  9. Faiou. Tudo não passa de narrativas soltas de gente querendo se dar bem financeiramente. Mas não tem pra que esse nervosismo todo. Lula ganha fácil em 2022.

    1. A melhor piada do dia.kkkkkkkkkkkkkkkkkkconta outra estou gostando.kkkkkkjk

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *