Saúde

Saiba quando tomar a vacina contra Covid-19 se você já teve ou está com a doença

Foto: Alexandre Silva/FotoArena/Estadão Conteúdo

Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre quando receber a vacina contra a Covid-19– principalmente as que já tiveram a doença ao longo do último ano. Tomar a vacina também se torna mais complicado para aqueles que recentemente foram diagnosticados com a Covid-19 ou foram infectadas no intervalo entre as duas doses.

As pessoas precisam levar em consideração vários fatores ao receber a vacina, de acordo com a analista médica da CNN Leana Wen, médica de emergência e professora visitante de política e gestão de saúde na Escola de Saúde Pública do Instituto Milken, na Universidade George Washington.

A especialista explica que, se você foi diagnosticado com a Covid-19, é importante monitorar os sintomas e se certificar de que está saudável ao receber a vacina contra o novo coronavírus. Além disso, caso você tenha testado positivo para a Covid-19 ou esteja apresentando sintomas da doença, é preciso consultar o seu médico.

Se eu tive Covid-19, devo tomar a vacina?

Se você é elegível para receber a vacina contra a Covid-19, é importante tomá-la, disse Wen. A vacina fornece “proteção melhor, mais longa e certamente mais consistente do que a imunidade natural”, acrescentou ela.

“Também não sabemos por quanto tempo a proteção irá durar depois de ter o coronavírus, então você ainda deve ser vacinado”, disse Wen.

Pesquisas recentes sugerem que os imunizantes da Pfizer-BioNTech e da Moderna fornecem um alto nível de imunidade durante seis meses. Como as vacinas contra o vírus são novas, os pesquisadores não sabem quanto tempo dura a imunidade, mas “seria de se esperar que durasse bem além de seis meses”, disse Wen, apontando para as projeções atuais.

Se fui recentemente diagnosticado com Covid-19, devo tomar a vacina?

Não há um número definido de dias que alguém deve esperar até receber a vacina, de acordo com Wen. Nesses casos, os pacientes devem monitorar os seus sintomas e certificar-se de que não estão apresentando nenhum sintoma grave da Covid-19, incluindo febre.

O período de isolamento atual após um diagnóstico positivo de Covid-19 é de 10 dias após o início dos sintomas, então a médica recomenda que as pessoas sigam essa orientação e permaneçam isoladas nesse período.

“Se já se passaram 10 dias, e elas apresentam sintomas mínimos ou nenhum sintoma, não há problema em receber a vacina a partir de então”, disse Wen.

Devo tomar as duas doses da vacina?

Se você estiver recebendo uma vacina de dose dupla, é crucial tomar as duas doses do imunizante, disse Wen. As vacinas foram estudadas sob a suposição de que as pessoas tomariam duas doses, explica ela, então a eficácia se aplica desde que as pessoas recebam as duas doses.

A primeira dose dá alguma proteção, mas os especialistas em saúde não sabem quanto tempo ela dura, acrescentou a médica.

E se eu for diagnosticado com Covid-19 no intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina?

Wen disse que essa situação já aconteceu antes. A primeira dose da vacina oferece alguma proteção, mas não tanto quanto as duas doses, então há a possibilidade de contrair o vírus no intervalo entre as aplicações da vacina.

Se você for diagnosticado com Covid-19 nesse intervalo, Wen recomenda esperar para receber a segunda dose até que os sintomas desapareçam.

“Seu sistema imunológico já está acelerado e respondendo ao coronavírus, então você não precisa da vacina para estimulá-lo ainda mais nesse momento”, disse Wen.

É importante dar ao seu corpo uma chance de se recuperar, então é melhor esperar até que os sintomas desapareçam. Depois disso, está tudo bem para receber a segunda dose, disse Wen.

CNN Brasil

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Saúde

Pesquisa mostra que contágio por coronavírus aumenta quando há mais pólen no ar

Foto: OGNEN TEOFILOVSKI/Reuters

A concentração de pólen no ar parece ter relação com a disseminação do coronavírus: quanto mais grãos em suspensão, maior o número de infecções. A conclusão é de um estudo realizado entre março e abril do ano passado, mas que se baseia em dados de quase 250 estações espalhadas por todo o planeta, várias delas na Espanha. A explicação seria a de que o material polínico enfraquece a primeira linha de defesa contra os vírus respiratórios. E isso ocorre independentemente de a pessoa ser alérgica ou não.

– Quando o pólen aumenta, aumenta o contágio. E quando a concentração de pólen cai, cai o contágio – diz María del Mar Trigo, especialista em botânica e fisiologia vegetal da Universidade de Málaga e coautora do estudo.

Os pesquisadores compararam a quantidade diária de grãos de 248 estações aerobiológicas em 31 países com o número de infecções na área mais próxima. Essas estações captam as partículas presentes no ar, sejam elas pólen, bactérias ou poeira inorgânica. Depois de coletados, os materiais são identificados em laboratório.

A correlação entre pólen e o contágio pelo coronavírus foi verificada em quase todas as áreas estudadas, a maioria delas na Europa. O estudo dá até percentuais concretos: para cada aumento de cem grãos por metro cúbico de ar, os pesquisadores observaram um aumento de 4% no número de casos após três ou quatro dias.

María del Mar Trigo destaca a correlação de aumento e queda (de pólen no ar e de casos), que é quase universal. Estavam fora desse padrão apenas as dez estações participantes localizadas no Hemisfério Sul, onde era outono (estação com menos pólen em circulação) quando foram feitas as medições para o estudo, recém-publicado na revista científica PNAS.

O objetivo inicial do trabalho era coletar mais dados pelo mundo, mas em muitos pontos os pesquisadores tiveram de interromper a coleta por causa da pandemia e das medidas de isolamento. Alguns levaram microscópios para casa para determinar a concentração e o tipo de pólen coletado.

Athanasios Damialis, chefe de aerobiologia da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, é o principal destinatário dos dados de concentração de pólen enviados por mais de uma centena de colegas de todo o mundo. Para ele, embora o confinamento tenha sido um retrocesso, foi possível introduzi-lo como variável no estudo e focar no momento em que coincidiam os dois fenômenos de interesse dos cientistas: a primeira onda da pandemia no mundo e a concentração de pólen.

Para Damialis, o fim do confinamento, a reabertura de fronteiras e das escolas teriam obscurecido a influência do pólen. Além disso, em áreas mediterrâneas, como a maior parte da Espanha, “as altas temperaturas e a seca podem eliminar o efeito do vírus, independentemente de outros fatores, como o pólen”. No final do verão e início do outono ocorreu a segunda onda da pandemia, impulsionada pelo turismo, a volta às aulas ou a chegada do frio. E é o momento da menor concentração relativa de pólen. Há também outro detalhe importante: as máscaras. Como uma defesa eficaz que os alergistas vêm recomendando há anos, seu uso generalizado após a primeira onda estaria distorcendo o efeito do pólen. Por fim, os autores do estudo lembram que o fator chave sempre foi o contato interpessoal, a concentração de pólen é um elemento secundário.

Mesmo assim, colegas do Hemisfério Sul enviaram ao grupo de Damialis dados do início da primavera austral. Eles não foram incluídos na redação final do estudo, mas lá também viram a conexão entre o pólen e o coronavírus. Além disso, agora estão verificando os dados de alguns locais selecionados, como a área de Augsburg, na Alemanha, áreas da Holanda e também de climas mediterrâneos, como Salónica, na Grécia.

— Vemos em todos esses lugares que, de fevereiro ao último domingo, há uma correlação positiva consistente e significativa entre o pólen e o número de infecções — disse Damialis.

Por quê? Isso é o que eles tentam responder no restante do estudo. Eles apostam na possibilidade de o pólen enfraquecer o sistema imunológico, facilitando o funcionamento do coronavírus. Para apoiar essa tese (no trabalho, não há um experimento nesse sentido), os pesquisadores recuperam os últimos ensaios feitos por alguns dos coautores do estudo. Em setembro de 2019, por exemplo, a cientista Stefanie Gilles publicou um artigo científico sobre a relação entre a concentração de pólen e dois vírus respiratórios, os rinovírus (causadores do resfriado comum) e o vírus sincicial respiratório.

O trabalho de Gilles, publicado na revista Allergy, apoiou-se em três pilares. De um lado, o acompanhamento de 20 mil pessoas durante três anos, medindo sua exposição ao pólen e os casos de rinovírus. Do outro lado, expuseram as células epiteliais das vias aéreas humanas (das paredes internas) primeiro a três tipos de pólen e depois ao rinovírus. Em um terceiro experimento, com camundongos, eles os envolveram com pólen e os infectaram com o vírus sincicial respiratório. Descobriram que tanto as células humanas quanto a dos camundongos aumentaram a replicação viral.

— O pólen é conhecido principalmente como um alérgeno, mas o que investigamos é como ele também afeta indivíduos não alérgicos. Sabemos, por exemplo, que se borrifarmos extrato de pólen de bétula no nariz de pessoas não alérgicas, muitos genes envolvidos na defesa contra os vírus são desregulados, o que implica na diminuição da resposta imune antiviral — explica Gilles.

Os pesquisadores ainda não sabem qual componente do pólen é a causa, mas sabem “que não é o mesmo que causa a alergia”, como diz Gilles. Esse elemento desconhecido “causa uma menor produção de interferons antivirais durante uma infecção viral”. Eles também não sabem se o que observaram em dois vírus respiratórios seria válido para o coronavírus, outro vírus respiratório.

O imunologista do Hospital Universitário de Canarias, Yvelise Barrios, destaca o papel desses interferons:

— Eles dão o primeiro sinal de alarme, recrutando também outros elementos do sistema imunológico inato.

Barrios, membro da Sociedade Espanhola de Imunologia, acrescenta que uma menor produção dessas proteínas “impede que o sistema imunológico perceba e gere uma resposta em tempo”. Mas, esclarece ele, os estudos sobre a conexão entre o pólen e essa desregulação são tão recentes que pouco se sabe a respeito.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. vou consultar meu comitê científico para acrescentar no decreto, teremos que destruir as plantas que produzem flores.

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Diversos

Quando poderemos viajar de férias novamente? Especialistas respondem

Foto: Ilustrativa

A aplicação de vacinas contra o coronavírus está em andamento em todo o mundo, mas quando se trata da recuperação das viagens de turismo, ainda há muito o que fazer para estarmos longe do perigo.

Embora os especialistas estejam otimistas de que as coisas começarão a voltar ao normal lentamente ainda este ano, a rapidez com que isso acontecerá dependerá de onde você está, para onde deseja ir e se o vírus e suas cepas mutantes podem ser controlados.

Com tantas incertezas, o mais aconselhável, na maior parte do mundo, ainda é ficar em casa. Não há perigo, entretanto, em olhar para o futuro. Pedimos a especialistas que avaliassem a questão de quando o mundo poderá sair de férias novamente e quando as viagens voltarão ao normal, se isso de fato acontecer.

Quando poderei voar para outros países?

“Há alguns destinos em que os viajantes já podem reservar um voo de longa distância, agora, se quiserem”, diz Bryce Conway, fundador da 10xTravel. “Por exemplo, há voos disponíveis para passageiros dos EUA para destinos como a Albânia e muitas partes do Caribe. Mas não espere que o volume de rotas de longa distância aumente para os níveis anteriores à Covid-19 antes de 2022.”

Alexis Barnekow, fundador e CEO do aplicativo de reservas Chatflights, concorda. “Quase tudo ainda pode ser reservado, com algumas exceções”, diz ele. “Nova Zelândia/Austrália é mais difícil de reservar porque companhias aéreas, como a Qantas, reduziram muito as passagens. “Duas outras companhias aéreas que diminuíram as reservas são a Thai Airways e a Singapore Airlines, (embora isso seja) muito mais por motivos financeiros.”

“Basicamente, todas as outras companhias aéreas estão se esforçando para manter o fornecimento do serviço nos mesmos níveis de antes, a fim de manter seu fluxo de caixa. Você pode reservar, mas o risco de voos cancelados e reprogramação é grande. Dessa forma, as companhias aéreas podem continuar vendendo passagens, e quando as datas de viagem se aproximarem, usar o reagendamento para tentar encher alguns aviões e manter outros no solo.”

As regras de entrada variam de destino para destino, e também conforme o país de saída. Dubai, por exemplo, é um dos destinos mais abertos do mundo, enquanto a Nova Zelândia está entre os mais fechados.

Os viajantes devem verificar os regulamentos no momento da reserva e, novamente, antes de viajar, e não fazer viagens desnecessárias quando isso for contra a orientação oficial. Quando se trata de viagens de lazer de longa distância, elas devem se ser permitidas e até mesmo aconselháveis a partir do final de 2021, sendo otimista.

A operadora australiana Qantas, uma das grandes companhias de aviação, anunciou na semana passada que planeja retomar os voos internacionais – em escala reduzida – até o final de outubro. O governo do Reino Unido – que tem a maior taxa de mortalidade de Covid na Europa – disse que manterá suas restrições a viagens internacionais até maio, no mínimo.

“O bloqueio será, provavelmente, tão rígido como tem sido, especialmente na Europa, Estados Unidos e assim por diante”, disse Chris Goater, chefe de Comunicações Corporativas da International Air Transport Association (IATA), o órgão global de aviação comercial. “Temos esperança de que haja luz no fim do túnel”, embora “esperemos que o longo curso seja a última coisa a se recuperar”.

Conectar mercados distantes traz o risco de exposição a novas variantes em potencial, com as quais os governos estão compreensivelmente cautelosos, diz Goater. “Muitas viagens de negócios são longas e podem levar algum tempo para se recuperar, já que as empresas estão cuidando do seu caixa”, acrescenta.

E quanto a viagens internacionais de curta distância e as janelas para viagens?

Goater, da IATA, está mais otimista quanto à retomada dos voos de curta distância. Os governos enfrentarão “maior pressão para relaxar as restrições de quarentena para viagens a um país vizinho do que para destinos de longa distância, diz ele. Na Europa, “ocê pode imaginar que poderíamos terminar com algum tipo de acordo em toda a UE, onde os países permitirão a abertura das fronteiras somente no verão, e se as infecções estiverem baixas.”

Bryce Conway, fundador da 10xTravel, tem sede em Ohio e diz: “Os voos de curta distância vão se recuperar rapidamente, com a maior parte voltando no outono de 2021. Embora haja destinos que aceitarão viajantes dos EUA – alguns com teste de Covid negativo – não prevejo muitas janelas para viagem sendo abertas para os viajantes dos EUA até que a pandemia esteja sob controle.”

Posso viajar internamente?

“Algumas partes do mundo, como China, Índia e Rússia, se recuperaram fortemente no ano passado, em alguns casos voltando aos níveis pré-pandêmicos”, disse Goater da IATA. Com base nessas evidências, ele está otimista de que, conforme as restrições diminuam, as viagens domésticas se recuperarão rapidamente. “Quando o bloqueio não é tão forte, a demanda por viagens domésticas aumenta.” Segundo Conway, dos EUA, “as viagens domésticas já estão se recuperando e veremos essa tendência continuar à medida que as vacinas se tornarem amplamente disponíveis ao público.

James Turner, CEO do serviço global de viagens 360 Private Travel, diz que, para os escritórios de sua empresa em Cingapura e em Hong Kong, as “viagens domésticas” serão “uma grande parte de seus negócios daqui para a frente”. No entanto, no Reino Unido, embora as viagens locais de curta duração, chamadas de staycations, fossem populares no verão passado, “este ano, acredito que a maioria de nossos clientes realmente quer ir para outros lugares”.

Posso fazer uma viagem rodoviária?

“As viagens rodoviárias se tornaram incrivelmente populares no ano passado porque parecem ser a forma mais segura de viajar durante uma pandemia”, diz Conway. “Há um risco extremamente baixo de exposição à Covid-19 se você fizer uma viagem e ficar em um AirBnB com pessoas que moram na mesma casa ou em um hotel que esteja seguindo os protocolos de segurança adequados.”

Que tal um cruzeiro?

“Os cruzeiros são, de longe, o segmento de viagens mais impactado, e vai demorar muito até que voltem ao normal, se é que voltarão”, diz Conway. “A indústria de cruzeiros deixou cair a bola ao tentar voltar muito rápido e perdeu muito a confiança do público ao fazer isso. As pessoas provavelmente também estarão mais preocupadas com a saúde em um mundo pós-Covid-19, e espero que isso esteja acontecendo para trazer mudanças permanentes ​​à indústria de cruzeiros.”

Turner, da 360 Private Travel, tem uma visão mais otimista. “Acho que certos tipos de cruzeiros serão os primeiros (a se recuperar), ao contrário do que algumas pessoas possam pensar.” Experiências tipo boutique em navios de pequeno porte, com condições rígidas de entrada e roteiros cuidadosamente planejados, vai agradar os clientes “porque o ambiente é mais controlado”.

É mais seguro ficar em um hotel ou no Airbnb?

Turner diz que o escritório de sua empresa em Hong Kong viu clientes escolherem viagens curtas com “empresas mais famosas”. Os viajantes se sentem mais felizes em acomodações onde podem ter certeza das políticas rigorosas do hotel em relação a verificações de temperatura, declarações de saúde, uso de máscara, registro de visitas por meio de código QR e assim por diante. “A confiança é muito importante.”

No entanto, como Conway aponta, Airbnbs ou outras opções são aceitáveis, “desde que você não compartilhe acomodações com pessoas que não estejam viajando com você ou que não morem com você”.

Faz diferença se eu for vacinado?

“Ainda não, mas vai”, prevê Conway. “Este será um dos maiores problemas a serem enfrentados pela indústria de viagens nos próximos 12 a 24 meses.”

“Passaportes de vacina”, que podem impor restrições de viagem a qualquer pessoa que não esteja vacinada, é um dos tópicos mais debatidos na indústria de viagens atualmente. Alguns destinos, como Seychelles, Chipre e Polônia, já suspenderam os requisitos de quarentena para visitantes que provarem que estão vacinados.

No entanto, persistem temores sobre a efetiva imunização que as vacinas oferecem, e há polêmicas sobre como a documentação da inoculação pode restringir e segregar, e o que isso significa para aqueles que ainda aguardam suas doses, ou mesmo, que não serão capazes de recebê-las. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, não apoia o conceito de “passaporte de vacina”.

“Nós estamos imaginando que exista um tipo de comprovante vacinal que sirva para quem quer circular novamente, embarcar em um voo, ir a um show e comer em um restaurante”, disse Roderick Jones, presidente executivo da empresa de consultoria de risco com sede em São Francisco Concentric Advisors. “Embora a vacina possa nunca se tornar ‘obrigatória’, pode se tornar muito desvantajoso não tomar.”

O setor de viagens algum dia voltará ao normal?

“Com certeza, sim”, diz Conway. “Espero ver um grande aumento nas viagens no final de 2021, conforme as vacinas se tornem disponíveis em grande escala. Haverá alguns retrocessos conforme a indústria de viagens se recupere e descubra como lidar com a estratégia de longo prazo de combate à Covid-19, mas no geral, espero que as coisas voltem a um estado relativamente normal em meados de 2022.”

“Acreditamos que as viagens de negócios serão menores do que antes, especialmente entre os trabalhadores de grandes corporações”, diz Barnekow. “As grandes corporações têm muitos motivos, além da Covid, para fazer com que as pessoas viajem menos: motivos ambientais, financeiros e morais. Mesmo que nada supere as reuniões olho no olho, a pandemia mostrou que muitos problemas podem ser resolvidos usando outros meios de comunicação. Mas eu ainda acho que vai voltar quase como antes. Se eu tivesse que adivinhar, diria que as viagens de negócios terão uma redução de 10% a longo prazo.”

Quanto às viagens de lazer, Barnekow acha que haverá “um salto no curto prazo, e, depois, veremos os mesmos níveis de antes. Nunca tivemos tanto tráfego para o aplicativo como agora; parece que as pessoas realmente desejam reservar viagens”

Turner concorda, apontando para o grande volume de interesse dos clientes. “Temos evidências de que há uma enorme demanda reprimida. As pessoas querem voar.” Seus clientes estão pensando a longo prazo e sonhando grande.

CNN – Viagem e Gastronomia

Opinião dos leitores

  1. O Brasil e os brasileiros serão os leprosos do mundo. Os países desenvolvidos criarão dificuldades p os brasileiros entrarem.

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Economia

A semana que pode salvar a Itália e dizer quando a crise vai acabar

No meio da morte, desponta uma flor: da Itália pode vir resposta para pergunta que o mundo inteiro faz Flavio Lo Scalzo/Reuters

Será que o pico está começando a passar?

Esta é a pergunta que, mesmo com todas as cautelas, paira nas mentes e corações de muitos.

Três números a sustentam, ainda fragilmente: 793, 651, 601.

Equivalem aos mortos no sábado do pico, no domingo e ontem.

Pela marcha do avanço massacrante do vírus, na segunda seria atingida a terrível marca dos mais de mil mortos, explodindo para dobrar o número de vítimas em toda a China (eram 6.078 ontem).

“É cedo demais para dizer”, insistem todos os especialistas.

“Ainda não atingimos a fase mais aguda da contaminação e os números continuam a subir”, avisou o primeiro-ministro Giuseppe Conte.

Mas cientistas como Michael Levitt, um biofísico de Stanford e Nobel de Química em 2013, estão dispostos a se arriscar.

Obviamente, com base em números.

Levitt estudou os números da China e, com base neles, dispõe-se a falar o que o mundo inteiro quer ouvir: “Nós vamos ficar bem”.

Acha que a epidemia não vai se estender durante meses e até anos, como projetam outros especialistas.

O cientista identificou a tendência na China no dia 31 de janeiro, quando as mortes passaram de 42 para 46.

Apesar do aumento, o ritmo das mortes estava diminuindo.

“Vão diminuir mais ainda ao longo da semana”, escreveu. Três semanas depois, garantiu que o pico tinha passado. Fez até uma previsão incrível: a China acabaria tendo cerca de 80 mil casos da nova doença e cerca de 3.250 mortes.

Com Wuhan finalmente saindo da quarentena, as barreiras nas ruas sendo retiradas e moradores saindo de casa para seguir as ordens de “restaurar plenamente” a produção, mesmo em meio a desconfiança nas informações do governo, a China tinha 3.277 mortes pela contagem mais recente e 81.171 contagiados registrados.

Levitt tem nacionalidade americana, britânica e israelense e muitos contatos na China por causa do trabalho da mulher, estudiosa de arte chinesa.

Entrou de cabeça no assunto quando o índice de aumento na província de Hubei estava em 30% por dia – uma fase que está sendo vivida e ultrapassada pela Europa agora.

“Não sou especialista em influenza, mas sei analisar números. Isso é crescimento exponencial”, disse o cientista ao Jerusalem Post.

Se continuasse assim, o mundo inteiro estaria contaminado em 90 dias.

Atingiu o ápice diário de 4.700 novos casos em 6 fevereiro, mas a partir do dia seguinte, começou a refluir.

“O número de novas infecções começou a cair linearmente e não parou mais. Uma semana depois, aconteceu o mesmo com o número de mortes. Esta mudança dramática na curva marcou o ponto médio e permitiu uma previsão melhor sobre quando a pandemia iria acabar”.

Os modelos exponenciais calculam que cada pessoa pode contagiar mais 2,2 e assim continuará a fazê-lo, encontrando novas pessoas.

“Mas no nosso círculo social, encontramos basicamente as mesmas pessoas”, diz Levitt.

As “novas” são em ambientes públicos. Daí a importância do distanciamento e até do isolamento.

Levitt tem outras análises fora do senso comum. Basicamente, acha que a maioria das pessoas é naturalmente imune ao vírus.

Como fazer uma afirmação dessas, ousada, perigosa ou até potencialmente criminosa?

Nas condições “extremamente confortáveis” para a propagação do novo corona no navio de turismo Diamond Princess, onde todos os passageiros e tripulantes ficaram trancados numa tétrica quarentena, “apenas 20% foram infectados”.

Em Wuhan, o índice total de infectados foi de 3%.

Com suas análises audaciosas, Levitt responde, mesmo indiretamente, a pergunta mais desesperadamente presente: quando isso vai acabar.

É, evidentemente, a mais crucial das perguntas, tanto em termos de decisões para a saúde pública quanto para a economia – e a política, claro.

Donald Trump, por exemplo, já deu sua opinião: quer retomar logo a produção ou até mantê-la em áreas pouco afetadas dos Estados Unidos, onde já há mais de 40 mil casos com testes positivos.

“A América irá, e em breve, abrir as portas para os negócios.”, disse ele ontem.

“Muito breve. Bem mais cedo do que os três ou quatro meses que estão sugerindo. Não podemos deixar a cura ser pior que o problema”.

Como decidir isso é a pergunta de quatro trilhões, ou mais, de dólares.

Minimizar o número de vítimas da epidemia e conciliar isso com a ressuscitação da economia são tarefas vitais que precisam ser respondidas ao mesmo tempo, em plena crise.

Da pequena fresta de esperança que se abriu na Itália, onde gerações de cidadezinhas inteiras de idosos estão morrendo e sendo enterrados na solidão do coronavírus, talvez despontem também as primeiras respostas.

Veja

 

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Comportamento

Pesquisa aponta que pessoas traem mais quando os filhos saem de casa; especialistas culpam “síndrome do ninho vazio” e “segunda adolescência”

Foto: shutterstock

É comum os pais passarem pela síndrome do ninho vazio, aquela sensação psicológica de solidão, quando os filhos saem de casa pela primeira vez. Em muitos casos, quando isso acontece, o casamento pode ficar abalado e a saída ser uma traição para uma das partes.

Quem comprova isso é uma pesquisa feita pelo Ashley Madison, site de encontros extraconjugal em todo o mundo. Os usuários foram questionados se a saída dos filhos de casa impactou na escolha deles pela traição.

Mais de um terço dos entrevistados afirma que sim. Segundo eles, foi apenas após os filhos saírem de casa que eles pensaram em trair o parceiro. Dessa forma, a pesquisa afirma que a” pode levar à infidelidade.

“Quando analisamos os nossos usuários, notamos alguns períodos diferentes na vida em que as pessoas se tornam mais suscetíveis a trair ”, afirma Isabella Mise, diretora de comunicações da Ashley Madison. Segundo ele, esses períodos são: logo após se casar ou dar à luz e anos após o filho sair de casa.

“Essas fases da vida têm um impacto sobre o casamento”, completa. Nesse sentido, buscar um relacionamento extraconjugal seria um sintoma da instabilidade do relacionamento que, para muitos, começa a se tornar aparente quando a saída de casa de um filho ocorre.

Por que a traição só aconteceu quando os filhos saíram de casa?

Os usuários da rede social ainda foram questionados sobre o motivo de esperar os filhos saírem de casa para então trair. A maioria (28%) afirma que só percebeu que não tinha muito em comum com seu cônjuge quando os filhos se foram.

Logo em seguida, 24% disseram que seus filhos os mantinham ocupados o suficiente para não se importarem com o fato de não estarem tendo relações íntimas. Por fim, 10% falaram que não queriam se arriscar para não serem flagrados por seus filhos.

“Pais mais velhos podem fazer mais escolhas na vida com menos pressão para criar seus filhos e se preocupar com responsabilidades de pais. Nessa idade, muitas pessoas passam pelo que eu chamo de ‘segunda adolescência’”, aponta a terapeuta Tammy Nelson.

A profissional completa dizendo que os pais podem sentir mais energia e, nesse sentido, passar a buscar novas aventuras. Para alguns, isso significa viver uma traição.

IG

 

Opinião dos leitores

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Política

Quando, afinal, há segundo turno em uma eleição?

A realização de eleições diretas e frequentes é, sem dúvida, uma das mais importantes conquistas democráticas da atualidade.

Em decorrência dessa conquista, os eleitores são chamados periodicamente para exercerem, pelo voto, a escolha de seus representantes, alternando-se eleições gerais e eleições municipais.

Nas eleições gerais, são escolhidos presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores dos estados e do Distrito Federal, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Já nas eleições municipais, são eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

A alternância entre eleições gerais e municipais faz com que, na prática, tenhamos eleições a cada dois anos.

É comum que, a cada eleição, o eleitor seja chamado a votar não apenas em um único escrutínio, comparecendo às urnas para um segundo escrutínio, conhecido como segundo turno.

Desde a redemocratização, houve segundo turno, por exemplo, nas eleições para presidente e vice-presidente da República de 1989, 2002, 2006 e 2010. Já nas eleições de 1994 e 1998, o presidente e o vice-presidente da República foram eleitos no primeiro turno.

Nas últimas eleições municipais, realizadas em 2012, houve segundo turno em 50 dos 5.568 municípios nos quais houve pleito eleitoral.2

Diante desse cenário, as hipóteses de realização de segundo turno em uma eleição nem sempre são muito claras para o eleitor. Daí a questão: quando, afinal, há segundo turno em uma eleição?

No Brasil, a resposta para essa indagação pode ser facilmente encontrada nos arts. 28, 29, inciso II, e 77, todos da Constituição de 1988.

De acordo com esses dispositivos, o segundo turno poderá ocorrer apenas nas eleições para presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores dos estados e do Distrito Federal e para prefeitos e vice-prefeitos de municípios com mais de 200 mil eleitores. Logo, são eleitos em uma única votação os senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores, assim como prefeitos e vice-prefeitos de municípios com menos de 200 mil eleitores.

Nos casos expressamente enumerados na Constituição, o que define a possibilidade de realização de segundo turno é a adoção do critério da maioria absoluta de votos, característico do chamado sistema eleitoral majoritário de dois turnos.

Pelo critério da maioria absoluta, para ser eleito, não basta ao candidato simplesmente obter mais votos do que seus concorrentes. Ele precisa ir além, devendo obter mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos) para ser eleito, em primeiro ou em segundo turno. Por esse sistema, uma vez obtida maioria absoluta dos votos válidos já em primeiro turno, o candidato é considerado eleito desde logo, não se realizando segundo turno.

Não tendo sido atingida a votação suficiente por nenhum dos candidatos, haverá a necessidade de segundo turno, oportunidade na qual concorrerão apenas os dois candidatos mais votados no primeiro turno da eleição, considerando-se eleito aquele que conseguir a maioria dos votos válidos em segundo escrutínio.

A Constituição de 1988 prevê ainda uma regra para os casos de morte, desistência ou impedimento legal de candidato antes de realizado o segundo turno. Nesses casos, é convocado, entre os remanescentes, aquele de maior votação no primeiro turno, garantindo, assim, que o critério da maioria absoluta seja sempre observado para aqueles cargos em relação aos quais foi adotado o sistema eleitoral majoritário de dois turnos.

Observando-se esses parâmetros, é fácil saber quando é o caso de segundo turno. Basta o eleitor atentar para o cargo em disputa e para o desempenho obtido pelos candidatos nas urnas, valendo lembrar que tais informações são disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral na Internet por ocasião das eleições.

TSE

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