Foto: Paulo Giandalia/Estadão Conteúdo
No mesmo documento em que indiciou o ex-presidente Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o delegado da Polícia Federal Dante Pegoraro Lemos afirmou que há indícios de que o Instituto Lula tenha superfaturado contratos de prestações de serviços feitos com empresas dos filhos do petista. A PF acredita que os mesmos serviços eram prestados por terceirizados por preços muito menores.
Segundo a Polícia Federal, a G4 Entretenimento, que tem entre seus sócios Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, prestou serviços ao Instituto Lula em quatro projetos distintos: criação de um novo site, Memorial da Democracia, arquivo público do ex-presidente Lula e um portal de políticas públicas.
Contudo, um relatório de atividades prestadas por uma empresa chamada GKR em um processo na Receita Federal que retirou os benefícios tributários do Instituto menciona que a GKR gerenciou os mesmos trabalhos para o Instituto Lula.
O dono da empresa também aparece como responsável pelas comunicações entre a G4 e o Instituto Lula.
Após a quebra de sigilo bancário das empresas, a Polícia Federal constatou que a G4 Entretenimento, dos filhos de Lula, repassou R$ 74 mil para a GKR. Por outro lado, a G4 recebeu cerca de R$ 1,3 milhão do Instituto Lula entre 2013 e 2014.
“Esse quadro, aliado a outras constatações (do relatório policial), apontariam, portanto, que a G4 poderia ter funcionado como uma intermediária financeira na prestação de serviços contratadas pelo Instituto Lula, com indícios de superfaturamento, os quais teriam sido efetivados pela GKR de Rafael Leite e outros subcontratados”, afirma.
O delegado, no entanto, afirma que essa afirmação não é possível sem a realização de uma perícia pormenorizada de todos os aspectos dos trabalhos realizados, seu volume e o tempo requeridos. A perícia só será realizada caso o Ministério Público Federal acredite que ela seja necessária.
Procurado, o advogado Fábio Tofic Simantob, que defende Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, criticou a afirmação feita pela Polícia Federal.
— O Instituto Lula e a G4 são entidades privadas. A PF, com todo respeito, não tem poder para palpitar nos preços contratados por eles, e muito menos para dizer se estão abaixo ou acima do mercado — disse o advogado.
Serviço de digitalização também é investigado
Além disso, a Polícia Federal também identificou que outra empresa ligada aos filhos do ex-presidente Lula, a FlexBR, teria recebido cerca de R$ 106 mil diretamente do Instituto Lula. Contudo, após busca e apreensão no Instituto, foi obtido um documento sobre o serviço de “digitalização de imagens” com planilha de valores pagos à FlexBR no valor de R$ 435 mil.
A FlexBR pertence a Marcos Claudio Lula da Silva. Com base na análise de mídias apreendidas em seu endereço, a Polícia Federal identificou uma conversa entre ele, Sandro e Fábio Luis, o Lulinha, em um grupo de WhatsApp batizado de “Lulets”.
“A conversa analisada, ocorrida em ambiente de relativa descontração, refere-se a uma questão prosaica: de quem seria a responsabilidade pelo pagamento de um boleto de imposto da empresa FlexBR. A indagação é feita por Fábio Luis Lula da Silva, que não integra o quadro social da empresa e é o filho mais velho do ex-presidente Lula. O caso é tratado de forma pouco profissional”, afirma o relatório da Polícia Federal.
Na conversa, Fábio Luis envia uma mensagem sobre um imposto que estaria atrasado. Marcos Lula responde que quem paga impostos é o Sandro (também filho do ex-presidente). Horas depois, Lulinha questiona novamente se o imposto foi pago e Sandro responde negativamente.
— Flexbr… quem é o majoritário? — pergunta Lulinha no grupo.
— Ninguém — responde Sandro Luis.
— Vou pegar para mim essa p* — diz Lulinha.
— Mais uma??? Já tem tantas — afirma Sandro Luis, que completa: — A conta? Pega para você.
— Deixa comigo — diz Lulinha.
Em outra troca de e-mails, Sandro Luis Lula da Silva é questionado por um funcionário se seria necessário que a empresa JML Assessoria Contábil emitisse uma nota fiscal da FlexBR para a G4 como vinha sendo feito nos meses anteriores. Sandro Luis responde afirmativamente.
“Entretanto, dois dias depois, o próprio Leonardo Santos responde o e-mail afirmando que, conforme orientação do “Sr. Fábio” – possivelmente referindo-se a Fábio Luis Lula da Silva – as notas fiscais não devem ser mais confeccionadas”, aponta o relatório.
A Polícia Federal destacou ainda que chamaram a atenção repasses à FlexBR feitos pela Fundação Sociedade Comunicação Cultura e Trabalho, concessionária da TVT (TV dos Trabalhadores). Entre 2014 e 2015, o Instituto Lula repassou R$ 1,2 milhão para a fundação que, por sua vez, repassou R$ 405 mil para a FlexBR.
Uma pesquisa feita pela Polícia Federal teria indicado que a FlexBR não possui vínculos empregatícios. Segundo o delegado Dante Pegoraro Lemos, há a suspeita que a Fundação e a FlexBR tenham sido contratadas para fazer o mesmo serviço.
“Em relação aos trabalhos de digitalização do acervo, como dito, a defesa do instituto informou, a título de ilustração, que os serviços da FLEXBR abrangeriam a seleção e análise de extenso acervo histórico, em meio físico e analógico, sendo necessário por vezes a prévia higienização e longo tempo de análise de conteúdo de gravações”, afirmou o delegado Dante Pegoraro Lemos.
Contudo, o delegado novamente destacou que apesar de alguma suspeita de que os serviços possam ter sido superfaturados, não seria possível afirmar isso sem a realização de perícia pormenorizada sobre todos os aspectos dos trabalhos realizados, seu volume, complexidade e tempo requeridos.
O GLOBO procurou a Fundação Sociedade Comunicação Cultura e Trabalho e os advogados do ex-presidente Lula e do Instituto Lula e aguarda um posicionamento.
Sobre o indiciamento, os advogados do ex-presidente Lula afirmaram que o documento da PF é parte do “lawfare” (perseguição político por meio da Justiça) promovido pela Lava Jato de Curitiba contra o ex-presidente Lula e que não faz nenhum sentido.
“As doações ao Instituto Lula foram formais, de origem identificada e sem qualquer contrapartida. À época das doações Lula sequer era agente público e o beneficiário foi o Instituto Lula, instituição que tem por objetivo a preservação de objetos que integram o patrimônio cultural brasileiro e que não se confunde com a pessoa física do ex-presidente”, afirmou Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente.
QUEM SÃO OS FILHOS DE LULA
Luis Claudio
Educador físico, é dono da LFT Marketing Esportivo, que foi alvo da Operação Zelotes. Possui a Touchdown, que organiza campeonatos de futebol americano. Foi auxiliar de preparação física no São Paulo, no Palmeiras e no Corinthians. Outra empresa dele a LLCS, dividia um escritório em São Paulo com uma empresa do pecuarista José Carlos Bumlai.
Fábio Luiz
Mais velho dos filhos de Lula, Fábio é biólogo e um dos sócios da Gamecorp, empresa de games que, em 2004, recebeu R$ 5 milhões da operadora da Telemar, atual Oi. Conhecido como Lulinha, também é sócio da LLCS
Sandro Luis
Sandro é publicitário e sócio de uma empresa de consultoria em tecnologia que funciona no mesmo prédio da LFT, do irmão Luís Claudio.
Lurian
Filha de Lula com Miriam Cordeiro, Luiran (foto) é jornalista. Foi secretária de Ação Social da prefeitura de São José, em Santa Catarina e assessora parlamentar do então deputado federal Gabriel Chalita. Vive em Maricá, no Rio.
Marcos Claudio
Marcos Cláudio é filho do primeiro casamento e foi adotado por Lula. Psicólogo, é sócio de Sandro Luís.
O Globo
O colégio tá errado sim, deixou de planejar e organizar a saída das crianças. Devia aprender com o Marie jost, lá tem aplicativo pros pais indicarem a chegada e sistema de som chamando nominalmente cada criança que sai no portao e então é pega pelos pais sem essa muvuca.
Esse pai que reclamou e filmou deve ser um desses lacradores, chatos , que reclamam de tudo e sempre colocam a culpa no outro . Essa balbúrdia é fruto da falta de educação e capacidade de saber esperar a sua vez . A escola não tem culpa alguma . Voltou as aulas presenciais por pressão de muitos pais . Existem quatro saídas no Marista , mesmo assim é impossível os alunos saírem sem aglomerar , visto que os pais apressados e sem educação não sabem esperar a sua vez nem muito menos tem educação para isso . Esse é o exemplo que eles dão aos filhos e ficam culpando o Marista . Tenho dois filhos lá e não tive problema algum na saída da aula hoje .
O colégio tem muita culpa sim. Não era pra ter liberada entrada dos pais na escola..
Desorganização total.
Que lindo….
Eu estava no local buscando minha filha. O problema foi causado inteiramente por alguns pais que estavam no momento e descumpriram a regra da fila. Em vez de aguardarem a sua vez, avançaram para a portaria da escola e lá permaneceram impedindo a saída dos alunos cujos pais aguardavam sua vez. Uma confusão sem a menor necessidade. Se tivessem obedecido à regra da fila, todos teriam sido atendidos rapidamente. Na outra saída da escola todos pegaram seus filhos normalmente, sem transtornos.
pois é, isso em uma escola particular, agora imagina aí nas públicas?
aí a pessoa chega em casa cheia de vírus nas roupas e sapatos, passa para os idosos e mata metade da família.
eu não entendo essa pressa de voltar as aulas, realmente o povo quer ser livrar dos filhos uma parte do dia
Minha filha estuda lá e não tive problema algum. Estrutura bem organizada e sinalizada. Apenas os Pais não podem entrar…. aí já viu né !!!!
Quem tá errado não é o Marista! São os pais que ainda não entenderam o que é distanciando! Talvez esses devessem abrir o dicionário ou assistir um pouco mais até de TV p entender, ou pelo menos tentar entender o que significa a palavra!
Quem não quiser que o filho vá p o colégio, suuuuper respeito ! Mas respeitem os que querem mandar! Meu filho passou quase 1 ano de férias, e agora eu não abro mão dele ir todos os dias p a aula!
Inclusive conto com a compreensão desses pais que fizeram esse carnaval, para que respeitem o distanciamento! As criancas sairão do colégio e serão entregues aos seus responsáveis com toda certeza!
O meu estuda lá, e vai estudar até o dia que eu puder! Mas não vou dizer que outros colégios não prestam prq gosto do Marista! Talvez sejam até iguais ao Marista, mas todos são bons! Cada um da sua maneira!
Que feira é essa , homi!!!! kkkkkk
Os pais bacanas dando uma de barraqueiros!
Depois querem que a escola eduque….
O bacana mesmo que essa turma de dublê de rico deve o ano todo, só paga quando não tem mais jeito e ainda paga com desconto! Natal a cidade oficial dos dublês de rico!
VÃO FAZER MENINO!!! AGORA AGUENTEM KKKKKK
Imagine as públicas…
Minha filha estuda lá. E eu fui deixá-la. O Marista organizou as distâncias, disponibilizou álcool gel, mediu as temperaturas. Agora quem desses pais está respeitando o distanciamento? Os pais não respeitam as regras e acusam o colégio de desorganização? Todos tem que fazer sua parte.
exatamente nao tive problemas algum!
Eita, pior que o carnaval. Parabéns aos irresponsáveis que desejam o retorno das aulas presenciais a todo custo. Após esse episódio, a covid-19 deve ter ficado muito esperançosa de viver mais tempo.