Jornalismo

Defesa diz que não pedirá a absolvição de Lindemberg pelo assassinato de Eloá

A advogada de Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, disse durante a fase de debates do julgamento dele, no Fórum de Santo André, no ABC, nesta quinta-feira (16), que seu cliente ainda é apaixonado pela vítima. Segundo Ana Lúcia Assad, Lindemberg não premeditou matar Eloá e pediu que ele seja condenado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. A defensora falou por cerca de uma hora e meia. A juíza Milena Dias determinou em seguida, às 13h30, um intervalo para almoço de uma hora.

“Ele não é marginal ou um criminoso. Os senhores [jurados] são pessoas de bem, assim como Lindemberg. Peço que o enxerguem como um irmão, pai dos senhores, um amigo. Ele não é bandido. Ele confessou que atirou em Eloá. Lindemberg é apaixonado por Eloá. Foi o grande e único amor da vida dele. Tanto é que ele não recebe visita íntima porque ele não quer ter outra mulher”, disse. “Lindemberg sofre pela morte de Eloá.”

“Não vou pedir a absolvição dele. Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez”, disse a advogada. “Peço que os senhores [jurados] condenem o Lindemberg pelo homicídio culposo, pois ele não desejou o resultado. Ele sofre pela morte dela.”

Durante a fala de Ana Lúcia, os familiares de Eloá esboçaram reações de incredulidade. O público chegou a se manifestar em alguns momentos.

A advogada disse que seu cliente era querido pela família da vítima e tentou responsabilizar a imprensa e a Polícia Militar pelo ocorrido.

“Lindemberg era muito querido pela família de Eloá. Esse caso só é esse caso por causa da cobertura da mídia, não devia estar acontecendo nada mais importante naquele dia.” Segundo ela, os PMs que invadiram o apartamento são os responsáveis morais pela morte de Eloá e a mídia, co-responsável. “A imprensa fez do sequestro um ‘reality show’.”  “Ele não pode pagar a conta sozinho. A própria família de Eloá está responsabilizando os policiais que erraram.”

Para ela, Lindemberg está sendo tratado como “bode expiatório”.  “Ele é a bola da vez porque ele é pobre, porque não tem influências importantes como o jornalista Pimenta Neves que ficou solto no processo. Foi decidido que esse pobre aqui vai pagar por todos”, disse a advogada .“Esse caso é uma aberração jurídica. Ele responde preso porque foi pintado na imprensa como um monstro, um anticristo. Que ministro vai querer assinar o alvará [de soltura] dele?”, questionou.

A defensora ressaltou o temperamento de Eloá em sua fala, definindo-a como geniosa e explosiva. “Eloá contribuiu para deixar a situação pior que estava”. Ao dizer isso, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, se irritou no plenário.

“Lindemberg tomou decisões erradas, mas penso que ele deve pagar pelo que fez. Eu, como defensora dele, não pretendo passar a mão na cabeça dele. Ele errou, mas não errou sozinho.” Ana Lúcia pediu que os jurados considerassem o tiro que acertou Nayara como lesão corporal culposa. Segundo ela, Lindemberg se assustou com o barulho da porta. Em seu depoimento, na quarta-feira (15), o réu disse não se lembrar se havia atirado contra a adolescente.

Cárcere privado

A advogada Ana Lúcia Assad afirmou que Lindemberg deve responder, sim, pelo crime de cárcere privado de Eloá. “Mas a Nayara voltou porque quis [ao apartamento]”, rebateu.

Vítima sorria

A advogada distribuiu uma foto aos jurados. Segundo ela, é possível ver que Eloá sorri na imagem divulgada na internet. “Eloá sai à janela da cozinha e sorri. Eu estou presumindo que se ela sorriu, o ambiente lá dentro [do apartamento] não era horroroso. Por que ela sorriu na janela então?! Você sai na janela e vai sorrir sendo torturada?!”. A promotora Daniela Hashimoto interveio e disse que não era possível ver se a estudante sorria na foto.

Fonte: G1

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Jornalismo

Lindemberg pede perdão e nega intenção de matar Eloá

Lindemberg Alves Fernandes, réu pela morte de Eloá Pimentel (Reinaldo Marques/Terra)

 

Lindemberg Alves Fernandes, réu pela morte de Eloá Pimentel, em 2008, afirmou nesta quarta-feira que os dois haviam retomado o namoro em segredo dias antes do início do cárcere privado, em Santo André, no ABC Paulista. À juíza, ele afirmou que não foi ao apartamento com a intenção de matar a adolescente, mas que se surpreendeu ao encontrá-la com colegas no local. Ele disse ainda que andava armado porque sofria ameaças de morte.

“Fiquei surpreso com a presença do Iago (de Oliveira), do Victor (de Campos) e da Nayara (Rodrigues) no apartamento. A Eloá ficou assustada ao me ver”, disse. A jovem, segundo ele, não conseguiu explicar o que os três estavam fazendo lá, começou a chorar e gritar. Ele questionou sobre a relação de Victor com ela. “Ele disse ‘eu dei uns beijos nela’ e a Eloá fez um barraco”, disse. Lindemberg, então, mostrou a arma que carregava e pediu para conversar com a namorada sozinho, mas os três se recusaram a deixar o apartamento.
Lindemberg afirmou que os dois namoravam desde 2006 e haviam terminado em setembro, três semanas antes do cárcere. O réu afirmou que tentou voltar com Eloá diversas vezes, mas a adolescente recusava. “Ela me deu uma canseira (nas tentativas de reatar) e eu pensei ‘preciso retomar minha vida’.” Ele disse, então, que ficou com uma menina, mas que Eloá descobriu, chorou muito e pediu para voltar.

Quando retomaram o relacionamento, o casal fez, segundo Lindemberg, um “pacto” para não contar a ninguém porque a família de Eloá não poderia saber, uma vez que a jovem teria mentido que Lindemberg havia batido nela. “Acho que a Eloá não tinha coragem de expor ao pai que ela tinha mentido sobre a agressão”, disse.

O réu disse que recebeu ligações com ameaças de morte de números não identificados. Segundo ele, as ameaças eram sem motivo. “Tinha muito medo de morrer”, afirmou. Lindemberg afirmou que, devido às ameaças, comprou uma arma “de um senhor que precisava de dinheiro para voltar para sua terra”.

Trágico desfecho

Segundo Lindemberg, os amigos de Eloá se negaram a deixar o apartamento quando ele exigiu ficar sozinho com a ex-namorada. Por isso, ele considerou que os três não foram mantidos em cárcere privado. Segundo o réu, eles podiam entrar e sair a hora que quisessem, mas ficaram por solidariedade à Eloá.

Lindemberg disse também ter ficado muito nervoso com a chegada da polícia, no primeiro dia de cárcere. “A situação tinha ficado difícil”, disse. Segundo ele, Eloá começou a gritar muito e ele mostrou a arma para a namorada, mas a polícia viu. “Agora eu estava em um processo que eu não sabia como contornar a situação, eu estava perdido.”

Ele negou ter disparado contra o sargento Atos Valeriano e classificou a acusação de tentativa de homicídio contra o PM como “ficção”. “Eu fiquei sabendo pela minha advogada. Fiz disparos para o chão (da janela), mas para policial nenhum”, disse, classificando os tiros como ato de nervosismo.

Lindemberg ainda disse que tinha medo de se entregar porque Eloá lembrou “um fato que aconteceu com um ônibus no Rio de Janeiro, em que uma refém foi baleada” – em referência ao sequestro do ônibus 174, que terminou com uma refém morta após a polícia disparar contra o seqüestrador.

Ele confirmou que atirou contra Eloá após a explosão da porta. “Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido”, afirmou. Ele acrescentou que não poderia afirmar que havia atirado contra Nayara porque não se lembrava.

Pedido de perdão a mãe de Eloá

No início do depoimento, Lindemberg falou sobre a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel. “Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor”, afirmou. “Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família dela”, acrescentou.

Ele afirmou que o gesto que fez para Ana Cristina na terça-feira, no plenário – considerado pela mãe de Eloá como um sinal de “alivia a minha barra” -, foi na verdade um pedido de perdão.

O mais longo cárcere de SP

A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.

Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas – Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.

Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

Fonte: Portal Terra

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Judiciário

Juíza alega suspeição e processo dos Precatórios vai para a 7ª vara

A juíza titular da 5ª Vara Criminal, Ada Galvão, alegou suspeição por foro íntimo e não julgará o processo da Operação Judas, cujas denúncias oferecidas pelo Ministério Público recaem sobre um suposto esquema de fraudes no Setor de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. O despacho da magistrada foi anexado aos autos do processo, que corre em segredo de Justiça, na sexta-feira passada, um dia após retornar das férias e reassumir a titularidade da 5ª Vara Criminal.

Aldair DantasO processo que investiga as irregularidades no Setor de Precatórios deve chegar à 7ª Vara hoje

O juiz Armando Pontes, responsável pela 7ª Vara Criminal, assumiu a apuração das denúncias na 5ª Vara por substituição, enquanto a juíza responsável, Ada Galvão, gozava de férias. Foi ele quem decretou a prisão preventiva dos cinco envolvidos no suposto esquema fraudulento. Com a negativa de Ada Galvão, o processo foi remetido, por sequência, à 6ª Vara Criminal, cuja juíza titular é Emanuella Cristina Pereira Fernandes. Esta, por sua vez, já havia sido designada para acompanhar o processo por substituição.

Entretanto, Emanuella Cristina Pereira Fernandes alegou suspeição por foro íntimo no final do mês passado e a peça judicial foi encaminhada ao juiz Armando Pontes. Ele ficou à frente do caso também como substituto, até a juíza Ada Galvão reassumir a 5ª Vara ao término do seu período de descanso prolongado. Segundo informações da Direção da Secretaria da 5ª Vara Criminal, o processo foi remetido ao setor de distribuição e, no início da tarde de ontem, havia sido entregue na Secretaria da 6ª Vara Criminal.

O recebimento das peças judiciais na Vara cuja responsabilidade recai sobre a magistrada Emanuella Cristina Pereira Fernandes foi apenas para cumprir o protocolo. Ela sustentou o que alegou na semana passada e não assumiu o julgamento do processo alegando, através de despacho, suspeição. O calhamaço de documentos que compõem o processo da Operação Judas estava na Secretaria da 6ª Vara aguardando encaminhamento para o Setor de Distribuição do Fórum Miguel Seabra Fagundes.  A peça é composta por cerca de cinco mil páginas.

As peças judiciais, mantendo-se o raciocínio da sequência, serão remetidas à 7ª Vara Criminal, cujo juiz responsável é Armando Pontes. Conforme o depoimento de pessoas ligadas ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, acredita-se que o juiz não alegue suspeição e conduza o processo por ter sido ele quem assinou as primeiras demandas judiciais e, mais recentemente, decretou as prisões preventivas de Carla Ubarana, George Luís de Araújo Leal, Carlos Eduardo Palhares, Carlos Alberto Fasanaro e Cláudia Sueli Oliveira. A expectativa é de que o processo seja entregue hoje à Secretaria.

Conforme informações da Direção da Secretaria da 7ª Vara Criminal, o juiz Armando Pontes só irá se posicionar acerca do julgamento ou não do processo da Operação Judas após o recebimento das peças. Caso o magistrado, assim como os demais juízes envolvidos no caso alegue suspeição, o processo será mais uma vez remetido ao Setor de Distribuição para ser encaminhados para outra Vara Criminal. Caso nenhum magistrado aceite o julgamento da peça, um juiz substituto poderá ser convocado.

Reportagem de Ricardo Araújo para a Tribuna do Norte

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Jornalismo

Começa o julgamento do assassino de Eloá

Começou por volta das 10h30 o julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel, de 15 anos, sua ex-namorada, em 13 de outubro de 2008.

O réu chegou ao fórum de Santo André por volta das 8h10 em um carro de polícia.

Sentado na cadeira que vai acompanhar o júri, Lindemberg, que está mais forte do que na época em que foi preso, olha para o chão na maioria do tempo e demonstra calma.

Na primeira parte do julgamento foi feito o sorteio das pessoas que irão compor o júri.

Ao todo, 25 jurados – todos residentes de Santo André – foram convocados e indicados pela Justiça. Após sorteio e as escolhas feitas pelas partes, o júri foi composto por 6 homens e uma mulher.

Segundo sua advogada, Ana Lúcia Assad, ele irá falar aos jurados sobre o que aconteceu durante os cinco dias que manteve a estudante refém.

Na chegada ao férum de Santo André, apenas a advogada de defesa de Lindemberg, Ana Lúcia Assad; e a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, falaram com a imprensa.

A estudante Nayara Rodrigues da Silva, baleada durante o sequestro; e Iago Vilera de Oliveira, um dos estudantes que foi mantido refém pelo acusado, entraram sem dar declarações.

Eloá foi retida em casa em uma segunda-feira, e mais de cem horas depois, na sexta-feira, morreu ao levar dois tiros. Nayara Rodrigues, 15, foi baleada no rosto, mas sobreviveu. Outros dois garotos foram liberados ilesos no primeiro dia de sequestro. Na ocasião, Lindemberg foi preso e encaminhado para o presídio de Tremembé (SP).

A estudante Nayara Rodrigues da Silva chega ao fórum de Santo André sem falar com a imprensa

Fonte: Estadão
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Opinião dos leitores

  1. Bom eu acho que lindemberg não deveria ficar preso por todos esses tempos por mais que ele fez não deveria porque uma pessoa da idade dele não vive todos esses anos de prisão pelo menos ele deveira ter 1 semana por ano de regime aberto.

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Jornalismo

Impacto: Renato Dantas diz que juiz o condenou pela mídia

O ex-vereador Renato Dantas não aceitou a decisão do juiz Raimundo Carlyle, titular da 2ª Vara Criminal, e já disse que vai recorrer. Através de sua página pessoal no microblog Twitter ele disse que o magistrado só tomou tal decisão por causa da mídia.

“Li a sentença, não encontrei nenhuma prova material de recebimento de propina. O juíz condenou pela mídia, vou recorrer. Cada vez mais me decepciono com o judiciário. Como pode uma pessoa ser condenada sem prova material?”, indagou.

Renato Dantas foi condenado por corrupção passiva.

Opinião dos leitores

  1. olá boa tarde,

    não sou defensor de nem um dos vereadores, sou estudante de direito do 8º periodo da UNP, mais falo apenas como cidadão, ouvi a entrevista do ex vereador RENATO DANTAS, primeiro quero parabenizar pela coragem, pela atitude licita, transparente e posso dizer de respeito a sociedade, diferente dos outros, que mesmo alguns deles que tem programa de televisão, se quer usa para se defender, quem cala concente, ouvi a entrevista de renato dantas nas 98 fm, o programa reporter 98, se saiu muito bem, na minha opinião, só enfrenta uma entrevista daquela quem não tem nada haver com nada, eu diria que quem tem a conciencia tranqui-la, enfrenta uma sabatina, alem do entrevistador, que é muito competente, ROBSON CARVALHO, e a população, não conheço o ex vereador, nunca estive com ele, só quero aqui, ser justo.
    essa é minha opinião.

    Ailton Ramos

  2. Pois não é…não era ele que dizia aos quatros cantos que era culpado…será que era só para a mulher não ter direito ao seu "patrimônio"???….esqueceu da entrevista que deu, Renato Dantas?

  3. Será que o ilustre ex vereador se esqueceu da entrevista que deu ao jornal de hoje dizendo que todo o seu patrimonio era fruto de corrupção?Ser réu confesso é a prova mais cristalina que existe,e quanto a midia ele entende bem, porque se exibe diariamente através do seu twiter

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Judiciário

Delúbio: "julggamento do mensalão será o maior espetáculo midiático do Brasil"

Um dia, quando o governo Lula já tiver passado pelo corredor frio da posteridade, será interessante lembrar a personalidade de cada um dos quadrilheiros do mensalão.

A história produzirá um relato sobre a teia de cumplicidades e a ausência de constrangimentos.

Entre todos os réus do Supremo, o menos constrangido é Delúbio Soares. Há seis anos, no alvorecer do escândalo, o ex-gestor das arcas podres vaticinara:

“As denúncias serão esquecidas e vão virar piada de salão.”

Agora, com o país em compasso de espera, Delúbio retorna à boca do palco para dizer: o julgamento do mensalão “será o maior espetáculo midiático do Brasil.”

A soma da frase de ontem com a declaração de hoje, leva a uma incômoda conclusão:

Para Delúbio, a denúncia que a Procuradoria formulou e que o STF converteu em ação penal é uma anedota. Ao final do “espetáculo”, réus impunes cairão na gargalhada.

Delúbio repisa: “Houve um problema de deficit de campanha. As pessoas do PT e dos partidos aliados recorreram aos partidos…”

“…Coube ao tesoureiro do PT na época –pessoa jurídica de tesoureiro do PT, que era eu—, e resolvemos pegar dinheiro emprestado com os bancos…”

“…E demos o dinheiro para as pessoas pagarem as dívidas. Se as pessoas não contabilizaram o dinheiro na Justiça Eleitoral, o problema é de quem pegou…”

“…O dinheiro tem origem, por isso que nós saímos do termo caixa dois para os recursos não contabilizados. Foi isso que aconteceu.”

Nunca antes na história desse país um culpado pareceu tão inocente. Ou nunca um inocente pareceu tão culpado.

Caberá ao STF escrever o epílogo desse triste capítulo jocoso da história nacional. Os magistrados podem escrever uma página séria. oriografia nacional.

Torça-se para que os magistrados escrevam uma página séria. Do contrário, o Brasil vai à posteridade como um salão de piadas.

Josias de Souza

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Judiciário

Promotor agride advogado durante julgamento em SP

O promotor de Justiça Fernando Albuquerque de Souza agrediu verbalmente e fisicamente o advogado de defesa identificado como sendo Cláudio Márcio de Oliveira, durante um julgamento que estava sendo realizado no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, em São Paulo.

A juíza Patrícia Inigo Funes e Silva, que presidia a sessão, decidiu suspender os trabalhos, e chamando os dois para uma conversa reservada em sua sala, os repreendeu severamente, afirmando que o caso será remetido para a Corregedoria.

Segundo a Assessoria de Imprensa do Fórum, o incidente aconteceu no dia 22 de setembro, mas somente foi divulgado hoje, porque o caso está sendo investigado pela Corregedoria do Ministério Público de São Paulo.

A Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp) divulgou um comunicado oficial à imprensa nesta quarta-feira (28/09), informando que o promotor teria agredido “moralmente e fisicamente” o advogado, chamando-o de “advogado bandido e outros adjetivos desabonadores”, além de tê-lo dado diversos socos.

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Esporte

A Traquinagem de Leandrão custou caro ao ABC

Não fiquei surpreso, nem acho a pena de Leandrão severa. O que ele falou foi muito agressivo. Jogador de futebol tem que se ater a jogar bola, ainda mais quando ganha muito bem como é o seu caso no ABC. No frigir dos ovos o único prejudicado é o clube.

Segue Texto do Blog de Itamar Ciríaco:

O atacante do ABC, Leandrão foi julgado no STJD pelos comentário que fez após o jogo entre Vasco e ABC, em São Januário. Condenado, o jogador terá que cumrpir quatro jogos de suspensão e pagar uma multa de R$ 1 mil.

O relator do processo, José Teixeira Fernandes pediu a condenação do atleta com a suspensão de quatro jogos, O auditor Nicolao Constantino absolveu o jogador e a auditora Giseli Amantino ampliou a pena de quatro jogos e mais R$ 1 mil em multa. O voto da auditora foi seguido pelo presidente da turma, que condenou o atacante Alvinegro.

Logo após o segundo jogo da segunda fase da Copa do Brasil contra o Vasco, em que seu time foi eliminado, o atacante postou em seu Twitter a seguinte mensagem: “Qual turista vem ao Rio e não é roubado?”

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Opinião dos leitores

  1. O que me irrita são os dois pesos e duas medidas. Não discuto a punição. Apenas pergunto: quantos ja foram punidos? Robinho pegou quantos jogos? Se o Twitador fosse Felipe do vasco daria em que?

  2. BG, sei que Leandrão falou demais, mas o STJD pegou o atacante do ABC para Cristo. Por que Felipe (Flamengo) e Neymar (Santos) não foram punidos anteriormente em casos semelhantes? Porque os auditores do STJD não possuem coragem de condenar jogadores dos times dito grandes. Agora quando é caso envolvendo atletas de clubes pequenos e médios (caso do ABC) do Brasil afora, especialmente do Nordeste, aí os caras pegam pesado. Isso é revoltante! Mesma punição para quem é expulso por agressão a adversários. O ABC deve pedir efeito suspensivo e recorrer para o pleno do STJD. Mas que fique claro que isso não vai tirar o foco do Mais Querido nessa série "B": ascender para a "A".

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