Judiciário

Negada ação por improbidade contra ex-prefeito no interior do RN

O Grupo de Apoio à meta 4 do CNJ julgou improcedente uma Ação Civil de Improbidade Administrativa movida originalmente perante a Justiça Federal pelo Município de Francisco Dantas contra seu ex-prefeito, Geraldo Margela Chaves de Lima, por supostas irregularidades nas ações de governo quando esteve à frente daquela prefeitura.

Na ação, o Município de Francisco Dantas afirmou que houve fiscalização realizada pela Controladoria Geral da União/Secretaria de Controle Interno, culminando com um relatório de fiscalização no qual foram identificadas inúmeras irregularidades nas ações de governo realizadas naquela base municipal. Por isso, requereu a condenação do ex-gestor nas sanções fixadas na lei de improbidade administrativa.

Após discussões jurídicas em torno da competência para julgar o caso, o Grupo de Apoio à meta 4 do CNJ apreciou o caso e entendeu que as supostas irregularidades narradas na ação judicial a partir da simples transcrição de um Relatório de Fiscalização emitido pela Controladoria-Geral da União (CGU), não ficaram comprovadas.

Ressaltou que a petição inicial não indica a forma pela qual o réu supostamente agiu em desacordo com a Lei nº 8.429/92, limitando-se a transcrever as irregularidades apontadas pela CGU em seu relatório. Para o Grupo de julgadores, a título de reflexão, deve-se indagar: se realmente existiram ilegalidades, de que forma a parte ré concorreu especificamente para tanto?

No relatório da Controladoria-Geral da União foram analisados diversos programas de governo vinculados à diferentes pastas. Foi observado que, apesar disto, a petição inicial apenas se refere, genericamente, ao relatório da CGU, sem fazer qualquer referência, de forma específica, a qual programa de governo houve malversação de recursos públicos.

Tal questão, segundo o grupo de julgamento, apesar de fundamental, não ficou respondida a partir das provas produzidas no curso processual, denotando-se, assim, que o autor não se desincumbiu do ônus a que estava submetido pelo art. 373, inciso I, do Código de Processo Civil.

Segundo do grupo, ainda que óbvio, se nem mesmo foi viável aferir-se a culpa do réu para a ocorrência do evento danoso, é absolutamente impossível, à luz dos elementos levados aos autos, o reconhecimento de conduta.

“Por conseguinte, em consonância com o entendimento do STJ mencionado inicialmente, é descabido o reconhecimento da improbidade alegada (mesmo na modalidade do art. 11), porquanto não vislumbrada a má-fé do agente”, decidiu.

Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 0100576-82.2013.8.20.0108
TJRN

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Política

Ministro do Meio Ambiente fará ‘visitas-surpresa’ a ONGs que recebem dinheiro do governo

Foto: Rafael Carvalho/Governo de transição

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou ao blog que montará um cronograma para fazer “visitas-surpresa” a parte das 40 ONGs que recebem recursos do fundo gerido pelo governo federal.

Nesta segunda, Salles anunciou a suspensão, por 90 dias, da assinatura de novos contratos com ONGs.

De acordo com o ministro, o objetivo é fazer um levantamento do dinheiro repassado às organizações e das atividades prestadas, além de contratos em andamento. Segundo ele, não haverá interrupção de contratos em execução.

“Vamos escolher algumas [ONGs] e vamos lá pessoalmente checar o que estão fazendo com o dinheiro, como está sendo usado, investido”, afirmou.

Ao blog, Ricardo Salles disse que as visitas não serão a todos os projetos. Ele afirmou que escolherá aleatoriamente a entidade a ser visitada.

As parcerias do ministério com ONGs ocorrem em áreas como recuperação florestal, gestão ambiental e segurança alimentar nas comunidades indígenas, e agroextrativismo.

Satélite

O ministro também disse ao blog que estuda a contratação de um satélite para monitorar em tempo real situações de queimadas, secas, desmatamento pelo país. A ideia é, segundo ele, que o fiscal do Ibama “vá para onde o sistema manda ir, não para onde quer”.

O custo: cerca de R$ 100 milhões por ano, conforme a estimativa do governo.

Questionado sobre a origem dos recursos para pagar o satélite, respondeu: “Do Fundo Amazônia, que tem R$ 1,2 bilhão. Estou estudando ainda, vendo as condições jurídicas”.

Sobre o Acordo de Paris, disse que, por ora, o Brasil não deixará o acordo, como chegou a ser discutido pelo governo Bolsonaro.

Blog Andréia Sadi – G1

 

Opinião dos leitores

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Judiciário

Mãe e filho de detento assassinado em Presídio de Caicó serão indenizados pelo Estado com a quantia de R$ 50 mil – cada um

A mãe e o filho de um detento assassinado em 2017 no interior da Penitenciária Estadual do Seridó durante uma rebelião será indenizada pelo Estado do Rio Grande do Norte com a quantia de R$ 50 mil cada um, acrescidos de juros e atualização monetária. Os valores a serem pagos aos familiares da vítima são a título de danos morais e foram determinados pelo juiz Ricardo Antônio Cabral Fagundes, da 2ª Vara da Comarca de Currais Novos.

A mãe e o filho do detento moveram Ação de Indenização por Danos Morais contra o Estado do Rio Grande do Norte afirmando serem, respectivamente, mãe e filho de Matheus Murilo da Silva, que foi assassinado durante uma rebelião ocorrida em janeiro de 2017 na Penitenciária Estadual do Seridó, vulgo Pereirão, localizada em Caicó.

O estado do Rio Grande do Norte alegou ausência de culpa dele, por motivo de tratar-se de comportamento omissivo da administração. Requereu, de forma subsidiária, que atente-se para o valor da fixação de danos morais.

O magistrado esclareceu que assiste razão aos autores na alegação da ocorrência de dano moral, já que não há como se esquivar de que de fato uma série de sentimentos muito idôneos a caracterizar dano moral foram ocasionados a eles.

“Ora, o detento fora morto em rebelião por ação perfuro-contundente causada por disparos de projéteis de arma de fogo enquanto estava sob a guarda do estado. Não há como não dizer que a perda de um filho e de um pai, nas tais circunstâncias, não causa a quem por isso passou sentimentos de profundo luto, de profunda dor, de profunda perda. Logo, evidenciada está a ofensa aos direitos da personalidade”, assinalou.

O juiz considerou o nexo causal e à conduta por parte do ente estatal devidamente comprovados. No caso, considerou que a culpa ficou estabelecida. “Ora, o detento estava sob a guarda do Estado, visto que se encontrava cumprindo pena em regime fechado dentro de estabelecimento prisional público pertencente à rede carcerária do Rio Grande do Norte”, esclareceu.

E completou: “Em casos como este, entendo que a omissão do estado resulta de culpa porque é de seu dever adotar condutas preventivas a rebeliões, através de fiscalizações, revistas a celas e outras medidas necessárias à prevenção de acontecimentos desta gravidade. Logo, ante a culpa do estado presente na sua omissão que resultou na morte de Matheus Murilo da Silva e o abalo psíquico de tal omissão decorrente causado às partes requerentes, evidenciado também está o nexo de causalidade. Eis o dano moral”.

Processo nº 0100100-83.2018.8.20.0103
TJRN

Opinião dos leitores

  1. Está na hora das pessoas de bem que perdem seus entes queridos, mortos por bandidos como os beneficiados nesta notícia, processarem o Estado para receberem indenizações. Assim, quem sabe, sentindo no bolso o Estado olhe com mais atenção a situação de insegurança que a população se encontra.

  2. Espero que essa justiça seja por mim, quando eu perder o plano de saúde dos meus filhos, cortarem minha água e minha luz, não puder comprar alimentos prá dentro de casa, por conta desse governo quê não me paga, justiça no Brasil é pior do que cabaré, cabaré não, cabaré merece mais respeito do que justiça no Brasil.

  3. Engraçado que esse Juiz não obriga o Estado a pagar os Policiais. É uma vergonha esse RN. Os piores bandidos, são o que estão no poder.

  4. Esse juiz deveria indenizar com seus altos vencimentos, as famílias das vítimas desse bandido. Aí sim a justiça será feita. Juiz, bandido bom é bandido morto! vc vai ver isso depois que vc seja vítima de um desses, e espero que seja em breve…

  5. O cidadão nada e aos bandido tudo! Culpa concorrente do bandido, simples assim!
    lembrando que essa moda pega, vai ter gente ganhando muito dinheiro preso.

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Educação

Começa cadastramento de crianças para creches da Rede Municipal de Ensino em Natal

Foto: Manoel Barbosa

O cadastramento das crianças para o sorteio das vagas na modalidade de Creche da Educação Infantil começou nessa quarta-feira (16), no Sistema de Matrícula On-line da Rede Municipal de Ensino, seguindo o calendário de matrículas de todas as modalidades oferecidas pela Prefeitura do Natal. Este cadastro acontecerá até o dia 25 de janeiro, para que, no dia 28 do mesmo mês, ocorra o sorteio para preenchimento das vagas para a modalidade de creche, nos próprios Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).

A matrícula para o ano letivo de 2019, acontece através do Sistema de Matrícula On-line, por meio do endereço eletrônico www.natal.rn.gov.br/sme/matriculaonline, com a finalidade de facilitar o processo e evitar a formação de filas nas escolas. Para atender aos estudantes, a Secretaria Municipal de Educação disponibilizou uma Central de Matrícula, que funciona no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), localizado na Avenida Coronel Estevam, 3897 Nossa Senhora Nazaré, das 9h às 15h. O telefone da Central de Matrículas é o (84) 98631-5783.

A assessora pedagógica do Setor de Normas e Organização Escolar (SNOE), Maria Marly Moura da Silva, comentou sobre a Central de Matrícula. “Nós orientamos às escolas que encaminhem os pais que não possuem acesso à internet para a Central de Matrículas, que nos procurem aqui no Cemure, para que esse cadastro seja efetuado. O nosso objetivo é que nenhuma criança fique sem estudar por falta de acesso à internet ou ao portal do aluno, para a realização da matrícula”.

A dona de casa Ana Cláudia Gomes das Chagas, esteve no Cemure, esta manhã, para realizar o cadastro do seu filho, de um ano e quatro meses, para concorrer a vaga em uma creche da Rede Municipal de Ensino. Quando perguntada sobre o motivo de procurar a Central, ela respondeu: “Me indicaram que era melhor vir aqui, para fazer a inscrição dele. Eu fui bem atendida aqui e achei o processo simples”. A indicação para o sorteio pode ser de até cinco unidades de ensino pelo pai e/ou responsável.

Leda Ferreira Silva, dona de casa, é mãe de um menino de três anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e foi para a Central de Matrícula realizar o cadastro dele. Ela contou que perdeu o prazo de matrículas para crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. “Eu estava na dúvida se colocava ele na creche agora, por isso perdi o prazo. Mas o médico disse que colocasse ele na escola, para ele socializar e ter contato com outras crianças. Então eu vim aqui fazer a inscrição e achei o processo tranquilo. Os atendentes são bons e pedem para a gente confirmar todas as informações antes de terminar”.

O processo de matrículas começou no dia 06 de novembro de 2018 e vai até o dia 20 de fevereiro de 2019, sendo que existe um período de tempo para cada nível de ensino – da Educação Infantil a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Seguem as datas de cada fase:

06 a 30/11/2018: Matrícula antecipada para alunos com deficiência;

19 a 26/12/2018 Matrícula para Educação Infantil – Pré-Escola: Níveis III e IV;

16 a 25/01/2019: Cadastramento das crianças para o sorteio da creche – Educação Infantil no Sistema On-line;

28/01/2019: Sorteio das vagas das creches (unidade de ensino);

13 a 20/02/2019: Matrícula para o Ensino Fundamental – 1º ao 9º ano;

06 a 20/02/2019: Matrícula para EJA (Níveis I ao IV).

 

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Saúde

Aliança local fortalece economia do RN

A Unimed Natal vence concorrência e passa a ser, a partir de fevereiro, o plano de saúde de todo o Sistema Fiern, que compreende também o Senai, Sesi e IEL – num total de mais de mil usuários.

Os novos clientes serão atendidos por uma rede com 1530 médicos cooperados, 12 hospitais credenciados, 129 clínicas prestadoras de serviços e 34 laboratórios.

A aliança entre a Cooperativa Médica potiguar e a Federação das Indústria fortalece a economia do Rio Grande do Norte na medida em que a maior parte dos recursos do contrato passa circular exclusivamente dentro do próprio estado, com a contratação de serviços de prestadores e empresas locais.

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Esporte

Visão Celeste é goleado pelo Corinthians por 8 a 0 e deixa a copinha com a melhor participação do RN na competição

O Visão Celeste, único time de fora do Sul e Sudeste que chegou nas oitavas de final da Copa São Paulo de Futebol Junior foi eliminado.  Nessa quarta-feira (16), na Arena Barueri, o time foi goleado para o Corinthians-SP por 8 a 0.

Os gols foram marcados por Fabricio Oya, Nathan (2x), Igor, Rafinha, Gustavo Mantuan e João Celeri (2x). Com a vitória — maior goleada da atual edição da Copinha — o time paulista também segue invicto na competição de base.

O Corinthians agora terá o Grêmio (RS) pela frente, nas quartas de final da Copinha. A partida será na sexta-feira (18), 21h30, novamente na Arena Barueri.

O Visão Celeste foi o primeiro norte-rio-grandense a disputar oitavas de final da Copinha.

PORTAL NO AR

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Segurança

Moro quer separar presos mais perigosos dos menos perigosos

O plano de Sergio Moro é separar os presos mais perigosos dos presos menos perigosos.

Para fazer isso, segundo o Valor, ele estuda criar um cadastro nacional que permita classificar os detentos pelo grau de periculosidade.

O ANTAGONISTA

Opinião dos leitores

  1. Cada vez fico mais convencido de que Moro precisa mesmo é ler os comentários deste blog antes de sair para o trabalho.

  2. Moro deveria sugerir o modelo de prisão japonês, pois é eficiente no resultado, tanto que é a sociedade mais elogiada pelo brasileiro e pelo mundo.

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Polícia

PARNAMIRIM: Juntos com quase 77kg de Cocaína foram apreendidos carros de luxo e presa uma estudante de direito de faculdade particular de Natal

A Polícia Federal, com apoio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), realizou na manhã de hoje, 16/01, em Parnamirim, Região Metropolitana de Natal, a prisão em flagrante de seis pessoas, com idades entre 21 e 39 anos, acusadas de tráfico de drogas. Os detidos são cinco potiguares e um brasiliense, dentre eles, uma estudante de direito de uma faculdade particular de Natal. Com eles, os policiais encontraram 76,111 kg de cocaína. A droga estava camuflada no banco traseiro de um carro e no interior de uma casa.

A ação teve início quando a Polícia Federal recebeu informações dando conta de uma intensa movimentação suspeita em uma residência localizada em Emaús.

Uma equipe se deslocou até o local e instantes depois chegou até aos suspeitos que não reagiram ao serem abordados.

Além de 73 tabletes da droga, foram apreendidos ainda, três radiocomunicadores (HT´s), duas pistolas cal. 380, quatro veículos, sendo dois de luxo, celulares e uma pequena quantidade de dinheiro.

Os presos foram indiciados com base na Lei de Entorpecentes e se condenados podem pegar de 5 a 15 anos de reclusão. Eles permanecem custodiados na sede da PF, à disposição da Justiça.

Esta foi a primeira apreensão de cocaína realizada pela PF este ano no RN. Em 2018, o total apreendido no estado somente pela Polícia Federal alcançou o total de 1,67 ton.

Opinião dos leitores

  1. Pois é, não mostram rosto com medo de processo na justiça.
    E quando os direitos humanos, tentam evitar que mostrem a cara de menores ou de pessoas pobres, todo mundo critica os direitos humanos, que só protegem os bandidos. Aqui está um Claro exemplo de que so a familia de pobre é humilhado em frente as cameras.

  2. Quando o povo é graúdo as coisas são diferentes, Não se mostram os rostos nem tampouco os nomes. Ô Brasil véi cheio de diferença. Bandido tem que ser tratado como merecem, sejam pobres ou ricos representam o mesmo perigo para a sociedade. Pêia nesses vagabundos.

    1. Né, quando é um passa fome que rouba um celular, rola até vídeo no whatsapp de humilhação. O engraçado que só falam do curso superior quando é Direto hahaha.

    2. Grande verdade, a mídia fala tanto em discriminação, e comete este tipo de coisa a todo momento.
      Bandido tem que ser tratado como bandido, não importa raça, sexo, idade, status social, conta bancária, partido político, tem que ser tratado tudo igual, andar algemado, ter nome e foto divulgada.

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Jornalismo

Brasil articula transição na Venezuela com oposição a Maduro

Três importantes líderes da oposição venezuelana no exílio desembarcaram na noite desta quarta-feira em Brasília para articular com o governo brasileiro a transição na Venezuela, cujo presidente, Nicolás Maduro, não teve a posse em seu novo mandato, na semana passada, reconhecida por mais de 40 países, entre eles o Brasil. O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o ex-presidente da Assembleia Nacional (AN) Julio Borges, e o número dois do partido Vontade Popular (VP), Carlos Vecchio, se encontrarão hoje com o chanceler Ernesto Araújo. O time opositor será reforçado pelo presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) no exílio, Miguel Ángel Martín, que chega nesta quinta-feira a Brasília, onde também será recebido por Araújo.

APOIO A PRESIDENTE DA AN

A chegada dos opositores a Maduro ocorreu no mesmo dia em que os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e da Argentina, Mauricio Macri, tiveram seu primeiro encontro, em Brasília, e reforçaram a necessidade de redobrar esforços — junto com sócios importantes no continente como Chile, Peru e Colômbia — na busca de um governo legítimo para os venezuelanos. Os quatro opositores vivem no exílio e representam uma facção da oposição que frequentemente discorda da que ficou no país.

A crise na Venezuela ocupou um espaço central na agenda de Macri e Bolsonaro. Ambos os chefes de Estado analisaram vários cenários diplomáticos, políticos e até mesmo militares, disse ao GLOBO uma fonte que acompanhou de perto as conversas. Um dos cenários possíveis seria o eventual reconhecimento de um “presidente encarregado” que poderia ser designado pelo TSJ no exílio. Neste caso, o nome cotado para ocupar o vazio de poder já declarado pela corte é Juan Guaidó, recentemente designado presidente da AN e alvo de intensas perseguições e ameaças por parte do regime de Maduro.

A AN, controlada pela oposição desde 2015, teve seus poderes retirados pelo chavismo. Dias atrás, ela declarou Maduro “usurpador” por, segundo acusações, ter sido reeleito em maio de 2018 por meio de fraude, numa eleição boicotada pela oposição.

— A Venezuela precisa de uma liderança legítima, ambos os presidentes concordaram com isso — frisou a fonte.

O GLOBO

Opinião dos leitores

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Economia

Governo Bolsonaro quer restringir acúmulo de pensão com aposentadoria

A proposta de reforma da Previdência da equipe econômica de Paulo Guedes quer impor um limite para o acúmulo de aposentadoria e pensão, segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes que acompanham a elaboração do texto. Um terço dos pensionistas (ou 2,4 milhões de pessoas) acumula o benefício com a aposentadoria. O custo é de R$ 64 bilhões por ano.

A ideia que está em estudo e deve ser apresentada ao presidente Jair Bolsonaro é criar um mecanismo redutor desses benefícios quanto maior for o valor da soma da aposentadoria e da pensão. Hoje não há nenhum tipo de restrição, o que tem agravado o déficit nas contas da Previdência. A previsão é que o rombo do INSS chegue a R$ 218 bilhões em 2019.

A medida entraria em vigor com a promulgação da reforma da Previdência e não deve afetar os benefícios já em vigor para evitar uma judicialização do tema.

Há casos já identificados de uma única pessoa que recebe seis benefícios ao mesmo tempo. Todos eles dentro da lei. O Brasil é o único país do mundo que ainda permite acumular vários benefícios, inclusive pensões. Na proposta do ex-presidente Michel Temer, o acúmulo de aposentadoria e pensões estaria limitado a dois salários mínimos (R$ 1.996).

Como mostrou o Estadão/Broadcast na quarta-feira, 16, a proposta também deve incluir o fim do pagamento integral de pensão por morte. A ideia é que as regras no Brasil se aproximem das de países europeus, onde o valor do benefício é dividido em cotas e leva em conta o número de dependentes deixados pelo segurado falecido. Uma possibilidade, de acordo com uma fonte, é manter o benefício integral apenas para viúvas com três ou mais filhos menores.

As pensões por morte respondem por cerca de 25% dos gastos do INSS com benefícios. Em novembro de 2018, elas custaram R$ 14 bilhões num total de R$ 59,4 bilhões em benefícios.

O limite para acúmulo de pensão e aposentadoria é uma das medidas com potencial de gerar economia para os cofres públicos no curto prazo, segundo técnicos do governo. Isso traria um alívio mais imediato que as demais mudanças nas regras da Previdência, cujo impacto é de mais longo prazo.

O texto em estudo mescla mecanismos sugeridos por diferentes autores. Uma possibilidade é seguir a linha da proposta feita pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga com o economista Paulo Tafner, que foi formulada com a ajuda do atual secretário adjunto de Previdência, Leonardo Rolim.

Essa proposta prevê que o pagamento dos benefícios será integral até um salário mínimo. Se a soma dos benefícios ficar acima do mínimo e chegar a até três mínimos, o corte seria de 20%. Entre três e cinco salários mínimos, corte de 40%. No intervalo entre cinco e oito mínimos, somente a metade da soma seria paga. Para quem ganha mais de oito salários mínimos, a tesourada chegaria a 60%.

Dados de 2014, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) compilados pelo governo mostram que 720 mil ou 30% dos beneficiários que acumulavam pensão e aposentadoria recebiam um valor acima de dois salários mínimos, a um custo total de R$ 32,7 bilhões. Enquanto isso, os benefícios até dois salários mínimos custaram naquele ano R$ 31,36 bilhões.

“Está crescendo o número de pessoas que acumulam pensão e aposentadoria. E no caso de pessoas jovens, há exemplos de quem acumula pensão, aposentadoria e renda do trabalho. É um absurdo. Não são as pessoas, as regras que estão erradas. Então nós precisamos arrumar as regras”, afirma o economista Paulo Tafner.

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, disse na quarta-feira que a estratégia do governo é enviar a proposta de reforma da Previdência logo no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro para elevar as chances de aprovação.

ESTADÃO CONTEÚDO

Opinião dos leitores

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Economia

RN ENTRE ELES: Seis estados tentam entrar no Regime de Recuperação Fiscal para sanar a crise

A equipe econômica já trabalha em formas de ajudar os novos governadores a tirarem seus estados do vermelho. Ao menos seis estados (Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima e Mato Grosso) têm mantido conversas com o Tesouro Nacional sobre a possibilidade de ingressar no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) – pelo qual podem ficar até seis anos sem pagar suas dívidas com a União e receber aval para empréstimos em troca da adoção de medidas de ajuste fiscal.

O problema é que nem todos atingiram as condições mínimas para ingressar no RRF. Alguns governadores já falam abertamente, porém, na possibilidade de mudar o regime para permitir que seus estados se enquadrem.

Segundo técnicos da área econômica, embora estejam em crise, os estados teriam que estar com indicadores muito piores para poder atingir as condições para enquadramento. É preciso, por exemplo, que as despesas com pessoal, juros e amortizações sejam iguais ou maiores que 70% da receita corrente líquida (recursos disponíveis) e que as obrigações sejam maiores que a disponibilidade de caixa. Até agora, apenas o Rio de Janeiro — de longe o estado em piores condições — conseguiu entrar no RRF.

— Vários estados ainda estão apurando com a nossa ajuda o tamanho real do problema fiscal. Qual o tamanho do déficit orçamentário e o total de despesas atrasadas que ainda não estão em restos a pagar? Vários não têm essas contas — explicou um técnico do governo.

Além de enviar equipes do Tesouro in loco para esmiuçar as contas regionais em situação mais grave (Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul), o Ministério da Economia tem recomendado a adoção de medidas como aumentos de impostos e privatização de estatais para reequilibrar as finanças. As sugestões foram incluídas num guia para governadores publicado nesta quarta-feira.

O GLOBO

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Finanças

Equipe econômica quer que ex-governadores respondam por rombos nos estados

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou que o governo federal capitaneará um processo para responsabilizar osex-governadores e Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) pela quebradeira generalizada nos estados. Ele se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que teria dito que a intenção é fechar um acordo com os novos governadores para que uma investigação seja iniciada.

De acordo com Barbalho, há uma clara compreensão do governo federal de que os novos gestores estão comprometidos com o ajuste das contas dos estados e não podem ser punidos ou terem os mandatos inviabilizados pela má conduta dos antecessores. Ele disse que o Tesouro Nacional pedirá aos TCEs um levantamento de alertas feitos e ignorados pelos antigos governadores. O governo federal também quer que os novos governadores levantem possíveis omissões de técnicos das cortes estaduais de contas que legitimaram gestões que não foram responsáveis no campo fiscal.

— Há uma busca de movimento para tentar responsabilizar os antecessores. O Tesouro Nacional deve convocar os Tribunais de Contas dos Estados já para os próximos dias — falou o governador.

Ele explicou, ao sair do encontro com o ministro, que o assunto deve ser tratado no Fórum dos governadores marcado para o início de fevereiro. Os eleitos discutirão como responsabilizar e punir tanto os governadores anteriores, investigar a eventual cumplicidade dos tribunais e como encaminhar as investigações. Ele admitiu, entretanto, que todo esse processo passa pelos próprios tribunais de contas e dos estados. Ressaltou que mesmo assim pode haver punição.

— Todos são servidores públicos. E se você atesta uma conta e isso não retrata a realidade, você está sendo cúmplice e coautor de qualquer equívoco. Seja contábil, seja administrativo.

Barbalho lembrou que essa é uma realidade de vários estados. O Pará, por exemplo, deve ter a nota rebaixada pelo Tesouro Nacional em maio e será impedido de pegar financiamentos. Segundo ele, não há o que fazer para evitar a queda da classificação. O estado teve um déficit fiscal de R$ 1,54 bilhão em 2018.

O GLOBO

Opinião dos leitores

  1. O filho de Jader Barbalho dando uma de moralista e no mínimo risível. Contudo, penso que não tem como haver gatunagem do gestor, seja ele do Estado ou de município, sem que algum conselheiro do TCE colabore para encobrir a falcatrua. Afinal, esses marajás do serviço público são indicação política e, como vimos no Rio de Janeiro, muitos levam seu quinhão na roubaleira. Sendo assim, somente com concurso público para moralizar esses Tribunais.

  2. BG
    Esses TCE são uma VERGONHA, criado para alojar pelegos familiares sem concurso públicos e para esconder as falcatruas de seus indicadores. Deveriam DEMITIR todos que entraram sem concurso público, ou até fechar esses tribunais FAZ DE CONTAS e também leva-los a justiça pelas omissões e conluio criminosos contra o erário público.

  3. Concordo com o governador, os ex e os tribunais de contas tem que ser responsável. Gostaria de saber qual é a função dos tribunais de contas. Resposta não faz nada.

  4. TCE? Isso só pode ser uma piada. Esses são mais responsáveis ou irresponsáveis que os governadores que patrocinaram os rombos.
    Uma medida certa e que seria a extinção de todos esses Tribunais, verdadeiros cabides e armários de bons e generosos empregos.

  5. Sem dúvida, essa proposta é a mais importante dos últimos tempos, tem que responsabilizar os gestores por seus atos criminosos e irresponsáveis. Assim eles terão mais responsábilidade com a coisa pública.

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Jornalismo

Militares intensificam lobby para ficar fora da reforma da Previdência

Após escalar sete ministros com vínculos militares para o seu primeiro escalão, o presidente Jair Bolsonaro enfrenta um lobby da caserna contra o que é considerada a principal medida do governo: a reforma da Previdência.

O grupo egresso das Forças Armadas trava uma forma de ficar de fora da proposta que deve ser apresentada em fevereiro ao Congresso Nacional e é vista como o pontapé inicial para arrumar as
contas públicas.

Escalado pelos militares para negociar o assunto, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, tentará um encontro com a equipe econômica do governo nas próximas semanas, antes da conclusão do projeto.

Ele terá como barreira o time liberal de ministro da Economia, Paulo Guedes, que quer uma reforma ampla e que inclua as Forças Armadas.

Entre as medidas que podem afetar seus integrantes estão em estudo o aumento do tempo de serviço mínimo, de 30 para 35 anos, e o recolhimento da contribuição de 11% sobre as pensões das viúvas dos militares.

Integrantes das Forças Armadas contestam a eficácia dessas medidas do ponto de vista de arrecadação e de corte de despesas.

Não há ainda previsão de impacto fiscal caso essas mudanças sejam encaminhadas ao Congresso e aprovadas.

Em conversa com a Folha, o comandante do Exército, Edson Pujol, se posicionou contra qualquer uma dessas propostas. “Você aceitaria a retirada de algum direito?”, questiona.

Pujol afirma que, por causa das particularidades da carreira, os militares deveriam ser poupados da reforma.

A equipe política, liderada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defende no geral uma versão mais branda e está mais aberta à exclusão dos militares do texto. Assessores palacianos dizem que caberá a Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, arbitrar.

Além de ter um terço de seus ministros egresso das Forças Armadas, o presidente escalou nesta semana um general como seu porta-voz, o então chefe da Comunicação do Exército, Otávio Rêgo Barros.

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, tem se mostrado mais flexível em relação às propostas de aumento do tempo de serviço e taxação das pensões das viúvas.

Porém, integrantes das Forças Armadas contrários às medidas estão até mesmo incomodados com técnicos do governo, que, segundo eles, não entendem as especificidades do sistema para militares.

Azevedo e Silva, Pujol e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica estão alinhados no discurso de que não existe Previdência para militares, mas sim proteção social.

O argumento de que eles não se aposentam, mas entram na reserva, ecoa desde a troca de comando das Forças Armadas. Eles dizem ainda que não têm direito a férias nem a horas extras.

Na terça-feira (15), o ministro da Defesa reiterou que os militares perderam direitos em 2001, na reforma promovida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando houve mudanças como o fim de pensões vitalícias para filhas de militares.

Ele afirmou que aceita discutir a reforma da Previdência com o governo, mas “respeitando as peculiaridades da profissão militar”.

Nos estudos para o projeto, a equipe econômica gostaria de incluir os militares como forma de mostrar para a sociedade que todos os setores irão contribuir para o ajuste fiscal. As contas da Previdência Social devem fechar 2019 com um déficit bilionário.

Para o sistema dos militares, o rombo deve ser de R$ 43,3 bilhões. No caso dos servidores públicos federais, de R$ 44,3 bilhões. O déficit considerando o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) é estimado em R$ 218 bilhões.

Os valores, contudo, devem ser analisados de acordo com a quantidade de beneficiários.

O INSS atende a 27,7 milhões de pessoas, enquanto o déficit da Previdência dos servidores se refere a 737 mil beneficiários e o rombo dos militares está ligado a 381 mil inativos e pensionistas. Os dados são de 2017, último balanço divulgado pelo governo.

Como parte das negociações para a reforma, o secretário da Previdência, Rogério Marinho, se encontrou na semana passada com o vice-presidente Mourão e com o ministro da secretaria de Governo, general Santos Cruz.

Na reforma da Previdência encaminhada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), os militares não foram incluídos. Coube ao ex-ministro Raul Jungmann tentar costurar um acordo com as Forças Armadas para posterior envio de proposta de mudanças nas regras de aposentadoria.

Elevar o tempo mínimo de serviço e taxar as pensões das viúvas precisam apenas da aprovação de um projeto de lei no Congresso, que exige menos votos que uma mudança na Constituição —caso de uma idade mínima para aposentadoria no INSS.

A PEC (proposta de emenda à Constituição) enviada pelo governo Temer é relatada pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA). A equipe econômica de Bolsonaro quer aproveitar a tramitação do texto para acelerar a votação no Congresso.

“A PEC não prevê mudanças para as Forças Armadas, o Corpo de Bombeiros e policiais militares. Isso seria tratado futuramente, pois possuem sistema previdenciário diferente”, explicou Maia, que ainda não foi procurado  pelo Palácio do Planalto para articular a retomada da reforma na Câmara.

O Ministério da Economia e a Casa Civil querem apresentar a Bolsonaro uma ideia de proposta de reforma da Previdência até domingo (20), quando ele embarca para Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

O texto deve ser encaminhado ao Congresso no começo de fevereiro.

FOLHAPRESS

Opinião dos leitores

  1. Ou se incluem os militares, ou nada! Já basta a casta do judiciário, do legislativo e agora dos militares… quer dizer, se lasque ou povão que já fudido de pagar conta dessa turma!

  2. Os militares tem que entrar também, o governo fala que a reforma da previdência é muito boa para todos, Cade o patriotismo dessa turma! Brasil acima de tudo.

  3. Eu acho que todo esse "esforço" para escapar da reforma da Previdência e jogar tudo no lombo dos outros trabalhadores vai acabar com a admiração que muitos brasileiros nutrem ainda pelos militares.
    Está faltando o principal : amor à pátria e espírito de sacrifício em prol da coletividade.

  4. Está comprovado por A mais B que o brasileiro não tem espírito coletivo, nem patriotismo e muito menos público, isso evidencia diante das categorias que tentam a todo custo não contribuir para que o país tenha uma melhor conjuntura econômica, em 1o lugar estão os políticos que tem número de cargos extremamente elevados, com salários estratosférico e com mordomias injustificáveis e com excessivos números de cargos comissionados e gratificações distribuídos como bem entendem; 2o inúmeras aberrações do serviço público; 3o os militares, que representam a causa do maior percentual nos déficit previdenciário, e que não querem contribuir pra diminuir isso; por último as desonerações fiscais de setores privilegiados da economia, além de anistias de dívidas bilionárias das multa por lesão a economia e aos consumidores praticadas por grandes grupos econômicos. O conjunto dessa práticas e vícios são extremamente nocivas aos pilares da boa administração do país, e representam bem mais do que vai contribuir essa reforma previdenciária.

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Polícia

Ex-ministro de Temer é acusado de favorecer empresas em compra de remédios

O MPF (Ministério Público Federal) entrou com ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, por suspeita de favorecimento de empresas na compra de medicamentos para doenças raras.

Na ação, a Procuradoria acusa o ex-ministro e outros quatro servidores de tentar favorecer a empresa Global Gestão em Saúde e outras duas empresas em contratos que não atendiam às exigências da legislação. Um deles, fechado pela Global, tinha o custo de R$ 20 milhões.

O problema envolveu processos de compra dos medicamentos Aldurazyme, Fabrazyme, Myozyme, Elaprase e Soliris, determinados após decisões judiciais que obrigaram a União a fornecer os remédios a pacientes com doenças raras.

Segundo o MPF, apesar de terem apresentado os menores preços, as empresas não tinham um documento chamado DDR (declaração de detentor de registro), exigido pela Anvisa para que empresas possam vender remédios no país.

Também não tinham histórico de fornecimento de medicamentos à administração pública ou licença para importação dos produtos.

Para a Procuradoria, o ministério insistiu em compras “fadadas ao insucesso”.

“Devido a essas irregularidades, por vários meses, houve desabastecimento desses remédios para centenas de pacientes beneficiários de ordens judiciais, o que contribuiu para o agravamento de seus quadros de saúde e levou a óbito pelo menos 14 deles”, informa o MPF.

O problema iniciou no fim de 2017 e se estendeu até meados do último ano. Procurado, o ex-ministro negou irregularidades.

Em documento enviado ao ministério à época, a Global confirmou que não tinha os lotes de medicamentos para entrega e acusou a empresa Genzyme, fabricante de parte dos remédios, de se recusar a lhe vender os produtos. Já a fabricante afirmou na ocasião que a Global não era cadastrada como seu distribuidora e que, por isso, não poderia fornecer o produto.

Além do embate entre as empresas, a situação também levou a uma disputa entre o Ministério da Saúde e Anvisa, para quem a falta de apresentação do DDR pelas empresas poderia levar à entrada de medicamentos falsificados.

Após defender a compra de medicamentos sem o documento, o ministério recuou e informou que passaria a seguir as regras da Anvisa.

Outro lado

Em nota, o ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse lamentar que o MPF “tenha escolhido o lado errado da luta no SUS” e afirma que a Procuradoria “deveria acusar as empresas que mantém monopólio de representantes para explorar o erário público”.

Segundo Barros, a Justiça deu autorização para a Global importar o medicamento, mas o laboratório fabricante se recusou a vender o produto.

O ex-ministro afirma ainda que a legislação “foi cumprida rigorosamente” e que buscou economia no processo. “Os R$ 5 bilhões economizados em 22 meses à frente do Ministério contrariaram muitos interesses”, afirmou.

Folhapress

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Política

Damares assina exoneração de diretora da Funai e confirma novo presidente

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, assinou a exoneração da diretora de proteção territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai), Azelene Inácio. A ministra também assinou a nomeação de Franklimberg Ribeiro de Freitas para a presidência da Funai. As informações foram confirmadas à reportagem pela equipe de Damares Alves. Os atos têm previsão de serem publicados no Diário Oficial da União até esta quinta-feira, 17.

A saída de Azelene Inácio da Funai havia sido pedida na semana passada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, após apurações de conflitos de interesse apontados em processo pelo Ministério Público Federal. Azelene, que é próxima da bancada ruralista e conhecida da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chegou a ter seu nome cogitado nos bastidores para assumir a presidência da Funai. Ela é uma das principais defensoras da ideia de abrir as terras indígenas para arrendamento e parcerias com produtores rurais.

Nos últimos dias, a informação é de que ela havia se recusado a deixar o cargo, por agora ser subordinada de Damares Alves, e que sentia “no governo do PT”, por ser supostamente perseguida pela cúpula federal. A reportagem questionou Azelene sobre o assunto. Ele disse que não comentaria mais nada sobre o caso e desligou o telefone imediatamente.

Franklimberg Ribeiro de Freitas, que volta a ser presidente da Funai, cargo que ocupou entre maio de 2017 e abril de 2018, deixou claro que vai fazer uma mudança geral de quadros na instituição. “Vamos trocar toda a diretoria”, disse.

Em 16 dias, o governo do presidente Jair Bolsonaro fez mudanças radicais na estrutura da Funai. O órgão, que desde a sua fundação estava vinculado ao Ministério da Justiça, passou a ficar debaixo do recém-criado Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A missão da Funai de identificar e demarcar terras indígenas passou para as mãos da nova Secretaria de Assuntos Fundiários, ligada ao Ministério da Agricultura. Essa mesma Secretaria também vai cuidar dos processos de licenciamento ambiental de todos os tipo de obras do País.

Estadão Conteúdo

Opinião dos leitores

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Política

SEJA O QUE DEUS QUISER: Detran e DER continuam sem direção

O DETRAN e o DER, duas das mais importantes autarquias do Estado seguem sem comando. Já se passaram 16 dias de gestão e os diretores ainda não foram nomeados.

Inclusive, hoje, o deputado estadual Kelps Lima e o vice-prefeito de Extremoz, Macho Sales, foram até o DER tentar solucionar o drama dos moradores da praia de Pitangui, que vivem com a rodovia de acesso ao distrito interrompida pela areia das dunas que encobre todo o asfalto. Simplesmente não tinha ninguém para resolver.

Opinião dos leitores

  1. A direção do DER deveria continuar nas mãos do Gal.George Fraxe, honesto,competente, saber ir atrás de recursos para obras de infraestruturas como atuou no governo anterior.

    1. Petralhas são alérgicos a militares. E isso é da natureza deles, ninguém muda.

  2. KKKKK, agora acreditem na competência, 17 dias de governo, sem nomeações, só quem se prejudica somos nós, e o caso dos salários, não recebi o meu.

  3. Calma. Ainda vai ter terceiro turno e Robson vai ganhar pra essas viúvas dele abaixo deixarem de chorar. Kkkkkkkk

  4. O estado do RN tem 1.100 carros alugados e até agora não vi nenhuma medida para diminuir essa despesa. Eu acho que o estado todo tá sem direção.

    1. BG
      Ontem em frente a secretaria de Saúde por volta das 13 horas na Av. Deodoro tinha um caminhão bau do estado sendo carregado e com o motor ligado e os vidros fechados muito provável com o AR-CONDICIONADO ligado. Isto é um absurdo enquanto falta medicamentos nos hospitais um motorista IRRESPONSÁVEL poluindo a atmosfera e gastando combustível desnecessariamente. O pior é que ninguém faz nada.

  5. É muita incompetência.
    Mas a mim não surpreende!
    Ainda não deve ter terminado a disputa pelos cargos.

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