Na última quarta-feira, uma jovem motorista entrou para a extensa lista das pessoas assaltadas em cruzamentos da nossa capital. Acionou a PM que não localizou o bandido, mas sabe quem ele é, tem sua foto e sabe onde ele atua. O depoimento, distribuído por email por sua mãe, é um misto de medo, impotência, incredulidade e indignação.
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“Hoje, 29 de junho de 2011, aqui em Natal/RN no sinal da Av. Prudente de Morais com a Bernardo Vieira às 10:25 da manha, fui assaltada. O sujeito se aproximou do carro como se tivesse surgido do nada e com apenas 4 dedos de janela aberta se apoiou e disse: ‘Tenho um vidro na mão, passe o celular, dinheiro, tudo!’. Sem acreditar olhei para ele como se não tivesse entendido e ele repetiu. Olhei para frente e para os lados e tudo o que vi foram fileiras de carros e um sinal vermelho parado. Entreguei o celular e em seguida o dinheiro que tinha na carteira. ‘Passe tudo, tudo, me dê mais!!’. Desesperada, respondi que tudo o que tinha era aquilo, o resto eram só papeis, e com um ‘agora feche o vidro e vá embora’ o sujeito lentamente se virou e saiu andando. “Graças a Deus ele não fez coisa pior, Graças a Deus você está bem”… é o que tenho ouvido desde esta manhã. Sim, estou bem fisicamente, mas nunca pensei que fosse me abalar tanto assim psicologicamente. A cena não para de passar na minha cabeça e não paro de fantasiar as tantas coisas que poderia ter feito se não tivesse ficado absolutamente travada e sem reação ou se apenas estivesse com o maldito vidro fechado. E não é que é verdade que a gente nunca espera que uma coisa dessas aconteça conosco? Bom, pelo menos eu não esperava. Quanta ingenuidade, não? Quem já se viu andar de vidro aberto pela cidade num dia friozinho? Quando a policia chegou, demos algumas voltas por alguns quarteirões e… adivinhem! Logo ali, gente, por trás daquela avenida tão movimentada… crianças, adolescentes, homens e mulheres consumindo CRACK. Qualquer dia, só por curiosidade, passem por lá… mas não esqueçam: de vidro fechado e de preferência blindado!! Não encontramos o sujeito, mais conhecido como “Boca de chiclete” segundo a policia, que tinha uma foto dele pois na semana passada havia sido pego por assaltar da mesma forma uma professora no mesmo local. Natal está um CAOS em diversos aspectos além da saúde, da educação e da segurança!! E eu me pergunto, que cidade VIROU esta? Todos os dias nós passamos ao lado e sabemos dessa realidade, mas quando ela surge à nossa frente e sentimos seu gostinho é difícil né? Ainda tenho um pouco de fé no social, mas infelizmente hoje sei que não posso mais ter confiança porque não posso contar com a segurança. Fiquem atentos e alertem…Esse marginal é o que assalta mulheres, ameaçando com cacos de vidro. Ele fica no trecho Prudente de Morais, Bernardo Vieira, Jaguarari. Ontem ele assaltou Camilla, minha filha e hoje ele estava as 17:40 na saída do Midway Mall pela Romualdo, vestindo camisa azul e mochila branca. O pior é que a Polícia sabe onde ele está sempre,onde ele dorme e nada é feito. Estamos entregues a esse tipo de marginais”.
Ass: Monalisa Sales
Do Blog: A situação dos pedintes e lavadores de vidros que se encontram em sinais em Natal é deplorável. Eles não conseguem mais sustentar o vício com os extras que fazem lavando vidros e pedindo dinheiro em sinais.
Muito deles viraram literalmente bandidos. Virou rotina agora durante o dia você se deparar com esses meninos marginais ou marginais meninos tombando, sujos, com os olhos arregalados de tão doidos que se encontram. Praticamente não existe mais exceção. Infelizmente, a realidade nua e crua é essa. O pior é saber que a policia sabe quem são todos eles. A maioria já foi detida mais de uma vez e não se toma uma medida definitiva.
Vera Lúcia, de 45 anos, chegou à cracolândia há dois. Ela diz que tinha na época um objetivo claro na cabeça: resgatar dali o filho adolescente que havia se tornado viciado em crack e voltar para casa, em Bragança Paulista, cidade no interior paulista, a 89 quilômetros da capital. Antes de completar a missão, no entanto, conta que acabou também sendo pega pelo vício.
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