Jornalismo

Colunista da Carta Capital aponta farsas em matéria de capa da Veja

Essa é realmente impressionante! A colunista Cynara Menezes, da revista Carta Capital, derrubou praticamente toda a matéria da revista Veja dessa semana que tem como destaque (reportagem de capa mesmo) a chamada de como o PT se preparou para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para atacar adversários.

O blog que acompanha a Veja chegou a ler a matéria, não na íntegra, mas pode acompanhar vários indícios de um jogo político legal, porém sujo e baixo, do partido que está ocupando a Presidência da República Federativa do Brasil, mas se a matéria for, realmente, uma farsa é lamentável para a imagem do semanário, que mesmo com várias críticas, continua com credibilidade.

O colunista Flávio Morgenstern, que sempre tem matérias reproduzidas nos blogs de Veja, tratou logo de responder às críticas feitas pela colunista da Carta Capital, mas as respostas não foram muito boas.  O colunista tenta convencer os leitores de que é difícil falsificar um documento pelo simples fato de haver um brasão da República Federativa do Brasil. Pelo que expressa Flávio, os brasões só são encontrados em documentos oficiais, não havendo outra possibilidade. Ora! Uma imagem do brasão é a coisa mais fácil do mundo de se encontrar. Basta ir ao Google. Em seguida, copiar e colar a imagem em um documento em branco. Essa explicação foi infeliz. Resta esperar a bomba que Veja deve estar preparando. Confira os dois artigos:

1) Cynara Menezes

“Control C + Control Veja

No centro do furacão desde que vieram à tona suas relações no mínimo pouco éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, a revista Veja parece ter perdido toda a noção de ridículo.

Sua capa desta semana é uma farsa: o “documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido produzido pelo PT como estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros.

Confira neste link (clique AQUI) os fac-símiles do suposto “documento” que a revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros links no decorrer deste texto.

Segundo a revista, os trechos que exibe fariam parte de um “documento preparado por petistas para guiar as ações dos companheiros que integram a CPI do Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços copiados e colados diretamente (o manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos computadores) de reportagens de terceiros, sem mudar nem uma vírgula.

O primeiro deles: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, um dos portais de notícia, aliás, que os colunistas online de Veja vivem atacando com o apelido de “171″ (número do estelionato no código penal).

Mas quem é que está praticando estelionato com os leitores, no caso? (confira clicando AQUI).

Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja é um “copiar e colar” da coluna painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de inquérito no STF”. (Confira AQUI)

Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda seus leitores esta semana: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do dia 28 de abril (leia AQUI).

Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de arapongagem, que grampeavam pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à Veja, estão fazendo falta à semanal da editora Abril…

Para acessar o site da revista, clique aqui.

2) Flávio Morgenstern

” O novo furo (furado) da Carta Capital

A reportagem de capa da Veja dessa semana mostra que o PT distribuiu um “manual” para companheiros na CPI. É algo completamente legal, só um pouco vexatório, ainda mais para o partido que antes se arrolava o dono da ética – hoje já prefere advogar-se dono do país.

O braço midiático do PT não gostou de passar vergonha. Cynara Menezes, da Carta Capital, foi avisada por um seguidor no Twitter de que o “manual” continha material que estava no blog Brasil 247, aquele mistifório criado por Daniel Dantas para detonar seus adversários – e que acaba servindo bastante para municiar o PT. Sua conclusão veio antes de um raciocínio escorreito e passou reto por conseqüências que foi incapaz de calcular: para ela, seria uma prova “por A + B” de que “o jornalismo da Veja é ruim” e de que o documento é “suposto”, não sendo um “documento” sem aspas por ser “um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros”.

Se tal fosse verdade, seria fácil processar Veja por forjar um documento oficial. O documento que a revista mostra vem com o brasão da República. Seu uso é obrigatório nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal, de acordo com a lei 5.700/71. Não é um papel que você pega em branco com o símbolo em qualquer xerox e escreve o que quiser embaixo. Tampouco pode-se usar o símbolo em qualquer informe comunicativo só pra ficar mais supimpa: apenas entidades governamentais federais podem fazer uso do brasão. Nem mesmo paraestatais, como Banco do Brasil ou Petrobrás podem utilizar o símbolo. Há inclusive decisão no sentido de coibir entidade de despachantes que utilizava o brasão da República em seus documentos sob pena de multa diária de 10 mil reais.

Não é o tipo de informação que Cynara pesquisou antes de afirmar, de estro próprio e inconseqüentemente, que era um papel “que utilizou selo da república na hora de xerocar. simplérrimo.” – idéia difícil de sustentar em uma realidade regida pela Constituição Federal e pelas Leis de Newton.

Em outras palavras, se a reportagem de Cynara Menezes tivesse algum pingo de veracidade, seria nitroglicerina prestes a explodir. Poderia ser o maior escândalo midiático do hemisfério. Não seria um erro como “fingir que um site financiado pelo PT é propaganda do próprio PT”. Seria um crime federal seríssimo capaz de fechar as portas da terceira revista mais lucrativa do planeta. Mas, para tristeza de Cynara, não é isso que ela tem em mãos.”

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Política

Fátima traz “CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” para o RN

Em resposta à solicitação da deputada federal Fátima Bezerra (PT), a Comissão Parlamentar de Inquérito da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados, realiza nesta segunda-feira, 04 de junho, uma Audiência Pública com o tema “Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, às 14h.

Presença da presidente da CPI, deputada federal Erika Kokay, do Senador Paulo Davim, e das deputadas Fátima Bezerra e Sandra Rosado, que integram a Comissão na Câmara dos Deputados. Participam os deputados estaduais Fernando Mineiro e Larissa Rosado. A deputada Márcia Maia, coordenadora da Frente Parlamentar Estadual da Criança e do Adolescente da Assembleia Legislativa do RN e a vereadora Júlia Arruda, que coordena na Câmara Municipal de Natal a Frente Parlamentar em Defesa das Crianças e dos Adolescentes, participarão também da audiência.

Na manhã da segunda-feira (04), serão realizadas diligências ao ITEP, Ministério Público e na Delegacia Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente, para que os integrantes da CPI possam se inteirar da realidade local. As diligências continuarão na terça-feira (05).

De acordo com os dados apurados pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, no ano de 2010, identificam o Rio Grande do Norte com o maior índice entre os 27 estados do Brasil, com 19,31 casos por 100 mil habitantes, em casos de exploração sexual de crianças e adolescentes.

“Somente em Natal, capital do nosso Estado, nos últimos quatro anos, 308 casos de abuso sexual foram cometidos contra menores de idade. O número pode parecer pequeno se comparado com o tamanho da população, mas os casos se repetem quase que diariamente. O acusado é, na maioria das vezes, parente ou tem proximidade e confiança da vítima. O combate e investigação desse tipo de crime, no Rio Grande do Norte, são incipientes”, ressalta Fátima.

Ainda segundo a SDH, as rodovias federais brasileiras têm quase dois mil pontos de risco para a exploração sexual de crianças e adolescentes. No Rio Grande do Norte, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) as pontes estão nas BR-s 101, 304 e 406.

Apesar desses dados alarmantes, existe apenas uma delegacia para atender todo Estado. “O envolvimento de vários setores da sociedade nessa discussão é de fundamental importância para que tenhamos êxito neste objetivo”, acredita Fátima.

Foram convidados para a audiência: Governo do Estado do Rio Grande do Norte; a Prefeitura do Natal; Ministério Público do RN; o Presidente do Conselho Estadual da Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente, Pe. Murilo Paiva; Casa Renascer; Convenção Batista Norte Riograndense; Presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento e coordenadora do Núcleo de Estudos Sócio-Culturais da Infância e Adolescência da UFRN, Profª Rosângela Francischini; Superintendente do Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Norte, Rosemberg Alves de Medeiros; Fórum DCA, dentre outras representações.

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Política

PT perdeu o controle da CPI do Cachoeira

Antes de apoiar a instalação da CPI do Cachoeira, o PT ouviu Lula, mediu a pulsação de Dilma Rousseff, consultou os partidos amigos e, sem pensar duas vezes, foi em frente. Imaginou-se diante de uma empreitada sob seu controle.

Passados 36 dias da instalação da CPI, materializou-se na comissão um cenário bem diferente. A almejada hegemonia governista ficou no desejo. O PT desentende-se consigo mesmo e já não controla nem os aliados que supunha mais fiéis.

A legenda foi apresentada ao imprevisto na votação do pedido de convocação do governador petista do DF. Num colegiado em que o condomínio governista dispõe de 65% dos votos, Agnelo Queiroz foi arrastado para a CPI por 16 votos a 12.

Somaram-se à banda da oposição e ao naco independente da CPI seis traições insuspeitadas. Rebelaram-se contra o PT silvérios que representam na comissão o PP, o PR, o PSB, o PTB e o PSC.

Os votos que fizeram a diferença na construção do infortúnio de Agnelo foram proferidos pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) e pelos deputados Gladson Cameli (PP-AC), Mauricio Quintela (PR-AL), Paulo Foletto (PSB-ES), Silvio Costa (PTB-PE) e Hugo Leal (PSC-RJ).

Em conversa com o blog, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, analisou a cena: “Ficou evidente que a estratégia de formar blocos na CPI não prosperou. Vai ser cada partido por si, discutindo em cada caso o que considera justo e adequado. As maiorias serão eventuais.”

Maiorias eventuais, eis a novidade com a qual o PT não contava. A prevalecer o cenário esboçado nas duas últimas sessões da CPI, o alinhamento dos votos será definido pela soma de convicções e conveniências com o ocasional.

A equação petista começou a desandar na sessão de terça (29). Programara-se a quebra parcial dos sigilos das contas bancárias da Delta Construções. Coisa combinada na noite da véspera entre PT e PMDB. Esqueceram de combinar com os russos da infantaria.

Iniciada a sessão, os dois maiores partidos da coalizão trincaram. Pela trinca, passou um requerimento que abriu, sem restrições, as contas da matriz da Delta. Com isso, foram ao caldeirão da CPI as verbas do PAC e os negócios da empreiteira com os governos de 23 Estados.

Na sessão desta quarta (30), o PT organizara-se para extrair do plenário três objetivos: a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Marconi Perillo, a convocação do governador tucano de Goiás e a exclusão do companheiro Agnelo e do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), do rol de alvos da CPI.

Concluídos os trabalhos, o PT obteve apenas a convocação de Perillo, que já havia manifestado, por escrito, o desejo de falar. No mais, os sigilos de Perillo permaneceram intactos, Agnelo virou depoente e Cabral livrou-se da grelha graças a uma articulação do PMDB com o PSDB de Aécio Neves. Entre os tucanos, apenas o líder Alvaro Dias (PR) votou contra Cabral.

Um dos representantes do tucanato na CPI, o senador Cássio Cunha (PB) Lima faz a contabilidade do primeiro mês: “Por enquanto, o PT está no prejuízo. Queria convocar o procurador-geral Roberto Gurgel. Não conseguiu. Imaginou que implicaria a revista Veja. Nada.”

Cunha Lima prossegue: “O PT desejava limitar a investigação à Delta do Centro Oeste. Passou a Delta nacional. Tramou poupar o Agnelo. Ele vai depor. Conspirou contra o Perillo. O governador de Goiás antecipou-se e a alegada convocação passou com os nossos votos.”

Dois fatores ajudam a transformar a CPI do Cachoeira num empreendimento sujeito às maiorias ocasionais: a insatisfação de nacos do consórcio governista com os pendores governistas do PT e a irritação com as demandas desatendidas pelo Palácio do Planalto. Se continuar assim, fora do controle oficial, a investigação pode até produzir algum resultado.

Fonte: Josias de Souza

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Social

Contador de Cachoeira se diz inocente. Outros três investigados preferem o silêncio

Único dos quatro convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira a falar nesta quarta-feira (30), Lenine Araújo de Souza negou que tenha trabalhado na contabilidade ou tivesse sido sócio de qualquer empresa daquele que é acusado de chefiar um esquema criminoso com ramificações nos setores público e privado. Ele prometeu colaborar com a comissão, mas somente depois de apresentar sua defesa no processo que responde no Judiciário.

Diante da aparente disposição de Lenine para ajudar, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) remarcou outro interrogatório com o acusado para a semana que vem.

“Estou respondendo a um processo na Justiça Federal em Goiás; nesta quinta-feira [31], haverá audiência com as testemunhas de acusação e defesa; na sexta-feira [1º], prestarei depoimento. Estou aqui disposto a colaborar, mas não posso me manifestar sem ao menos saber o que as testemunhas vão falar. Proponho o adiamento de minha participação nesta CPI”, afirmou.

Aos parlamentares, Lenine disse que está sendo humilhado e injustiçado desde que foi preso no dia 29 de fevereiro na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

“Sou administrador formado e, ao longo de 45 anos, nunca havia sido preso, algemado, e nunca havia respondido a qualquer processo. Fui posto em isolamento numa penitenciária de segurança máxima, numa situação que causou graves problemas psicológicos a mim e a minha família”, lamentou.

Outros três convocados para depor nesta quarta-feira, usaram o direito de permanecerem calados. Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Centro-Oeste;  Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como laranja do grupo comandado por Cachoeira; e José Olímpio de Queiroga Neto, acusado de ser gerente da organização, permaneceram poucos minutos na sala da comissão e foram liberados pelo presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) depois que confirmaram a opção pelo silêncio.

Adiamento

A CPI aprovou o adiamento do depoimento do ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, que seria ouvido como testemunha.  Jayme, citado nas investigações, enviou documento à CPI, alegando não poder comparecer por motivos de saúde.

Também foi adiado o depoimento de Rodrigo Moral Dall Agnol, contador da empresa Delta. Ele foi convocado na condição de testemunha, mas segundo Vital do Rêgo, houve uma confusão no pedido de habeas corpus impetrado por Agnol no (Supremo Tribunal Federal STF), que considerou a presença dele na CPI na condição de indiciado.

Fonte: Agência Senado

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Política

Movido a soberba e ira, Lula perde o faro político e complica demais a situação da companheirada

Sete anos se passaram desde que o “mensalão” foi introduzido no léxico da política nacional. E Lula ainda não conseguiu digeri-lo. Com o vocábulo atravessado na traquéia, o ex-presidente enxergou no Cachoeiragate uma oportunidade para regurgitá-lo. Idealizou uma CPI e passou a transitar entre dois dos sete vícios capitais: a soberba e a ira.

Com a alma em desalinho e o organismo sob efeitos de medicamentos, Lula perdeu momentaneamente sua principal habilidade: o faro político. Às vésperas do julgamento do escândalo, passou a atirar a esmo. No encontro com o ministro Gilmar Mendes, um de seus alvos, cometeu o erro supremo. Deu um tiro no pé.

Por formalidade regimental, o requerimento de convocação da CPI elegeu como objeto investigação a ação da quadrilha de Carlinhos Cachoeira junto a agentes públicos e privados. Para Lula, o bicheiro é mera escada. Escalando-o, pretende chegar à jugular dos que, segundo crê, conspiraram contra sua presidência.

No papel, a CPI é do Cachoeira. Na cabeça de Lula, o nome da comissão é outro: CPI da Vingança. Numa fase em que o raciocínio brota-lhe do fígado, Lula enxergou na iniciativa um palco multiuso. Num mesmo patíbulo, faria sangrar o ex-algoz Demóstenes Torres, a revista Veja e o governador tucano Marconi Perillo.

Do sangue dos antagonistas, Lula pretendeu extrair o sumo que engrossaria seu objetivo primordial: a desmontagem do que chama de “farsa do mensalão.” Nesse contexto, dois personagens foram à alça de mira como alvos convenientes: o procurador-geral da República Roberto Gurgel e o ministro Gilmar Mendes. Um prepara-se para exercer o papel de acusador dos mensaleiros. Outro, de julgador.

Lula encontrou-se com Gilmar em 26 de abril. Dias antes, em conversas com amigos petistas, destilava os rancores que nutre pelo personagem. Em notícia veiculada aqui, em 27 de abril, informou-se sobre os pensamentos que embalavam a mente de Lula nos dias que antecederam a conversa no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.

Nesse período, Lula cobrava do petismo que avançasse sobre a Veja. Dizia estar convencido de que a revista associara-se ao aparato de espionagem de Carlinhos Cachoeira para produzir reportagens contra o governo dele. E recordava uma passagem protagonizada por Gilmar Mendes.

Citava o célebre grampo que captara conversa de Gilmar com o senador Demóstenes Torres. Atribuída à Abin, a escuta clandestina levara Lula a afastar da direção da agência de inteligência o delegado federal Paulo Lacerda. Ironicamente, a cabeça de Lacerda descera à bandeja após reunião intermediada por Nelson Jobim.

Então ministro da Defesa, Jobim, amigo de Gilmar desde os tempos do governo FHC, levara-o ao Planalto. Recebido no gabinete presidencial, Gilmar referira-se à bisbilhotagem de seu telefonema com Demóstenes como evidência de que o aparato de segurança do governo fugira ao controle. Caminhava-se, segundo ele, para “um Estado policial”.

Pois bem. O Lula dos dias que antecederam a nova reunião intermediada por Jobim recordava: embora Demóstenes e Gilmar tivessem confirmado o conteúdo do diálogo, o áudio o grampo jamais apareceu. Algo que levou Lula a difundir a suspeita de que a escuta fora parte de uma trama da “turma do Cachoeira”. Inconformava-se com o fato de ter sacrificado Lacerda.

Foi contra esse pano de fundo envenenado que Lula pediu a Jobim que agendasse o novo encontro com Gilmar. Revelado o teor da conversa, Jobim tentou vender a reunião como coisa fortuita. Nessa versão, Lula fora ao escritório para matar as saudades do seu ex-ministro e, por uma dessas coincidências da vida, Gilmar encontrava-se no recinto. Uma lorota que, por falta de nexo, Jobim absteve-se de reiterar.

Em privado, Gilmar revela que manifestou o desejo de avistar-se com Lula. Para quê? Não deixa claro. Informado, Lula pediu que o encontro fosse marcado. Na noite passada, em conversa com o blog, um amigo petista do ex-presidente classificou a iniciativa como “um erro grosseiro.” Por quê?

“O Lula estava armado contra o Gilmar. A chance de uma conversa como essa acabar bem era zero. Deu no que deu: uma guerra de versões. Gilmar diz que Lula quis adiar o julgamento do mensalão em troca de proteção na CPI. Jobim desmente, mas não é categórico. O Lula também desmente, mas ninguém acredita.”

De fato, o desmentido de Lula foi recebido como algo incompatível com o tamanho da encrenca. Demorou 48 horas. Veio por meio de nota, não de viva voz. Confirmou o encontro. Chamou de “inverídica” a versão de Veja. Mas não trouxe à luz uma versão substituta capaz de traduzir o alegado “sentimento de indignação.”

Em público, Gilmar deu entrevistas reafirmando, em essência, o que dissera à revista. Longe dos refletores, adicionou detalhes que levam os interlocutores a dar-lhe crédito. Contou, por exemplo, que Lula parecia sob o efeito de remédios. Fraco, tropeçou na saída.

O ministro alega que só veiculou o que se passou entre quatro paredes porque chegou-lhe aos ouvidos a informação de que Lula continuou a tratá-lo como matéria prima de CPI. Quer dizer: deu de ombros para o pedaço do diálogo em que Gilmar lhe disse que suas relações com Demóstenes não ultrapassaram o rubicão da ética. Abespinhado, o ministro levou os lábios ao trombone.

Gilmar não ficou bem posto no enredo. Às portas do julgamento do mensalão, a reunião com um personagem que chama o escândalo de “farsa” pareceu, no mínimo, inadequada. No máximo, um despautério. Porém, Lula saiu do episódio em posição ainda mais constrangedora. Ficou entendido que, para embaralhar o julgamento do Supremo, está disposto até a deslustrar sua biografia.

Nesta segunda (28), o advogado de um dos réus da ação penal que Lula gostaria de postergar disse que o ex-soberano obteve o oposto do pretendido. Acha que o STF ganhou razões adicionais para pisar no acelerador. Pior: a hipótese de condenação foi potencializada.

Nesta terça (29), a CPI do Cachoeira –ou comissão da Vingança— realiza mais uma de suas sessões administrativas. Vão a voto, entre outros requerimentos, os que pedem a convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do DF, Agnelo Queiroz (PT); e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Em reuniões que entraram pela madrugada, o PT articulava com as infantarias aliadas a aprovação do requerimento de Perillo e a rejeição dos de Agnelo e Cabral. São grandes as chances de Lula degustar o infortúnio do governador tucano. Um personagem que, em 2005, ecoou Roberto Jefferson. Numa fase em que Lula dizia ‘eu não sabia’, Perillo foi ao noticiário para informar que sabia, sim. Ele mesmo cuidara de avisar.

Ainda que PT e Cia. arrastem Perillo para o banco da CPI, como parece provável, a felicidade de Lula será fugaz. O depoimento constrangerá o governador e o PSDB, mas não terá o condão de influenciar os julgadores do STF. Ali, tende a prevalecer a verdade dos autos.

O Evangelho de São João ajuda a entender o que se passa com Lula. Diante de Jesus, Pôncio Pilatos indaga: “Tu és o reu dos judeus?” Jesus responde: “Meu reino não é desse mundo…” Pilatos insiste: “Então, tu és rei?” E Jesus: “Tu o dizes: eu sou rei. Por isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta a minha voz.” Pilatos replica: “Que é a verdade?” (João, 18, 33-38).

Movido a soberba e tratado pela maioria do PT como um cristo da política, Lula esforça-se para reescrever a história do mensalão. Trombeteia que foi obra da quadrilha de Cachoeira o vídeo que expôs o pagamento de propina a um diretor dos Correios, levando Roberto Jefferson a dar com a língua nos dentes.

Com a visão obscurecida pela ira, Lula esquece de considerar que a propina dos correios existiu, assim como as revelações que se sucederam a ela: a parceria Delúbio Soares-Marcos Valério, as arcas “não contabilizadas”, os empréstimos de fancaria, os saques na boca do caixa e um infindável etcétera.

No instante em que tiverem de responder à pergunta de Pilatos –“Que é a verdade”— os ministros do Supremo olharão não para a CPI, mas para os dados recolhidos pela Polícia Federal do ex-Lula e reunidos pela Procurador-Geral Antonio Fernando de Souza, nomeado e renomeado pelo mesmo ex-presidente. Ali está a verdade redentora, não nos evangelhos de Lula.

Fonte: Josias de Souza

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Jornalismo

Carlinhos Cachoeira tira onda e fica calado em depoimento à CPI

O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, anunciou há pouco que não irá responder às perguntas dos parlamentares que participam da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga suas relações com agentes públicos e privados.

Ele declarou que, por orientação dos advogados, só irá dar sua versão das acusações levantadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, depois de sua audiência na Justiça. “Depois, podem me chamar que eu irei falar”, disse.

Neste momento, o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), faz uma série de perguntas, não respondidas por Cachoeira.

Até agora as respostas foram um belo e sonoro: “Eu me reservo ao direito constitucional de ficar calado”. Com o detalhe do tom bastante irônico. Mas tenham calma, que as vezes ele muda a resposta para “Permanecerei calado” ou “Ficarei calado” . Deboche total!

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Política

CPI do Cachoeira é a mais lenta em 20 anos

Com potencial para envolver parlamentares e três governadores, a CPI do Cachoeira chega a quase um mês de existência com a marca de comissão mais lenta dos últimos 20 anos entre as destinadas a investigar corrupção.

Folha analisou outras dez grandes comissões de inquérito criadas desde a CPI do Collor (1992). Nunca antes, em seus primeiros 15 dias de trabalho (descontados fins de semana, feriados e recessos), uma comissão ouviu tão poucos envolvidos e demorou tanto para tomar seu primeiro depoimento público.

Durante a semana a CPI foi alvo de acordo entre governo e oposição para restringir o alcance das investigações.

A primeira tomada de depoimento público, do empresário Carlinhos Cachoeira, está marcada para terça-feira. A previsão inicial era que ocorresse na semana passada, mas os advogados de Cachoeira conseguiram no Supremo suspender a sessão alegando que não haviam tido acesso ao processo. Mesmo que o empresário tivesse dado o depoimento, o cenário da CPI em relação a comissões anteriores não mudaria.

Ainda que sejam contabilizados os depoimentos secretos dos delegados responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlo, a produtividade do caso Cachoeira é muito menor que outras. Em média, no mesmo período, as outras CPIs já tinham realizado oito depoimentos.

A CPI dos Bancos, criada em 1999 para investigar o auxílio oficial dado ao banqueiro Salvatore Cacciola, já tinha ouvido 17 pessoas. A do Banestado, que apurou um esquema ilegal de envio de dinheiro ao exterior, tinha feito 12 oitivas em duas semanas.

Mesmo as CPIs que contaram com blindagem mais explícita para conter maiores estragos ao Palácio do Planalto, como a dos Cartões Corporativos (2008) e a da Petrobras (2009), foram mais céleres em suas primeiras semanas de atividade, com seis e sete depoimentos, respectivamente.

O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), diz que a comissão é atípica porque o “trem já estava andando” –a CPI nasceu de uma operação da Polícia Federal. “A comissão está num ritmo adequado”, disse. “O governo está usando um rolo compressor”, diz o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), eximindo de responsabilidade a oposição, que atua para impedir a convocação do governador tucano Marconi Perillo (GO).

Até quarta, a CPI do Cachoeira também se notabilizava por ser a que menos havia aprovado requerimentos. Na quinta, uma série de pedidos de convocação e quebras de sigilo foi aprovada. Ainda assim, o número de requerimentos derrubados não tem precedentes: 64 só na quinta.

FOnte: Folha

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Jornalismo

Decisão sobre depoimento de Cachoeira fica para a semana que vem

Ficou para a semana que vem a definição sobre a data do depoimento do empresário envolvido com a exploração de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que leva seu nome. O gabinete do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decidir a questão, informou que não haverá qualquer posicionamento até a próxima segunda-feira (21).

Mello suspendeu esta semana o depoimento de Cachoeira na CPMI, marcado para a próxima terça-feira (22). Na decisão, o ministro alegou que a defesa do empresário estava sendo prejudicada porque os advogados do empresário não tiveram acesso aos dados que serviriam de base para o interrogatório.

Um dia depois da decisão, a comissão parlamentar liberou os dados para os advogados de Cachoeira. Como consequência, Mello sinalizou que poderia rever sua decisão assim que recebesse o comunicado oficial da CPMI, o que ocorreu ontem (17).

Enquanto a CPMI acionava o STF cobrando a liberação do depoimento, a defesa de Cachoeira entrava com um novo pedido na Corte solicitando um prazo mínimo de três semanas para analisar todos os documentos disponibilizado pela CPMI.

Mello deve decidir sobre essas questões no início da próxima semana. Até lá, o depoimento de Cachoeira na comissão parlamentar permanece suspenso.

Fonte: Agência Brasil

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Política

Deputado do PT é pego em flagrante protegendo Governador do PMDB na CPI do Cachoeira

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=ldlruWnMJyI

Opinião dos leitores

  1. Tropeçando na própria incompetência, Sérgio Cabral vem, ao longo de sua carreira política, acumulando derrotas que muitas vezes passam despercebidas. No quesito malandragem não resta dúvida de que Cabral é um dos mais espertos. Porém, em se tratando de estratégias que não sejam imediatistas, o sujeito comete erros políticos primários, principalmente por conta de sua prepotência. Nos faz lembrar o caso do ‘insuperável’ transatlântico inglês, com a qual ‘nem Deus podia’ segundo seus próprios construtores navais. E que se transformou no maior naufrágio da história. No Rio de Janeiro está acontecendo algo parecido com o caso do luxuoso transatlântico. Navegando com a soberba de construtor naval inglês, o Titanic do governador já tem dia e hora marcados para afundar.

  2. Péssima reportagem do SBT. Primeiramente, edição MUITO mal feita. O Senenador Humberto Costa quando se refere aos "intocáveis" não está dizendo dos governadores citados, mas sim do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel. Humberto Costa não tem interesse político na convocação do Sérgio Cabral, nem na de Agnelo Queiroz. O embate dos governistas nessa CPI foi contra o PGR.

    E coisa ainda mais errada e aqui, inclusive, ilegal: é um ABSURDO devassarem a privacidade de qualquer cidadão, seja ele parlamentar ou não, a ponto de filmarem sua conversa de celular. O próprio Estado só está autorizado a fazer isso judicialmente. A preservação da intimidade é direito absolutamente inalienável e intimamente atrelada à dignidade da pessoa humana, ao Estado de Direito e à democracia. Não estou a defender a postura governistas ou da oposição na CPI (até porque ela atinge a membros de todos os lados PSDB/DEM/PT/PMDB, e espero que todos sejam devidamente punidos de acordo com sua responsabilidade), mas isso que esse cinegrafista fez é imoral, ilegal e perfeitamente punível judicialmente!!
    Raoni Bielschowsky

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Política

A PIZZA foi para o forno na CPI do Cachoeira

Deu-se o previsto. Reunida nesta quinta (17), a CPI do Cachoeira acendeu o forno. Aprovou-se a convocação de 51 suspeitos e quebrou-se o sigilo bancário, fiscal e telefônico de 36 pessoas e empresas. Os governadores foram poupados. Fernando ‘Delta’ Cavendish também foi retirado da grelha.

Com o apoio de governistas e oposicionistas, decidiu-se adiar a votação dos requerimentos que convocariam para depor três governadores: o tucano Marconi Perillo (Goiás), o petê Agnelo Queiroz (DF) e o pemedebê Sérgio Cabral (Rio).

Marconi e Agnelo encontram-se no espeto graças aos indícios colecionados pela PF. A Procuradoria já informou que acionará a dupla no STJ. Cabral teve o calcanhar exposto com a divulgação dos videos e fotos que desnudaram a intimidade que o une a Fernando Cavendish. Para a CPI, por ora, nada a apurar.

Num dos requerimentos aprovados, a CPI quebrou os sigilos da Delta. Apenas no Cento-Oeste. E a matriz? “Não é o nosso foco. Quem quiser que peça uma CPI da Delta”, disse o relator Odair Cunha (PT-MG).

E quanto a Canvendish? “Não há indícios que me levem a pedir a quebra de sigilo ampla, geral e irrestrita de toda a empresa Delta e do senhor Fernando Cavendish”, Odair declarou.

No inquérito da Operação Monte Carlo, a PF informa que a Delta borrifou R$ 39 milhões nas caixas registradoras de empresas de fachada da quadrilha. Suspeita-se que a verba tenha irrigado campanhas eleitorais. Tomado pelas palavras, o relator da CPI acha que os milhões se moveram sem o conhecimento do então controlador da empreiteira. Falta nexo.

A voz de Cavendish, nunca é demasiado recordar, soou numa gravação feita às escondidas por dois ex-sócios. Ele disse coisas assim: “Se eu botar R$ 30 milhões na mão de políticos, eu sou convidado pra coisa pra caralho! Pode ter certeza disso, te garanto. Se eu botasse dez pau que seja na mão de nêgo… Dez pau! Ah… Nem precisava de muito dinheiro não, mas eu ia ganhar negócio. Ôooo…”

Ou assim: “Estou sendo muito sincero com vocês: R$ 6 milhões aqui, eu ia ser convidado. Ô, senador fulano de tal, eu tenho cinco convites aqui. Toma, tá aqui ó. Pá! Se convidar, eu boto o dinheiro na tua mão.” São frases que, num Congresso feito de honradez, inspirariam um desejo irrefreável de ouvir o autor. Mas a CPI, feita de outra matéria prima, faz ouvidos moucos.

Nascida sob o estrépito da unanimidade, a CPI descamba para a seletividade. No parto, não teve opositores. Todos os partidos apoiaram. Dilma absteve-se de barrar. Lula açulou o PT. FHC disse que a coisa é necessária. Ao ensaiar os primeiros passos, a comissão revela-se uma dessas iniciativas cujo risco de dar certo é nulo.

Sem alarde, retira-se da investigação o PAC, que tem na Delta sua principal tocadora de obras. Na manha, PT e PMDB oferecem escudo a Agnelo e Cabral para, num segundo momento, de cena para, arrastar apenas Marconi para o banco da CPI. No mais, a comissão vai dançar ao redor de Cachoeira e seu bando, já moídos pela PF. À platéia, reservou-se, de novo, o papel boba.

Fonte: Josias de Souza

Opinião dos leitores

  1. Enquanto a populaçao so votar em partidos e candidatos da midia brasileira, so vai continuar essa farsa cpi so almenta  o esquema. PT e PMDB é so conveniências . So me espliquem porque Color não roubou nem um milésimo do PT e foi cassado . Acorde povo brasileiro tomem vergonha na cara votem NULO ou so justifiquem.

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Jornalismo

Veja a lista de citados em grampos de Cachoeira com 82 nomes

Em depoimento sigiloso à CPI do Cachoeira, o delegado Matheus Mela Rodrigues, que coordenou a Operação Monte Carlo, citou uma lista com 82 nomes que tiveram relações ou foram apenas citados em conversas de Carlos Augusto Ramos, O Carlinhos Cachoeira.

A lista inclui os nomes de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), de governadores, senadores, deputados federais, prefeitos e até mesmo da presidente Dilma Rousseff.

O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), fez um apelo aos parlamentares para que não comentassem com a imprensa os nomes da lista, uma vez que o fato de estarem citados em conversas do grupo não significa que tenham envolvimento com o esquema de Cachoeira. Os nomes podem ter sido usados pela quadrilha sem conhecimento dos citados.

O delegado cuidou da Operação Monte Carlo, deflagrada em novembro de 2010 e que resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira e membros de seu grupo em fevereiro deste ano. Os 82 nomes citados se referem a esta operação, e não à Vegas, ação policial semelhante encerrada em 2009.

A Folha teve acesso a lista dos nomes citados pelo delegado. Constam três ministros do STF, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Toffoli; dos governadores Antonio Anastasia (PSDB-MG), Marconi Perillo (PSDB-GO), Beto Richa (PSDB-PR) e Agnelo Queiroz (PT-DF). O nome do presidente do Senado, José Sarney também está na lista.

A CPI mista no Congresso investiga as relações do grupo de Cachoeira com agentes públicos e privados.

Veja lista de deputados federais, senadores, ministros e governadores citados na lista por odem alfabética:

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)

Deputado distrital Agaciel Maia

Governador Agnelo Queiroz (PT-DF)

Presidente DEM-DF Alberto Fraga

Governador do Paraná Beto Richa (PSDB)

Senador Blairo Maggi (PR-MT)

Deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).

Senador Demóstenes Torres (sem partito-DF)

Ministro Antônio Dias Toffoli (STF)

Presidente Dilma Rousseff (PT)

Deputado Fernando Francischini (PSDB-PR)

Gilmar Mendes (ministro do STF)

Maguito Vilela (prefeito de Aparecida de Goiânia)

Vice-governador Tadeu Filipeli (PMDB-DF)

Deputado Sandes Junior (PP-GO)

Senador José Sarney (PMDB-AP)

Deputado federal Jovair Arantes (PP-GO)

Deputado federal Leonardo Vilela (PMDB-GO)

Luiz Fux (ministro STF)

Governador Marconi Perillo (PSDB-GO)

Deputado federal Marcos Montes (DEM-MG)

Reinaldo Sobrinho (secretário de segurança do Paraná)

Deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Deputado federal Stephan Necessian (PPS-RJ)

Deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP)

Fonte: Folha

 

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Jornalismo

Procurador-geral da República atribui críticas da CPI a medo do julgamento do mensalão

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, atribuiu as críticas à sua atuação nas investigações contra o contraventor Carlinhos Cachoeira a “medo do julgamento do mensalão”. Deputados que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do bicheiro já anunciaram a intenção de convocar o procurador-geral a falar na comissão sobre o fato de, em 2009, ele não ter pedido a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para investigar políticos que teriam ligações com Cachoeira.

“Eu tenho dito que na verdade o que nós temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. São pessoas que na verdade estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, com os fatos de desvio de recursos e corrupção, e ficam muito preocupados com a opção que o procurador-geral tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida. Não fosse essa opção, nós não teríamos Monte Carlo, nós não teríamos todos estes fatos que acabaram vindo à tona”, afirmou Gurgel esta tarde no STF.

No julgamento, previsto para ocorrer ainda neste ano, Gurgel será o responsável pela acusação dos 38 réus suspeitos de envolvimento no suposto esquema de compra de apoio político no Congresso durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para que a ação entre na pauta de julgamentos, falta somente a liberação do processo pelo ministro revisor, Ricardo Lewandowski.

As críticas de parlamentares à atuação do procurador-geral foram reforçadas nesta terça (8), após depoimento secreto à CPI do delegado da Polícia Federal, Raul Alexandre Marques Sousa, responsável pela Operação Vegas, que antecedeu a Monte Carlo, e iniciou a investigação de um esquema de exploração de jogos ilegais supostamente comandados por Cachoeira.

Segundo relato de parlamentares, o delegado disse durante a sessão que o inquérito da Operação Vegas foi entregue em 15 de setembro de 2009 sem que o procurador tivesse tomado providências. Na saída da sessão, integrantes da CPI questionaram o fato de Gurgel não ter iniciado investigações na época.

Um dos que criticaram publicamente Gurgel foi o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara. “O que mais chamou a atenção foi o fato de a Operação Vegas ter sido entregue em setembro de 2009 e a subprocuradora alegar que não havia indícios. A operação ficou parada até hoje. A sociedade precisa de explicações. Ele [procurador] precisa explicar porque não fez nada”, disse o petista.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PMDB-MG), afirmou que é preciso haver uma “reflexão” sobre a necessidade de convocar Roberto Gurgel para falar na comissão. “Essa questão merece nossa reflexão. Sobre a necessidade ou não da convocação, isso será resolvido na sessão administrativa da CPMI, no dia 17 de maio”, afirmou.

Gurgel já rejeitou ir à CPI

No início de maio, a assessoria de comunicação da PGR divulgou nota sobre o assunto. De acordo com o texto, o procurador fez uma síntese das investigações relacionadas a Cachoeira, e alegou não ter encaminhado pedido de investigação ao STF em 2009 porque os “elementos não eram suficientes para qualquer iniciativa no âmbito do Supremo Tribunal Federal”.

No fim de abril, o senador Fernando Collor (PTB-AL) defendeu a convocação de Gurgel para falar sobre o assunto à CPI. Na semana passada, porém, o procurador-geral recusou convite do presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e do relator, Odair Cunha (PT-MG), para prestar esclarecimentos sobre a Operação Vegas.

Segundo a Procuradoria Geral da República, um eventual depoimento do procurador poderia futuramente torná-lo impedido para atuar nos inquéritos e ações penais relacionados ao bicheiro.

Fonte: G1

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Jornalismo

Para Rogério Marinho, depoimento de Cachoeira é “fundamental” para CPI

Integrante da CPI do Cachoeira, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) afirmou que os parlamentares devem buscar esclarecer todas as denúncias de irregularidades entre o bicheiro, políticos e empresas. Para isso, Rogério acredita que o depoimento do bicheiro é “fundamental” para os trabalhos da Comissão.

“O principal neste momento é ouvirmos o próprio Cachoeira. A partir daí os demais seriam convidados. O PSDB apresentou um número de requerimentos para estabelecer um rito de procedimentos e definir de forma cronológica quem serão os ouvidos”, disse o deputado.

Até agora, o PSDB já apresentou 43 requerimentos, em que pede a convocação de dezenas de personagens envolvidos em denúncias no esquema de Cachoeira, preso sob a acusação de comandar uma rede de jogos de azar no país.

O partido pediu a convocação de diretores e gerentes da Delta, além dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Os parlamentares solicitaram também os autos das operações Vegas, Monte Carlo e Apate, da Polícia Federal, entre outros documentos endereçados a vários órgãos.

Rogério Marinho também criticou a estratégia do PT e de aliados de tentar poupar a construtora Delta nas investigações. O objetivo do Planalto seria evitar que a Delta – a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal – se transforme em alvo principal do colegiado, segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”.

“Eu não acredito que diante do clamor popular vá se tentar estabelecer limites no processo de investigação e, principalmente, de elucidação dos fatos que estão sendo denunciados. Ninguém, em sã consciência, como agente público, vai fazer papel de zagueiro na CPI”, afirmou Rogério. “Eu acredito que todos estamos com um ânimo de serenidade e de buscar a verdade”, completou.

A comissão de inquérito se reúne nesta quarta-feira (2) para definir o plano de trabalho, votar requerimentos e eleger o vice-presidente. A reunião acontece a partir das 14h30 no Senado.

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Política

CPI do Cachoeira será "explosiva"

Os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a rede de influência comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, nas esferas pública e privada do País, devem ser concluídos até agosto. A informação é de Marco Maia, presidente da Câmara, em conversa durante o Fórum de Comandatuba, na Bahia, organizado por João Doria. “Quatro meses de CPI são suficientes, se o processo for bem conduzido”, avalia Maia. De acordo com ele, a pauta dos trabalhos deve ser apresentada pelo relator Odair Cunha na próxima quarta-feira.
Mas apesar da previsão otimista relativa ao término das investigações, Maia se revela preocupado com o andamento da CPMI. “Será explosiva”, acredita.

“Uma coisa são essas pessoas (os acusados) dando depoimento à Polícia Federal, que é uma coisa fechada, outra é uma investigação a portas abertas, como no Congresso. Vai haver contradições, perguntas de todos os lados e detalhes que não estão nas investigações serão revelados.”

Segundo o parlamentar, a principal dificuldade relativa aos trabalhos será o montante de dados a analisar e de suspeitos a ouvir. “É tanto nome que o jeito seria colocar em um pote e, aleatoriamente, sortear um”, brinca. “Vamos conduzir os trabalhos em duas linhas, a dos negócios em si e a dos contatos e de seus impactos nas esferas pública e privada.”

Maia, porém, faz uma ressalva: a falta de foco pode tirar a eficiência da comissão. “Atirar para tudo quanto é lado é um bom jeito para que a CPI não dê em nada.”

Fonte: Sonia Ricy / Estadão

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Jornalismo

Relator do Conselho de Ética começa a elaborar hoje parecer sobre Demóstenes Torres

O relator do Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), iniciou hoje (27) a elaboração do parecer que apresentará na quinta-feira (3) aos integrantes do colegiado sobre a possibilidade de abertura de processo de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), por quebra de decoro parlamentar.

Os senadores votarão o parecer no dia 8 de maio. O relator encerrou ontem (26) a leitura da defesa por escrito entregue pelo advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, ao Senado na quarta-feira (25). Humberto Costa frisou que a ação que tramita no Conselho de Ética da Casa é diferente da que está na Justiça, que se trata de um inquérito policial, com provas contundentes. “O que estamos analisando é quebra de decoro, ou seja, se a atitude do senador está de acordo ou não com os princípios da ética parlamentar”.

Nesta fase preliminar dos trabalhos, analisa-se a possibilidade de abertura de processo de cassação com base nas denúncias de envolvimento de Demóstenes Torres em um esquema de corrupção e exploração de jogos ilícitos supostamente comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso em Brasília.

Fonte: Agência Brasil

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