Política

À CPI da Covid, Marconny Faria nega usar suas relações pessoais para ganhos econômicos e diz que seria ‘um péssimo lobista’

Foto: Pedro França/Agência Senado

O lobista(assim noticia O Globo) Marconny Faria presta depoimento nesta quarta-feira à CPI da Covid, no Senado. Suspeito de atuar no Ministério da Saúde em prol dos interesses da Precisa Medicamentos, empresa investigada no colegiado pela venda da vacina indiana Covaxin ao governo brasileiro, Faria negou ser lobista e ainda afirmou que, caso fosse, seria “um péssimo lobista”. Na comissão, Marconny ganhou o apelido de “senhor de todos os lobbies”, cunhado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Em sua fala inicial, Faria disse que as mensagens de seu celular não têm relação com a pandemia. Negou ser lobista e disse que foi ele quem denunciou um esquema de corrupção no Instituto Evandro Chagas, um órgão federal ligado ao Ministério da Saúde e sediado no Pará. Disse ainda não ter envolvimento na compra de vacinas, tendo atuado para a Precisa em outra processo de compra pública, para aquisição de testes.

— Tive uma aparelho celular apreendido após ter sido responsável por denunciar corrupção do Instituto Evandro Chagas. Não era alvo de corrupção. Nunca fui alvo de corrupção. E me tornei investigado — afirmou Faria, recusando-se depois a dar mais detalhes porque o processo corre em segredo de justiça.

Ele também disse que nunca transformou suas relações sociais em ganhos econômicos.

— Os contatos que criei ao longo da minha carreira vieram em decorrência de minha formação, além de ter crescido nesta maravilhosa capital federal. Ao longo da minha carreira, conheci pessoas do mundo social de Brasília, de várias tendências políticas. O extrato das minhas conversas demonstram é que tenho ótimos amigos. Ao contrário do que dizem por aí, se eu um fosse um lobista, eu seria um péssimo lobista, porque jamais fui capaz de transformar minhas relações sociais em contratos e resultados econômicos milionários, conforme falsamente divulgado pela imprensa.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), questionou por que ele buscou um atestado médico, mesmo sendo um profissional liberal que não precisa justificar falta no trabalho. Marconny disse que, em razão da situação que o colocou no centro das atenções da CPI, passou mal e foi a um médico que, observando o seu estado, deu um atestado.

Marconny também anunciou que usaria o direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de não responder perguntas que possam incriminá-lo.

Senador envolvido

Em uma mensagem de seu celular, Faria disse que um senador poderia “desatar o nó” do processo da compra de testes da Precisa. Integrantes da CPI perguntaram quem é esse senador, mas ele disse não saber. Questionado quantos senadores conhece, disse que nenhum. Em seguida, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) o criticou duramente, lembrando que no passado Marconny já subiu em carro de som para gritar contra a corrupção e concluindo ser um oportunista. A senadora Leila Barros (Cidadania-SE) sugeriu levantar os registros de Marconny no Senado para saber que gabinetes já visitou. Depois disso, Marconny afirmou já ter ido ao Senado antes, mas não foi ver nenhum senador.

Ele também disse que a assessoria à Precisa era técnica e política. O senador Otto Alencar perguntou então que político ele procurou no Ministério da Saúde, e Faria respondeu que nenhum. Ele não quis responder quantas vezes já foi ao escritório da Precisa em Brasília.

O suposto lobista afirmou ainda que presta assessoria apenas para o setor privado, o que inclui também parlamentares, mas não quis dizer os nomes dos clientes em razão de cláusula de sigilo. Alguns senadores acharam estranho ele considerar parlamentares como setor privado.

Em entrevista antes da sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que a CPI conseguiu comprovar várias linhas de investigação, exceto a relacionada aos hospitais federais no Rio de Janeiro, o que preciso ser melhor apurado ainda.

— São muitas informações, muitos personagens, o que na verdade dificulta uma conclusão quanto a esse fato. Mas em relação aos demais não. Estão todos muito bem encaminhados do ponto de vista da prova. O relatório conterá a indicação de crimes comuns. São vários os tipos de crimes comuns. Crimes de responsabilidade, e crimes contra a humanidade. E estou avaliando criteriosamente a possibilidade da utilização do genocídio em relação à questão indígena no Brasil — disse Renan.

Faltas e atestados

Inicialmente, a oitiva de Marconny estava marcada para 2 de setembro, mas ele faltou a sessão e apresentou um atestado médico, que foi contestado pela cúpula da comissão. No início da semana, a Justiça Federal de Brasília autorizou, se necessário, a condução coercitiva de Marconny. Isso significa ele poderia ser levado à força caso se não tivesse comparecido espontaneamente.

Conforme revelou o GLOBO, mensagens compartilhadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará mostram que o lobista tinha uma vasta teia de contatos em Brasília, incluindo a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, e um de seus filhos, Jair Renan Bolsonaro, conhecido como “04”. A empresa de Jair Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, foi aberta com a ajuda de Marconny.

Os diálogos também revelaram que, a pedido do lobista, Ana Cristina acionou o Palácio do Planalto para influenciar na escolha do defensor público da União, em 2020, junto ao então ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, atual membro do Tribunal de Contas da União (TCU). As mensagens também indicam que, em outra ocasião, Ana Cristina atuou para emplacar uma indicação do advogado em um instituto ligado ao Ministério da Saúde.

Além de familiares do presidente da República, o lobista também mantinha contato com Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro, e também recorreu a ela para o processo de escolha da Defensoria Pública. Conversas no celular de Marconny mostram que Karina Kufa acionou o Gabinete de Segurança de Institucional (GSI) para influenciar no processo e evitar que um dos candidatos fosse nomeado pelo presidente.

O Globo

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Judiciário

ANÁLISE DESCARTADA: Ministra Cármen Lúcia, do STF, considera “inapropriado” o pedido da CPI da Covid para que fosse autorizada a condução coercitiva do suposto lobista

Foto: Rosinei Coutinho/STF

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou “inapropriado” o pedido da CPI da Covid para que fosse autorizada a condução coercitiva do suposto lobista Marconny Albernaz antes mesmo de ele não ter comparecido à comissão. Diante disso, a ministra decidiu não analisar o caso.

O pedido de condução coercitiva foi feito na madrugada de quinta-feira (2), horas antes do horário marcado para o depoimento do suposto lobista. Marconny não compareceu à comissão.

Para Cármen Lúcia, foi “inapropriado” a CPI ter pedido a condução antes mesmo de o suposto lobista ter faltado. A ministra entendeu também que o instrumento apresentado, um habeas corpus, não é o meio adequado para discutir a questão.

A CPI quer questionar Marconny sobre a suposta atuação na negociação do contrato bilionário do Ministério da Saúde com a Precisa para aquisição da vacina Covaxin. O negócio acabou cancelado por suspeita de irregularidades.

Os senadores também querem ouvir de Marconny respostas sobre a participação dele na venda de testes contra a Covid-19 ao poder público.

Apurações conduzidas pelo Ministério Público Federal, compartilhadas com a CPI, apontam que Marconny teria encaminhado mensagens com explicações sobre processo supostamente irregular para aquisição de testes.

A decisão da ministra

Na decisão, Cármen Lúcia afirmou: “Não se há de cogitar de decretação de medidas restritivas de liberdade nesta via processual, sob a justificativa de ‘resguardar o resultado útil do inquérito parlamentar’, pela singela circunstância de ser o habeas corpus ação vocacionada à proteção da liberdade.”

A relatora do caso também concluiu que os pedidos de retenção do passaporte de Albernaz e a proibição de deslocamento da cidade sem prévia autorização da CPI são descabidos, já que a própria CPI informou que ele vai depor na condição de testemunha.

Obrigação de comparecer

Nesta quinta-feira (2), a ministra manteve a obrigação do advogado de comparecer ao depoimento na CPI da Covid e afirmou que cabe à comissão decidir sobre o que fazer em relação à sua ausência.

A ministra negou um pedido da defesa para rever a decisão que determinou que ele deve atender à convocação.

Nesta quarta-feira (1º), Cármen Lúcia tinha garantido ao advogado o direito de permanecer em silêncio, mas não autorizou que a presença fosse facultativa.

A ministra pontuou que o novo pedido da defesa de Marconny para desobrigá-lo de ir à CPI veio depois do horário previsto para o depoimento.

G1

Opinião dos leitores

  1. É Blindagem total dos corruptos das vacinas, de Flávio Rachadinha e família pelo stf, luladrão, Dirceu. Só Moro 2022 pra desfazer esse acordão.

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Geral

CPI pede ao STF uso de força policial para levar lobista a depoimento e Randolfe Rodrigues cogita pedido de prisão

Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A CPI da Covid pediu à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), a condução coercitiva do lobista Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria. O depoimento dele está previsto para esta quinta-feira, mas integrantes da comissão temem que ele não compareça. Assim, querem que, se necessário, seja usada força policial para obrigá-lo a depor. Durante a sessão da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chegou a cogitar pedirem prisão preventiva contra o lobista.

— Como ele não compareceu até agora, acabamos de oficiar à Polícia do Senado para dar cumprimento à ação. Caso não seja localizado, eu requisitarei a determinação de que requisitado à justiça da primeira instância a sua prisão — afirmou Randolfe.

A defesa de Marconny apresentou um habeas corpus na noite de quarta-feira pedindo a suspensão do depoimento. A relatora, Cármen Lúcia, negou isso, mas permitiu que ele fique em silêncio para não produzir provas contra si. A CPI recorreu da decisão, argumentando que ele vai falar na condição de testemunha. Apenas como investigado é que poderia ficar em silêncio. E aproveitou para pedir a condução coercitiva.

“E, diante do fundado receio de o Paciente não comparecer perante à Comissão Parlamentar de Inquérito às 9h30min de hoje, o impetrado [a CPI] requer desde já que Vossa Excelência autorize com a máxima urgência, para garantir a autoridade da v. decisão que deferiu nestes autos ontem à noite em parte a liminar postulada na inicial e assegurar o curso normal das investigações legislativas, que seja decretada, se necessário, a condução coercitiva do Paciente [Marconny] ao Senado Federal, com requisição de força policial e de todos os meios mínimos necessários”, diz trecho do pedido da CPI.

Na sessão de quarta-feira, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), já havia reclamando do comportamento de Marconny:

— E quero comunicar aos senhores que, até hoje, nós não conseguimos que o Sr. Marconny atendesse à CPI. Já mandamos a Polícia do Senado lá, e ele deu uma ordem de que ele não está para ninguém. Iremos entrar na Justiça para trazê-lo sob vara, para vir depor.

Depois, a defesa de Marconny informou a CPI que ele estava sob cuidados médicos no Hospital Sírio-Libanês e enviou um atestado. Omar Aziz ligou para a direção do Hospital Sírio Libanês, que informou que uma junta médica analisaria o estado de Marconny e do advogado Marcos Tolentino, outro convocado pela CPI que também apresentou atestado.

Após o fim da sessão de quarta, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o médico que deu o atestado a Marconny entrou em contato com a comissão. Segundo o relato do senador, o médico “notou uma simulação por parte do paciente” e “deseja cancelar” o atestado. Com isso, a CPI marcou o depoimento de Marconny para esta quinta-feira.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. O senador saltitante só fala em prender todos na CPI do circo, esses políticos deveriam era tomar vergonha na cara, pois todos possuem pendengas com a justiça. Essa polícia judiciária deveria prender os deputados e senadores que possuem processos por roubo e desvios do dinheiro público.

    1. George Carlos
      02/09/2021 às 15:06
      O povo brasileiro está sufocado sem poder comprar bujão de gás, feijão, arroz, pagar conta de energia elétrica…
      E Carne?
      Picanha e Leite Moça, nem pensar.

  2. CPI ridícula e arbitrária, comandada por notórios corruptos. Mas tudo isso vai passar. O Brasil vai seguindo em frente. Paciência é o segredo.

    1. A polícia presta pra o que ela tem que prestar, não pra abusar do poder, nem pra se corromper. Ou você acha que pelo fato de ser policia, pode fazer tudo?

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Jornalismo

Sinal Fechado: Juíza pede transcrição, mas vai receber cópia do vídeo com depoimento de empresário

O vídeo com o depoimento do empresário Alcides Fernandes Barbosa vai ser entregue a juíza Emanuella Cristina Pereira Fernandes, da 6ª Vara Criminal da Comarca de Natal, nos próximos dias.

O motivo? Simples. A juíza solicitou ao Ministério Público que enviasse a transcrição das mais de 10 horas de depoimento de Alcides em um prazo de 15 dias. Ciente de que o prazo não tinha condições de ser cumprido, o Ministério Público optou por enviar uma cópia para a magistrada. Detalhe: o depoimento é tão longo que a transcrição já vem sendo feita há mais de duas semanas.

Emanuella Cristina quer analisar o conteúdo do depoimento e as novas acusações que nele são feitas. Isso, porque, tem muita gente, por ele apontada, que não consta no rol de réus do processo. Entre eles, o senador José Agripino Maia, que tem foro privilegiado por prerrogativa de função, que faz com que o processo seja remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), fora da jurisdição da magistrada.

Alcides Fernandes é acusado de ser o lobista do esquema de fraudes e corrupção no processo de instalação do programa de inspeção veicular entre os anos de 2008 e 2010, através do Departamento de Trânsito (Detran), deflagrado através da Operação Sinal Fechado desbaratada no dia 24 de novembro do ano passado. Ele deu o depoimento após firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público.

São réus do processo da Operação Sinal Fechado:

George Anderson Olímpio
João Faustino Neto
Wilma de Faria
Iberê Ferreira de Souza
Lauro Maia
Alcides Fernandes Barbosa
Marcus Vinícius Furtado
Carlos Theodorico
Marcos Vinícius Saldanha
Eduardo Oliveira Patrício
Marco Aurélio Doninelli
José Gilmar Lopes (Gilmar da Montana)
Edson Cesar Cavalcante (Mou)
Carlos Alberto Marcelino
Jailson Herikson
Caio Biaggio
Fabian LIndenberg
César Augusto Carvalho
Newton José de Meira
Flávio Ganen
Marluce Olímpio
Jean Queiroz
Luiz Cláudio Correia
Bevenuto Pereira
Érico Valério Ferreira
Cintya Kelly Nunes
Maria Selma Maia de Medeiros Pinheiro

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Jornalismo

Sinal Fechado: Dois desembargadores podem estar na lista de favorecidos do esquema do Detran

O BG ainda não teve acesso a esse trecho do depoimento do empresário Alcides Fernandes Barbosa, mas a informação já está circulando na internet.

O lobista do esquema de fraudes e corrupção no processo de instalação do programa de inspeção veicular entre os anos de 2008 e 2010, através do Departamento de Trânsito (Detran), teria acusado os desembargadores Expedito Ferreira de Souza e Saraiva Sobrinho de também terem se beneficiado. Isso, com direito ao advogado George Olímpio (acusado de ser o mentor e principal beneficiário) pagar a festa da posse desse na presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Confira a notícia que está publicada no Blog do Daniel Dantas:

Alcides Barbosa também relata que foi feito um acerto, já em 2011, com Érico Ferreira [então diretor do Detran] e seu pai, o desembargador Expedito Ferreira: cada um receberia, mensalmente, R$ 50 mil em dinheiro vivo, a partir do momento em que Érico assumiu a diretoria-geral do Detran até o dia da Operação Sinal Fechado.

Para garantir o cartório, que rendia R$ 700 mil, a organização repassou R$ 1 milhão de Mou [Édson César da Silva, da Inspetrans] para o ex-governador Iberê Ferreira.  Uma parte desse dinheiro ficou com Luiz Carlos Chop.  Além de Iberê, seu filho Joca também tinha uma participação nos cartórios e na inspeção.
Segundo Alcides Barbosa, já no governo Rosalba, Paulo de Tarso Fernandes trabalhava pela manutenção da inspeção, mas substituindo Marcus Vinícius por Rosseaux Rocha, identificado como testa-de-ferro de Iberê Ferreira e seu filho Joca.  Alcides dá a entender que Paulo de Tarso sabia perfeitamente as cirscuntâncias, criminosas até, do Consório.  Citar Paulo de Tarso seria o mesmo que citar Robinson Farias?
O depoimento de Alcides Barbosa também envolve outros desembargadores, além de Expedito Ferreira.  Segundo ele, o que João Faustino mandava, Saraiva Sobrinho fazia – o filho de João, e também réu, Edson Faustino, era assessor de Saraiva. O grupo também foi conversar com o desembargador Osvaldo Cruz na casa dele – a quem George Olímpio já havia dado R$ 100 mil em favor dos negócios dos cartórios.   Além disso, George pagou a festa da posse de Saraiva na presidência do TRE.
Meses atrás, publiquei que o desembargador Saraiva Sobrinho teria recebido vantagem indevida para transportar o processo da Inspeção Veicular para a Justiça Federal.  Alcides confirma que houve uma decisão favorável a isso no âmbito do Tribunal de Justiça.  Não sabia no entanto que fora pronunciada por Saraiva Sobrinho – em 19 de abril de 2011, Saraiva remeteu o instrumento recursal ao TRF da 5a Região.

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Jornalismo

Para Rogério Marinho, depoimento de Cachoeira é “fundamental” para CPI

Integrante da CPI do Cachoeira, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) afirmou que os parlamentares devem buscar esclarecer todas as denúncias de irregularidades entre o bicheiro, políticos e empresas. Para isso, Rogério acredita que o depoimento do bicheiro é “fundamental” para os trabalhos da Comissão.

“O principal neste momento é ouvirmos o próprio Cachoeira. A partir daí os demais seriam convidados. O PSDB apresentou um número de requerimentos para estabelecer um rito de procedimentos e definir de forma cronológica quem serão os ouvidos”, disse o deputado.

Até agora, o PSDB já apresentou 43 requerimentos, em que pede a convocação de dezenas de personagens envolvidos em denúncias no esquema de Cachoeira, preso sob a acusação de comandar uma rede de jogos de azar no país.

O partido pediu a convocação de diretores e gerentes da Delta, além dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Os parlamentares solicitaram também os autos das operações Vegas, Monte Carlo e Apate, da Polícia Federal, entre outros documentos endereçados a vários órgãos.

Rogério Marinho também criticou a estratégia do PT e de aliados de tentar poupar a construtora Delta nas investigações. O objetivo do Planalto seria evitar que a Delta – a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal – se transforme em alvo principal do colegiado, segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”.

“Eu não acredito que diante do clamor popular vá se tentar estabelecer limites no processo de investigação e, principalmente, de elucidação dos fatos que estão sendo denunciados. Ninguém, em sã consciência, como agente público, vai fazer papel de zagueiro na CPI”, afirmou Rogério. “Eu acredito que todos estamos com um ânimo de serenidade e de buscar a verdade”, completou.

A comissão de inquérito se reúne nesta quarta-feira (2) para definir o plano de trabalho, votar requerimentos e eleger o vice-presidente. A reunião acontece a partir das 14h30 no Senado.

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Jornalismo

Gravações revelam que Demóstenes contratou funcionários fantasmas a pedido de Cachoeira

As gravações da PF (Polícia Federal) que fazem parte do inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) indicam a contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete, a pedido do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

De acordo com relatório, o senador comunicou a Cachoeira que estava exonerando servidores do seu gabinete. Segundo anotações da polícia, a contratação se deu, aparentemente, a pedido de Cachoeira.

Na conversa, que aconteceu no dia 22 de junho de 2009, às 15h32, Demóstenes informa a Cachoeira que precisaria demitir dois funcionários, uma mulher de nome Quênia e um homem não identificado, porque estariam “procurando servidores fantasmas”.

O senador diz que as demissões serão necessárias por causa de uma “caça às bruxas” para checar possíveis irregularidades nos gabinetes.

Ele também explica a Cachoeira que não é uma decisão final, garantindo que “daqui a uns dois, três meses a coisa aquieta e a gente retoma”.

A íntegra do documento foi divulgado na sexta-feira (27) pelo site Brasil 247 e traz parte das gravações feitas pela PF na Operação Monte Carlo, que começou em 2008 e investigou a quadrilha que explorava jogos ilegalmente.

Procurado pela reportagem, o advogado de Demóstenes, Antonio Castro de Almeida Castro, o Kakay, não foi encontrado.

Fonte: R7

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Política

Governador do DF admite ter recebido dinheiro de lobista

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), admitiu ontem que recebeu em sua conta pessoal R$ 5.000 de um lobista quando trabalhava como diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em 2008, informa reportagem de Filipe Coutinho, Felipe Seligman e Andreza Matais, publicada na Folha desta terça-feira.

O dinheiro foi transferido para a conta de Agnelo por Daniel Almeida Tavares, que na época trabalhava para a farmacêutica União Química.

Segundo Agnelo, que nega ter recebido propina, o dinheiro era referente ao pagamento de um empréstimo que ele havia feito para Tavares.

“É mais uma tentativa desesperada da oposição de construir algo que relacione o governador a qualquer irregularidade”, afirma em nota.

Agnelo é investigado por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por causa de irregularidades no Ministério do Esporte, pasta que comandou de 2003 a 2006, no governo Lula, antes de virar diretor da Anvisa, onde ficou de 2007 a 2010.

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Jornalismo

Lobista pivó da Crise no Ministério da Agricultura agride repórter da Veja

Folha.com

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) divulgou nota à imprensa na qual lamenta e condena a agressão cometida pelo o lobista Júlio Fróes contra o repórter Rodrigo Rangel, da revista “Veja”.

O documento detalha a agressão sofrida pelo jornalista, que teria se passado em um restaurante de Brasília, onde ele entrevistava Fróes.

“A certa altura, o entrevistado passou a fazer ameaças, perguntando se o jornalista tinha mulher e filhos. Nesse ponto, Rangel encerrou a entrevista, mas ao se levantar foi puxado pelo braço, sofreu uma gravata e joelhadas no ventre e no rosto e foi jogado contra uma mesa. O jornalista, que teve um dente quebrado, fez exame no Instituto Médico Legal.”

A entidade diz esperar que as autoridades apurem o caso, que classifica como “agressão e cerceamento ao livre exercício do jornalismo”.

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Denúncia

Lobista tem sala privativa e corrompe servidores no Ministério da Agricultura

Será que Dilma vai ter a mesma atitude com o Ministério da Agricultura que teve com o do Transporte? Vejam matéria da Veja que chega hoje às bancas:

Na semana passada, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, foi ao Congresso rebater as acusações de que sua pasta se transformou em uma central de negócios, conforme  denúncia publicada por VEJA com base em uma entrevista do ex-diretor da Conab Oscar Jucá Neto, irmão do senador Romero Jucá. Depois de cinco horas de audiência, o máximo que o ministro admitiu é que, na Conab, há “imperfeições e não irregularidades”. A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado traz reportagem com novas “imperfeições” da pasta comandada por Rossi.

(mais…)

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Política

LULA de Presidente a "lobista" oficial

Por Bernardo Mello Franco, na Folha:
O ex-presidente Lula prometeu ao presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, procurar autoridades do governo Dilma Rousseff para ajudar a empresa a reduzir impostos sobre embalagens de leite. Ele disse que falaria com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para defender um pleito da multinacional: reduzir o ICMS cobrado por alguns Estados sobre as embalagens de leite longa vida. O petista fez a promessa ao fim de uma palestra fechada para convidados da Tetra Pak, na noite de quarta-feira. Seu cachê neste tipo de evento é estimado em R$ 200 mil -ele não confirma o valor. Lula confirmou ontem ter tratado do assunto, mas disse não atuar no governo como representante das empresas que o contratam. Segundo relato do jornal “O Estado de S. Paulo”, Nigro pediu “uma mão” a Lula para facilitar a venda das caixinhas de leite em programas de alimentação popular.

O ex-presidente teria respondido que fará “o que puder fazer para ajudar”, incluindo conversas com Mantega e com governadores. Ontem, o petista disse não ver “nenhum problema” em fazer gestões políticas para “influenciar” na queda do ICMS sobre as embalagens. “Eu disse que o companheiro Guido Mantega estava discutindo com os governadores […] e que se eu pudesse influenciar para que o ICMS se reduzisse, para o leite chegar com mais qualidade à casa das pessoas, não teria nenhum problema”, afirmou. Lula acrescentou que atenderia ao pleito da Tetra Pak “em praça pública, numa reunião, num debate ou numa entrevista”. “Não foi uma conversa reservada”, disse. “Tinha televisão.” Na verdade, a palestra foi fechada à imprensa, como exige o próprio Lula nos contratos fechados por sua empresa, a LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda. A câmera de TV a que ele se referiu era da Tetra Pak, que se recusou a fornecer cópia da fita à Folha. A empresa confirmou o diálogo entre Nigro e Lula, mas disse que não comentaria o assunto.

Opinião dos leitores

    1. Impressão sua. Eu apenas constato e mostro a quantidade de "ïnteresses" que o Partido tem.

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