Política

FHC critica postura da oposição: Estamos berrando pouco?

FHCZanoneFraissatFolha2Fernando Henrique Cardoso enxerga na conjuntura “sinais alarmantes”. É esse o título do artigo que o grão-mestre do PSDB levou às páginas neste domingo. Num texto em que chama Lula de “mago do ilusionismo” e trata os punhos erguidos dos presidiários José Dirceu e José Genoino como uma coreografia de “Lenines que receberam dinheiro sujo”, FHC lança um olhar pessimista sobre 2014.

“Estamos a ver as manobras preparatórias para mais uma campanha eleitoral sob o signo do embuste”, ele anotou, antes de alvejar Dilma Rousseff: “A candidata oficial, pela posição que ocupa, tem cada ato multiplicado pelos meios de comunicação. Como o exercício do poder se confundiu, na prática, com a campanha eleitoral, entramos já em período de disputa.”

A disputa é “desigual”, avalia FHC. “Só um lado fala”, lamenta. “As oposições, mesmo que berrem, não encontram eco”, constata. “E, sejamos francos: estamos berrando pouco”, critica. Ele não deu nome aos bons cabritos. Mas como falou em “oposições”, assim, no plural, supõe-se que sente falta tanto dos berros de Aécio Neves quanto dos de Eduardo Campos (PSB).

Paradoxalmente, FHC exercitou seu pessimismo ao tratar de um fato que considerou alvissareiro: “Finalmente fez-se justiça no caso do mensalão.” Num gesto de autocontenção, ele reteve o júbilo: “É triste ver na cadeia gente que em outras épocas lutou com desprendimento.”

Lamenta ver os membros do núcleo político do PT presos ao lado dos Valérios do núcleo publicitário e dos banqueiros do núcleo Rural, “que se dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público”. Mas não foi a promiscuidade das (más) companhias o que mais assustou FHC.

“Mais melancólico ainda é ver pessoas que outrora se jogavam por ideais – mesmo que controversos – erguerem os punhos como se vivessem uma situação revolucionária”, escreveu, numa alusão ao gesto encenado por Dirceu e Genoino no instante da rendição à Polícia Federal.

“Onde está a Revolução? Gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas usaram-no para construir a ‘nova sociedade’. Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para perpetuar-se no poder.”

FHC enxerga na “encenação farsesca”, um “significado claro: eleições à vista. É preciso mentir, autoenganar-se e repetir o mantra. Não por acaso a direção do PT amplifica a encenação e Lula diz que a melhor resposta à condenação dos mensaleiros é reeleger Dilma Rousseff…”

Nas pegadas da expedição dos primeiros mandados de prisão de mensaleitos, a repórter Vera Rosa noticiou que Lula telefonou para Dirceu e Genoino. “Estamos juntos”, teria dito o morubixaba do PT. FHC evocou a frase em seu artigo.

Deu a entender que Lula, “o mago do ilusionismo”, traiu-se ao tentar tirar cartolas de dentro dos coelhos. “Neste caso, quem sabe, um lapso verbal expressou sinceridade: estamos juntos, disse Lula. Assumiu meio de raspão sua fatia de responsabilidade, ao menos em relação a companheiros a quem deve muito. E ao país, o que dizer?”

O que FHC afirmou nesse trecho, com outras palavras, foi que não merece crédito aquele Lula ‘não sabia nadinha’ da Silva do alvorecer da crise. Em seu artigo, o xamã do tucanato insinuou que, hoje, frequenta a cena um Lula condenado pelo domínio do fato à solidariedade perpétua.

FHC cobra dos antagonistas do petismo um comportamento, por assim dizer, joaquiniano. “É preciso dizer com coragem, simplicidade e de modo direto, como fizeram alguns ministros do Supremo, que a democracia não se compagina com a corrupção nem com as distorções que levam ao favorecimento dos amigos.”

Fez bem a FHC a mistura da experiência acumulada na Presidência com o descompromisso da ex-presidência. Munido do salvo-conduto que se autoconcedeu, FHC virou um trombone solitário. No fundo, ele sabe que desperdiça o latim. Quem vive de esperanças de ver o PSDB e o PSB tratando o mensalão com desassombro vai morrer muito magro.

Nessa matéria, a coragem do tucanato diminui na proporção direta da aproximação do dia do julgamento do mensalão emplumado de Minas Gerais. Ex-presidente do PSDB federal, Eduardo Azeredo é uma condenação esperando para acontecer. Quanto ao PSB, a covardia da legenda é proporcional à cumplicidade que exibiu enquanto esteve no governo, até anteontem.

Em setembro de 2012, quando os ministros do STF começaram a condenar os mensaleiros, Eduardo Campos subscreveu um manifesto em que o PT acusava a oposição e a mídia de transformar o mensalão num “julgamento político, golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula”. Se levar a boca ao trombone agora, vai faltar sopro.

O que mais parece incomodar FHC é o fato de o silêncio se propagar em ondas. “É enorme o arco de alianças políticas no Congresso cujos membros se beneficiam por pertencer à ‘base aliada’ de apoio ao governo. Calam-se diante do mensalão e demais transgressões, como se o ‘hegemonismo petista’ que os mantém seja compatível com a democracia.” Shuááá!

“Que dizer então da parte da elite empresarial que se serve dos empréstimos públicos e emudece diante dos malfeitos do petismo e de seus acólitos?” Shuááá, shuááá!! “Ou da outrora combativa liderança sindical, hoje acomodada nas benesses do poder?” Shuááá, shuááá, shuááá!!! “Muitos sabem que o rei está nu e poucos bradam.”

Em timbre de desalento, FHC escreve: “Não estamos diante de um quadro eleitoral normal. A hegemonia de um partido que não consegue se deslindar de crenças salvacionistas e autoritárias, o acovardamento de outros e a impotência das oposições estão permitindo a montagem de um sistema de poder que, se duradouro, acarretará riscos de regressão irreversível.”

Que fazer?  “Só tem um caminho: as urnas”, lenciona FHC aos correligionários. “É preciso desfazer na consciência popular, com sinceridade e clareza, o manto de ilusões com que o lulo-petismo vendeu seu peixe. Com a palavra as oposições e quem mais tenha consciência dos perigos que corremos.”

O ex-ministro Sérgio Motta, velho amigo de FHC, morreu sonhando com a permanência do PSDB no poder federal por 20 anos. A julgar pela recuperação de Dilma nas pesquisas —lenta, mas contínua— não são negligenciáveis as chances de o petismo obter em 2014 a prorrogação do pesadelo do tucanato até 2018. Serão 16 anos corridos.

Lula estará autorizado a dizer: nunca antes na história desse país um partido conseguiu semelhante façanha. Os militares tiveram 21 anos, mas com um AI-5 de permeio. Getúlio Vargas teve 15, mas foi ditador num pedaço do enredo e se matou no final do filme.

Josias de Souza UOL

Opinião dos leitores

  1. O silêncio da oposição no BRASIL é tão grande que me faz sentir vergonha!
    O PT deita e rola nesse vácuo político, não tem quem saiba fazer oposição.
    Surge um e outro aqui e ali e logo se calam.
    Marina Silva, Aércio Neves, Educardo Campos e por aí vão são lampejos de oposição.
    Falam um dia, se calam nos outros 29 do mês.
    E tome crescimento do PT!!!

  2. Esse cara é uma piada de mal gosto… Depois de tudo que aprontou ainda se levanta para falar dos outros…. É como ver Collor criticando a ética de alguém…

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Judiciário

Estatísticas apontam êxito da AGU em mais de 75% das ações contra os ex-presidentes FHC e Lula

Estatísticas da Advocacia-Geral da União (AGU) apontam êxito em mais de 75% das ações apresentadas contra os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Defendendo os ex-presidentes, os advogados públicos foram vitoriosos em 41 das 43 ações julgadas contra Fernando Henrique e em 22 das 34 contra Lula.

Do total, 14 aguardam decisão. Os processos envolvem ações populares, civis, por suposta improbidade administrativa, além de representações e liminares por conta de atos praticados durante os mandatos dos dois ex-presidentes.

Levantamento realizado pelo Departamento de Estudos Jurídicos e Contencioso Eleitoral da AGU apontou que, até o momento, os índices de decisões favoráveis chegam a 90% para FHC e 75% para Lula. Os julgamentos são de processos encerrados e ativos na Justiça.

Entre os casos em que a AGU atuou em defesa dos ex-presidentes estão a desestatização das empresas de telecomunicações, motivo de 28 ações populares contra Fernando Henrique Cardoso nos seus dois mandatos. Todas estão encerradas e não houve procedência no pedido de suspensão da medida ou mesmo julgamento do mérito por desistência dos autores.

A publicidade governamental e suposta campanha eleitoral antecipada foram os principais motivos que levaram à abertura de processos contra Luiz Inácio Lula da Silva. Como exemplo, a ação popular analisada pela 5ª Vara Federal do Distrito Federal que pede para a Presidência da República deixar de usar o slogan “Brasil, um país de todos”. A solicitação foi julgada improcedente.

Da Agência Brasil

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Jornalismo

Mensalão: FHC espera punição para os culpados

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, disse hoje (6) que espera que haja punição para os réus do mensalão que forem julgados culpados. “Depois que eu ouvi do procurador-geral da República, houve crime. Crime tem que ser punido”. Fernando Henrique considerou natural que os réus atribuam a outros a culpa para se livrarem do processo. “É sempre assim. Cabe ao juiz separar o joio do trigo. Eu confio que o juiz tem experiência para isso”.

Na avaliação de FHC, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem exercido um papel construtivo nas decisões difíceis. “Esta é uma decisão difícil”. O ex-presidente declarou que não é fácil julgar pessoas que têm vida pública. “Mas tenho confiança de que eles [STF] julgarão com serenidade, mas também com Justiça. Havendo crime, cumpra-se a lei”.

Sobre o cenário econômico, Fernando Henrique mostrou confiança no Brasil. Ele deu as declarações durante a abertura da 32ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor, no Riocentro. “Crescimento econômico é, basicamente, aumento de produtividade e investimento. A gente não pode esquecer isso. O consumo vem como consequência disso”.

Ele lembrou que houve no país, nos últimos anos, a inclusão “necessária” de camadas mais pobres da população ao mercado consumidor, mas advertiu que esse movimento não pode ocorrer sozinho. Deve vir atrelado a investimentos.

Segundo Fernando Henrique, o Brasil aprendeu com a crise de 1995, quando passou a regular o sistema financeiro de acordo com as regras de Basiléia. “Isso deu solidez ao sistema. Os bancos têm provisão”. Ele explicou que essa provisão permitirá ao Banco Itaú, por exemplo, enfrentar cerca de R$ 19 bilhões em inadimplência.

Para ele, o mais premente agora, quando se fala de economia, é fazer que haja mais investimento em infraestrutura. “A presidenta Dilma (Rousseff) tem condições de enfrentar essa questão. Tem competência técnica”.

O ex-presidente sinalizou, entretanto, que é necessário mudar o paradigma, de maneira que haja uma relação mais fluida entre o setor privado e o setor público, com fortalecimento da regulação que deve sempre ser pública.

Em relação ao cenário político brasileiro, ressaltou que é preciso uma oposição que diga o que pensa. “Você deve lutar com as suas convicções para se tornar maioria”. Ele acrescentou que “uma sociedade democrática requer dois lados pelo menos, com uma oposição. Tem que haver maior pluralismo, diversidade”.

Fonte: Agência Brasil

Opinião dos leitores

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Jornalismo

FHC: O país cansou de corrpução

Na Presidência, Fernando Henrique Cardoso revelou-se um estraga-CPIs. Fora do Planalto, já se permite enxergar que, em certas ocasiões, algo precisa ser feito. Nem que seja uma pantomima.

“Acho que é bom, porque o país precisa muito passar a limpo as questões com serenidade. Nos cansamos de ver o grau de corrupção existente”, disse FHC sobre a CPI do Cachoeira. “Eu não estou criticando A, B ou C, porque infelizmente atinge a quase todos. Digo, não pessoas, mas partidos. Acho que o país cansou.”

Aditou: “Então, talvez seja o momento de o Congresso crescer, fazendo uma CPI que vá à raiz das questões. E que não seja somente para acusar sem base. Acho que o Congresso, em certos momentos, tem que fazer. Este é um dos momentos em que tem que fazer.”

De fato, o momento pede cara de nojo. De tempos em tempos, surge um personagem como esse Carlinhos Cachoeira para mostrar ao Brasil que, se os Poderes fossem feitos à base de honestidade, ia faltar material.

Fonte: Blog do Josias

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Finanças

A Sacolinha dos ex-presidentes LULA e FHC

Josias de Souza

Em nome de Lula, dois petistas versados nas artes da coleta de fundos de campanha recolhem dinheiro junto a empresários. Passam o chapéu com dois objetivos:

1. Num primeiro momento, a verba amealhada destina-se a cobrir os gastos correntes do Instituto Cidadania, reativado depois que Lula deixou o poder.

2. Numa segunda fase, doações mais generosas serão requeridas para compor um caixa perene para o Instituto Lula, que vai suceder a velha entidade.

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Política

As mágoas de Itamar

Josias de Souza:

Itamar Franco levou para o túmulo uma mágoa. Resumiu-a em diálogo com um amigo mineiro: “Quando eu morrer, talvez me façam justiça”.

Ex-auxiliar de Itamar na Presidência, o amigo tocara o telefone para o hospital, no início de junho, com o propósito de animá-lo.

Tirou-o do sério ao injetar na conversa uma menção às homenagens que o PSDB organizava para marcar os 80 anos de FHC, festejados em 18 de junho.

“Se não fosse por mim, o Fernando Henrique seria hoje um professor universitário”, reagiu Itamar. “Já fiz 80. Quem se lembrou?”

Itamar faz aniversário dez dias depois de FHC. Completou 81 anos em 28 de junho. Na véspera, fora transferido para a UTI do Hospital Albert Einstein.

Internara-se para tratar de uma leucemia. Em meio a sessões de quimioterapia, desenvolveu uma pneumonia grave.

Morreu sem curar os ciúmes que nutria pelo ministro da Fazenda que ajudou-o a transformar-se no improvável que deu certo.

Tão certo que desceu ao verbete da enciclopédia como primeiro presidente civil a eleger o sucessor desde Arthur Bernardes.

Itamar queixava-se de não ser reconhecido como alguém que fez o sucessor. Pior: era como se FHC tivesse feito o antecessor, salvando-o do desastre.

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Jornalismo

Vejam como foi a história de FHC com Míriam Dutra

FHC começou a namorar Míriam no final dos anos 80, início dos anos 90 quando ele era senador e ela repórter da TV Globo em Brasília. Não era incomum algum amigo de FHC telefonar para o apartamento dele em Brasília e ser atendido por Míriam.

Em 1994, quando foi candidato a presidente pela primeira vez, Tomás tinha dois anos e FHC temeu que a história do filho fora do casamento com dona Ruth Cardoso fosse explorada durante a campanha.

Míriam sempre garantiu para FHC que o filho era dele. A jornalistras amigos que a procuravam, negava. Chegou a sugerir que o pai era um biólogo de Santa Catarina.

FHC desconfiava que o filho pudesse ser de outra pessoa que se relacionara com Míriam na mesma época – um diplomata do Itamaraty.

Certa vez, sorridente, a um repórter da VEJA que perguntou se o filho era dele, FHC respondeu:

– Meu? Imagina. Deve ser do Serra.

Antes de aceitar ser candidato, FHC viajou com dona Ruth a Nova Iorque e lhe falou sobre Tomás. Foi uma conversa penosa.

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Jornalismo

DNA prova que, filho que FHC reconheceu, com jornalista da Globo, não é dele.

Pense numa bronca. Esse filho foi motivo até de crise no casamento do ex-presidente, com Dona Ruth Cardoso, e também de muitos boatos que prejudicaram FHC.
Resumindo… a jornalista não sabe pra quem deu!

Está na Revista Veja desta semana:

Dois exames de DNA, o último deles feito no início do ano, deram um desfecho surpreendente a uma história envolta em muita discrição há duas décadas: Tomás, de 19 anos, o rapaz que FHC reconheceu oficialmente como filho em 2009 em um cartório espanhol, não é filho do ex-presidente.

Embora só tenha perfilhado Tomás há dois anos, FHC sempre ajudou a jornalista Miriam Dutra, sua mãe, a sustentá-lo. Como morava entre Portugal e Espanha, para onde Miriam foi enviada pela Globo pouco antes do seu nascimento, Tomás tinha contato com FHC quando o ex-presidente viajava para a Europa.

A situação, porém, sempre foi envolta em total reserva, quebrada somente com a publicação pela jornalista Mônica Bergamo de uma reportagem sobre o reconhecimento de Tomás na Folha de S. Paulo, em 2009.

Opinião dos leitores

  1. É preciso evitar conclusões precipitadas. Gente que tem caso com gente casada, muitas vezes mantém um relacionamento paralelo, às claras, com outra pessoa. Quem sabe, a jornalista nâo tinha um namorado…

  2. Se ele tivesse feito o exame antes sem tentar esconder o relacionamento clandestino, teria evitado tudo isso.

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Política

Editorial BG: FHC 80 anos

O Brasil teve dois presidentes da República realmente fundamentais para a sua história: Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardozo. O primeiro descobriu o poder do estado na definição dos rumos de um país; o segundo, o poder da sociedade. Essas coisas não são um campeonato, mas, se eu tivesse de escolher, é evidente que ficaria com FHC. Com ele, não só o Brasil criou os marcos fundamentais para ocupar um lugar de destaque entre as economias emergentes como viu avançar o controle democrático do poder e do estado.

Na sexta-feira, dia 10, estive na Sala São Paulo, na festa que comemorou os seus 80 anos. FHC está de bem com a vida, feliz, ciente do seu legado e atento aos desafios presentes, com a lucidez de sempre. Fez uma brevíssima saudação aos convidados, exaltando, uma vez mais, a tolerância, a civilidade e a alegria de viver. Tendo prestado um enorme serviço aos brasileiros e ao Brasil, ele nos lembra que podemos, sim, ter um bom futuro.

Curiosamente, ou até por isto, o mais importante presidente da nossa história sofreu um tentativa de desconstrução inédita, com uma virulência como jamais se viu. Nem mesmo a ditadura avançou contra a herança do regime deposto pela “revolução” com a violência retórica com que Luiz Inácio Lula da Silva atacou o seu antecessor — nada menos do que o líder que havia posto fim ao ciclo da superinflação, que havia estabelecido os fundamentos do equilíbrio macroeconômico, que havia vencido alguns entraves históricos ao desenvolvimento. Não só isso: criou e consolidou as bases dos programas sociais no país, que, bem…, o Lula de oposição, ele sim!, chamava de “esmola”, o que está documentado em vídeo. O Apedeuta referia-se aos programas reunidos no Bolsa Família.

Oito anos de ataques implacáveis, sustentados pela mais poderosa máquina de propaganda jamais montada no país! Lula contou, ainda, com o auxílio pressuroso de setores da imprensa e do colunismo adesista, que se referiam — e alguns o fazem até agora — à “privataria” da era tucana, à “ruína” do governo FHC, ao “neoliberalismo” e a fantasias várias para tentar minimizar o papel definidor que o “homem do Real” teve na história do país.

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Opinião dos leitores

  1. FHC, JK e Vargas, os maiores presidentes de nossa história republicana. O resto, é o resto mesmo.

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Política

FHC: aos 80 anos a verdade começa aparecer

Alberto Bombig e Lucas de Abreu Maia – O Estado de S.Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso completa 80 anos hoje em meio a uma onda revisionista de seu legado político, administrativo e intelectual, motivada pela declaração da presidente Dilma Rousseff de que o tucano deu “contribuição decisiva” ao desenvolvimento do País.

Na última década, FHC teve sua gestão (1995-2002) sob fogo do PT, em especial do sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que, empenhado em enfraquecer a oposição, decidiu “desconstruir” a imagem e o legado de FHC.

Com Lula fora do poder, cientistas políticos, sociólogos e historiadores ouvidos pelo Estado acreditam que FHC terá sua obra devidamente reconhecida e respaldada pela História.

“As críticas ao governo FHC são retórica. Os presidentes que o sucederam copiaram mais do que inovaram. Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff, ao propor a privatização dos aeroportos do país, vai pôr em prática uma das lições de liberalismo econômico ensinadas por Fernando Henrique” diz Celso Roma, cientista político da USP.

“O Lula não encontrou nenhuma herança maldita. É um legado que só está sendo redescoberto agora, até mesmo com a carta de felicitações da presidente Dilma Rousseff”, afirma o historiador Marco Antonio Villa.

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Política

Dilma, FHC e a Verdade

– O Estado de S.Paulo

A convivência cordial e respeitosa entre líderes, mesmo que adversários, é mostra de civilização e exemplo de inestimável importância a estimular o amadurecimento político da sociedade. Foi o que fez, com elogiável elegância, franqueza e até mesmo coragem, a presidente Dilma Rousseff, em mensagem enviada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ocasião das comemorações de seu octogésimo aniversário. Depois de oito anos em que a tônica das manifestações do então chefe do governo em relação a seu antecessor primaram pela vulgaridade da terminologia e pela falsificação dos conceitos, a mensagem de Dilma a FHC tem o efeito de uma suave aragem sobre a cena política brasileira e sinaliza, num tom irrepreensivelmente digno, que o populismo rasteiro das apelações demagógicas do tipo “herança maldita” pode fazer parte do passado.

Depois de homenagear Fernando Henrique com elogios que se poderiam considerar protocolares numa mensagem de congratulações, Dilma Rousseff escancarou a intenção de restabelecer a verdade dos fatos sempre negada por seu antecessor e por seu partido ao atribuir a FHC a condição de “ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”.

Trata-se, verdadeiramente, de uma mudança da água para o vinho na qualidade do relacionamento do governo petista com seus principais opositores e uma demonstração clara de que a presidente da República está suficientemente segura de suas posições e possibilidades à frente do governo para não temer o diálogo civilizado com a oposição: “Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração pela sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias”.

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Política

Dilma derrama-se em elogios a FHC

Blog Josias do Souza:

Foi ao ar o sítio ‘80 FHC’, uma homenagem aos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, completados neste sábado (11).

Em meio a mensagens de velhos admiradores, há um texto de Dilma Rousseff. Ela recobre o aniversariante de elogios.

Chama-o, por exemplo, de “acadêmico inovador” e “político habilidoso”. Enaltece-o por um feito ao qual o PT se opôs: o Plano Real.

Dilma refere-se a FHC como “ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação…”

“…O presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”.

A certa altura, realça as diferenças: “Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes”.

E retoma: “…Justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias.”

Encerra o texto com um “parabéns”. Dedica “um afetuoso abraço” a FHC, a quem chama de “querido presidente”.

Vai abaixo a íntegra da mensagem de Dilma:

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Geral

Charge do Dia: Ex-presidentes desmiolados

Opinião dos leitores

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Jornalismo

FHC e a liberação da Maconha

Do Blog de Reinaldo Azevedo:

A petralhada está enchendo o meu saco, e nem poderia ser diferente. A Folha deste domingo traz uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em que ele faz a defesa veemente da descriminação — e não da legalização — das drogas, de todas elas. No Fantástico, a alguns milhões, defende a mesma tese. O evento que marca tanta falação é o lançamento do filme “Quebrando o Tabu”, do diretor Fernando Andrade, irmão de Luciano Huck e amigo de muita gente influente e, segundo ele, “inteligente”. Por meio dos tais mecanismos de incentivo, conseguiu arrecadar R$ 2,4 milhões, bastante dinheiro para o gênero, e não terá dificuldade nenhuma para divulgar a sua obra. Ponto parágrafo.

Vamos começar do básico. Petralhas torram a minha paciência porque, sendo quem são, sentem-se na obrigação e no dever de defender todas as bobagens que seu mestre diz. E isso os faz meter-se em operações impossíveis. A do momento consiste em justificar o “enriquecimento lícito” de Antonio Palocci. Eu não tenho partido e, sendo quem sou, não tenho tarefas. O FHC que defendo é aquele que eles dizem abominar: o do Plano Real e o da abertura da economia. E seguirei fazendo essa defesa. À medida que passa o tempo, estou cada vez mais convencido da grandeza de sua obra; quanto mais fico sabendo sobre aquele período, mais me dou conta das dificuldades que ele e a equipe do Real tiveram: trocaram as asas de um avião sem deixar o bicho cair. Salvaram o Brasil do desastre. O país só não reverencia, e a palavra seria essa, o que foi feito porque passou pelo trabalho sistemático de depredação da verdade, promovido por Lula e sua turma.

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Finanças

Classe "C" está podendo

Muita gente acha vaidade o embate pela imprensa entres os Ex- Presidentes FHC e LULA. Pode até ser, mas o alvo está mais em baixo. O que eles estão querendo dizer mesmo é que o PSDB e o PT corram atrás da Classe C, pois hoje representa 45% da nossa população e consome em torno de 35% do que é vendido no Brasil. A renda destas pessoas gira em torno de R$ 960,00 até R$ 2.900,00. Nada desprezível.

Como podemos ver, FHC e LULA de bobos não tem nada. Tudo gira em torno do poder e do dinheiro.

É a massa ou o povão, como queiram interpretar ou criticar alguns, é quem faz o rumo deste País.

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