Jornalismo

Ministro do STF nega ter sido beneficiado com decisão dada por ele mesmo

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski divulgou nota para negar que tenha sido beneficiado com a decisão que suspendeu inspeção feita pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) na folha de pagamento do Tribunal de Justiça de São Paulo.

“As providências determinadas pela corregedoria do CNJ, objeto do referido mandado de segurança, à míngua de competência legal e por expressa ressalva desta, não abrangem a minha pessoa ou a de qualquer outro ministro deste tribunal”, diz Lewandowski.

Reportagem da Folha revelou que Lewandowski recebeu pagamentos sob investigação, feitos a todos os desembargadores da corte por conta de um passivo trabalhista da década de 90.

Antes de ir para o STF, ele foi desembargador na corte paulista. Na segunda-feira (19), último dia antes do recesso, o ministro atendeu a pedido de associações de juízes e deu liminar sustando a inspeção.

“Eu estava em meu gabinete no STF por volta das 21 horas do dia 19, último do corrente ano Judiciário. Diante da ausência do relator sorteado, ministro Joaquim Barbosa, e dos demais ministros, foi-me distribuído o referido mandado segurança para apreciação de pedido de liminar”, afirma o ministro.

Ontem, por meio de sua assessoria, Lewandowski disse que, apesar de ter recebido os recursos, não se sentiu impedido de julgar porque não é relator do processo e não examinou o mérito –apenas suspendeu a investigação até fevereiro.

“Concedi a liminar em caráter precaríssimo, tão somente para sustar o ato contestado, até a vinda das informações, as quais, por lei, devem ser prestadas pela autoridade coatora no prazo de dez dias. Tomei a decisão, em face da amplitude das providências determinadas pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça”, afirma o ministro, na nota divulgada hoje.

O presidente do STF, Cezar Peluso, também fez uma nota para defender a decisão de Lewandowski.

O próprio ministro Peluso, que, como Lewandowski, foi desembargador do TJ paulista, recebeu recursos desse passivo. Ele recebeu R$ 700 mil.

Peluso considera que, apesar dos recebimentos, nem ele nem Lewandowski estão impedidos de julgar ações sobre o tema porque os ministros do STF não se sujeitam ao CNJ.

Portanto, não seria possível falar que agem em causa própria ou que estão impedidos quando julgam a legalidade de iniciativas daquele órgão, já que não estão submetidos a ele, e sim o contrário, de acordo com a Constituição e com decisão do próprio STF.

Inspeção

A corregedoria do CNJ iniciou em novembro uma inspeção no Tribunal de Justiça de São Paulo para investigar pagamentos que magistrados teriam recebido indevidamente junto com seus salários e examinar a evolução patrimonial de alguns deles, que seria incompatível com sua renda.

Um dos pagamentos que estão sendo examinados é associado à pendência salarial da década de 90, quando o auxílio moradia que era pago apenas a deputados e senadores foi estendido a magistrados de todo o país.

Em São Paulo, 17 desembargadores receberam pagamentos individuais de quase R$ 1 milhão de uma só vez, e na frente de outros juízes que também tinham direito a diferenças salariais.

Tanto Peluso quanto Lewandowski dizem ter recebido menos do que esse valor.

Lewandowski disse que o próprio STF reconheceu que os desembargadores tinham direito à verba, que é declarada no Imposto de Renda. Ele afirmou que não entende a polêmica pois não há nada de irregular no recebimento.

A corregedoria tem deixado claro desde o início das inspeções que não está investigando ministros do STF, e sim procedimentos dos tribunais no pagamento dos passivos da década de 90. Ou seja, quem está sob investigação são os tribunais, e não os magistrados, que eventualmente se beneficiaram dos pagamentos.

O órgão afirmou ontem ainda, por meio de nota, que não quebrou o sigilo dos juízes e informou que em suas inspeções “deve ter acesso aos dados relativos à declarações de bens e à folha de pagamento, como órgão de controle, assim como tem acesso o próprio tribunal”. Disse também que as informações coletadas nunca foram divulgadas.

No caso de São Paulo, a decisão do Supremo de esvaziar os poderes do CNJ suspendeu investigações sobre o patrimônio de cerca de 70 pessoas, incluindo juízes e servidores do Tribunal de Justiça.

Liminar concedida anteontem pelo ministro Marco Aurélio Mello impede que o conselho investigue juízes antes que os tribunais onde eles atuam analisem sua conduta –o que, na prática, suspendeu todas as apurações abertas por iniciativa do CNJ.

No caso de São Paulo, a equipe do conselho havia começado a cruzar dados da folha de pagamento do tribunal com as declarações de renda dos juízes. O trabalho foi paralisado ontem.

Leia a nota de Lewandowski

Sobre notícia veiculada hoje (21) a respeito de liminar proferida em mandado de segurança impetrado pela Associação dos Magistrados Brasileiros, Associação dos Juízes Federais e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, o ministro Ricardo Lewandowski esclarece o seguinte:

1. Eu estava em meu gabinete no STF por volta das 21 horas do dia 19, último do corrente ano Judiciário. Diante da ausência do relator sorteado, ministro Joaquim Barbosa, e dos demais ministros, foi-me distribuído o referido mandado segurança para apreciação de pedido de liminar.

2. Concedi a liminar em caráter precaríssimo, tão somente para sustar o ato contestado, até a vinda das informações, as quais, por lei, devem ser prestadas pela autoridade coatora no prazo de dez dias. Tomei a decisão, em face da amplitude das providências determinadas pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, que compreendem a quebra do sigilo de dados fiscais e bancários de um número indeterminado e indiscriminado de magistrados e servidores de vários tribunais de todo o país, inclusive dos respectivos cônjuges e filhos, cumprindo o indeclinável dever de prestar jurisdição.

3. Após a vinda das informações, o processo será encaminhado para o relator sorteado ou, no recesso forense, à presidência do tribunal, para decisão definitiva quanto à liminar.

4. Cabe esclarecer que a decisão de minha autoria não me beneficia em nenhum aspecto, pois as providências determinadas pela corregedoria do CNJ, objeto do referido mandado de segurança, à míngua de competência legal e por expressa ressalva desta, não abrangem a minha pessoa ou a de qualquer outro ministro deste tribunal, razão pela qual nada me impedia de apreciar o pedido de liminar em questão.

Fonte: Folha

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Jornalismo

Ministro do STF suspende investigação contra ele mesmo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski recebeu na noite desta terça-feira (21) o título de cidadão natalense como forma de homenagem ao seu trabalho feito em prol do Judiciário brasileiro, mas no primeiro dia como cidadão natalense a revista Carta Capital trouxe uma matéria em que o ministro suspende uma investigação contra ele mesmo. Digamos: uma decisão nada “justa”.

Ao conceder uma liminar que suspendeu uma investigação sobre magistrados de 22 tribunais do País, na terça-feira 20, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski acabava de conceder um belo presente de fim de ano. Para ele mesmo.

Ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Lewandowski é um dos alvos da devassa iniciada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre o patrimônio de magistrados cujos salários são incompatíveis com a sua renda.

O envolvimento do ministro na própria investigação foi revelado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira 21. Só em São Paulo, 17 desembargadores receberam pagamentos individuais de quase 1 milhão de reais de uma só vez, o que gerou suspeitas do conselho, conforme a reportagem.

A liminar atendeu a um pedido de associações como a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), principal interessada em esvaziar os poderes do CNJ. Segundo a AMB, a investigação deveria ser suspensa porque o sigilo fiscal dos juízes teria sido quebrado ilegalmente pela corregedoria.

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Política

Situação do Ministro Fernando Pimentel vai se complicando

Adensaram-se as dúvidas que rondam os serviços de consultoria do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Guindado à Esplanada na cota pessoal de Dilma Rousseff, o petista Pimentel frequenta o noticiário de ponta-cabeça desde domingo (4).

Descobriu-se que, depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de virar ministro, o amigo de Dilma faturou cerca de R$ 2 milhões como consultor.

A cifra foi amealhada em dois anos, entre 2009 e 2010. Insinuou-se que a remuneração decorria de serviços não prestados e de tráfico de influência.

A pedido de Dilma, Pimentel achegou-se aos holofotes já na noite de domingo. Disse que trabalhou dentro da lei, prestou os serviços e recolheu os impostos.

Nesta terça (6), os repórteres Thiago Herdy, Isabel Braga e Maria Lima noticiam novos e incômodos detalhes sobre as incursões de Pimentel no mercado das consultorias.

A reportagem refere-se a um pedaço do faturamento do ex-consultor: R$ 400 mil, pagos em duas parcelas pela QA Consulting Ltda..

No dizer do próprio Pimentel, trata-se de “empresa de informática pequeninha”. De fato, a QA está registrada na Junta Comercial mineira como “microempresa”.

Pelas leis brasileiras, enquadram-se nessa categoria as firmas que faturam até R$ 360 mil por ano.

Ou seja: considerando-se o registro oficial e a perspectiva de faturamento, os R$ 400 mil pagos a Pimentel a título de consultoria ganham a aparência de uma extravagância.

São sócios da QA: Alexandre Allan, 36, e Gustavo Prado, 35, filho de Otílio Prado, sócio minoritário da P-21, a firma de consultoria de Pimentel.

Verificou-se que, dois dias antes de efetuar o primeiro pagamento a Pimentel (R$ 200 mil), a QA recebera R$ 230 mil de outra empresa, a HAP Engenharia.

Alega-se que a QA prestou à HAP serviços de “infraestrutura para soluções de rede.” Um negócio tipificado como atividade de engenharia civil.

Normalmente, serviços enquadrados nessa categoria devem ser precedidos de registro no Crea. Chama-se ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Não há no Crea de Minas Gerais vestígio de ART referente aos serviços prestados pela QA à HAP.

A coisa passaria despercebida não fosse por um detalhe: a construtora HAP não é estranha a Pimentel.

Desde de maio de 2011, corre na 4a Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte uma ação civil pública que liga o ministro à empreiteira.

Ajuizada pelo Ministério Público, a peça acusa a construtora de superfaturar obra da prefeitura de Belo Horizonte na época em que Pimentel era o prefeito.

O ministro e ex-prefeito frequenta a ação na condição de réu, ao lado de Roberto Senna, dono da HAP.

De acordo com o Ministério Público, o superfaturamento teria alçado a casa dos R$ 9,1 milhões. Parte da cifra teria sido borrifada nas arcas eleitorais de Pimentel.

A encrenca é de 2004, ano em que Pimentel disputou a reeleição à prefeitura da capital mineira.

O caixa dois é “ilação do Ministério Público”, sustentam nas folhas do precesso os advogados de Pimentel.

Ouvidos sobre as dúvidas colecionadas pelos repórteres, todos os personagens da notícia desta terça negam as suspeitas de ilegalidades.

Partido do senador Aécio Neves, amigo de Pimentel, o PSDB anuncia para esta terça (6) a apresentação de um requerimento sobre o caso.

O tucanato deseja que Pimentel compareça à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para prestar esclarecimentos.

Josias de Souza

Opinião dos leitores

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Política

Mais um Ministro enrolado. Agora é Fernando Pimentel

A sucessão de crises que ceifou sete cabeças do ministério de Dilma Rousseff mostra que, no fim das contas, tudo é uma questão de compostura.

Mal comparando, o ministério está para um governo assim como a comissão de frente está para uma escolar de samba.

Noutros tempos, as escolas escalavam para as comissões de frente os seus membros mais experimentados e respeitados. Hoje, vale tudo.

Os ternos brancos foram substituídos ora por fantasias exóticas ora pela nudez. As cartolas usadas para saudar o público deram lugar aos mais variados adereços.

O risco de um vexame é enorme. Acontece algo parecido nos ministérios. A maioria dos ministros vale pela alegoria partidária que representa, não pela biografia.

As legendas trocam posições na Esplanada por votos no Congresso à luz do dia, na frente das crianças. O anormal, por corriqueiro, tornou-se a normalidade.

Pois bem. Até aqui, as crises moeram ministros herdados de Lula. Neste domingo (4), de repente, foi às manchetes uma encrenca diferente.

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) apareceu de ponta-cabeça numa notícia do repórter Thiago Herdy.

Ficou-se sabendo que Pimentel possui uma empresa de consultoria, a P-21. Entre 2009 e 2010, o ministro faturou cerca de R$ 2 milhões.

Nessa época, Pimentel estava sem mandato. Deixara a prefeitura de Belo Horizonte e ainda não virara ministro.

Eis dois clientes do consultor Pimentel: a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e a construtora mineira Convap.

A reportagem insinua que a remuneração da federação veio sem a necessária contraprestação de serviço.

De resto, sugere que a construtora foi beneficiada com negócios na prefeitura, graças à influência de Pimentel.

O ministro negou as ilegalidades. Disse que o trabalho foi regular e que os impostos foram recolhidos.

Ainda assim, Dilma chamou Pimentel a Brasília neste domingo. Queria conversar antes do primeiro dia útil da semana.

Por quê? “A presidente Dilma pediu que eu agisse com transparência e normalidade porque eu não tenho nada a esconder”, disse Pimentel.

“Não feri nenhum preceito ético ou moral. Estou perplexo com tamanho espaço para um assunto privado.”

Entre todos os ministros, Pimentel é o mais próximo a Dilma. Militaram juntos. Na definição de José Dirceu, foram companheiros de armas.

Pimentel não deve o ministério a Lula. Tampouco deve a nomeação ao PT. É ministro da cota pessoal de Dilma. Daí a pressa em prover explicações.

Pimentel disse ter prestado três consultorias. Segundo ele, somaram R$ 1,9 milhão. Descontados os impostos, levou ao bolso R$ 1,2 milhão em 24 meses.

“Isso dá cerca de R$ 50 mil por mês. É uma remuneração compatível com o mercado de executivos”, declarou o ministro.

Ele circunscreve os contratos à esfera privada: “Conheço todas as empresas de Minas. Esta é a vantagem de eu ter ficado 16 anos na prefeitura de Belo Horizonte.”

Aos que enxergam na sua consultoria uma semelhança com o caso que retirou Antonio Palocci da Casa Civil, o ministro responde:

“Não vou julgar o Palocci. O caso dele é o caso dele. Eu trabalhei, emiti nota fiscal e paguei os tributos.”

De novo: no fim, tudo é uma questão de compostura. Cansada de alegorias, a arquibancada pede a sobriedade dos ternos de linho branco na comissão de frente de Brasília.

Josias de Souza

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Política

Ministro Carlos Lupi levou um "tiro" da Comissão de Ética e caiu

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que disse que só saia abatido a bala, se reuniu na tarde deste domingo com a presidente Dilma Rousseff e entregou seu cargo.

O ministro discute nesse momento com assessores a redação de uma nota que será divulgada no blog do ministério do Trabalho.

Na nota, ele atribuirá a saída, entre outros motivos, à divulgação do parecer da Comissão de Ética da presidência da República que pede seu afastamento.

Mais um Ministro que cai por denúncias graves de improbidade, o sexto em 11 meses de mandato da Presidenta Dilma.

E ai Lupi, o tiro da Veja e da Comissão de Ética lhe derrubou seu aloprado?

 

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Política

Barragens dominam discussões da governadora com o ministro da Integração Nacional

A governadora Rosalba Ciarlini foi a Brasília bater à porta do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no início da tarde desta terça-feira (22), em Brasília.

O “passe livre” da democrata junto ao governo petista foi a ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho e o todo poderoso do PMDB, Henrique Alves. A tira colo, o diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas no RN (Dnocs-RN), Elias Fernandes.

A construção da Barragem do Bujari, em Nova Cruz, projeto fruto de emenda de Rosalba quando Senadora, foi um dos destaques. A Governadora comemorou o anúncio feito pelo Ministro de que a obra será realizada e já está com recursos garantidos, assim como das barragens de Pedra Branca, em Angicos, e Poço de Varas, em Cel. João Pessoa, que, a partir de sugestão do próprio ministro, devem ser inseridas no PAC.

Sobre a Barragem de Oiticica, em Jucurutu, foi definido que deve ser feita uma nova licitação para viabilizar a construção.

Segundo a governadora, o Tribunal de Contas da União encontrou irregularidades que impediam a liberação da obra, que foi licitada na gestão anterior. Porém, Rosalba garantiu que esse projeto será colocado em prática. “A Barragem de Oiticica é um sonho que nós vamos realizar”, afirmou a governadora, repetindo o discurso dos antecessores.

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Política

Ministro diz que "esqueceu" de registrar nome do empresário que lhe empresou avião

O ministro do Trabalho está depondo agora no Senado sobre as irregularidades apontadas em denúncias na imprensa.

Segundo o noticiário, Lupi viajou em avião particular de empresário beneficiado por convênios do Ministério. A prática fere o princípio da impessoalidade e já levou à queda um ministro, o da Agricultura, que fez coisa semelhante.

Lupi negou a viagem. Depois foi desmentido por vídeo.

Agora diz que não “registrou” o nome do empresário Adair Meira quando o conheceu.

“A memória às vezes falha, eu sou humano”, disse. “Quantos ministros, deputados, senadores podem ter usado carro, avião em atividades rotineiras de quem não conhece? Meu erro foi não checar com a apuração que devia. Isso foi o que aconteceu.”

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Jornalismo

Ministro LUPI é pego literalmente na Mentira

Daniel Pereira/Veja
O então secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério Ezequiel Nascimento desce de avião avião King Air, de prefixo PT-ONJ, no Maranhão, seguido pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (no destaque)O então secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério Ezequiel Nascimento desce de avião avião King Air, de prefixo PT-ONJ, no Maranhão, seguido pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (no destaque)

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mentiu na semana passada ao dizer que não conhece o gaúcho Adair Meira, dono de três ONGs que têm contratos milionários com a pasta. Adair providenciou um avião King Air, de prefixo PT-ONJ, para que Lupi cumprisse uma agenda oficial em sete municípios do Maranhão, em dezembro de 2009.

No sábado, numa tentativa de reagir ao fato revelado por VEJA, Lupi não só ratificou a mentira como decidiu ampliá-la, num comunicado divulgado a toda a população. No texto, Lupi afirma que viajou pelo estado a bordo apenas de aviões Sêneca, providenciados por dirigentes do PDT.

Chegou a divulgar fotos dessas aeronaves em aeroportos do interior rodeadas de populares. As fotos não provam que Lupi desembarcou ou embarcou sempre em Sêneca. Nem poderiam. Fotos divulgadas hoje pelo portal www.grajaudefato.com.br mostram o ministro desembarcando no município de Grajaú justamente no King Air providenciado por Adair Meira.

E não apenas Lupi, como também o ex-secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério Ezequiel Nascimento. Ezequiel foi quem contou a VEJA que coube a Meira, dono das ONGs que fraudaram o governo, a pagar otour maranhense de Lupi. Abaixo, as fotos que derrubam a farsa do ministro.

Reprodução

Página do site Grajaú de Fato, com imagens de caciques do PDT descendo de avião particular em viagem oficial do ministro do Trabalho Carlos LupiPágina do site Grajaú de Fato, com imagens de caciques do PDT descendo de avião King Air em viagem oficial do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Na primeira imagem, aparece o então secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério Ezequiel Nascimento. Na segunda, o ministro Lupi. Na terceira, o ex-governador do estado Jackson Lago, já falecido.

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Jornalismo

Carlos Lupi: "só saio abatido a bala"

Em tempos desvairados, nem a semântica se salva. Funcionário de primeiro escalão costumava ser nomeado em português e demitido em latim.

Ministros de Estado eram demissíveis ad nutum. Quer dizer: para destroná-los, bastava a vontade discricionária do inquilino do Planalto.

Pois bem. Se quiser se livrar de Carlos Lupi (Trabalho), Dilma Rousseff vai precisar de algo mais possante do que o desejo e a caneta: um revólver. Talvez um canhão.

“Duvido que a Dilma me tire, ela me conhece muito bem”, disse Lupi. “Para me tirar, só abatido a bala. E precisa ser bala forte porque eu sou pesadão.”

Em timbre peremptório, o mandachuva do PDT acrescentou: “Não sairei do ministério […]. Não vou sossegar enquanto este assunto estiver completamente esclarecido.”

Lupi reuniu-se nesta terça (8) com os deputados e senadores de sua legenda. Deopois, o PDT brindou-o com uma nota de apoio. Haja munição!

Josias de Souza

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Política

Ministro interino do Esporte também está envolvido em desvios

Seis por meia dúzia.

É como se pode encarar a interinidade de Waldemar Souza no Ministério do Esporte.

De acordo com matéria da revista Veja, Souza também está envolvido na maracutaia que ontem resultou na saída do ministro Orlando Silva.

A assinatura de Waldemar, revelou a publicação da Abril, consta num convênio assinado com um sindicato de cartolas do futebol para um projeto da Copa do Mundo de 2014 e que nunca saiu do papel.

Sem licitação, o Ministério do Esporte contratou o Sindicato das Associações de Futebol para fazer o cadastramento das torcidas organizadas dentro dos preparativos para o Mundial.

O projeto já consumiu R$ 6,2 milhões sem nunca ter sido posto em prática. O nome de Souza foi citado ainda em gravações às quais os jornal o Estado de São Paulo teve acesso.

No áudio, o ministro interino é apontado como o responsável pela prorrogação de um convênio do Programa Segundo Tempo com uma entidade de fachada. O contrato, de R$ 911 mil, foi cancelado após a revelação da fraude.

Novo ministro

O PC do B decidiu por unanimidade indicar o nome do deputado federal Aldo Rebelo para assumir o Ministério do Transporte. A palavra final é da presidente, que pode optar pela ex-prefeita de Olinda, Luciana Santos, também deputada federal pelo Partido Comunista.

Luciana foi o primeiro nome pensado por Dilma para assumir Esporte, mas o PT, Lula e o PC do B a pressionaram para que o nome de Orlando fosse mantido na pasta. Além da simpatia da presidente, a comunista conta com o apoio do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos.

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Política

Cai mais um ministro; Orlando Silva entregará carta de demissão a Dilma

O ministro do Esporte, Orlando Silva, vai entregar sua carta de demissão na tarde desta quarta-feira em encontro com a presidente Dilma Rousseff. O ministro participou no início desta manhã de uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o agravamento de sua situação, com a abertura do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar as denúncias de desvio de verbas do Programa Segundo Tempo . O nome de consenso do PCdoB para substituí-lo é o de Aldo Rebelo, ex-ministro de Relações Institucionais do governo Lula.

Participaram da reunião o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, além dos líderes do partido na Câmara, Osmar Júnior, e no Senado, Inácio Arruda.

Antes da reunião, o presidente do PCdoB teve uma longa conversa com Orlando, já para avaliar o cenário contra o ministro. Na segunda-feira, a avaliação do Planalto era de que o partido deveria conduzir saída do ministro .

Em reunião da cúpula do PCdoB na terça-feira à noite, na casa do deputado Aldo Rebelo (SP), os integrantes do partido jogaram a toalha e decidiram que não havia mais como sustentar a permanência de Orlando Silva. Depois de muita discussão com o presidente do partido e outros líderes, o nome de consenso para substituir Orlando era o do ex-ministro Aldo Rebelo.

– A unanimidade da bancada concluiu que a situação era insustentável e estava atingindo o partido como um todo. Num primeiro momento, a decisão era se unir em torno do nome de Orlando porque todo mundo achava que era tudo mentira, e ainda acha. Mas ele perdeu todas as condições políticas de continuar no cargo. Na reunião a coisa se afunilou para o nome do Aldo – contou um dos parlamentares presentes à reunião.

Fonte: O Globo

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Jornalismo

PM chama Ministro do Esporte de "bandido"

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal que acusou o ministro dos Esportes, Orlando Silva, de participar de desvios de recursos do ministério, chamou-o neste domingo (16) de “bandido”, em mensagem postada em seu blog na internet.

João Dias Ferreira disse que tem como provar as acusações que fez à revista “Veja”.

“O que falei pra revista está devidamente gravado e será apresentado às autoridades competentes.”

Numa mensagem dirigida ao ministro, Ferreira afirmou: “Você está equivocado, eu não sou bandido, bandido é você e sua quadrilha que faz e refaz qualquer processo do ministério de acordo com sua conveniência e você sabe muito bem disso!”

O soldado da PM, que em 2006 foi candidato derrotado a deputado distrital pelo PC do B em Brasília, também fez uma ameaça à direção nacional do partido, que ontem soltou uma nota em apoio ao ministro.

“Sugestão: era bom o PC do B nacional ficar calado antes de sair em defesa do Orlando sumariamente.”

Em entrevista publicada ontem pela “Veja”, o soldado Ferreira afirma que Orlando Silva tinha participação direta num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que distribui recursos a ONGs para projetos de incentivo à prática de esportes por jovens.

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Jornalismo

Procuradores encontraram "fatos novos" ao examinar os negócios particulares de Palocci

O Ministério Público Federal prepara-se para abrir um inquérito criminal para investigar a atuação do ex-ministro Antonio Palocci como consultor de empresas, informa reportagem de Andreza Matais e Felipe Seligman, publicada na Folha desta terça-feira.

Procuradores que analisam o caso informaram a Procuradoria-Geral da República de sua intenção e relataram que encontraram “fatos novos” ao examinar os negócios particulares de Palocci.

Palocci deixou a Casa Civil em junho do ano passado, após a Folha revelar que ele multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010, quando foi deputado federal e manteve, paralelamente, uma consultoria privada.

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Denúncia

Ministro manda R$ 1 milhão em emenda a firma-fantasma

Josias de Souza

Sempre que instado a comentar o escândalo de sua pasta, o ministro Pedro Novais (Turismo) sapeca: a encrenca é de 2009, antes de eu virar ministro. Como poderia saber?

As explicações de Novais ainda nem sedimentaram e já surge ao redor do ministro um escândalo seminovo.

É muito parecido com o antigo. Envolve emenda de parlamentar, convênio e verba pública desviada. A diferença é que, dessa vez, Novais terá mais dificuldades para dizer que n!ão sabia.

O autor da emenda que nutre o malfeito é ninguém menos que o deputado Pedro Novais (PMDB-MA).

O caso vem à luz graças ao trabalho de uma tróica de repórtres: Dimmi Amora, Andreza Matais, Felipe Seligman.

Informam, na Folha: antes de virar ministro, Novaes mandou aos cofres do Turismo emendas orçamentárias.

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Política

Ministro da Agricultura Wagner Rossi pede demissão

estadão.com.br

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, enviou carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, 17, após a Polícia Federal anunciar investigação sobre as denúncias contra a pasta. Depois de Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa), Rossi é o quarto ministro a sair do governo em oito meses.

A relação do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, com o lobista Júlio Fróes – que teria atuado durante meses dentro do ministério – será investigada pela Polícia Federal. Um inquérito foi aberto na segunda-feira, 15, e o ex-presidente da Comissão de Licitação do ministério Israel Batista já prestou depoimento. Dentre as denuncias que surgiram na imprensa contra o ministério,  estão o uso eleitoral da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e suposto tráfico de influência.

Além disso, o jornal Correio Braziliense denunciou que Rossi teria utilizado um avião de uma empresa que depende de autorizações do Ministério da Agricultura para vender seus produtos. A Ourofino Agronegócio trabalha com agrotóxicos, sementes e saúde animal e colocou à disposição do ministro e de seu filho Baleia Rossi (PMDB-SP), deputado estadual, um avião Embraer Phenon 100 avaliado em US$ 7 milhões.

Leiam a carta de demissão de Wagner Rossi:

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