Judiciário

Precatórios: Desvios seriam de R$ 14 milhões segundo relatório do TJ

Os desvios no setor de precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte atingiram o montante final de R$ 14.122.740,33, segundo informações apuradas pela TRIBUNA DO NORTE. O número é menor do que o esperado até meados da auditoria iniciada no setor, que indicava um valor de cerca de R$ 20 milhões. O relatório final será enviado à presidente do Tribunal de Justiça do RN, Judite Nunes, que o remeterá para o Conselho Nacional de Justiça. A comissão investigativa não se pronunciou sobre o assunto.

Frankie MarconeDesembargador Caio Alencar preside comissão no TJRN

Os mais de R$ 14 milhões de desvios comprovados são referentes a cerca de 520 operações fraudulentas, entre guias de pagamentos, cheques e autorizações de transferências bancárias. Além disso, a equipe do Tribunal de Contas do Estado, em conjunto com servidores do TJRN, identificaram 11 laranjas, a maioria deles empregados e ex-empregados de Carla Ubarana. Apenas Carlos Fasanaro, Carlos Palhares e Cláudia Sueli foram denunciados à Justiça até o momento. Entre todos os laranjas, Fasanaro foi o mais acionado por Carla Ubarana e George Leal, com 221 fraudes operadas e mais de R$ 8 milhões que passaram em sua conta.

A diferença entre o valor relatado por Carla Ubarana – de R$ 20 milhões – e o encontrado pela comissão – pouco mais de R$ 14 milhões – não é preocupante, segundo fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE. Tanto pessoas próximas a Carla Ubarana quanto próximas a investigação afirmam que a própria acusada não sabe exatamente quanto dinheiro foi desviado do setor de precatórios. Por outro lado, Carla manifestou desde o início a opinião de que os auditores do TCE não conseguiriam chegar ao valor exato de dinheiro desviado. “Foi levantado o valor possível de ser comprovado. Nesse caso, há documentos que comprovam cada centavo”, diz uma fonte.

A comissão que investiga o setor de precatórios foi criada ainda em janeiro, sob a presidência do desembargador Caio Alencar. Com o fim dos trabalhos, a comissão será desfeita e o desembargador irá se aposentar amanhã.

Do Blog: Carla Ubarana em entrevista calculou que os desvios seriam da ordem de R$ 20 milhões, tanto na delação, como no depoimento a justiça ela confirmou que a maior parte dos desvios ficava com os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro.

Com a confirmação do relatório do TJ que os desvios atingiram R$ 14 milhões a conta simplesmente não bate, se Carla já entregou ou devolveu como queiram chamar R$ 6 milhões em bens e dinheiro “restariam” R$ 8 milhões em desvios segundo o relatório. Mas o depoimento da própria Carla na justiça afirmou que as maiores partes dos desvios iriam para os dois desembargadores, o relatório já mostra outra situação, comprova que a maior parte dos desvios ficava com a servidora do TJ. Outro ponto que não bate é que Carla na delação e no depoimento falou que seriam três e quatro Laranjas respectivamente, aparecerem onze no relatório do TJ.

Opinião dos leitores

  1. Bg desde o ínico que eu não me convenci com essa estória de Carla Ubarana, quem conhece o Desembargador Rafael Godeiro e convive com ele, não consegue ver gastos fora do seu padrão, pelo menos se comparando a Carla, dizem por aí que a situação financeira do Desembargador Osvaldo não está boa, esta mulher disse que os dois ficavam com 80%, já se descobriu 6 milhões como você relata, ela vinha roubando o tribunal a cinco anos e pelo que dizem ela e o marido vinham torrando dinheiro, ou seja mostra que a sua acusação é falha, agora apareceu mais laranjas ou seja outra mentira dela, por sinal já era para ter perdido a prisão domiciliar. Depois daquela estrevista do fantático vi que Carla Ubarana é capaz de qualquer coisa, não queria ser inimigo dela…..

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Judiciário

Veja o que o advogado falou e o Fantástico não publicou

O advogado Júnior Gurgel crítico ferrenho do modus operandi do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ/RN) quanto aos precatórios, mesmo antes de estourar mandou um email para esse blogueiro com um texto publicado em seu blog. O BG reproduz:

Agravar alguém se pode fazer quando se tem provas, e Gavar alguém é quando a pessoa fez um ato que é bom.

Passei vários dias promovendo criticas contundentes contra o Tribunal de Justiça do RN, referente a licitação do Fórum de Parnamirim, Concorrência 04/2011, cujo valor foi de R$ 10.484.331,12 e estava previsto no item 203 da planilha do Tribunal, que seria necessário fazer um aterro com areia grossa apiloado de 9.000m3, cujo valor orçado era de R$ 744.210,00.

Acontece que a Desembargadora Judite Nunes terminou por publicar em 03/05/2012 a REVOGAÇÃO desta Concorrência, o que Parabenizo pelo ato sensato, mas apesar de GAVAR a atitude da Desembargadora, venho tocar em 2 pontos. 1º Porque foi retirado do site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte o Processo da Concorrência? Porque o Setor de Engenharia veio dar um parecer jurídico, quando este não tinha legitimidade.

Fui procurado pela reportagem do Fantástico e falei por quase 50 minutos, a iniciar sobre ANA LÍGIA, e falei sobre o Auto Circunstanciado de Inspeção Preventiva do CNJ realizado em 17/08/2010, quando o Ministro GILSON DIPP, em nenhum momento falou sobre o Setor de Precatórios, mas tão somente sobre Precatória pelo sistema Hermes.

Neste ponto existiu um crasso erro do Ministro Gilson Dipp, uma vez que Precatório Requisitório é aquele bichinho que Carla Ubarana movimentava e que rendeu bastante, e que disse que ao fantástico que só ela CONHECE.E Carta Precatória, é um comunicado judicial (processo) de um Juiz Deprecante (quem pede), para um Juiz Deprecado (que deve cumprir o pedido).

Analisando-se as 126 folhas do Auto Circunstanciado de Inspeção, verifica-se que o Tribunal de Justiça do RN desde longos tempos tem transformado o Tribunal em uma Corte de Tróia, e os Presidentes da Corte passaram a agir da forma mais irresponsável com o dinheiro público, apesar de todos conhecerem a Lei, e se isto fosse com um Governo do Estado, ou Município já teríamos vários atos de improbidade administrativa.

Quando o CNJ fez uma (meia sola) varredura no Tribunal de Justiça do RN em 2010, quando exercia a Presidência o Desembargador Rafael Godeiro, não localizou os ditos Precatórios, ou o Setor dos Precatórios, o que faz perguntarmos o porque um Ministro Corregedor do Conselho Nacional de Justiça GILSSN DIPP teria feito vista grossa para um dos setores mais importantes do Tribunal, que é a satisfação da execução, ou será que o Ministro não conhece o que é um PRECATÓRIO ?

Quando a Desembargadora Judite Nunes assumiu a Presidência teve conhecimento deste termo, até porque seria necessário ACOBERTAR as ilicitudes pré-existentes, e que tais ilicitudes não foram solucionadas e permanecem até um dia em que se resolver por fim a tantos crimes.

Acusei na reportagem o Ministro GILSON DIPP, por omissão, haja vista que no momento da Inspeção ao TJRN já deveria ter tomado providências, de ofício, pois era seu mister, e não escrever 126 folhas inúteis, que agora passam a ser um instrumento que USO e USAREI CONTRA O TRIBUNAL.

Acusei a Presidenta do Tribunal de Justiça Judite Nunes, por ter conhecimento de todas as ilicitudes e manter-se silente, cometendo um ato omissivo.

Acusei a Ministra Eliana Calmon em ter conhecimento dos fatos do Auto Circunstanciado de Inspeção do TJRN e nunca ter tomado as devidas providências.

Quanto a citação pelo fantástico do Sr. EVALKER CAVALCANTE DE BRITO, credor do Processo 2003.000924-3, contra o Município de Natal, consta no site do TJRN que desde 08/11/2011 as guias para receber os precatórios estão disponíveis. E porque não recebeu ?

O miolo do tribunal de Justiça precisa de mudanças urgentes, inclusive ainda não foi esclarecido sobre as guias assinadas em branco pela Presidenta para pagar os precatórios, e não existiu ainda qualquer transparência sobre os precatórios, SALVO estejam apenas disponíveis internamente.

E o que me salta aos olhos é que tantos descasos jurídicos, ainda temos a ESMARN, onde o Diretor é o Desembargador Rafael Godeiro, cujo mantenedor desta Escola da Magistratura é o TJRN, e o mesmo Tribunal que teve um déficit de R$ 80.000.000,00 ano passo, foi o mesmo Tribunal que desviou recursos do FDJ, e foi o mesmo Tribunal que repassando verbas a ESMARN fez com que nosso Desembargador Rafael Godeiro viesse a fazer uma viagem em Cruzeiro, apesar que mais barato do que as diárias que Carla Ubarana pagou em Paris.

Vejo muitas pessoas encorajando a Presidenta Judite Nunes que ela tem agido como deve, e a parabenizam, mas como todos nós temos um pouco da roça, não esqueçam que galinha só se despena na água quente.

Mas sobre os Precatórios, lanço o desafio a Desembargadora que exiba tudo sobre os Precatórios, para que possamos melhor aquilatar o tamanho do descaso.

Estas ponderações as quais podem ser lidas em 5 minutos, não é igual ao que eu disse de viva voz e de bom tom a reportagem do fantástico, e detalhe, eu não fui pedir para sair na mídia, fui procurado, porque fiz uma denúncia contra o Desembargador Amauri Moura, e que este até hoje não provou sobre o pagamento que mandou fazer ao Procurador do Município Maurício Carrilho Barreto, por meio do cheque do BANESPA.

Júnior Gurgel

Opinião dos leitores

  1. se foi um grande empresario e um maravilhoso  gestor, obrigado por tudo que Deus te receba com amor ja fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

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Judiciário

TAC na Justiça

O Blog reproduz brilhante artigo do empresário Bira Rocha, o sentimento da sociedade é exatamente esse que Bira descreve tão bem no seu espaço no Novo Jornal. Com orgulho lembramos que todas essas palavras de Bira foram em cima dos vídeos publicados com exclusividade essa semana pelo BlogdoBG. Segue artido TAC na Justiça:

O escândalo dos precatórios, que envolve membros do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, merece profunda reflexão por parte da sociedade potiguar. Principalmente após as revelações dos últimos dias, extraídas dos depoimentos em vídeo da servidora Carla Ubarana.

Há muito tempo já reinava no estado  certa estranheza, quando se via decisões judiciais de primeira instância e, às vezes, até de turmas do Tribunal, serem reformadas ou anuladas.

Não é segredo para ninguém  que muitas das denúncias que hoje circulam na mídia eram fartamente discutidas nas rodas sociais de Natal. È claro que em off, pois não haviam indícios tão fortes como os que têm sido apresentados atualmente.

Havia no ar uma interrogação com relação ao redirecionamento de processos para determinados desembargadores. Agora, Carla Ubarana descreveu como a coisa funcionava, driblando um sistema eletrônico, aparentemente à prova de fraudes.

Nos vídeos estrelados por Ubarana surgem até indícios de vendas de sentença, mostrando que os desvios referentes aos precatórios podem ser apenas a ponta de um gigantesco iceberg.

Há ainda o estranhíssimo caso do sucesso que alguns advogados alcançam na defesa de suas causas no TJRN. Quanto a isso, aliás, Ubarana não se fez de rogada, dando nomes aos bois e ligando-os às respectivas causas.

É preciso tirar uma lição de toda essa lavagem de roupa suja. O TJ deve impor a maior transparência possível a seus atos. Afinal, as sentenças em segunda instância são a última palavra da Justiça potiguar.

Da OAB, espera-se que aproveite a oportunidade para questionar e, se for o caso, punir seus associados que desfrutam de um grau de “sucesso” exagerado no TJ. Essa “concorrência desleal” é inaceitável.

Como se vê, pode haver muito mais que irregularidades nos pagamentos de precatórios circulando pelos corredores do TJ. Pelo que tem revelado Carla  Ubanara, o roteiro incluiria também tráfico de influência, redirecionamento de processos e vendas de sentenças, entre outras coisas.

Chego a pensar que o ideal seria que o TJ firmasse um Termo de Ajuste de Conduta com a sociedade potiguar, para garantir total lisura de suas atividades.

Opinião dos leitores

  1. Lamentável, literalmente é caso de exclusão, pelo menos do meio judiciário.
    A única maneira de ajustar conduta é a exclusão com perda de qualquer pretenso direito
    seja por concurso público ou plano de cargos e carreira, para todos os envolvidos.
    Somente com punição exemplar poderemos pensar em Sociedade Democrática e Igualitária.

  2. O HOMEM SENSATO PENSA E AGE COMO SOCIEDADE, POIS FAZ PARTE DE UM TODO, E QUEM CHEGA A DESEMBARGADOR PASSOU NOS BANCOS ESCOLARES, MAS APÓS ASSUMIREM POSIÇÕES ATÉ ENTÃO INTOCÁVEIS ACHAVAM QUE ERAM DEUSES MITOLÓGICOS. EM EXPRESSÃO VULGAR, CAIU A CASA, AQUI CAIU A TOGA. VOU CONTINUAR MINHA LUTA CUSTE O QUE CUSTAR.

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Judiciário

VÍDEO 4: Precatórios:Gestão Desembargador Rafael Godeiro e como o dinheiro era dividido

Segue  o “quarto capítulo” da delação premiada de Carla Ubarana ao MP. Lembrando que dividimos a gravação integral e sem cortes da delação premiada em cinco capítulos para facilitar para os leitores. Esse capítulo nominamos de  Precatório gestão Desembargador Rafael Godeiro. Como Carla aplicava o dinheiro do precatório e como era a divisão do dinheiro.

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Rafael Godeiro e Osvaldo Cruz alegam inocência e querem que culpados sejam exemplarmente punidos

Após serem responsabilizados pelo Tribunal de Contas do Estado  acerca dos desvios na divisão de precatórios do TJRN e a divulgação massiva do vídeo onde Carla Ubarana detalha as fraudes, os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro falaram ontem pela primeira vez. Por telefone, Osvaldo disse à reportagem da TRIBUNA DO NORTE continuar tranqüilo e seguro de que provará a sua inocência. Já Rafael Godeiro interrompeu as férias e foi ao plenário do Tribunal de Justiça falar oficialmente sobre as acusações. O desembargador distribuiu uma nota.

Rafael Godeiro disse, como seu colega, estar tranquilo e defendeu a punição a todos os envolvidos no escândalo, por dolo ou omissão. “Este magistrado, com mais de 43 anos só na carreira de juiz de Direito, durante o dia de ontem, 10 de março de 2012, foi massacrado pelo vídeo apresentado nas diversas estações de televisão e imprensa escrita”, disse. E complementou: “Requeiro que todos os envolvidos nos desvios dos precatórios ocorridos nas administrações dos Desembargadores Osvaldo Cruz, Rafael Godeiro e Judite Nunes sejam exemplarmente punidos por suas ações”.

Os desembargadores consideraram os relatos inconsistentes e ressaltaram que não houve citação formal, nem acusação oficial. Rafael Godeiro chegou a falar em processar Carla Ubarana. “Eu quero uma acusação específica e não genérica, como ela fez”, falou.

Relatório TJ

A comissão de investigação do Tribunal de Justiça entregou ontem à tarde o relatório parcial de investigação à presidente Judite Nunes. O conteúdo, ao contrário do que foi feito com o relatório parcial do Tribunal de Contas do Estado, não foi divulgado. Contudo, segundo fontes, é bastante semelhante ao que encontrou o TCE. Além das constatações, a comissão expediu uma série de sugestões à presidência do Tribunal, entre elas o envio das informações para o Conselho Nacional de Justiça, o que será feito pela presidência do TJRN. De acordo com informações do próprio Tribunal, a presidente Judite Nunes enviará cópia do relatório ao CNJ e o próprio Conselho deverá dar publicidade do conteúdo, quando considerar conveniente. A expectativa da comissão do Tribunal é finalizar a investigação até meados de maio. No que diz respeito ao Tribunal de Contas do Estado, o cálculo dos desvios vem sendo atualizado.  O número atual é R$ 13,217 milhões, com 453 procedimentos fraudulentos identificados.

Fonte: Tribuna do Norte

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Finanças

Precatórios do TJ: Vejam quanto cada envolvido recebeu e sacou do dinheiro desviado

No relatório parcial apresentado hoje no plenário do TCE pelo conselheiro Carlos Thompson, tem uma tabela discriminando quanto cada envolvido sacou e recebeu dos pagamentos desviados dos precatórios do TJ. Lembrando que o valor que consta nesse relatório parcial já sofreu alteração no dia de ontem com novos documentos auditados pelo TCE. Lembrando mais uma vez, esse relatório é parcial…

Opinião dos leitores

  1. Pena tratar-se de relatório parcial…… Não apontou todos os envolvidos citados por Carla no seu diário esquecido por todos.

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Judiciário

Precatórios TJ: Ubarana detalha todo o esquema de desvio dos precatórios

O Blog do BG teve acesso ao vídeo do depoimento que Carla Ubarana concedeu ao juiz José Armando Ponte, da 7ª vara Criminal, no dia 30 de março passado. Em 1h46min26s, a ex-chefe da Divisão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte detalhou o esquema de desvio de recursos.

Na gravação, Ubarana descreve como supostamente pagava os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro com quantias de dinheiro relativas aos desvios e fraudes em precatórios. Ubarana esclarece ainda que a atual presidenta do TJ, desembargadora Judite Nunes, não teve participação alguma no esquema ilícito.

Segue resumo do depoimento:

No depoimento, Carla Ubarana respondeu com calma e em detalhes todas as perguntas do juiz José Armando Ponte e dos promotores de Justiça presentes. Apesar de estar na berlinda, a impressão que passa é de total serenidade.

A partir dos 26 minutos, ela começa a descrever como surgiu o esquema. De acordo com Ubarana, ao assumir o setor, ela fez um levantamento de todos os precatórios existentes. Na mesma época, firmou-se uma parceria com o Banco do Brasil em que todos os recursos da cota dos precatório seriam transferidos do Banespa para o BB.

Ubarana contou que foi neste momento que ficou sabendo quanto tinha na conta dos precatórios, cerca de R$ 1,6 milhão. Seria, segundo ela, um dinheiro sem dono. “ (um levantamento feito pelo setor)não identificou origem e não era vinculado a nenhum processo”, explicou, ressaltando de 2007  a 2011, tempo em que ficou a frente do setor, os processos seguiram rigidamente a ordem cronológica.

Então, o desembargador Oswaldo Cruz ao saber desse dinheiro ‘disponível’, teria questionado Carla sobre a possibilidade de “desviar esse recurso para benefício próprio”. E aí, a partir de um processo de pagamento de precatórios da Prefeitura do Natal, iniciou-se o desvio. “Eu disse a ele que poderia usar o mesmo processo e pagar ele em duplicidade”, detalhou. “Eu usei a conta de George [Leal] para receber o primeiro cheque do desembargador referente a esse processo pago em duplicidade”, completou.

No principio, segundo Ubarana, a divisão era feita só entre ela e o desembargador. E o pagamento era feito em cheques nas contas dela, de George, da Gless ou de laranjas. Na divisão do dinheiro não havia percentual engessado de quanto ficaria para cada um, mas o máximo que se retirava da conta de uma única vez era, 90 mil. E o dinheiro era entregue sem percentual estabelecido ao desembargador, segundo depoimento de Ubarana, em notas de R$ 100

Nesta primeira leva do esquema, feita através dos cheques, Ubarana conta que se deixou pouco mais de um milhão na Conta. “Nós retiramos cerca de R$ 500 mil nesta fase”, contou.

A ex-chefe da Divisão dos Precatórios relata que havia momentos em que os desembargadores iam até a sua sala reclamar do atraso no repasse das fraudes. “Eles estavam acostumados com aquilo [pagamento] a toda semana, mas não podia fazer toda semana porque tinha que deixar o dinheiro na conta judicial rendendo para poder tirar e não fazer falta”.

Já em 2009, quando a presidência do TJ mudou de mãos e ficou sob responsabilidade do desembargador Rafael Godeiro, Ubarana e Osvaldo Cruz teriam se reunido para definir o futuro do esquema. “Na gestão do desembargador Rafael, Osvaldo me chamou e disse que queria continuar do mesmo jeito. Perguntou se tinha condição de fazer com Rafael [Godeiro]?”

A mulher relata que logo o esquema passou a ser dividido para três pessoas: Carla, Osvaldo e Rafael. “Um dia, o desembargador Rafael me procurou e disse: ‘conversei com o desembargador Osvaldo e já sei como o precatório funciona'”. Ubarana disse que os pagamentos chegavam a ocorrer na garagem de Rafael Godeiro no TJ. “O valor que eu levava na minha bolsa para o tribunal era o valor que tinha que entregar aos desembargadores.  Como tinha essa sala própria, fazia essa divisão, colocava nos envelopes. Já teve vez de passar na minha sala e reclamar que tava demorando a entregar”, afirmou.

Para Carla, as fraudes continuaram ocorrendo durante toda a gestão de Rafael Godeiro, e “de forma até mais rápida”. Segundo ela, o percentual da divisão da quantia para os três envolvidos nunca foi acertado. “Passou a ser uma divisão para três. O percentual também nunca foi acertado. [Rafael] Recebia na mesma proporção que desembargador Osvaldo e até reclamava. (…) Sempre recebi menos que os dois”.

De acordo com Ubarana, Rafael Godeiro chegava a reclamar da participação de Osvaldo Cruz já que este havia começado a receber antes de Rafael e por isso devia ter a menor fatia das fraudes.

 

Opinião dos leitores

  1. será que vai acabar em pizza? Para moralizar essa Justiça já tão desacreditada, os envolvidos deveriam ser afastados imediatamente e sem remuneração, ficando com seus bens indisponíveis e sendo posteriormente condenados a devolver aos cofres públicos os valores subtraídos indevidamente.

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Judiciário

Precatórios TJ: Desvios passam de R$ 13 milhões e relatório responsabiliza Desembargadores e Secretárias

Durante a leitura de seu relatório, o conselheiro Carlos Thompson frisou que as irregularidades detectadas devem ser reputadas aos desembargadores e ex-presidentes do TJ Osvaldo Cruz, Rafael Godeiro e à secretária administrativa Wilza Dantas e Carla de Paiva Ubarana.

Osvaldo emitiu cheques nominais que somam 1,3 milhão de reais. Rafael Godeiro autorizou depósito de R$ 79,5 mil na conta de Carlos Fasanaro [laranja], explicou Thompson. Além disso, ele relatou 875 pagamentos irregulares, que somam R$ 7,6 milhões.

“Constatou-se mesma conta bancária para pagar os mais diversos credores, a partir dessas contas tanto se pagava credores como quem não tinha nada a ver com o processo”, disse no início de suas considerações.

Ele também reiterou que todos os réus envolvidos, capitaneados por Carla Ubarana, se valeram do esquema.

Thompson também atualizou os valores desviados do Setor de Precatórios. Ele conformou que foram R$ 11.3 milhões até 26 de março passado.

“Mas ontem, fui atualizado, e já são R$ 13,2 milhões”, disse ao plenário do Tribunal de Contas do Estado durante a leitura do seu relatório.

O relatório é preliminar, ou seja, os valores desviados continuarão crescendo.

Com informações do Nominuto.com

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Judiciário

Advogado relata: Carla Ubarana confirmou em Juízo como era o envolvimento dela e dos Desembargadores

Os  primeiros detalhes sobre os depoimentos de Carla Ubarana e George Leal à Justiça, tomados na última sexta-feira, começam a aparecer. De acordo com o advogado Heráclito Higor Noé, que presenciou todos os depoimentos  na condição de defensor da acusada Cláudia Sueli, Carla e George  responderam de forma objetiva aos questionamentos do juiz, confessando  os crimes imputados e detalhando como se iniciaram as fraudes dentro do  Tribunal de Justiça. Carla Ubarana rememorou o início de suas atividades como chefe do setor de precatórios e como se chegou ao início dos  desvios.

A ex-chefe da Divisão de Precatórios do TJRN afirmou também que Cláudia e os demais laranjas não sabiam da origem do dinheiro recebido  em suas contas.

Frankie MarconeCarla Ubarana, em depoimento em juízo, teria detalhado como começou o desvio dos recursos do TJ

Segundo o advogado Heráclito Higor, que recebeu a reportagem da TRIBUNA DO NORTE na tarde de ontem, em seu escritório,  Carla relatou primeiramente o motivo de ter sido chamada para a divisão  de precatórios, no início da gestão do desembargador Osvaldo Cruz na presidência do TJRN. “No depoimento, ela contou que foi chamada porque  era boa com números. A ordem foi para organizar o setor, que não estava  indo bem”, diz Heráclito Higor, acrescentando que antes de Carla,  segundo a própria no depoimento, haviam sido identificadas “duas ou  três” quebras de ordem. “Por isso ela foi chamada”, diz.

A partir disso, e com a organização do setor, passou a sobrar dinheiro no  “caixa” da divisão de precatórios. Foi nesse ponto, segundo o advogado,  que Carla Ubarana fixou o início dos desvios no setor. A iniciativa de  operar o “esquema” teria sido, segundo o depoimento de Carla Ubarana, do desembargador Osvaldo Cruz. “Carla disse que o desembargador falou, se  referindo ao dinheiro que havia sobrado: ‘Como podemos trabalhar essa  verba? Dá para trabalhar essa verba?’ “, relata Heráclito.

A  partir daí, as contas bancárias de George e Carla teriam sido  utilizadas, numa primeira fase, para receber o dinheiro dos precatórios. Fontes da TRIBUNA DO NORTE afirmam que as provas coletadas pelo  Ministério Público Estadual são cheques nominais, ofícios e outros  documentos assinados pelos desembargadores. Há documentos, ainda segundo as fontes, que autorizam o pagamento à própria Carla Ubarana e à Gles  Empreendimentos, empresa de George Leal.

Um outro ponto  importante do relato do advogado Heráclito Higor sobre o depoimento de  Carla Ubarana foi a transição entre a presidência de Osvaldo Cruz e  Rafael Godeiro. A ex-chefe do setor de precatórios, segundo o advogado,  disse em depoimento que a continuação do esquema foi acertada da mesma  forma como no início. “Carla disse que acertou com Rafael a continuidade dos pagamentos. Mas, segundo ela, o dinheiro agora era dividido por  três. Recebiam ela, Rafael Godeiro e Osvaldo Cruz, que teria continuado a receber, ainda segundo Carla”, diz.

Os desembargadores citados  negaram todas as acusações de Carla Ubarana. Segundo Rafael Godeiro e  Osvaldo Cruz, o depoimento não confere com a realidade. Eles afirmam ser inocentes. O Ministério Público Estadual pediu o envio, por parte do  juiz da 7ª Vara Criminal, José Armando Ponte, das informações dos autos  para o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e  para a Procuradoria Geral da República.

Fonte: Tribuna do Norte

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Judiciário

Juiz do RN condenado a perda de aposentadoria por desvios

Está no Blog de Anelly Medeiros na Tribuna:

O juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Airton Pinheiro, condenou o juiz João Cabral da Silva a perda da aposentadoria por desviar recursos do Juizado Especial da Comarca de Natal. A decisão foi publicada no Diário Oficial. De acordo com os autos, houve a apropriação de 24 mil reais das contas-correntes do Juizado, onde eram efetuados os depósitos das quantias pertinentes aos pagamentos realizados pelas partes nos processosem tramitação. Segundo o Ministério Público, João Cabral da Silva e Zaqueu Lima de Medeiros, o primeiro no exercício das atribuições de Juiz Coordenador dos Juizados Especiais, na época, e o segundo, na qualidade de policial militar à disposição do Poder Judiciário Estadual exercendo atribuições administrativas no J.E. auferiram vantagem patrimonial indevida, ao se apropriarem de valores depositados na conta-corrente nº 7.777-1, agência 0022-1, do Banco do Brasil, da qual é titular o Juizado Especial da Comarca de Natal, emitiram cheques contra a conta da Juizado, em benefício próprio e sem justa causa.  Além de perder a aposentadoria, o juiz João Cabral da Silva também foi condenado ao ressarcimento integral do dano e ao pagamento de multa civil em valor igual ao valor do ressarcimento definido.

O juiz Airton Pinheiro entende que “a perda do cargo ou função públicos, bem como a suspensão dos direitos políticos, é medida que se impõe em razão da necessidade de se extirpar da Administração Pública os servidores ou funcionários desonestos, bem como, para “fechar as portas” da Administração aos particulares que atentam contra o erário”.

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Jornalismo

Carla Ubarana diz em depoimento como era feito pagamento a Desembargador

O relato da ex-chefe da Divisão de Precatórios do TJ durante depoimento ontem ao juiz José Armando Ponte, da 7.ª Vara Criminal descreveu como o pagamento para Rafael Godeiro era feito: em espécie e dentro do prédio do Tribunal, como adiantou ontem a TRIBUNA DO NORTE. Mais especificamente, segundo Carla, o dinheiro era repassado na sala da presidência, não muito longe da vista dos demais servidores.

Fontes da TRIBUNA DO NORTE revelaram que Carla explicou detalhadamente como era feito o suposto repasse. Ela juntava notas de R$ 100 em maços e colocava dentro de envelopes originalmente utilizados para guardar papéis. Os maços eram organizados dentro do pacote de forma a não deixá-lo muito “gordo” e não levantar suspeitas. Feito isso, o envelope de dinheiro era entregue dentro do próprio gabinete da presidência. Em algumas situações, servidores do Tribunal viram pacotes de dinheiro dentro da bolsa de Ubarana, o que causou estranheza.

Ao mesmo tempo, fontes do jornal esclareceram a questão das provas existentes no curso do processo. Carla Ubarana não apresentou – ela mesma – provas acerca do que contou à Justiça. Contudo, a inspeção realizada no âmbito do Tribunal e a investigação da promotoria do patrimônio público encontraram cheques e ofícios de liberação de pagamento assinados pelos desembargadores, alguns inclusive seriam nominais para a própria Carla Ubarana e para a Gles Empreendimentos, empresa de George Leal. Como a própria nota do MPE aponta, o depoimento do casal Ubarana “se coaduna com o conjunto probatório até o momento coletado”.

Com informações da Tribuna  do Norte

Opinião dos leitores

  1. TIRA O TUBO, TIRA O TUBO, NO BRASIL TODOS ROUBAM, MESMO EU? SERÁ QUE EU SOU DOENTE, OTÁRIO, ABESTALHADO, LÉLÉ DA CUCA? MAS PREFIRO CHEGAR EM CASA E DORMIR TRANQUILO, SEM A SENSAÇÃO QUE QUIS SER MAIS SABIDO DO QUE OS OUTROS, NÉ MELHOR NÃO?

  2. Esta questão é interessante e normalmente causa interpretações errôneas na população. Dizem que "quem acusa tem que provar". No entanto, Não é Carla Ubarana quem acusa os Desembargadores. Quem pode acusar é o MPF. Carla Ubarana é testemunha e, portanto, prova. É certo que só o depoimento dela não deveria ser o suficiente para condenar, é necessário que o MPF busque indícios que corroborem seu depoimento. No entanto – e isso é um tanto irônico – , muitas são as condenações com base apenas na palavra de uma testemunha, muitas vezes o co-autor ou a vítima, e, certamente, os Desembargadores ora suspeitos já devem haver condenado e mantido condenações de pessoas em processos nesta situação. Parece que com o Zé da couve o sistema é bruto mesmo…

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Judiciário

Precatórios do TJ: Rádio Peão está tocando de tudo.

O Diário de Natal traz hoje na capa matéria intitulada “Precatórios: Carla Ubarana aponta envolvimento de desembargadores”.

O Blog tem acompanhado diariamente o caso dos Precatório. Inclusive, foi o primeiro a noticiar as possíveis irregularidades ainda no dia 16 de janeiro. Agora, tem muita zuada e a rádio peão está tocando como nunca. As mesmas fontes que deram, a esse blog, o furo de como foram os depoimentos de Carla ao Ministério Público e de como foi o relatório interno do TJ  não nos confirmam as informações de que três desembargadores estariam envolvidos nos desvios. No relatório do próprio TJ, teria o nome de dois desembargadores, mas ligados a erros de procedimentos, e não envolvidos diretamente em desvios. Até o momento, não conseguimos esta confirmação.

A rádio peão, sim. Essa sim está tocando que os desembargadores Oswaldo Cruz e Rafael Godeiro estariam para se licenciar (informação que também não conseguimos confirmar) e que o desembargador Amaury Sobrinho também teria sido citado na irregularidade de um precatório (informação essa que faz tempo que o advogado Júnior Gurgel tem dito, inclusive está sendo processado pelo próprio desembargador pelas afirmações,  mas o BG não conseguiu confirmação que isso está no depoimento de Carla).

O certo é que na próxima sexta-feira (30) será realizada uma audiência de instrução e julgamento do processo 0105143-26.2012.8.20.0001, na 7ª Vara Criminal da Comarca de Natal. Apesar de existirem cinco indiciados no processo, apenas dois foram intimados a comparecer (Carla e George). Normalmente, em audiências de instrução, todos os acusados são intimados a participar, podendo permanecer calados ou aproveitar o momento para se defender.

O fato concreto é que até o fim da semana que vem, aí sim, teremos grandes novidades e saberemos com certeza quem são os nomes ou não que estão nesse mar de lama que tem sido esses desvios dos Precatórios no TJ do RN.

Segue post do Diário de Natal

No depoimento prestado ao Ministério Público Estadual, após a assinatura de um termo de colaboração premiada, Carla Ubarana teria incluído o nome de três desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. Entretanto, os detalhes fornecidos por Carla Ubarana se referiam diretamente a irregularidades em ordens de pagamento dos precatórios. Segundo fonte que acompanha o caso, ainda não há comprovação sobre o beneficiamento com o dinheiro desviado ou uma possível divisão entre os magistrados. Dois deles, ainda de acordo com informações internas, estariam prestes a se afastarem das funções na Justiça do RN, por iniciativa própria.

O Ministério Público Estadual (MP/RN) está agindo com cautela em relação às informações passadas por Carla Ubarana. O momento atual é de checar as denúncias da ex-chefe do setor de precatórios relacionadas em seu depoimento ao MP/RN, tentando associar as alegações aos possíveis futuros delatados. Depois, se comprovadas as denúncias, e se envolver, de fato, desembargadores,o MP/RN não poderá mais atuar e o processo seguirá para o Superior Tribunal de Justiça.

O especialista em Direito Penal Caio Graco Pereira de Paula explicou que a lei estabelece determinados parâmetros de colaboração, mas que os termos colaboração e delação premiada têm a mesma finalidade: obter dados de outros implicados no crime. “Na prática colaboração premiada e delação premiada é a mesma coisa”, disse. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do RN (OAB/RN), Paulo Eduardo Teixeira, explicou que, em tese, a delação premiada não depende apenas do acusado oferecer informações e nomes de possíveis envolvidos no crime, mas que as informações sejam provas que auxiliem na conclusão do processo. “A contribuição que essa pessoa vai prestar tem que ser comprovada e trazer subsídios concretos ao processo”, afirmou. No caso de envolvimento de desembargadores, o processo passa a ser investigado pelo Procurador Geral da República.

A assessoria de imprensa do Ministério Público informou que a delação ou colaboração premiada de George Leal continua sendo negociada com os promotores do patrimônio público e , “caso ele tenha elementos que sustentem uma delação premiada, o acordo será firmado”.

Prisão domiciliar

Enquanto o MPRN apura as informações relatadas por Carla Ubarana, ela e o marido, George Leal, permanecem em prisão domiciliar sob escolta de uma guarnição do Batalhão de Operações Especiais (Bope) 24 horas. O comandante geral da Polícia Militar, Coronel Francisco Araújo, afirmou que até o momento não houve qualquer tipo de problema em relação à guarda. “Está tudo sob controle, transcorrendo na maior normalidade”, afirmou.

Ameaças desconhecidas

A diretora do presídio feminino do complexo penal João Chaves, Dinorah Lima, onde Carla Ubarana permaneceu presa durante 34 dias, afirmou em entrevista ao Diário de Natal que desconhece qualquer ameaça à Carla Ubarana feita dentro do presídio. “Eu não tenho conhecimento de nenhuma ameaça direcionada à Carla no período em que ela esteve aqui. Se houve alguma ameaça eu não soube, mas eu acho difícil porque ela mal tinha contato com as outras detentas, ela ficava mais no quarto deitada, lendo”, afirmou Dinorá Simas.

Em relação à uma suposta tentativa de suicídio a base de uma overdose de tranquilizantes a diretora do presídio afirmou que também não teve conhecimento. “Se isso tivesse acontecido ela teria que ter tido algum atendimento médico depois, e não teve”.

Fonte: Diário de Natal

 

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Judiciário

Liberação de precatório rendia 50% de propina no TJ de Tocantins

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre desvios cometidos pela cúpula do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) revelaram uma série de irregularidades na distribuição, liberação e pagamento de precatórios. O esquema, segundo a apuração, quebrou ilegalmente a ordem de quitação das dívidas judiciais e cobrou de beneficiários um pedágio que alcançava quase 50% do valor do precatório para ser rateado entre servidores, advogados e dois desembargadores. Até o companheiro de uma magistrada teria recebido parte desses recursos.

A denúncia de 152 páginas do Ministério Público, encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), narra nove casos de desvios com precatórios. Diante das fortes suspeitas, a Corregedoria Nacional de Justiça realizou uma espécie de “intervenção branca” no setor de precatórios do tribunal. Enviou uma juíza da corregedoria para o TJ tocantinense e ainda pôs à disposição dos servidores o Tribunal de Justiça do Distrito Federal para auxiliar nos trabalhos.

Acordo ou nada. “Aos clientes, pressionados pelos advogados e pela demora no recebimento dos valores, restavam duas opções: entravam em acordo com o grupo e recebiam uma parte a que teriam direito, ou não concordavam e viam seus precatórios serem preteridos, enquanto aguardavam, impotentes”, afirmou a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, na denúncia.

A servidora pública Marciley Leal de Araújo Barreto, da Divisão de Precatórios do TJ-TO, disse em depoimento que no tribunal não havia uma ordem média de duração para o pagamento das dívidas judiciais. Mas ela disse saber que havia precatórios com até 13 anos de existência sem ainda terem sido quitados. O esquema, segundo as investigações, conseguiu a liberação dos precatórios em menos de um ano.

Segundo o MP, a desembargadora Willamara Leila de Almeida é acusada de liderar um esquema de liberação indevida de precatórios após assumir a presidência do tribunal. A magistrada estaria envolvida em irregularidades em sete dívidas judiciais. Ela atuava, segundo a denúncia, com a ajuda do seu companheiro, João Batista de Moura Macedo, oferecendo a advogados o rápido pagamento das dívidas judiciais mediante divisão da verba.

Patrimônio. Logo após o rateio do dinheiro do esquema, os investigadores descobriram que Willamara e João Batista compraram imóveis, terrenos, gados e um automóvel de luxo.

O advogado de Willamara, Alberto Toron, negou que ela faça parte de uma quadrilha. A defesa disse que, dos sete precatórios em que ela é acusada de irregularidades, em apenas um, de 2009, a ordem de sequestro partiu da magistrada. E nele, frisou, não houve quebra ilegal de ordem dos pagamentos.

Para buscar a rejeição da denúncia contra ela no STJ, a defesa ainda argumentou que não há uma única ligação telefônica ou depósito bancário feito na conta dela. O advogado recusou a afirmação de que os recursos dos precatórios desviados por ela e pelo companheiro serviram para comprar bens. Ela disse que o salário dela e negócios e empréstimos feitos por João Batista serviram para bancar as aquisições.

Defesa. Toron, que chama a acusação contra sua cliente de “fantasiosa”, culpa os advogados por terem indevidamente usado o nome de Willamara. “O fato de advogados terem, em tese, conseguido a contratação de clientes afirmando que conseguiriam, também em tese, ‘tornar mais ágil’ ilegalmente o pagamento de precatórios não pode arrastar automaticamente a defendente ao polo passivo da Ação!”, criticou o advogado.

Outro caso envolve o desembargador Carlos Luiz de Souza, então vice-presidente do tribunal. Em uma decisão datada de 25 de novembro de 2010, Souza decidiu alterar a ordem da liberação dos precatórios com base no Estatuto do Idoso. Os investigadores, contudo, descobriram que a beneficiária com o pagamento da dívida judicial tinha apenas 42 anos.

À Justiça, Carlos Luiz de Souza disse que as decisões de dar preferência a processos se deram em razão de despachos da então presidente, Willamara de Almeida. “Então nenhum deles foi pago fora da ordem”, afirmou o desembargador.

Fonte: Estadão

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Saúde

Quatro clínicas oftalmológicas potiguares podem ter desviado R$ 1,8 milhão do Programa de Glaucoma do Ministério da Saúde

O Rio Grande do Norte é um dos cinco estados investigados pelo Ministério da Saúde (MS), que apurou um desvio no valor de R$ 30 milhões referente aos repasses para o Programa de Glaucoma. Segundo o ministério, R$1,8 milhão é o montante que deve ter sido desviado em quatro clínicas oftalmológicas potiguares. Além do RN, Alagoas, Paraíba, Maranhão e Minas Gerais, receberam no período de janeiro de 2008 a junho de 2011, R$ 142,9 milhões em recursos destinados ao tratamento da doença. O valor corresponde a 66% da quantia gasta em todo o Brasil nesse período.

Apesar do nome das unidades em que foram encontradas irregularidades não ter sido divulgado, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) garantiu que o único caso constatado no estado foi encontrado em Assu – muito embora, o Ministério da Saúde tenha declarado que fez a auditoria em quatro clínicas. Um hospital oftalmológico no município realizou, em um período de apenas seis meses, mais de 192 mil procedimentos -alguns até no estado da Paraíba – e apresentou uma fatura ao MS no valor de quase R$ 10 milhões. Detalhe: a população do município contabiliza 55 mil moradores.

De acordo com o secretário estadual de saúde, Domício Arruda, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), alertou a secretária quanto a quantidade exorbitante de procedimento realizados em Assu. A auditoria feita pelo órgão estadual constatou que uma única clínica atendia praticamente todo o Rio Grande do Norte. “A clínica conveniada ao Ministério da Saúde terceirizava os serviços em municípios por todo estado. Ela deveria atuar em Assu e nos municípios mais próximos que estavam pactuados”, explicou. O faturamento da rede de acolhimento da unidade aumentou tanto, que de dezembro de 2010 a junho de 2011, eles faturaram quase R$ 10 milhões. Alguns desses procedimentos foram feitos na Paraíba e enviados ao Ministério como se tivessem sido realizados em Assu.

Domício lembrou que o programa funciona sem intervenção da Sesap – todos os municípiosno estado têm gestão plena – e que a verba é repassada diretamente pelo Governo Federal. A unidade conveniada ao SUS faz a consulta, os exames e oferece um colírio ao paciente. Todo o custo do atendimento é pago pelo Ministério da Saúde. Para exemplificar o montante de recurso repassado, o secretário disse que o colírio mais barato pago pela União custa R$ 28. “Como eles compram em quantidade com certeza o valor deve ser bem menor”, opinou Domício.

Ao todo, o Ministério da Saúde encontrou 29 unidades, com algum tipo de irregularidade, nos cinco estados investigados. A medida adotada pelo órgão, desde fevereiro (final da auditoria) foi suspender preventivamente o pagamento referentes às consultas e tratamento da doença faturados nos estados. Porém, Domício garante que no Rio Grande do Norte os pacientes que precisam do colírio distribuído através da unidade de oftalmológica de Assu não serão prejudicados.

“Depois do alerta feito pelo Ministério, o hospital voltou a atuar somente onde estava habilitado e nós organizamos uma rede de assistência com outros prestadores”, declarou o secretário. Domício disse que conversou com os representantes da Prefeitura de Assu para garantir que se clínica não quiser mais continuar na cidade, a secretaria conseguirá outro prestador de serviço. Mas, apesar da garantia, todo estado tem apenas 10 unidades participantes do Programa de Glaucoma.

A Sesap disse que em janeiro de 2011 apenas 37 municípios tinham gestão plena na saúde, número que passou para 161 este ano, portanto, a responsabilidade sobre os recursos é dos municípios. Contundo, em casos como este, cabe ao gestor estadual coordenar como será organizada a rede de atendimento ao paciente.

Fonte: Diário de Natal

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Judiciário

Precatórios do TJ: Em apenas 5 processos foram desviados R$ 10 milhões

Apenas cinco dos 7 mil processos investigados no setor de precatórios do Tribunal de Justiça do RN revelaram à polícia um desvio de R$ 10 milhões.

O montante foi constatado pelo delegado de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deicot), Marcos Dayan, que entregou ontem um relatório de inquérito ao Ministério Público Estadual.

O delegado pediu o indiciamento de Carla Ubarana Leal, George Leal, Carlos Eduardo Palhares, Carlos Fasanaro e Claudia Suely Silva por peculato e formação de quadrilha.

Todos foram presos na Operação Judas, por indícios de fraudes no poder judiciário potiguar. Apenas Cláudia foi solta. Outro envolvido na operação, o bancário Pedro Luiz da Silva não teve participação comprovada no esquema, segundo o inquérito.

Marcos Dayan teve à disposição 7 mil processos de precatórios – ordens judiciais de pagamento a quem ganhou ação contra o poder público.

Porém, se restringiu a apenas cinco – segundo ele, os traziam provas concretas de fraudes.

Todos os processos analisados foram pagos entre os anos de 2007 e 2011.

No esquema de fraudes, a ex-chefe da Divisão de Precatórios, Carla Ubarana Leal, centralizava todas as atividades do setor. Somente ela tinha informações sobre os processos, bem como tinha em mãos as Guias de Depósito Judicial.

Estes documentos eram duplicados ou emitidos em nome de pessoas que não eram beneficiados, os “laranjas” do esquema. Ubarana também abriu uma conta judicial no Banco do Brasil onde recebia os recursos desviados das guias duplicadas.

O desfalque de R$ 10 milhões foi encontrado em ordens judiciais de pagamento cujo devedor era o Governo do Estado do Rio Grande do Norte.

No entanto, Marcos Dayan não quis detalhar que tipos de processos eram, nem de que órgãos públicos eles pertenciam. Os precatórios geralmente são títulos judiciais referentes à uma indenização trabalhista ou correção do valor de uma aposentadoria. “A investigação ainda corre em segredo de justiça. Não posso revelar outros dados”, justificou.

Não existe estimativa para o total de recursos financeiros desviados no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Mas já se pode prever que este valor possa se aproximar dos R$ 72 milhões divulgados pelo NOVO JORNAL no último dia 01. Uma fonte ligada ao TJ revelou que era esta a expectativa do desfalque entre os 12 mil processos realizados pela Divisão de Precatórios nos últimos cinco anos.

O inquérito policial foi iniciado no dia 31 de janeiro. E os trabalhos foram fundamentados em análises documentais e depoimentos.

De acordo com Dayan, foram verificados ofícios, agendas e comprovantes de depósitos bancários. Também foram analisados computadores, notebooks e celulares.

Segundo o delegado, o esquema era liderado por Carla Ubarana Leal e pelo esposo dela, George Leal. O casal era auxiliado por três “laranjas”, Carlos Eduardo Palhares, Carlos Fasanaro e Claudia Suely Silva, que forneciam contas bancárias e retiravam o dinheiro desviado.

Fonte: Novo Jornal

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Social

Precatórios do TJ: Juiz decreta prisão preventiva de 5 acusados de desvios

A prisão preventiva de Carla Ubarana, George Leal, Carlos Eduardo Palhares, Carlos Alberto Fasanaro e Cláudia Suely foi decretada agora à noite(03/02), pelo juiz José Armando Pontes.

Todos cumpriam prisão temporária e agora ficarão como presos preventivos. Isto é, sem prazo determinado para saírem.

Até a secretária de Carla, Cláudia Suely e o amigo de George, Carlos Eduardo , que haviam sido libertados, já estão presos novamente.

Ele para o presídio Raimundo Nonato, onde estava e onde estão os outros, e ela para o presídio feminino da zona Norte.

Os detidos, entre eles Carla Ubarana, que está em um apartamento da Casa de Saúde São Lucas, tomarão ciência da prisão preventiva amanhã cedo, um oficial de justiça notificará.

Amanhã(04/02), terminaria o prazo da prisão temporária dos envolvidos.

O motivo da prisão preventiva de todos os acusados são os documentos apreendidos na busca e apreensão realizada no dia da prisão. Segundo o BG apurou o material é farto, e as cifras nas contas também…..

Já o bancário Pedro Neto teve sua prisão domiciliar relaxada. Não apareceu nada que comprovasse a participação dele no esquema.

Opinião dos leitores

  1. Entendo sua revolta Paulo, mais entenda que infelismente neste País, a unica pena que todos os acusados vão passar é esta,  de se submeterem ao vexame perante a opnião publica, então prefeiro que Pedro corra atraz de seus direitos e peça indenização ao estado, retratação da Policia, MP e imprenssa do que ver a corja toda aprontando sem dar em nada…como é o caso, a unica pena para esta corja que assola Brasil hj é esta vergonha que estão passando agora 

  2. Depois de ter a casa invadida e a foto estampada no Jornal e fama de ladrão a justiça fala que Pedro é inocente! Pq nao investigou antes? O ministério Publico trabalha direito? quem fiscaliza o ministerio publico ? A Vida do bancário foi destruída! Isso não pode continuar assim!!

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