O empresário da banda Cavaleiros do Forró, Alex Padang, contesta as acusações do Ministério Público. Ele diz que no depoimento que deu ao MP entregou cópia do DVD da banda e garante que a empresa e a banda cumpriram rigorosamente o contrato. “Estranho sair isso agora porque o Brasil inteiro é sabedor que em todos os shows dos Cavaleiros do Forró era feita a propaganda de Natal e do Rio Grande do Norte tanto verbalmente pelos componentes da banda, como com a projeção das imagens no telão instalado ao lado do palco”, diz.
Para Padang, o valor de R$ 60 mil recebido do governo do Estado é irrisório em face da promoção que a banda fez. Segundo ele, foram gravados 90 mil DVDs vendidos em todo o Brasil nos quais havia uma faixa mostrando os pontos turísticos de Natal e do Rio Grande do Norte e o making-of da gravação também com imagens da cidade. “Pela divulgação que foi feita esse patrocínio deveria valer pelo menos uns R$ 500 mil, os R$ 60 mil que recebemos era irrisório, mas aceitamos em virtude de ser o valor que o Estado poderia dispor na época”, afirma Alex Padang
Entenda o caso:
Os promotores do Patrimônio Público ingressaram com uma Ação Civil por Improbidade Administrativa contra o ex-secretário do Gabinete Civil do governo do Estado, Carlos Faria, irmão da então governadora Wilma de Faria, o empresário Paulo Galindo, presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Similares, e os empresários Alex Padang, Fabiano Motta e Carlos Farache Firmo Moura e o então responsável pelo setor financeiro da secretaria de Turismo, Roberto Batista de Paula. Eles são acusados de terem forjado a contratação da empresa Marcelo Costa M.E., de propriedade de Fabiano Costa, para viabilizar o repasse de R$ 60 mil destinado à produção do DVD da Banda Cavaleiros do Forró.
Esse novo processo surgiu em virtude do depoimento do próprio Fabiano Motta graças a uma delação premiada, no processo conhecido como Foliatur, que apurou a contratação fictícia de serviços empresas promotoras de eventos pela Secretaria Estadual de Turismo, por meio de inexigibilidade de licitação.
Segundo o MP, no Inquérito Civil nº 044/10, Fabiano Motta relatou que a empresa dele, a MA Produções foi contratada pelo Sindicato dos Hotéis para a gravação do DVD da Banda Cavaleiros do Forró e produção de 500 exemplares, através de um convênio no qual a secretaria de Turismo repassou os recursos para o Sindicato com o objetivo de fazer a promoção turística de Natal e do Rio Grande do Norte através de imagens que seriam incluídas no DVD.
Até ai tudo bem. O problema é que, segundo acusa o MP, não houve a prestação do serviço de gravação do DVD, nem muito menos a confecção de 500 exemplares, “sendo tal manobra realizada como simulacro no intuito de quitar débitos da campanha da ex-governadora com o empresário da Banda Cavaleiros do Forró, Alexsandro Ferreira de Melo, conhecido como Alex Padang”.
Os promotores acusam Alex Padang de ter articulado junto com o ex-Chefe da Casa Civil, Carlos Alberto de Faria, e ao responsável pelo setor financeiro da Setur, Roberto Batista de Paula, a liberação de recursos com a intermediação do presidente do Sindicato dos Hotéis, Paulo Galindo, para que a fraude pudesse ser viabilizada.
Paulo Galindo teria sido o responsável por pedir a Fabiano Motta a apresentação de três propostas de preço para dar aparência de legalidade à contratação da empresa dele próprio a M.A Produções e Eventos. que se responsabilizou pela emissão de nota fiscal referente ao serviço de gravação e edição de 500 unidades do DVD da banda no montante de R$ 60 mil. Ainda de acordo com o MP, esse dinheiro foi repassado a Alex Padang com o desconto de 5% pelo empresa que emitiu a nota fiscal como comissão pela participação no negócio.
Paulo Galindo e Carlos Farache Firmo Moura também foram incluídos no processo por terem atestado a prestação do serviço e a entrada dos DVDs ao Sindicato que, segundo o MP, não foi prestado. O MP se vale também de informações da empresa Gravações Artísticas Ltda de que o DVD dos Cavaleiros do Forró foi gravado em novembro de 2004 e já continha a faixa bônus com imagens dos pontos turísticos de Natal e do Estado, enquanto o processo de contratação da empresa Marcelo Costa M.E foi concluído em abril de 2005.
O Ministério Público pede à Justiça que seja decretada a indisponibilidade dos bens dos acusados até o valor suficiente para o ressarcimento ao erário dos R$ 60 mil corrigidos e a condenação dos envolvidos por improbidade administrativa.
Fonte: Novo Jornal
O BLOG do BG ressalta:
O BLOG do BG chama atenção para um fato curioso: Fabiano Motta, proprietário da empresa MA Produções, está presente em todos os escândalos do Governo Wilma relacionados a shows e eventos. Ele é, inclusive, réu confesso do caso do Foliaduto.
O Foliaduto foi a operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual que apontou para um esquema de pagamento de “shows fantasmas” na Fundação José Augusto; fato ocorrido em fevereiro de 2006. Um desvio de recursos que chegou a quase R$ 2 milhões.
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