Polícia

Advogado de Bruno contesta carta que goleiro teria escrito sobre morte de Eliza

O advogado Rui Pimenta, que defende o goleiro Bruno Souza, contestou neste domingo (8) reportagem da revista Veja sobre uma carta que o atleta escreveu para Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pedindo para o amigo assumir a autoria do assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro desaparecida em junho de 2010. Ambos estão presos acusados de matar a jovem e vão a júri popular, junto com outros seis réus, ainda sem data marcada.

Segundo a revista, o conteúdo da correspondência sugere que o goleiro, com o envio da carta, coloca em prática uma estratégia intitulada de “plano B”, sendo que o “plano A” era negar a autoria da morte da jovem, o que os réus sempre afirmaram até o momento. A carta, de acordo com Veja, foi interceptada por um agente da penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde os dois estão presos, e Macarrão não chegou a ter acesso a ela.

A carta, que não tem data, diz: “…conversei muito com os nossos advogados […]eles acham que a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B”. “Eu sinceramente nunca pediria isso para você, mas hoje não temos que pensar em nós somente. Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças”, reproduziu a revista. “Você me disse que se precisasse você ficaria aqui e que era para eu nunca te abandonar. Então, irmão, chegou a hora.”

Rui Pimenta alega que a correspondência não tem data e a revista não cita os nomes dos dois peritos que teriam atestado a veracidade da assinatura de Bruno. “Eu acho que essa carta está navegando no espaço, perde-se no tempo pela ausência da data em que teria sido feita. De início, ela tem essas suspeitas de ser até uma montagem”, diz , alegando que o documento não faz parte do processo.

Quando assumiu a defesa do jogador, Pimenta adotou a postura de não negar o assassinato, mas afirma que o crime teria sido praticado à revelia de Bruno, tendo Macarrão como principal mentor.

“Não tem sentido [a carta] porque o Bruno e os demais réus foram pronunciados, eles vão a júri popular. Não seria o Macarrão assumindo agora o crime que livraria o Bruno da cadeia. A absolvição do meu cliente se daria somente pelos jurados”, afirma Pimenta.

“Essa carta, se for verídica, refere-se a um tal plano B que não é explicitado, cita as palavra perdão, cita amizade, família, não tem nexo com o que a revista quis comprovar. O texto se dirige para a esquerda. A interpretação da revista se dirige para a direita”, alega o advogado.

Bruno será questionado

Pimenta afirmou que vai se encontrar com Bruno nesta segunda-feira (9) na penitenciária. “Eu vou levar um exemplar da revista e perguntar a ele se foi o autor da carta. Eu não acredito que ele tenha feito isso.”

O advogado afirmou ainda que irá questionar a Secretaria de Estado de Defesa Social por ter enxergado no episódio uma suposta negligência. “A revista afirma que a carta foi interceptada por um agente penitenciário, que não foi identificado. Mas, se o documento é verdadeiro e essa interceptação ocorreu, por que a secretaria não o remeteu à juíza [Marixa Fabiane Lopes Rodrigues] de Contagem, que é a responsável pelo processo?”

O UOL não conseguiu contato com as assessorias de imprensa da revista e da secretaria estadual para comentar o caso. O advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, não foi encontrado

Fonte: Uol

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Jornalismo

Colunista da Carta Capital aponta farsas em matéria de capa da Veja

Essa é realmente impressionante! A colunista Cynara Menezes, da revista Carta Capital, derrubou praticamente toda a matéria da revista Veja dessa semana que tem como destaque (reportagem de capa mesmo) a chamada de como o PT se preparou para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para atacar adversários.

O blog que acompanha a Veja chegou a ler a matéria, não na íntegra, mas pode acompanhar vários indícios de um jogo político legal, porém sujo e baixo, do partido que está ocupando a Presidência da República Federativa do Brasil, mas se a matéria for, realmente, uma farsa é lamentável para a imagem do semanário, que mesmo com várias críticas, continua com credibilidade.

O colunista Flávio Morgenstern, que sempre tem matérias reproduzidas nos blogs de Veja, tratou logo de responder às críticas feitas pela colunista da Carta Capital, mas as respostas não foram muito boas.  O colunista tenta convencer os leitores de que é difícil falsificar um documento pelo simples fato de haver um brasão da República Federativa do Brasil. Pelo que expressa Flávio, os brasões só são encontrados em documentos oficiais, não havendo outra possibilidade. Ora! Uma imagem do brasão é a coisa mais fácil do mundo de se encontrar. Basta ir ao Google. Em seguida, copiar e colar a imagem em um documento em branco. Essa explicação foi infeliz. Resta esperar a bomba que Veja deve estar preparando. Confira os dois artigos:

1) Cynara Menezes

“Control C + Control Veja

No centro do furacão desde que vieram à tona suas relações no mínimo pouco éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, a revista Veja parece ter perdido toda a noção de ridículo.

Sua capa desta semana é uma farsa: o “documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido produzido pelo PT como estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros.

Confira neste link (clique AQUI) os fac-símiles do suposto “documento” que a revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros links no decorrer deste texto.

Segundo a revista, os trechos que exibe fariam parte de um “documento preparado por petistas para guiar as ações dos companheiros que integram a CPI do Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços copiados e colados diretamente (o manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos computadores) de reportagens de terceiros, sem mudar nem uma vírgula.

O primeiro deles: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, um dos portais de notícia, aliás, que os colunistas online de Veja vivem atacando com o apelido de “171″ (número do estelionato no código penal).

Mas quem é que está praticando estelionato com os leitores, no caso? (confira clicando AQUI).

Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja é um “copiar e colar” da coluna painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de inquérito no STF”. (Confira AQUI)

Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda seus leitores esta semana: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do dia 28 de abril (leia AQUI).

Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de arapongagem, que grampeavam pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à Veja, estão fazendo falta à semanal da editora Abril…

Para acessar o site da revista, clique aqui.

2) Flávio Morgenstern

” O novo furo (furado) da Carta Capital

A reportagem de capa da Veja dessa semana mostra que o PT distribuiu um “manual” para companheiros na CPI. É algo completamente legal, só um pouco vexatório, ainda mais para o partido que antes se arrolava o dono da ética – hoje já prefere advogar-se dono do país.

O braço midiático do PT não gostou de passar vergonha. Cynara Menezes, da Carta Capital, foi avisada por um seguidor no Twitter de que o “manual” continha material que estava no blog Brasil 247, aquele mistifório criado por Daniel Dantas para detonar seus adversários – e que acaba servindo bastante para municiar o PT. Sua conclusão veio antes de um raciocínio escorreito e passou reto por conseqüências que foi incapaz de calcular: para ela, seria uma prova “por A + B” de que “o jornalismo da Veja é ruim” e de que o documento é “suposto”, não sendo um “documento” sem aspas por ser “um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros”.

Se tal fosse verdade, seria fácil processar Veja por forjar um documento oficial. O documento que a revista mostra vem com o brasão da República. Seu uso é obrigatório nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal, de acordo com a lei 5.700/71. Não é um papel que você pega em branco com o símbolo em qualquer xerox e escreve o que quiser embaixo. Tampouco pode-se usar o símbolo em qualquer informe comunicativo só pra ficar mais supimpa: apenas entidades governamentais federais podem fazer uso do brasão. Nem mesmo paraestatais, como Banco do Brasil ou Petrobrás podem utilizar o símbolo. Há inclusive decisão no sentido de coibir entidade de despachantes que utilizava o brasão da República em seus documentos sob pena de multa diária de 10 mil reais.

Não é o tipo de informação que Cynara pesquisou antes de afirmar, de estro próprio e inconseqüentemente, que era um papel “que utilizou selo da república na hora de xerocar. simplérrimo.” – idéia difícil de sustentar em uma realidade regida pela Constituição Federal e pelas Leis de Newton.

Em outras palavras, se a reportagem de Cynara Menezes tivesse algum pingo de veracidade, seria nitroglicerina prestes a explodir. Poderia ser o maior escândalo midiático do hemisfério. Não seria um erro como “fingir que um site financiado pelo PT é propaganda do próprio PT”. Seria um crime federal seríssimo capaz de fechar as portas da terceira revista mais lucrativa do planeta. Mas, para tristeza de Cynara, não é isso que ela tem em mãos.”

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Jornalismo

Carta Capital reage a editoral de O Globo em defesa de Veja

Essa é uma verdadeira briga de cachorro grande. Depois do jornal O Globo publicar um editorial em defesa da Veja (acerca do suposto envolvimento da publicação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira), chegou a vez da revista Carta Capital revidar.

Confira

O jornal O Globo toma as dores da revista Veja e de seu patrão na edição de terça 8, e determina: “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”. Em cena, o espírito corporativo. Manda a tradição do jornalismo pátrio, fiel do pensamento único diante de qualquer risco de mudança.

Desde 2002, todos empenhados em criar problemas para o governo do metalúrgico desabusado e, de dois anos para cá, para a burguesa que lá pelas tantas pegou em armas contra a ditadura, embora nunca as tenha usado. Os barões midiáticos detestam-se cordialmente uns aos outros, mas a ameaça comum, ou o simples temor de que se manifeste, os leva a se unir, automática e compactamente.

Não há necessidade de uma convocação explícita, o toque do alerta alcança com exclusividade os seus ouvidos interiores enquanto ninguém mais o escuta. E entra na liça o jornal da família Marinho para acusar quem acusa o parceiro de jornada, o qual, comovido, transforma o texto global na sua própria peça de defesa, desfraldada no site de Veja. A CPI do Cachoeira em potência encerra perigos em primeiro lugar para a Editora Abril. Nem por isso os demais da mídia nativa estão a salvo, o mal de um pode ser de todos.

O autor do editorial 
exibe a tranquilidade de Pitágoras na hora de resolver seu teorema, na certeza de ter demolido com sua pena (imortal?) os argumentos de CartaCapital. Arrisca-se, porém, igual a Rui Falcão, de quem se apressa a citar a frase sobre a CPI, vista como a oportunidade “de desmascarar o mensalão”. Com notável candura evoca o Caso Watergate para justificar o chefe da sucursal de Veja em Brasília nas suas notórias andanças com o chefão goiano. Ambos desastrados, o editorialista e o líder petista.

Abalo-me a observar que a semanal abriliana em nada se parece com o Washington Post, bem como Roberto Civita com Katharine Graham, dona, à época de Watergate, do extraordinário diário da capital americana. Poupo os leitores e os meus pacientes botões de comparações entre a mídia dos Estados Unidos e a do Brasil, mas não deixo de acentuar a abissal diferença entre o diretor de Veja e Ben Bradlee, diretor do Washington Post, e entre Policarpo Jr. e Bob Woodward e Carl Bernstein, autores da série que obrigou Richard Nixon a se demitir antes de sofrer o inevitável impeachment. E ainda entre o Garganta Profunda, agente graduado do FBI, e um bicheiro mafioso.

Recomenda-se um mínimo de apego à verdade factual e ao espírito crítico, embora seja do conhecimento até do mundo mineral a clamorosa ignorância das redações nativas. Vale dizer, de todo modo, que, para não perder o vezo, o editorialista global esquece, entre outras façanhas de Veja, aquele épico momento em que a revista publica o dossiê fornecido por Daniel Dantas sobre as contas no exterior de alguns figurões da República, a começar pelo presidente Lula.

Concentro-me em outras miopias deO Globo. Sem citar CartaCapital, o jornal a inclui entre “os veículos de imprensa chapa-branca, que atuam como linha auxiliar dos setores radicais do PT”. Anotação marginal: os radicais do PT são hoje em dia tão comuns quanto os brontossauros. Talvez fossem anacrônicos nos seus tempos de plena exposição, hoje em dia mudaram de ideia ou sumiram de vez. Há tempo CartaCapital lamenta que o PT tenha assumido no poder as feições dos demais partidos.

Vamos, de todo modo, à vezeira acusação de que somos chapa-branca. Apenas e tão somente porque entendemos que os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma são muito mais confiáveis do que seus antecessores? Chapa-branca é a mídia nativa e O Globo cumpre a tarefa com diligência vetusta e comovedora, destaque na opção pelos interesses dos herdeiros da casa-grande, empenhados em manter de pé a senzala até o derradeiro instante possível.

Não é por acaso que 64% dos brasileiros não dispõem de saneamento básico e que 50 mil morrem assassinados anualmente. Ou que os nossos índices de ensino e saúde públicos são dignos dos fundões da África, a par da magnífica colocação do País entre aqueles que pior distribuem a renda. Em compensação, a minoria privilegiada imita a vida dos emires árabes.

Chapa-branca a favor
 de quem, impávidos senhores da prepotência, da velhacaria, da arrogância, da incompetência, da hipocrisia? Arauto da ditadura, Roberto Marinho fermentou seu poder à sombra dela e fez das Organizações Globo um monstro que assola o Brazil-zil-zil. Seu jornal apoiou o golpe, o golpe dentro do golpe, a repressão feroz. Illo tempore, seu grande amigo chamava-se Armando Falcão.

Opositor ferrenho das Diretas Já, rejubilado pelo fracasso da Emenda Dante de Oliveira, seu grande amigo passou a atender pelo nome de Antonio Carlos Magalhães. O doutor Roberto em pessoa manipulou o célebre debate Lula versus Collor, para opor-se a este dois anos depois, cobrador, o presidente caçador de marajás, de pedágios exorbitantes, quando já não havia como segurá-lo depois das claras, circunstanciadas denúncias do motorista Eriberto, publicadas pela revista IstoÉ, dirigida então pelo acima assinado.

Pronta às loas mais desbragadas a Fernando Henrique presidente, com o aval de ACM, a Globo sustentou a reeleição comprada e a privataria tucana, e resistiu à própria falência do País no começo de 1999, após ter apoiado a candidatura de FHC na qualidade de defensor da estabilidade. Não lhe faltaram compensações. Endividada até o chapéu, teve o presente de 800 milhões de reais do BNDES do senhor Reichstul. Haja chapa-branca.

Impossível a comparação entre a chamada “grande imprensa” (eu a enxergo mínima) e o que chama de “linha auxiliar de setores radicais do PT”, conforme definem as primeiras linhas do editorial de O Globo. A questão, de verdade, é muito simples: há jornalismo e jornalismo. Ao contrário destes “grandes”, nós entendemos que a liberdade sozinha, sem o acompanhamento pontual da igualdade, é apenas a do mais forte, ou, se quiserem, do mais rico. É a liberdade do rei leão no coração da selva, seguido a conveniente distância por sua corte de ienas.

Acreditamos também que entregue à propaganda da linha auxiliar da casa-grande, o Brasil não chegaria a ser o País que ele mesmo e sua nação merecem. Nunca me canso de repetir Raymundo Faoro: “Eles querem um País de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. No mais, sobra a evidência: Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se permitir, além de inventor da lâmpada Skuromatic a convocar as trevas ao meio-dia. Temos de convir que, na mídia brasileira, abundam os usuários deste milagroso objeto.

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Jornalismo

Editorial d'O Globo sai em defesa da Veja

Intitulado “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”, o editorial publicado pelo jornal O Globo nesta terça-feira (8) saiu em defesa da revista Veja, que constantemente traz matérias negativas dos governos petistas de Lula e Dilma. O editorial por si só já fala muito. Vale a pena conferir.

Editorial

Blogs e veículos de imprensa chapa branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista “Veja”, na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta.

A operação tem todas as características de retaliação pelas várias reportagens da revista das quais biografias de figuras estreladas do partido saíram manchadas, e de denúncias de esquemas de corrupção urdidos em Brasília por partidos da base aliada do governo.

É indisfarçável, ainda, a tentativa de atemorização da imprensa profissional como um todo, algo que esses mesmos setores radicais do PT têm tentado transformar em rotina nos últimos nove anos, sem sucesso, graças ao compromisso, antes do presidente Lula e agora da presidente Dilma Roussef, com a liberdade de expressão.

A manobra se baseia em fragmentos de grampos legais feitos pela Polícia Federal na investigação das atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, pela qual se descobriu a verdadeira face do senador Demóstenes Torres, outrora bastião da moralidade, e, entre outros achados, ligações espúrias de Cachoeira com a construtora Delta.

As gravações registraram vários contatos entre o diretor da Sucursal de “Veja” em Brasília, Policarpo Jr, e Cachoeira. O bicheiro municiou a reportagem da revista com informações e material de vídeo/gravações sobre o baixo mundo da política, de que alguns políticos petistas e aliados fazem parte.

A constatação animou alas radicais do partido a dar o troco. O presidente petista, Rui Falcão, chegou a declarar formalmente que a CPI do Cachoeira iria “desmascarar o mensalão”.

Aos poucos, os tais blogs começaram a soltar notas sobre uma suposta conspiração de “Veja” com o bicheiro. E, no fim de semana, reportagens de TV e na mídia impressa chapas brancas, devidamente replicados na internet, compararam Roberto Civita, da Abril, editora da revista, a Rupert Murdoch, o australiano-americano sob cerrada pressão na Inglaterra, devido aos crimes cometidos pelo seu jornal “News of the World”, fechado pelo próprio Murdoch.

Comparar Civita a Murdoch é tosco exercício de má-fé, pois o jornal inglês invadiu, ele próprio, a privacidade alheia.

Quer-se produzir um escândalo de imprensa sobre um contato repórter-fonte. Cada organização jornalística tem códigos, em que as regras sobre este relacionamento — sem o qual não existe notícia — têm destaque, pela sua importância.

Como inexiste notícia passada de forma desinteressada, é preciso extremo cuidado principalmente no tratamento de informações vazadas por fontes no anonimato.

Até aqui, nenhuma das gravações divulgadas indica que o diretor de “Veja” estivesse a serviço do bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios. Ao contrário, numa das gravações, o bicheiro se irrita com o fato de municiar o jornalista com informações e dele nada receber em troca.

Estabelecem as Organizações Globo em um dos itens de seus Princípios Editoriais: “(…) é altamente recomendável que a relação com a fonte, por mais próxima que seja, não se transforme em relação de amizade. A lealdade do jornalista é com a notícia”.

E em busca da notícia o repórter não pode escolher fontes. Mas as informações que vêm delas devem ser analisadas e confirmadas, antes da publicação. E nada pode ser oferecido em troca, com a óbvia exceção do anonimato, quando necessário.

O próprio braço sindical do PT, durante a CPI de PC/Collor, abasteceu a imprensa com informações vazadas ilegalmente, a partir da quebra do sigilo bancário e fiscal de PC e outros.

O “Washington Post” só pôde elucidar a invasão de um escritório democrata no conjunto Watergate porque um alto funcionário do FBI, o “Garganta Profunda”, repassou a seus jornalistas, ilegalmente, informações sigilosas.

Só alguém de dentro do esquema do mensalão poderia denunciá-lo. Coube a Roberto Jefferson esta tarefa.

A questão é como processar as informações obtidas da fonte, a partir do interesse público que elas tenham. E não houve desmentidos das reportagens de “Veja” que irritaram alas do PT.

Ao contrário, a maior parte delas resultou em atitudes firmes da presidente Dilma Roussef, que demitiu ministros e funcionários, no que ficou conhecido no início do governo como uma faxina ética.

Opinião dos leitores

  1. Qual a diferença da revista Veja para o sistema Globo de comunicação? Nenhuma. As matérias plantadas por Carlinhos Cachoeira na revista Veja saia na sexta-feira e era repercutida no domingo pelo Fantástico da rede Globo de Televisão. Tudo sincronizado, dentro dos mesmos interesses. Globo, Veja, Folha e Estadão formam um quarteto nefasto na mídia nacional. E  o que é pior, eles pautam a mídia brasileira, impondo um consenso midiático de mentiras e distorções dos fatos. Além de serem antinacional, anti-Brasil, contra a nossa independência. Isso não pode e nem deve continuar. A hora é essa, a CPI da Veja/Cachoeira tem a obrigação de fazer uma devassa nesse setor.

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Jornalismo

Procurador-geral da República desmente colunista da Veja

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, emitiu uma nota negando a informação passada pelo colunista Lauro Jardim, de Veja, de que ministros  do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estariam no olho do furacão de novas investigações.

De acordo com Jardim, as informações teriam sido repassadas em um encontro realizado entre o senador Vital do Rêgo, presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o envolvimento do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos brasileiros.

Confira nota

O Procurador-Geral da República esclarece que jamais mencionou a qualquer interlocutor a existência de investigação ou inquérito relacionado a ministros do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, pela singela razão de que nada existe neste sentido. Matérias que afirmam o contrário são mentirosas e irresponsáveis, servindo apenas para tumultuar investigações de fatos extremamente graves que a sociedade brasileira deseja ver cabalmente apurados.

Roberto Gurgel
Procurador-geral da República

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Política

VEJA: Felipe Maia (DEM) e Sandra Rosado (PSB) são apontados entre melhores parlamentares do Brasil

Em parceria com o Núcleo de Estudos sobre o Congresso (Necon), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), VEJA classificou os deputados e senadores de acordo com o posicionamento deles em relação a questões vitais em tramitação nas duas casas legislativas. Do Rio Grande do Norte, apenas Felipe Maia (DEM) e Sandra Rosado (PSB) foram citados.

A parlamentar ficou em 41º lugar, com nota 6,3. Já Maia, ficou na 61ª posição, com  nota 5,5.

Entenda como as listas foram feitas

Como medir a atuação de deputados e senadores em favor de um Brasil mais moderno e competitivo? Aferindo como eles se posicionam com palavras e votos em relação a questões vitais em tramitação nas duas casas legislativas. VEJA identificou oito grandes eixos, como aparecem abaixo.

 

Os oito temas selecionados foram afetados em 2011 de alguma maneira no Congresso por 54 projetos de lei e medidas provisórias. Em parceria com o Núcleo de Estudos sobre o Congresso (Necon), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), VEJA classificou os deputados e senadores de acordo com o posicionamento deles em relação às proposições. Antes de envolver o Necon, com base em critérios próprios e nos levantamentos da Transparência Internacional, VEJA aplicou uma “cláusula de ética”, expurgando previamente da análise os parlamentares envolvidos em escândalos ou de reputação duvidosa.

Os pesquisadores do Necon desenvolveram então o modelo de análise que permitiu classificar os parlamentares em um ranking.

O primeiro passo foi selecionar as 54 proposições mais relevantes entre todas as centenas de medidas provisórias, projetos de leis ordinárias e complementares e propostas de emendas à Constituição que tramitaram no Congresso em 2011. Para ser considerada relevante para o estudo, a proposição, além do seu conteúdo, precisou ter sido votada ou sido objeto de pedido de urgência aprovado até setembro de 2011. Cada uma das 54 proposições foi, então, classificada como “favorável” ou “desfavorável”, de acordo com seu impacto positivo ou negativo sobre os oito grandes eixos definidos previamente.

O segundo passo foi selecionar as ações parlamentares que seriam aferidas. O Necon fixou-se em a) pareceres em relatoria; b) apresentação de emendas; c) posicionamento em votação nominal e d) pronunciamentos em plenário e comissões. Essas ações foram medidas em termos da frequência de sua ocorrência e de acordo com seu impacto favorável ou desfavorável aos oito grandes eixos modernizadores.

O Necon atribuiu diferentes pesos para essas atividades. Os pareceres têm peso 4, pois são a base da tomada de decisão; as emendas, peso 3, porque por meio delas o parlamentar pode  influenciar partes específicas do projeto. O voto em plenário tem peso 2, pois naquela fase o deputado ou senador, por fidelidade partidária, já não tem força individual para influenciar a matéria. Finalmente, os pronunciamentos têm peso 1, pela ineficiência da retórica nos atuais processos legislativos no Brasil.

A posição que um parlamentar ocupa no ranking expressa, dessa forma, seu grau de ativismo legislativo a favor ou contra os oito temas centrais estabelecidos por VEJA. A escala vai de0 a10. Quanto maior a nota, melhor a posição do parlamentar  no ranking.

 As quatro proposições abaixo exemplificam a montagem do ranking.

1) Ganhou pontos o parlamentar cuja atuação favoreceu a aprovação da lei que determinou a fixação do salário mínimo (SM) por decreto presidencial. Abstraindo outras considerações secundárias, a nova lei permite ao Executivo um controle mais efetivo sobre sua gestão do gasto público, dado o impacto do valor do SM no déficit da Previdência e, por consequência, nas contas públicas.

2) Ganhou pontos no ranking o parlamentar que ajudou a derrotar a Emenda 29, cujo texto recriaria a CPMF, o “imposto do cheque”, tributação que aumenta o custo de transação na economia, diminuindo a competitividade  e aumentando o “custo Brasil”.

3) Ganhou pontos o parlamentar que, mesmo derrotado, atuou contrariamente à aprovação do projeto do TAV, o  “trem-bala” que deverá ligar Campinas ao Rio de Janeiro. O projeto do TAV é um investimento caro que vai inibir gastos mais efetivos em infraestrutura que são urgentes: em metrôs e aeroportos.

4) Ganhou pontos o parlamentar cuja atividade contribuiu para a aprovação do cadastro positivo, medida que disciplina a formação e a consulta a bancos de dados com informações financeiras de pessoas e empresas, diminuindo o custo dos empréstimos para os bons pagadores.

Fonte: Veja

Opinião dos leitores

  1. Em parceria com a Veja, a revista que manipulou informações em favor a Carlinhos Cachoeira! Credibilidade ZERO!

  2. Além de Sandra a sua filha Larissa
    Rosado foi eleita a melhor parlamentar do Rio Grande do Norte no ano de
    2011. Estou muito feliz por ter acreditado na capacidade e na luta das
    duas deputadas e ver a minha confiança ser correspondida.

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Política

Dilma na Veja: "“Não gosto desse negócio de toma-lá-dá-cá”. “Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo.

Dilma Rouseff concedeu uma entrevista à revista Veja. Em certas passagens, soou clara como a gema. Noutras, expressou-se como se contasse um enredo fantástico passado num governo imaginário. Um enredo bem brasileiro.

É difícil encontrar auxiliares honestos?, quiseram saber os entrevistadores. E Dilma:  “A questão não deve ser colocada dessa forma. Os processos no governo é que precisam ser de tal forma claros e os resultados de avaliação tão lógicos que não sobre espaço para as fraquezas dos indivíduos.”

Como filosofia de pára-choque de caminhão, parece perfeito. Mas convém recordar: na hora da batida, nenhuma filosofia substitui o pára-choque. Assim, poder-se-ia indagar: precisava nomear uma equipe inaugural de ministros composta de indivíduos tão fracos?

Dilma prosseguiu: “Montesquieu ensinou que as instituições é que devem ser virtuosas. Nenhuma pessoa que é chamada para o governo pode achar que haverá algum tipo de complacência. Nós temos de ser o mais avesso possível aos malfeitos. Não vou transigir.”

Vivo, Montesquieu diria: as instituições são mais virtuosas quando não esperam pelas manchetes de jornal para restaurar suas virtudes. A incomplacência é real quando exercida já na escolha das pessoas chamadas para o governo. E a intransigência só é plena quando atinge também o amigo do PT.

Perguntou-se a Dilma o porquê de ter desgostado da expressão faxina ética. E ela: “Parece preconceituosa. Se o presidente fosse um homem, vocês falariam em faxina? Isso é bobagem. A questão não é essa palavra.”

Acrescentou: “A questão é que o governo tem uma obrigação de oferecer serviço público de qualidade à população. E para isso é necessário que os processos no governo sejam eficientes, meritocráticos e transparentes. Eu sempre mudei para tentar melhorar.”

Nesse trecho, disse coisas definitivas. Mas não definiu muito bem as coisas. Lula foi eleito para mudar. No campo dos costumes, mudou para pior. Nos processos, o governo exerceu a ineficiência com máxima eficiência. Praticou meritocracia atípica, privilegiando a falta de mérito. A transparência foi de cristal cica.

Dilma foi trombeteada como candidata da continuidade. Eleita, recepcionou os maus hábitos em sua gestão já nos primeiros movimentos da caneta. Mudança? Por ora, só na marra, quando os fatos revelaram-se incontornáveis. No geral, trocou-se o seis de um partido pelo meio dúzia do mesmo partido. Mérito? Pantomima.

Instada a comentar a crise que sacode o condomínio, Dilma foi categórica: “Não há crise nenhuma. Perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático e deve ser respeitado. […] Você não tem de ganhar todas. O parlamento não pode ser visto assim.”

Bonitas palavras. São expressões próprias das pessoas que sabem perder. Dilma revela-se uma admiradora dos perdedores. Mas só quando está do outro lado. Embosca pelos pseudoaliados numa reles nomeação para a agência reguladora dos transportes, mostrou os dentes. Trocou os líderes do Senado e da Câmara.

Editou um decreto autorizando a escolha de um novo gestor para a agência sem o inconveniente do referendo do Senado. Mostrou que “o Parlamento não pode ser visto assim.” Prefere-o assado.

“Em alguma circunstância sempre vai emergir uma posição do Congresso que não necessariamente será a do Executivo”, disse Dilma, em timbre contemporizador. “Isso faz parte do processo. A tensão é inerente ao presidencialismo de coalizão com base partidária.”

O Código Florestal comprova a assertiva. Na Câmara, colegiado de 513 votos, formou-se uma maioria que roça os 400 contra a posição do Executivo. Jogo jogado, informam os agrodeputados. Assim, não admito. Não negocio nem deixo marcar a data da votação, responde Dilma.

Posições contrárias devem ser vencidas no argumento. Se Dilma não consegue convencer os sócios do seu clube, paciência. A turma não foi nomeada, foi eleita. O eleitor escolheu mal? Parte do processo. A conversão do Legislativo em puxadinho do Planalto é que não faz parte do processo”.

“Não gosto desse negócio de toma-lá-dá-cá”, declarou Dilma a certa altura da entrevista. “Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo.” Hã?!? Admita-se que não gosta. Natural. Ninguém aprecia. Mas, francamente, esse lero-lero de “não vou deixar” chega com atraso de um ano e quatro meses.

Na campanha, Dilma teve a oportunidade de construir um destino. Tornou-se fatalidade. Na posse, justiça se lhe faça, não aumentou a taxa de fisiologismo do governo. Manteve-a nos mesmos 100%. Agora, pode até posar de violonista. Mas sabe que sabe que a tribo que a rodeia só conhece a percussão.

É louvável que Dilma peça ao grande Editor a oportunidade de uma segunda edição de si mesma, revista e melhorada. Mas para tornar-se merecedora da dádiva, talvez tenha de reiniciar a história pela autocrítica.

É certo que, para sobreviver como Joana D’Arc, precisa saltar da fogueira. Fingindo que não foi chamuscada, passa a impressão de que já não consegue separar-se dos amigos arcaicos. A essa altura, talvez tenham mesmo se tornado amigos irreparáveis.

Fonte: Josias de Souza

Opinião dos leitores

  1. Dilma promete ser uma Presidente diferente dos outros, por isso enfrenta tantos empecilhos com a qualidade de seus ministros.

  2. Fotos inéditas de um grave acidente agora há pouco no viaduto de Ponta negra, se quizer, me avise que mando as fotos, TT: @totinharocha. Vlw.

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Jornalismo

Veja revela trama de estelionatário para ajudar Zé Dirceu e companhia

A Revista Veja que chega hoje as bancas vem recheada com uma reportagem que levantar os cabelos de qualquer um, a revista teve acesso a conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça que revelam como o PT de José Dirceu se juntou a um notório estelionatário para falsificar documentos, destruir a imagem de adversários e tentar enganar os ministros do Supremo Tribunal no caso do mensalão.

Será que tem alguém supreso com mais uma da Turma do Dirceu?