Saúde

UPA do Pajuçara volta a receber pacientes

A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Pajuçara voltou a atender os usuários do SUS normalmente, na manhã deste sábado, depois que a organização social Associação Marca pagou os salários de 393 profissionais terceirizados, que estavam desde o dia 6 de setembro sem receber o pagamento dos salários e, por isso, paralisaram o atendimento por 24 horas também nas três AMEs de Brasília Teimosa, Nova Natal e do Planalto.

A promotora de Defesa da Saúde, Iara Pinheiro, realizou uma inspeção na UPA do Pajuçara,  onde pediu ao diretor Danto Novaes uma ampla divulgação para a população sobre a reabertura do atendimento à população da Zona Norte,  que por conta da greve de 24 horas, ontem de manhã quase não havia pessoas à espera de atendimento. Novaes afirmou que 60% do atendimento de lá é ambulatorial, o que foge, especificamente, da finalidade da UPA, que é prestar assistência de saúde emergencial e de urgências aos pacientes.

A promotora Iara Pinheiro avaliou que em decorrência das deficiências e falta de estruturas nas unidades básicas de saúde distribuídas em Natal, “quem não é cadastrado no Programa Saúde na Família (PSF) tem uma cobertura baixa” na atenção básica de saúde. Para a promotora, outro problema é a falta de recursos humanos, “porque quando não tem médico a carga horária é reduzida e não fiscalização para o cumprimento da jornada de trabalho”.

Com informações da Tribuna do Norte

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Saúde

Calamidade Pública: no RN, gestores investem em ambulâncias e esquecem unidades de saúde

O registro de atendimentos durante quase 12 horas no Hospital Walfredo Gurgel. Este é o tema da matéria de Roberto Lucena, publicada na Tribuna do Norte de hoje, na qual se é constatado um fato já conhecido, especialmente, quando se trata da prestação de serviços de saúde no interior: a máxima de que na dúvida, manda pro Walfredo.

O Pronto Socorro do Walfredo, o Clóvis Sarinho, é a prova disso. Pacientes com dor de dente, gripe forte, que deveriam ser atendidos em unidades médicas em seus respectivos municípios não contam com o serviço e acabam sendo destinados à capital, onde passam a   disputar atendimento com pacientes de urgência e emergência, que já contam com os parcos recursos do WG. A consequência são doentes insatisfeitos e funcionários sobrecarregados.

A diretora geral do hospital, Fátima Pereira, confirma a falta de estrutura nos interiores. Ela conta que os pronto-socorros das cidades do interior não estão recebendo pacientes e os mais diversos tipos de caso, dos mais variados níveis de gravidade acabam chegando ao Waldredo. “Tudo desagua aqui e não temos para onde encaminhar”, desabafa a gestora.

No contraponto da construção de novas unidades de saúde, estruturação e contratação de médicos, o número de ambulâncias cresceu 550% no período de 5 anos., segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN).

Segue matéria na íntegra:

A adolescente de 14 anos, de Senador Georgino Avelino, caiu da bicicleta e suspeita que fraturou o tornozelo. O menino de 15 anos, oriundo de Maxaranguape, está com o lado direito do rosto inchado devido a uma dor de dente. Já o senhor de 48 anos, natural de São José de Mipibu, sofre de constipação há 19 dias. Além da saúde debilitada, estas pessoas têm em comum o fato de procurarem atendimento médico no mesmo local: Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). Na última terça-feira, a TRIBUNA DO NORTE acompanhou, por quase 12 horas, a rotina no Pronto-Socorro da maior unidade hospitalar do Estado.

No último mês, o Walfredo Gurgel realizou 7.221 atendimentos. Uma média superior a 230 procedimentos diários. Quase a metade desses atendimentos foi realizado em pacientes oriundos do interior do Estado. No entanto, Natal é a responsável pela maior parte da demanda. Em julho, foram 3.917 natalenses atendidos na unidade, o que corresponde a 54,24% do total. Na primeira quinzena de agosto, as estatísticas se repetem. Até a última quarta-feira, dia 15, o HMWG contabilizava 3.916 atendimentos, sendo 2.268 (57,92%) em pacientes provenientes da capital. Entre os municípios do interior, Parnamirim lidera a lista de encaminhamentos à unidade. [veja info]

Já se passaram 46 dias desde que o Governo do Estado decretou estado de calamidade na saúde pública do Rio Grande do Norte. Durante a última semana, ficou claro à sociedade que os efeitos esperados pelo decreto estão longe de se tornarem realidade. O sistema público de saúde potiguar vive um momento crítico. Os sintomas da celeuma são perceptíveis e fáceis de constatar no maior nosocômio do Estado. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremern), Jeancarlo Cavalcante, a situação é insustentável. “O plano de enfrentamento à crise não foi efetivado. A situação está pior que antes”, diz.

O HMWG é uma unidade de atendimento em casos de urgência e emergência, mas, na prática, não é isso que ocorre. “Os pronto-socorros do município não estão recebendo. Tudo deságua aqui e não temos para onde encaminhar”, disse Fátima Pereira, diretora geral do hospital, referindo aos postos da capital. “Aparece de tudo por aqui. De uma simples dor de cabeça aos casos mais graves. E o que a gente vai fazer? Mandar de volta para o município de origem? Temos que atender”, informa uma enfermeira que preferiu não revelar a identidade.

Mais que uma causa da atual situação, o cenário registrado no Walfredo Gurgel revela-se como sintoma da falta de priorização da saúde pública nos municípios do Rio Grande do Norte. Segundo a secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), todos os 167 municípios potiguares possuem gestão plena na saúde, ou seja, as prefeituras recebem fundo a fundo os recursos para a atenção básica, especializada e especializações. Sendo assim, têm responsabilidades relativas à política de saúde. “Mas isso não acontece. As prefeituras não investem como deveriam e acabam enviando toda a demanda para o Walfredo Gurgel”, relata a assessoria de imprensa da Sesap. De janeiro passado até o dia 16 de agosto, o Ministério de Saúde repassou àsaos 167 prefeituras do RN, a quantia de R$ 498.518.494,47 para custeio dos programas de saúde.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, publicada na edição da última quarta-feira, o titular da Sesap, Isaú Gerino, reconhece que encontrou a rede de hospitais desabastecida e não deixa claro quando o plano emergencial vai começar, de fato, a apresentar melhorias à população. “Nem sempre o que planejamos a gente pode executar”, contou. O secretário pontuou que há dificuldades financeiras e que procura ajuda do Governo Federal. “Acredito que dificuldades financeiras há no Governo, não só aqui, mas no Brasil como um todo, há esses problemas. Estamos tentando com ajuda do Ministério da Saúde, fazer a reposição não só do Walfredo Gurgel como de toda rede.

Número de ambulâncias cresceu 550%

Nos últimos seis anos, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN), o número de ambulâncias no Rio Grande do Norte aumentou 550%. Em 2007, eram apenas 81 veículos desse tipo.  Agora, já são 528 automóveis responsáveis por fazer o deslocamento de pacientes. A proporção é bem superior se compararmos, por exemplo, o total de verba destinado no Orçamento Geral do Estado (OGE) para a Sesap. De 2011 para o 2012, o aumento foi de apenas 5,9%.

Parte da frota de ambulâncias que circula no Estado tem como destino principal o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no HMWG. Foi o que a TRIBUNA DO NORTE constatou na última terça-feira. O fato de estarmos vivenciando um período de eleições, segundo a diretora da unidade, influencia no aumento da conhecida ambulancioterapia. “Coincidentemente, nos anos de eleição, aumenta o fluxo de ambulâncias do interior”, diz.

A equipe de reportagem chegou ao Clóvis Sarinho às 4h50. A primeira ambulância, “adquirida com recursos próprios” pela Prefeitura de Venha-Ver como avisa o adesivo coloca no veículo, estacionou na entrada do PS às 6h50. Essa é a segunda vez que o aposentado Matias Dantas de Carvalho, 69 anos, faz a viagem de quase 500 quilômetros dentro da ambulância. Na primeira vez, há cerca de um mês, as condições eram diferentes. Matias fora vítima, juntamente com o filho Pedro Dantas, 35 anos, de um acidente automobilístico. Ambos precisaram ser atendidos no HMWG e se submeteram a cirurgias ortopédicas.

O retorno ao hospital é justificado pela necessidade de mostrar novos exames ao cirurgião que os operou. Mas apenas Matias ainda necessidade de atenção. “Eu já fiquei bom. Meu pai é que precisa desse retorno”, explica Pedro. Questionado se a avaliação não poderia ser feita num posto de saúde de Venha-Ver, Pedro afirmou: “É melhor aqui”.

São 11h45 e o movimento no Pronto-Socorro é intenso. Ambulâncias do Samu chegam a todo instante. Enquanto os pacientes são retirados dos automóveis, servidores terceirizados realizam um protesto e exigem o pagamento de salários atrasados. De um lado, gritos dos grevistas, do outro, choro dos pacientes. É desesperador para os profissionais. “Tem horas que penso em jogar tudo para o ar e pedir demissão”, diz uma enfermeira.  Não há muito tempo para lamentações. A próxima ambulância, vinda de Ceará-Mirim, para na entrada do PS. Não há muito tempo para lamentações. A próxima ambulância, vinda de Ceará-Mirim, para na entrada do PS.

Dentro do veículo, o aposentado Josué Alexandre de Souza, 67 anos, estava deitado num colchão hospitalar. Não havia maca na ambulância, muito menos no hospital. Diabético, cego e com uma das pernas amputada, o idoso esperava pacientemente qual seria seu destino. Depois de uma pequena discussão entre a enfermeira, motorista da ambulância e a acompanhante do paciente, resolveram que ele ficaria, como outros tantos, sentado em uma cadeira, no corredor do hospital.

Conselho quer interdição do hospital

Devido ao desabastecimento da farmácia, a falta de material de trabalho, condições higiênicas e a superlotação da unidade, o Cremern planeja pedir, nos próximos dias, a interdição de alguns setores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. A informação foi confirmada pelo presidente da instituição, Jeancarlo Cavalcante, e é, segundo ele, uma tentativa de resolver a “situação insustentável do hospital”.

No entanto, antes do pedido de interdição, o atendimento no hospital pode sofrer restrições caso a ameaça de demissão em massa seja confirmada pelos cirurgiões gerais lotados no HMWG. Segundo o cirurgião Ariano Oliveira, os médicos estão trabalhando em situação precária. “Falta o básico para a realização de uma cirurgia. A situação é a mesma há muitos anos e, mesmo com interdição, não resolve”, coloca. O médico afirmou que a categoria deve ser reunir nesta semana para chegar a um acordo. “Se a situação não foi resolvido até o final deste mês, vamos parar o centro cirúrgico”, sentencia.

Somente este ano, essa será a terceira investida do Cremern em busca de alguma solução para o HMWG. Em junho passado, o Conselho entrou com uma ação civil pública contra o Governo do Estado na Justiça Federal por conta do caos no hospital. “Antes tínhamos problemas pontuais em alguns setores e hoje nós temos a falência de muitos setores”, diz Jeancarlo. O Centro de Recuperação de Operados, o Centro Cirúrgico, o necrotério e as enfermarias são os setores que despertam mais preocupação.

Na ação, o Cremern pede a reestruturação de várias áreas, sob pena de multa pessoal de R$ 20 mil para a governadora Rosalba Ciarlini. Além disso, a ação solicita uma indenização por “dano moral coletivo” de R$ 1 milhão destinada ao Fundo de Saúde. Em maio, o Cremern interditou eticamente o setor de reanimação do hospital. Até hoje, o setor continua interditado por falta de condições de uso.

Postos de saúde de Natal fecham as portas

Enquanto o Walfredo Gurgel agoniza submerso à superlotação fazendo atendimentos que não deveriam chegar lá, alguns postos de saúde de Natal estão com as portas fechadas. Quem procurou atendimento nas unidades de Cidade Satélite, Mãe Luíza e Unidade Mista de Pajuçara, durante essa semana, voltou para casa sem o devido auxílio médico. Nas primeiras unidades, o problema é a insegurança. Por causa da greve dos servidores do Município, os guardas municipais, responsáveis pela segurança dos postos, não foram trabalhar. Em Pajuçara, os atendimentos foram suspensos há dez dias. Um incêndio provocado por um curto-circuito destruiu a sala de odontologia e queimou alguns aparelhos elétricos.

A greve dos servidores públicos municipais está afetando o atendimento médico em pelo menos dois postos de saúde da capital potiguar. As unidades médicas que possuem pronto-atendimento nos bairros Cidade Satélite e Mãe Luíza estão fechadas. O motivo é a greve promovida pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat). Entre os servidores que suspenderam as atividades, estão os guardas municipais, responsáveis pela segurança dos postos.

O atendimento diário a cerca de 400 pacientes está irregular na “Unidade de Saúde de Cidade Satélite II”. Os funcionários vão ao local com a incerteza de que vão trabalhar. Desde o último domingo, a rotina é essa. “A gente chega e espera os guardas. Se eles vierem, trabalhamos, caso contrário, vamos embora”, disse a recepcionista da unidade.

De acordo com Tânia Lopes, coordenadora do posto, a Guarda Municipal não está cumprindo a escala de plantão definida pelo comando da greve. “Eles nos passaram a escala, porém, infelizmente, os guardas não estão aparecendo”, contou. Tânia explicou ainda que o posto já foi assaltado algumas vezes e os profissionais ameaçados. Os pacientes que chegam ao local são encaminhados para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim.

As portas para os pacientes também estão fechadas na “Unidade de Saúde de Mãe Luiza”. Na frente do prédio, uma faixa avisa que os servidores estão em greve. Na porta principal, um aviso explicita que desde o último sábado, dia 11, não há atendimento à população.

No Unidade Mista de Pajuçara, somente os agentes de combate a endemias frequentam o local. Na última quarta-feira, a TRIBUNA DO NORTE esteve no local e verificou que nada foi feito para recuperar o que foi perdido com o incêndio. Uma reunião entre os administradores do local e representadas secretaria Municipal de Saúde (SMS) estava prevista para última sexta-feira, no entanto, a secretária Maria do Perpétuo comunicou que não poderia estar presente. “Remarcamos para segunda-feira. Queremos que alguma solução seja definida. Nem o Itep [Instituto Técnico-Científico de Polícia] venho fazer a perícia ainda. Tememos que o posto seja fechado definitivamente”, disse Conceição Frasano, administradora do local.

Bate-papo

Iara Pinheiro, promotora da Saúde

Qual a avaliação que a senhora faz  na rede hospitalar do Estado?

A ação desta promotoria tem sido mais intensa, nas últimas semanas, em relação a questão dos Hospitais Walfredo Gurgel, que enfrenta uma grave crise de desabastecimento. E nesse sentido está patente que o Estado não se sentiu obrigado a cumprir a decisão judicial para abastecer de medicamentos e insumos o Hospital. O Ministério Público impetrou Ação Civil Pública, em junho teve uma decisão de cautela antecipada que dava prazo para o reabastecimento imediato, que foi descumprido. E esta semana ingressamos com uma petição em ação civil pública para estabelecer multa por isso. Mas não tenho qualquer informação sobre o andamento jurídico. O quadro no Hospital Walfredo Gurgel, como posto na petição, é de desabastecimento real que permanece, apesar da decisão judicial.

Com o decreto de calamidade da saúde esta situação já deveria estar sanada?

O próprio decreto estabelece que há uma necessidade de abastecimento imediata para os hospitais e portas de entradas da urgência e emergência de Estado.  Ou seja um abastecimento imediado e num prazo de 90 dias, que esta abastecimento estar regularizado. Mas o que era previsto para curto prazo ainda não executado. Temos um mapeamento dessa situação, que foi juntada a ação civil pública, na petição, que demonstra a queda nos estoques dos Hospitais Walfredo Gurgel e Giselda Trigueiro.

O MPRN irá auditar o emprego  dos recursos do decreto de calamidade? Como será feito esse acompanhamento e da reestruturação física?

Este papel cabe ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), que tem a competência  específica e intransferível de auditar estas contas. E em casos de recursos federais, o TCU (Tribunal de Contas da União). O Ministério Público não vai e não precisa  montar uma estrutura para isso. E, em relação a reformas, estamos fazendo o acompanhamento de como esses recursos estão sendo usados, acompanhando a questão, as ordens de serviços para alguns hospitais já foram emitidas e os maiores há uma previsão para os próximos dias. Mas é bom salientar que para todos estes hospitais, a Promotoria já tem ações civis ou inquéritos instaurados pedindo a celeridade de reformas para cada uma dessas unidades de saúde, são questões estruturais antigas que vem sendo ignoradas.

E em relação à falta de pessoal. A terceirização no setor estaria contribuindo para que  a categoria considere o serviço público menos atrativo e encare os contratos de terceirização como mais vantajosos?

O MPRN também vem atuando para garantir pessoal, não só em relação a quantitativo, com uma ação civil pública obrigou a Secretaria Estadual de Saúde a realizar o último concurso da saúde de 2010; como também em relação a qualidade, como fez no caso do contrato da OS (Organização Social) A.Marca. O posicionamento do Ministério Público é de enfrentamento dessa realidade.

Quais as implicações dessas terceirizações para a população e para o erário?

Como no caso dos contratos da OS A.Marca foi permeado de corrupção não há como ter conhecimento real do impacto financeiro que essas terceirizações causam. Inclusive, solicitamo uma auditoria ao TCE sobre a relação  custo-benefício desse contrato com a OS na saúde, mas ainda não foi concluída. O Ministério Público defende que é dever do Estado  prover a saúde pública.

O fato da capacidade de investimento, os recursos, estar sendo engolida pela folha de pagamento.

Essa é uma questão que também estamos acompanhando. Inclusive pedimos uma auditoria do TCE, porque percebemos a fragilidade na gestão do RH da saúde, com uma extensa folha, altos custos, ausência de controle da carga horaria dos funcionários e estamos esperando a conclusão e que os auditores apontem soluções.

Entre tantos problemas, qual a maior urgência do sistema de saúde?

O desabastecimento.

Gestores sempre afirmam que problemas de desabastecimento e superlotação nos principais hospitais do Estado se agravam devido à ineficiência da atenção básica. Os promotores também concordam que a atenção básica é negligenciada pelos gestores? Como vem sendo acompanhada essa questão?

Não tenho segurança para responder,  por que é um outro promotor que trata da atenção básica de saúde. Devido ao licenciamento da promotora responsável, não houve o levantamento sistematico, como vinha ocorrendo antes. O Ministério Público esse ano não conseguiu intervenções regulares na atenção básica.

Como a senhora mesma coloca, a crise na saúde não é nova, qual a origem?

Acredito que a escassez de recursos somada a má gestão.

O Fórum em Defesa da Saúde tem defendido a autonomia financeira da pasta da saúde. Como isso poderia mudar o quadro atual? Poderia ter evitado chegar ao estado de calamidade?

Daria maior agilidade as ações previstas no plano de emergência. Hoje a Sesap depende da liberação das Secretaria de Planejamento para ter acesso aos recursos. Isso acontece em tempos diferentes nas duas pastas. Mas não sei se evitaria a calamidade.

Então, o problema não é só recurso?

Não. É sobretudo problema de gestão.

E qual a avaliação da gestão da saúde? Com quem está, hoje, o controle da saúde?

O secretário de Estado, Isaú Gerino.

E está sendo bem gerida?

Como já disse, a falta de boa governança na gestão da saúde vem de muito tempo.

Qual a avaliação sobre o plano de ações emergenciais elaborado pelo Governo?

Acredito que é um plano de governo. Se conseguir ser executado, como previsto, dará uma resposta eficaz.

A senhora acredita que as ações previstas no plano, já que como a senhora colocou na petição (em relação ao desabastecimento no HWG), “após 40 dias nada foi feito”?

Não posso avaliar para o futuro. O que posso dizer que as ações a curto prazo ainda não aconteceram. É um prognóstico ruim.

Fonte: Tribuna do Norte

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Jornalismo

Unimed apresenta proposta para hospitais até próxima sexta; atendimento continua

Os hospitais Promater, São Lucas e do Coração haviam suspendido o atendimento aos usuários do plano de saúde Unimed ontem. Hoje pela manhã, uma reunião entre as entidades envolvidas confirmou a continuidade dos serviços até a próxima sexta-feira (10), quando a operadora do plano de saúde apresentará uma proposta para os hospitais.

Os diretores das unidades de saúde, durante a reunião, apresentaram planilhas de gastos mostrando que não tem condições de sustentar os atendimentos com o valor repassado hoje, que gira em torno de R$ 65. A Promater, o São Lucas e o Hospital do Coração apresentaram argumentos para mostrar que os preços pagos pelo plano não cobrem os custos.

A Unimed se prontificou a analisar a situação e apresentar uma proposta na próxima semana. Até lá, para que os clientes-pacientes não sejam prejudicados, os hospitais mantém o atendimento. A situação ontem ficou tão difícil para os usuários da Unimed que até o Ministério Público interviu através de uma ação cautelar protocolada na Justiça.

Opinião dos leitores

  1. Os hospitais devem cobrar mais mesmo, mas vamos ver se vão colocar mais médicos para atenderem no PS.
    Pelo menos até meia noite era pra ter mais médico, mas não existe preocupação ou respeito com o paciente.
    Os planos e os Hospitais se importam APENAS com o lucro.

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Jornalismo

MP entra com ação para reverter suspensão do atendimento da Unimed

De um lado três hospitais particulares cancelam atendimento aos usuários da Unimed, alegando que existe uma grande demanda e baixos repasses do plano. Do outro, o plano de saúde Unimed que se diz surpreso com a decisão, alegando que está cumprindo o contrato a risca. No meio disso tudo, o consumidor, a pessoa que precisa de um atendimento médico e que termina sendo a principal prejudicada por não conseguir mais atendimentos nos hospitais do Coração, São Lucas e Promater a partir de hoje.

Para garantir que os usuários não sejam prejudicados dessa forma e para que o atendimento volte a ser realizado, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN) já protocolou uma ação contra os três hospitais. O processo foi distribuído por sorteio para o juiz Paulo Sérgio da Silva Lima, titular da 2º Vara Cível de Natal.

De acordo com o promotor José Augusto Peres Filho, que atua em matéria de Defesa do Consumidor, explicou que o usuário não pode ser prejudicado dessa forma (com a suspensão imediata) por haver um prazo contratual de carência.

“Se eles [os hospitais] querem deixar de atender ao usuário da Unimed que cumpram o que está no contrato, que é um aviso prévio de 30 dias. E não como eles fizeram [da noite para o dia]”, explicou o membro do MP/RN.

Atualizado às 18:09: O juiz Paulo Sérgio Lima acaba de conceder liminar ao MP obrigando os Hospitais a retomar o atendimento imediatamente. Caso haja descuprimento os hospital pagarão multa diária, a liminar vale a partir da intimação que deverá ser feita ainda hoje.

Acompanhe a cobertura do BG sobre o caso:

Três grandes hospitais deixaram de atender Unimed hoje no pronto-socorro

Hospitais só voltarão a atender clientes Unimed no pronto-socorro quando valor pago for o mesmo de outros planos

 UNIMED Natal esclarece que foi pega de supresa por atitudes dos Hospitais

Hospitais que suspenderam serviços da Unimed recomendam usuários a procurar outras unidades

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Saúde

Postos de Saúde de Natal não marcam consultas por falta de internet. Água e Gás também estão cortados

Reportagem da Tribuna mostra a situação que chegou o atendimento que a População vem tendo nos postos de Saúde de Natal. É um coisa de você ficar louco e perguntar como conseguem que cheguem a um ponto desses. Segue reportagem,

Há quase um mês, as Unidades Básicas de Saúde estão desconectadas da Central de Marcação de Consultas devido corte no acesso à internet. Ou seja, apesar de prestar o atendimento básico, os Postos não têm mais a capacidade de encaminhar o paciente para realizar um exame nem marcar consulta com um especialista.

Alex RégisMiquelani Cavalcanti, mãe de dois filhos, diz que sofre com a falta de medicamentos nos postos

Segundo funcionária de uma Unidade de Saúde, que não quis ser identificada, a população está ciente das condições de trabalho: “Estamos explicando a situação e, infelizmente, contra a nossa vontade, passamos a adotar o procedimento do ‘tv’ (‘te vira’) quando alguém precisa de um exame ou um atendimento mais complexo”, lamentou a servidora. “O que podemos fazer é informar onde ele pode conseguir fazer um raio x, por exemplo. Passamos o endereço e em alguns casos, quando a pessoa é carente, até ajudamos no dinheiro da passagem”. A servidora informou que não há previsão para o sistema voltar a funcionar ainda em 2012.

As reclamações dos servidores dentro das Unidades de Saúde são recorrentes, da mesma forma que o pedido para preservar a identidade: “Todo mundo sabe dos problemas, mas ninguém fala abertamente com medo de perseguição. Eu mesmo não quero confusão pro meu lado”, disse funcionária lotada em Unidade na zona Oeste de Natal. Vale registrar que o fornecimento de água potável e gás de cozinha foi interrompido, segundo a servidora, há mais de três meses: “também estamos sem distribuição de leite para crianças e as linhas telefônicas estão cortadas”. Popularmente conhecidas como Postos de Saúde, as Unidades são o primeiro contato da pulação com o atendimento básico preventivo e deveriam ser capazes de minimizar a superlotação de hospitais e prontos socorros – um dos mecanismos para isso seria o Programa de Saúde Familiar (PSF).

MEDICAMENTOS

“Está quase tudo parando”, disse Miquelani Cavalcanti, dona de casa e mãe de dois filhos. Ela afirma que “está difícil encontrar remédios, e quando o atendimento é para pediatra encaminham logo para o (Hospital Infantil) Sandra Celeste. Sem falar que tenho que ir muitas vezes até conseguir uma ficha para atendimento”.

Opinião dos leitores

  1. REALMENTE ESTA UM CASO DE CALAMIDADE. VOÇE NAO TEM MAIS A QUEM RECORRER. O MINISTERIO PUBLICO FAZ VISTA GROSSA . NAO TEM  INTERNET PARA MARCAÇAO DE CONSULTA. OS ALUGUEIS DOS IMOVEIS ESTAO A MAIS DE 10 MESES SEM PAGAREM. COMO E O CASO DOS  PSF. PANATIS.  O DA GUARITA 11 MESES. FELIPE CAMARAO . QUEM PERDEU A ESPERANÇA JA TOMOU OS IMOVEIS. TODOS EM ESTADO DEPLORAVEL. ENQUANTO ISSO  OS VERIADORES DE NATAL .COM QUE CARA VAO TER MORAL. PARA PEDIREM O SEU VOTO.

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Jornalismo

Mais de cinco mil pessoas receberam atendimento de saúde na AL, no primeiro semestre

A Coordenadoria de Serviços de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa realizou 5.384 atendimentos entre os meses de janeiro e junho deste ano. Entre os serviços oferecidos diariamente aos servidores da Casa e seus dependentes, estão os de enfermagem, odontologia, clínica geral, fonoaudiologia, nutrição, psicologia e psiquiatria. Além disso, o setor realiza ações de promoção, prevenção e proteção à saúde de forma humanizada, buscando a valorização e o reconhecimento do trabalhador de modo a viver melhor, com mais saúde e qualidade de vida, aumentando assim, a sua autoestima.

Segundo a coordenadora dos Serviços de Saúde e Assistência Social, a cirurgiã dentista Ederlinda Dias o clínico geral trabalha em regime de pronto-atendimento de segunda à sexta das 8h às 13h, além de consultas para cardiologista, gastroenterologista, ginecologista, pediatra, psiquiatra, hematologista, urologista, mastologista, angiologista, ortopedista. Outras especialidades também são oferecidas como dentistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionista, fonoaudiólogos, farmacêutico, educador físico e assistente social.
Na busca da prevenção foi elaborado um programa de Ginástica Laboral nos setores realizando atividades físicas com exercícios de alongamento pelos fisioterapeutas e educador físico ajudando a prevenir acidentes de trabalho, para que os funcionários desempenhem melhor suas atividades com menos estresse, maior poder de concentração, diminuição de tensões acumuladas durante a jornada de trabalho, diminuindo assim, os riscos de lesões e doenças ocupacionais.
Promover uma boa saúde bucal é um dos passos para evitar várias doenças bucais, e isso é uma realidade na Assembleia com atendimento odontológico diariamente, uma boa equipe de dentistas e excelente padrão de atendimento odontológico. Estimulando a prevenção que só estará completa com a visita periódica ao dentista que deve ser visitado pelo menos duas vezes ao ano, para que ele possa fazer uma avaliação, dar orientações sobre os procedimentos corretos e realizar uma profilaxia, fazendo a remoção da placa bacteriana que o paciente não consegue retirar, além de aplicação de flúor. Ao ser procurado o dentista faz uma análise da boca, detectando desde o início, cáries ou problemas gengivais e dando sequencia ao tratamento curativo.
A enfermagem realiza verificação da pressão arterial, testes de glicose, colesterol, triglicerídeos, além de alguns procedimentos e administração de medicamentos que são prescritos pelos médicos. Os profissionais de nutrição fazem avaliação corpórea de peso e altura, buscando através do acolhimento no atendimento conhecer os hábitos e comportamentos alimentares e prescrever as orientações nutricionais para práticas alimentares saudáveis.
Com a fonoaudiologia, são avaliadas as deficiências do paciente, realizando exames fonéticos, da linguagem, gravação, treinamento da fonética, auditivo, de dicção e organização do pensamento em palavras além de outras técnicas próprias. Além disso, o setor oferece o tratamento HEIKI, que é preventivo e harmonizador, agindo sempre na causa dos problemas. Utilizando uma técnica de massagem de imposição das mãos esse tratamento tem apresentado resultados concretos a diminuição da ansiedade, stress, depressão, insônia, medo, insegurança, assim como nos órgãos, tecidos e sistemas. A Assembleia ainda ofereceu vacinação na última campanha contra o vírus de gripe Influenza.
“Podemos concluir que estamos constantemente desenvolvendo ações para transformarmos nosso ambiente de trabalho num local melhor para a construção de vidas mais saudáveis que tem ocupado cada vez mais espaço no nosso dia-a-dia. Afinal, viver bem e com saúde é um desejo de todos”, declarou Ederlinda Dias. .
Atendimentos realizados de janeiro a junho de 2012
– Enfermagem: 2.384
– Odontologia: 371
– Clínica geral 1.664
– Fonoaudiologia: 121
-Nutrição: 57
– Psicologia: 604
– Psiquiatria: 193

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Jornalismo

Jucurutu: MPE intervem em suposta doação de serviços médicos feita por candidatos

O Ministério Público Eleitoral expediu hoje, 9 de julho, uma recomendação para que os candidatos a prefeito e vice-prefeita de Jucurutu, George Retlen Costa Queiroz e Paula Clédina Bezerra de Araújo Lopes e a candidata a vereadora Paula Mércia Medeiros de Souza  Torres, suspendam a distribuição gratuita direta ou indiretamente de bens e serviços, especialmente serviços de consulta e atendimento médico que estaria sendo realizado por médicos em benefício dos referidos candidatas. Também receberam a recomendação os médicos Luciano Araújo Lopes e José Saint-Clair de Souza Torres.

A recomendação surgiu a partir de denúncia de que Luciano Araújo Lopes e José Saint-Clair de Souza Torres estariam realizando atendimento médico gratuito à população da cidade com notória finalidade assistencialista e eleitoreira, beneficiando as candidaturas de suas respectivas esposas, Paula Clédina Bezerra (candidata a vice-prefeita) e Paula Mércia Medeiros (candidata a vereadora).

Para o MP Eleitoral, a conduta dos médicos contraria o artigo 41-A da Lei das Eleições ( Lei nº 9504/97) que proíbe “doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, desde o registro da candidatura até o dia das eleições”.

A Promotoria Eleitoral de Jucurutu entende que o combate a esse tipo de atitude “constitui no processo eleitoral objetivo fundamental do Ministério Público, enquanto instrumento para consolidação da vontade popular, através de um pleito justo, limpo e pautado em debate de ideias”.

Os médicos Luciano Araújo e José Saint-Clair são ex-prefeito e vice de Jucurutu. De acordo com informações fornecidas à Procuradoria Regional Eleitoral, o ex-prefeito Luciano Araújo foi condenado por irregularidades na aplicação de recursos federais transferidos ao município de Jucurutu, mediante o Convênio nº 1.277/97, sendo, portanto, inelegível.

Caso a recomendação não seja atendida, o MP eleitoral adotará as medidas judiciais e policiais cabíveis para o restabelecimento da ordem natural da disputa.

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Saúde

Espera em filas para quem tem plano de saúde chega a três horas para um simples exame em Natal

Excelente reportagem de Ricardo Araújo e Valdir Julião na Tribuna do Norte de hoje mostra a via crucis que passou a ser um associado de plano de saúde conseguir desde um consulta simples a um procedimento cirúrgico na cidade de Natal. Um casal de idoso, por exemplo, pagar mais de R$ 1.500,00 mensais e ter que ficar dias ou semanas esperando um atendimento é para matar mesmo. Segue reportagem:

As filas para o atendimento médico, nas quais a espera pelo médico ou um exame leva horas, não estão mais associadas aos serviços públicos de saúde. Nas unidades da rede privada de hospitais e clínicas em Natal, tem se tornado comum recepções lotadas por pacientes de planos de saúde que reclamam da demora. Em três desses estabelecimentos, percorridos ontem pela manhã pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE,  a média de tempo para ser chamado ao consultório era de três horas.

Júnior SantosPaciência: no Rio Grande do Norte, os usuários de planos de saúde que buscam o setor de urgência de hospitais particulares, em geral aguardam mais de duas horas por atendimento

Frustração e impotência se  misturam nas descrições que os pacientes fazem da situação.  As reclamações dos usuários começam, invariavelmente, pelo custo atual  dos planos de saúde – em torno de R$ 700,00 mês para o atendimento  da família – e terminam com o desencanto por terem que esperar por um atendimento pago tanto quanto esperariam em um hospital ou posto de saúde da rede pública de Saúde.

Nos últimos nove anos, conforme dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 16,8 milhões de pessoas aderiram a um plano de saúde. A quantidade de usuários saiu de 31,7 milhões para 47,8 milhões em menos de uma década. No Rio Grande do Norte, segundo a ANS, o número de beneficiários de planos de saúde cresceu 21% entre 2009 e 2011.

“Eu desconheço a origem do problema. Não sei se é culpa do hospital, que não marca os procedimentos, ou se é culpa do plano de saúde”, relatou a professora Marília Freire enquanto aguardava ser chamada para realização de um exame em um dos hospitais visitados. Ela relatou que já chegou a perder um período inteiro do expediente de trabalho  em decorrência da demora no atendimento médico.

A impaciência atinge crianças, adultos e idosos, alguns deles já com mais de duas horas nas filas, enquanto as recepcionistas tentavam explicar aos pacientes que vão chegando e aos que reclamam  – de vez em quando – que a demora era devida a superlotação nos setores de atendimento pediátrico e adulto. O estudante Iago Medeiros esperou por mais de uma hora e meia apenas para assinar documentos relativos aos procedimentos que deveriam ser realizados. Ele tinha febre e apresentava sintomas de gripe. Em um dos hospitais,  quem chegava era alertado que  o atendimento poderia demorar até duas horas e meia, depois do registro de entrada. O tempo final, porém, era superior.

O estudante Samie Menezes de Machado era um exemplo. “Estou aqui há mais de três horas. Fiz um raio-x e um exame de sangue e me mandaram esperar. A desculpa dos funcionários é de que os médicos estão ocupados com emergências. E nós, não estamos num pronto-socorro e não deveríamos ser considerados prioridade?”, indagou ele.

Cansada de esperar e sem expectativa de ter os dois filhos atendidos ainda na manhã de ontem, Elielma Maria de Lima, medicou, por conta própria, o filho mais velho e pensava em levar o filho mais novo, de um mês de vida, para uma outra unidade hospitalar. “Somente para preenchermos os papéis demoraram mais de 30 minutos. A demora é muito grande e eu gasto cerca de R$ 350 mensais com plano de saúde. É sempre assim. Seja aqui ou em outro hospital”, lamentou Elielma.

Uma das atendentes, em um dos hospitais, confirmou que somente um médico plantonista estava responsável pelo atendimento de pacientes em situação de urgência e emergência, pacientes em retorno de procedimentos previamente realizados e os que aguardavam consulta na ala de urgência.

“Do meu ponto de vista, a culpa é da administração do hospital que não disponibiliza um número maior de profissionais”, destacou Iago Medeiros. “Os médicos não se preocupam com a questão da espera. Nem eles, nem os funcionários do hospital”.

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Exigência de cheque-caução para atendimento de urgência passa a ser crime

Exigir cheque-caução ou outra garantia para prestar atendimento médico de urgência agora é crime. A Lei 12.653/2012, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (29), acrescenta a conduta de “condicionamento de atendimento médico-hospitalar de urgência” ao Código Penal (Art. 135-A), com pena de detenção de três meses a um ano. A pena pode ser dobrada, se a falta de atendimento resultar em lesão corporal grave, e triplicada, se levar à morte do paciente.

A exigência de cheque-caução já é considerada irregular pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e por órgãos de defesa do consumidor. A mudança no Código Penal, no entanto, passa a considerar a prática criminosa.

A nova lei, que ainda deve receber regulamentação do governo, também proíbe a exigência de preenchimento de formulários antes da prestação do atendimento médico de urgência.

O projeto que deu origem à lei (PLC 34/2012), de autoria do Poder Executivo, foi aprovado no Senado no início deste mês. Segundo o relator da proposta na Casa, senador Humberto Costa (PT-PE), o objetivo é “priorizar a vida em vez de subordinar tudo ao lucro e ao ganho”.

Um dos casos que motivaram a iniciativa do governo federal foi a morte em janeiro de Duvanier Paiva, então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, depois de dois hospitais particulares de Brasília terem recusado atendimento a ele. Com sintomas de infarto, o servidor, de 56 anos, não teria sido atendido por não levar consigo um talão de cheques para oferecer a caução. Quando finalmente recebeu socorro, no terceiro hospital, seu quadro já era irreversível.

A nova lei obriga, ainda, os estabelecimentos de saúde com serviço de emergência a exibir, em lugar visível, a seguinte informação: “Constitui crime a exigência de cheque-caução, de nota promissória ou de qualquer garantia, bem como do preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial”.

Fonte: Agência Senado

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Jornalismo

[FOTOS] Funcionários protestam: "Varela Santiago pede socorro"

Foto: Luciano Rocha
Foto: Régis Neto

OS funcionários do Hospital Infantil Varela Santiago estão realizando um protesto em frente ao hospital, na avenida Deodoro da Fonseca.

Os funcionários tem o apoio de algumas das mães pedem mais estrutura, os repasses do Poder Público e a volta do médico Paulo Xavier. Da forma como anda, o hospital referência no atendimento pediátrico corre o risco de fechar as portas.

A coisa está realmente difícil no Varela Santiago.

Ah! Pra quem precisa utilizar a via no sentido Ribeira-Centro, é bom procurar uma via alternativa. O trânsito está temporariamente bloqueado na avenida por causa do protesto.

Foto: Richelli Araújo
Foto: Luciano Rocha

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Jornalismo

Walfredo Gurgel registra redução dos acidentes com moto no primeiro trimestre

A média diária de acidentes envolvendo motociclistas diminuiu no primeiro trimestre deste ano. É o que mostra o levantamento feito pelo setor de arquivo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). No período de janeiro a março foi registrada uma média diária de 17 eventos envolvendo motoqueiros. Em 2011 este número era de 22 acidentes por dia.

“Pode ser o resultado das novas medidas da Lei Seca”, diz o Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional do RN e ortopedista do HMWG, Julimar Nogueira de Queiroz Júnior. Ele alerta que ações como essa deveriam ser mais cobradas em todo o Rio Grande do Norte. “Estas leis são mais exigidas em cidades maiores, como Natal, por exemplo”.

A baixa, no entanto, não refletiu na urgência do atendimento aos acidentados. “Com relação à gravidade, não houve mudança significativa. Ainda chegam ao Walfredo Gurgel pacientes vitimas de trauma de grande energia cinética, graves e com ferimentos extensos”, afirma Julimar.

Um estudo realizado pelo cirurgião do HMWG, Haroldo Ferreira, em 2011, dá uma idéia de como a situação é preocupante. O levantamento aponta que no RN é registrado um óbito a cada três dias. O número supera, proporcionalmente, cidades como o Rio de Janeiro (onde ocorre uma morte a cada dois dias) e São Paulo (que registra 1,5 morte/dia).

De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de janeiro a setembro do ano passado, 25 mil ocorrências foram registradas nas estradas do país. No mesmo período, foram também identificados 18 mil feridos e 1.621 óbitos.

“Continuo acreditando que a principal mudança virá através da educação de base. A implantação de disciplinas voltadas para as leis do trânsito, direção defensiva e consequências da violência do trânsito, trarão mudanças reais. O problema é que estas medidas só surtirão efeito a médio e a longo prazo.  As punições: multas, pontuação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a implantação da Lei Seca, são importantes, porém, de curto prazo, e são pouco efetivas”, finaliza o ortopedista.

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Economia

Dia do Consumidor: cresce procura pelo Procon do Legislativo

Este ano o Dia Internacional do Consumidor, 15 de março, contará com um importante aliado: o Procon do Legislativo, instalado em dezembro e que já se consolidou como um importante órgão na defesa do consumidor potiguar.

A procura pelo órgão cresce a cada mês e deverá aumentar com a comemoração do Dia Internacional do Consumidor. “Realizamos uma média de cinco audiências diárias e de vinte atendimentos ao público. Já temos mais de cinquenta processos em andamento”, contabiliza o coordenador de Defesa do Consumidor Dary Dantas Filho. A maioria dos atendimentos são relacionados a telefonia móvel e fixa  e a planos de saúde. Para este ano, o PROCON do Legislativo planeja implantar um projeto de educação para o consumo em escolas públicas e privadas.

O tema consumo interessa a todos, pois consumidor é toda pessoa física (indivíduo) ou jurídica (empresa, associação ou qualquer outra entidade) que adquire um produto ou serviço para uso próprio. As empresas ou pessoas que produzem ou vendem produtos ou serviços são chamadas de fornecedores e tudo o que oferecem aos consumidores deve ser de qualidade, com um preço justo e que atenda àquilo a que se propõe. Esses direitos são garantidos pela Lei no 8.078, de 11/09/90, que criou o Código de Defesa do Consumidor, uma lei de ordem pública que estabelece direitos e obrigações de consumidores e fornecedores, para evitar que os consumidores sofram prejuízo.

O PROCON do Legislativo funciona na Rua Jundiaí, 481, em Tirol e atende ao público das 8h às 12h. É possível ainda tirar dúvidas pelos telefones 3232-2675 e 3232-2706.

Leia abaixo algumas dicas para comprar conscientemente

1) Não gaste mais do que ganha

2) Saiba quanto gasta

3) Exija comprovante fiscal na hora da compra

4) Conheça seus direitos, leia o Código de Defesa do Consumidor

5) Controle seu orçamento

6) Não compre por impulso

7) Compre sempre à vista

8) Controle a validade e a qualidade dos produtos

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Jornalismo

Prefeitura garante continuidade da UPA Pajuçara

A Prefeitura do Natal realizou na tarde de ontem (23) o repasse para o pagamento dos salários atrasados dos funcionários da UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Pajuçara. Com isso, está descartada a possibilidade de greve de servidores que vinha sendo cogitada pelos sindicatos dos profissionais da saúde.

Nesta sexta-feira (24), mesmo com a unidade funcionando com toda sua escala médica e dos demais profissionais de saúde completas, os sindicatos realizaram uma movimentação em frente à UPA para reivindicar a pagamento dos atrasados e mais segurança no local, já que a unidade sofreu duas tentativas de assalto este ano. O movimento foi simbólico, tendo em vista que as duas reivindicações já estavam sendo atendidas.   “Ontem mesmo o sindicato foi informado do repasse da Prefeitura para a Associação Marca que espera a compensação do pagamento até o final da tarde de hoje para efetuar os depósitos dos servidores. Como se trata de movimentação bancária, até segunda-feira os salários estarão nas contas”, adiantou o diretor médico da UPA, Danton Novaes.

Com mais de um ano de funcionamento, esta foi a primeira vez que ocorreu atraso no pagamento dos salários dos servidores da UPA. A explicação foi o fechamento do orçamento de 2011 e a espera da abertura do orçamento municipal de 2012 quando o Executivo poderia fazer os repasses à Organização Social que administra a UPA Pajuçara.

“Foi um fato atípico e isso não compromete de forma alguma a credibilidade da UPA e a qualidade dos nossos serviços à população. Em 2011, UPA realizou mais de 130 mil atendimentos, cerca de 350 atendimentos por dia em urgência e emergência. O serviço é aprovado pelos usuários que não só confiam no atendimento, como reconhecem sua eficiência”, destaca a superintendente da OS em Natal, Gicele Giacomimi.

“A prioridade da UPA é prestar assistência médica de urgência e emergência de até média complexidade, e ainda damos os primeiros atendimentos nos casos de maior gravidade, estabilizando o paciente para que ele possa ser encaminhado ao hospital de referência. Adotamos o modelo de classificação de risco que prioriza o atendimento aos usuários com estado de saúde mais grave”, explica Dr. Danton.

A questão da segurança na UPA também já foi resolvida. Além da segurança privada mantida na unidade, a Guarda Municipal de Natal foi escalada para reforçar e proteger a UPA e desde ontem mantém guardas no local, com escalas que vão garantir segurança 24 horas.

Atendimento Normal

Apesar da divulgação de uma paralisação da unidade por parte de alguns meios de comunicação, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pajuçara está com atendimento normal nesta sexta-feira. O quadro de funcionários, composto por três médicos clínicos gerais, pediatra, enfermeiros e técnicos em Enfermagem, está completo. Entre 0h e 10h30 da manhã de hoje, foram feitos 69 atendimentos médicos e 91 classificações de risco, procedimento que antecede a entrada ao consultório médico e determina a prioridade de cada caso. O ato de protesto organizado pelos sindicatos ocorreu das 8h às 10h e não prejudicou o atendimento.

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Finanças

Hospital do Coração suspende neurocirurgia para pacientes do SUS por falta de reajuste

Desde o 1º de fevereiro o Hospital do Coração de Natal suspendeu os serviços de neurocirurgia para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A atitude se deu após oito meses de negociação entre a direção do Hospital e os gestores estaduais e municipais do SUS, na tentativa de esclarecer que o valor pago pela diária da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) era incompatível com os custos crescentes e com o aumento do salário mínimo, em janeiro de 2012. A tabela de pagamento não é reajustada desde 2008, tornando inviável manter os serviços de neurocirurgia para o SUS.

Há nove anos o Hospital do Coração realizava neurocirurgias para os usuários do SUS, chegando a fazer, em média, 50 cirurgias por mês. O serviço constituído por uma equipe de cinco neurocirurgiões, coordenado pelo médico Eduardo Ernesto Pelinca, foi implantado no final de 2002 e desde 2003 recebeu o credenciamento do SUS, incluindo procedimentos de alta complexidade (embolização de aneurismas cerebrais, má formações arteriovenosas e tumores).

As UTIs do Hospital do Coração são dotadas de uma excelente infraestrutura, com boxes individualizados, refrigeração central com controle individualizado de temperatura e filtros antibacterianos, equipamentos de alta tecnologia, recursos humanos qualificados e especializados na prática da Terapia Intensiva.

O serviço de neurocirurgia do Hospital do Coração respondia por mais de 90% do atendimento dos casos cirúrgicos de doenças vasculares cerebrais aos pacientes do SUS, com o mesmo padrão de qualidade dos usuários de convênios e particulares. Esse serviço permitiu que o Hospital recebesse pacientes da região Norte e estados vizinhos, tornando-se assim uma referência no Norte/Nordeste, nesse segmento. Para o médico Eduardo Ernesto a suspensão das cirurgias é lamentável. “O serviço de Neurocirurgia Geral do Hospital do Coração é um exemplo de eficácia. A parceria público-privada era de grande importância, pois disponibilizava um atendimento de alta qualidade, em instalações confortáveis e tratamento humanizado”, concluiu o médico.

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Denúncia

Médica de plantão se nega a atender criança com braço quebrado em Barra de Maxaranguape

A leitora Eva Sanches, 34,  denunciou a este blog que precisou do atendimento médico do posto de Barra de Maxaranguape, litoral potiguar, para socorrer seu filho que havia quebrado o braço e a médica de plantão se recusou a prestar os primeiros socorros à criança.

O fato aconteceu por volta das 18h30 do dia 1º de janeiro.

Assim que chegou a unidade de saúde de Barra de Maranguape a leitora foi informada pelas funcionárias do Posto de que precisaria ficar pedindo a médica para ser atendida.

Mesmo questionando a necessidade do procedimento por se tratar de um serviço de saúde pública e universal, em virtude da dor que seu filho sentia, bateu na porta da plantonista várias vezes solicitando a consulta.

Foram mais de cinco pedidos. No último, para tentar sensibilizar a  médica, que seu filho fosse a sala da médica, que não abriu a porta.

Não obteve sucesso, esperou mais de 1h no posto de saúde e não foi conseguiu enfaixar o braço quebrado do seu filho.Teve que vir para Natal.

Pela manhã, este blog procurou a secretaria de saúde de Maxaranguape, mas o telefone só fez chamar. Tentou o celular do secretariode saúde do município Wendel, mas estava fora de área.

Opinião dos leitores

  1. Barra de maxaranguape sempre foi assim. Isso nao seria so com a saude
    Pagamos iptu,e sae que um empresa de agua e no verao sempre falta agua nas casas .
    Absurdo

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Jornalismo

Após liberarem 820 mil vistos em 2011para Brasileiros, EUA vai dobrar pessoal nos consulados para atendimento

As autoridades dos Estados Unidos processaram 820 mil solicitações de vistos para brasileiros no ano fiscal de 2011 e, para responder à crescente demanda, desdobrará mais atendentes em seus consulados no Brasil, informou nesta quarta-feira o Departamento de Estado americano.

Em comunicado, a instituição indica que o número de solicitações cresceu 42% sobre 2010. Por isso, disponibilizará mais funcionários temporários na embaixada americana em Brasília e em seus consulados em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, para processar “um extraordinário número de solicitações de vistos”.

O Departamento de Estado dobrará seu pessoal no Brasil ao longo de 2012, acrescentando cerca de 50 novos empregados. Com a contratação de novos funcionários, a missão diplomática no Brasil reduziu o tempo de espera média para entrevistas para menos de 50 dias. A redução é uma prioridade do governo americano, que procura “encorajar um maior número de brasileiros a visitarem os EUA, o principal destino de visitantes de todo o mundo”.

O Departamento de Estado assinalou que Estados Unidos e Brasil, além de serem as maiores economias e democracias do continente americano, “compartilham uma das relações comerciais e econômicas mais importantes do mundo”. Segundo o Departamento de Comércio, mais de 1,2 milhão de brasileiros visitaram os EUA em 2010, deixando US$ 6 bilhões no país.

(Com agência EFE)

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