Esporte

Jogador brasileiro ganha quatro salários mínimos por mês em média; apenas 3% dos atletas profissionais ganham mais de R$ 51 mil

Era o final de abril e Kauê Ramos Ceccacci já estava preocupado em saber onde estará em 2019. Seu contrato com a Portuguesa Santista, clube paulista que subiu neste ano para a Séria A2 do Paulista, a segunda divisão estadual, acabará em dezembro.

Ele tem tamanho senso de urgência porque, aos 23 anos, não acredita ter pouca idade para o futebol profissional.

“Eu estou jovem? Você acha? Não estou tão jovem assim, não. Preciso correr atrás”, afirma o jogador.

Nascido em Santos, a 73 km de São Paulo, Kauê é o representante típico do jogador de futebol no Brasil.

Pesquisa feita pela Folha com os registros de atletas profissionais no Ministério do Trabalho em 2016
—últimos dados disponíveis— mostra que a síntese do jogador brasileiro é alguém de 23 anos, com contrato há 12 meses, e que recebe R$ 3.653 por mês, pouco mais de quatro salários mínimos naquele ano (R$ 880). O valor é equivalente à renda familiar de uma família de classe média.

Em todos os critérios, Kauê Ramos se encaixa. Em outros, mais subjetivos, também. Ele mesmo reconhece querer o que dez entre dez jogadores de futebol do país almejam: fama, fortuna e se transferir para o futebol europeu.

“As crianças que começam no futebol hoje em dia pensam isso mesmo. É o que aparece na TV”, completa.
É uma responsabilidade que ele carrega desde cedo. Por causa do talento nas quadras de futsal, ganhou bolsa integral para estudar em uma das mais caras escolas particulares da Baixada Santista.

Tinha de jogar bem para se manter. Como quando, aos 17 anos, decidiu largar o futsal para se dedicar ao campo.

“Cheguei à conclusão de que um jogador de futebol de campo médio ganha salário bem maior do que quem pratica futsal, mesmo que seja um nome top do esporte”, afirma.

Por enquanto, o salário de Kauê (e da média dos seus colegas de profissão) está bem longe do pago pelas principais equipes da Séria A do Campeonato Brasileiro. No Flamengo, o peruano Paolo Guerrero, atualmente afastado por doping, recebe aproximadamente R$ 800 mil mensais.

A pesquisa aponta que 1% dos atletas de maiores vencimentos ganham mais do que os 78% mais pobres. O salário médio do atleta de futebol no Brasil é inferior ao de um técnico de fabricação de margarina (R$ 3.656) e pouco superior ao do despachante documentalista (R$ 3.652,50).

“A imagem que o público em geral tem do jogador é totalmente distorcida pelo que acontece nos grandes clubes. A situação dos atletas de grandes clubes paulistas, como Corinthians, São Paulo e Palmeiras, é muito diferente do que se vê no interior. Não tem comparação”, afirma Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo.

O número de jogadores de futebol no país em 2016 era de 12.880 e se manteve estável em relação aos dois anos anteriores. Cerca de 8.000 deles estão concentrados em São Paulo.

Há dois estados que não têm nenhum atleta registrado no Ministério do Trabalho: Roraima e Amapá.

“O jogador no Brasil dificilmente tem estabilidade e não consegue um contrato longo, de três ou mais anos. Eu ainda tenho a sorte de estar em São Paulo. Disputei a Série A3, que tem mais visibilidade do que vários estaduais de primeira divisão”, analisa Kauê Ramos.

Mais importante do que isso, recebe os salários em dia. “Conheço muita gente que não tem a mesma sorte”, completa o meia-atacante.

Esse é um dado que a estatística não consegue mostrar e que o ex-jogador da seleção Mauro Silva, vice-presidente de integração da FPF (Federação Paulista de Futebol), vê todas as semanas.

Ele visita os clubes do estado para conversar com os jogadores em nome da entidade. Busca saber a situação profissional de cada um e resolver os problemas financeiros com as agremiações.

“Como todo profissional, o jogador tem compromissos no final do mês e precisa pagar. Isso é o básico, ter o salário em dia”, disse em entrevista à Folha em agosto de 2017.

Não está nas estatísticas porque não é mensurável, mas mesmo aos 23 anos, uma idade que ele mesmo não considera baixa para jogador de futebol, Kauê sonha muito alto.

O espelho dele é o patamar em que Neymar, maior nome do futebol brasileiro, chegou.

“Eu vejo o sucesso do Neymar… É isso o que a gente almeja. O futebol é um projeto de vida, também para ajudar as pessoas como ele fez, ao abrir um instituto [Instituto Neymar Jr, em Praia Grande] para cuidar de crianças da região”, afirma o jogador que, sem empresário, busca sozinho em sua rede de contatos uma oportunidade para a próxima temporada, que só começa daqui a sete meses.

Folha de São Paulo

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Diversos

Paulo Coelho assina contrato de US$ 1,5 milhão para série baseada em seus livros

BISSON BERNARD/JDD/SIPA / BISSON BERNARD/JDD/SIPA

 

Todos os meses, propostas de adaptação de livros para a televisão chegam aos agentes de Paulo Coelho. Elas são tão numerosas que o escritor perdeu a conta de quantas recusou até hoje.

— Entre as que aparecem regularmente, pelo menos uma é séria. Outras tantas trazem “ofertas irrecusáveis”. Mas a grande parte é tão fraca que nem merece ser avaliada — conta ele, por telefone, de sua casa em Genebra, onde vive há oito anos com a mulher, a artista plástica Christina Oiticica.

Todos esses acenos passam por rigorosa filtragem. A maioria nem alcança o escritor, já que ele, seus representantes sabem, diria “não” a priori. Tem sido assim desde sempre. Até que uma associação da FremantleMedia North America, da Random House Studio e da Dancing Ledge Productions conseguiu furar esse bloqueio férreo. Depois de seis meses de intensas conversas, Paulo negociou três de suas obras. O contrato (“tão cheio de detalhes que você não imagina”) foi assinado há 20 dias.

Reportagem completa de O Globo aqui

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Diversos

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): RN tem a menor taxa de endividamento das receitas entre os estados brasileiros

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgou nesta semana os dados de endividamento entre os estados do país, de acordo com levantamento realizado no final do ano passado, e destacou os estados do Rio Grande do Norte e de Roraima com o menor endividamento entre as unidades federativas, com 0,27% da Receita Corrente Líquida comprometida com dívidas. Em resumo, as dívidas potiguares são basicamente aquelas com o Banco Mundial, relacionadas a programas de desenvolvimento do estado.

Conforme o estudo, as dívidas estaduais atingiram R$ 790 bilhões – distribuindo-se de modo “muito desigual” entre os estados. Os maiores devedores são os do Sul e Sudeste.

O bom resultado, segundo a Secretaria de Tributação do RN, deve ser destacado, principalmente, se for considerado que o estado usou recursos próprios e não comprometeu as finanças com juros bancários.

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Diversos

HOP MUNDI: Empresário Cyro Cavalcanti Neto transforma hobby de cervejas caseiras em negócio

O administrador e empresário Cyro Cavalcanti Neto, conhecido no segmento de distribuição de autopeças, amante da cervejas artesanais, resolveu transformar o seu hobby em negócio, e abriu nessa quarta-feira(02) a cervejaria Hop Mundi, com seu conceito focado em viagens, experiências e lugares do mundo.

“Comecei como hobby a fazer cervejas caseiras há 6 anos. Com o tempo, o hobby foi ganhando espaço e eu comecei a me interessar mais pelo mundo da cerveja. Como cervejeiro caseiro ganhei várias medalhas em concursos regionais e nacionais. Esse ano resolvi transformar o hobby em um negócio e abrir a cervejaria”, disse.

Cyro Cavalcanti Neto destaca que todos os rótulos são nomes ou alusões a cidades do mundo que visitou. “Tento reproduzir algo que lembre alguma experiência que vivenciei naquela cidade. A ideia da cervejaria é essa, proporcionar uma viagem, uma experiência diferente”, revelou.

A cervejaria Hop Mundi não terá atendimento físico. As cervejas serão comercializadas em bares e restaurantes somente, com pontos de venda. O empresário ainda destaca que serão 4 rótulos fixos de cerveja:

Genipabu – American IPA
Gaudí – Blond Ale
Liberty – American Amber Ale
Coliseu – Witbier

“Na próxima semana, estará à venda o primeiro rótulo: a (Genipabu). Com mais alguns dias chega a segunda, a(Gaudí). E assim por diante”, contou. E as novidades não param por aí. Confira após fotos.

Além dos rótulos fixos da cervejaria, Cyro Cavalcanti Neto diz que sua cervejaria dispõe de um clube de assinatura chamado HopMundi Experience, onde o membro parga um valor por mês e recebe em casa um rótulo diferente. “Essa cerveja é exclusiva para os membros do clube. São cervejas diferentes, novidades e experiências nossas. O clube tem capacidade para até 200 pessoas”, falou o empresário.

Além disso, estarão disponíveis as cervejas sazonais, acompanhadas das receitas mais premiadas ou melhor avaliadas do clube. Essas cervejas chegarão ao mercado somente em forma de chopp e em uma única vez. Acabando aquela produção, a próxima sazonal já é de um outro estilo.

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Judiciário

Tribunal de Justiça instala um dos mais modernos datacenters da Justiça brasileira

Obra está em andamento e representa investimento de R$ 4,2 milhões em equipamentos para dar segurança ao processamento de dados do TJRN

Com o objetivo de proporcionar maior segurança ao trâmite de informações processuais, com base na implantação do PJe e fim dos processos físicos, beneficiando o trabalho de magistrados, servidores e advogados, além da população, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte está construindo o seu novo datacenter. A unidade está sendo instalada na Escola da Magistratura (Esmarn) e deve ser inaugurada pelo presidente do TJRN, desembargador Expedito Ferreira, em 7 de setembro. É uma das maiores iniciativas da atual gestão do Tribunal e representa um investimento total de R$ 4,2 milhões.

“Todos os esforços estão sendo feitos para dotar a área de TI do Tribunal de Justiça com o que há de melhor neste segmento tecnológico, desde o computador de mesa para atualizar instrumentalmente o trabalho de magistrados e servidores, até os mais complexos sistemas, e não poderia ser diferente em relação à estrutura de datacenter, para oferecer segurança ao gerenciamento de dados em um Judiciário que recebe uma quantidade cada vez maior de processos a cada ano”, ressalta o presidente da Corte Estadual de Justiça.

Com este investimento, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte terá um dos dez mais bem equipados centros de processamento de dados entre os tribunais estaduais. E um dos três do Brasil em evolução tecnológica, na categoria justiça estadual. A instalação do projeto já começou e deve ser concluída em 150 dias. O Tribunal saltará de uma sala de processamento de dados atual de 9m², situada no prédio sede do Poder Judiciário, para um centro de processamento de dados com 29m², somente de datacenter, e com área de 100 metros quadrados, incluindo equipamentos de suporte como grupo moto gerador, nobreaks de grande porte e subestação abrigada. Isto garantirá o fornecimento permanente de energia ao setor, que não terá o funcionamento prejudicado por eventuais quedas no fornecimento de energia elétrica. Com os equipamentos adquiridos, a sala estará sempre disponível.

Somente a sala propriamente dita desta central terá 29 metros quadrados de área. A unidade terá tamanho suficiente para comportar os serviços de tecnologia de hoje e dos próximos cinco anos, pelo menos. O projeto foi concebido para longo prazo. Uma das características das instalações é que caso haja necessidade, os equipamentos poderão ser transportados para outro ambiente. Por exemplo, a futura sede própria do TJRN, que está sendo erguida no bairro de Nazaré, zona oeste de Natal. “Toda a estrutura do novo datacenter possuirá as duas certificações internacionais, em ramos como prevenção à incêndio a incêndio, desabamento e alagamento, entre outras garantias. Todo o ambiente será monitorada à distância e os gestores da Setic receberão sempre, se for o caso, alertas proativos para ação imediata para correção de eventuais problemas”, destaca o secretário de Tecnologia da Informação do TJ, Gerânio Gomes.

Na hipótese de faltar energia na cidade, a unidade terá capacidade de permanecer funcionando e garantir a disponibilidade do sistema. Fatores naturais como chuvas e raios também não deverão afetar o centro de processamento de dados, projetado para não sofrer consequências por essas e outras intempéries. A sala também será a prova de aquecimento.

Unidade anterior continuará funcionando

O Tribunal realiza um dos maiores empreendimentos estruturais do biênio 2017-2018, contemplando uma necessidade crescente em quase duas décadas. “O TJ não fazia um investimento desta dimensão desde 2001, quando adquiriu e instalou o datacenter que atende ao Poder Judiciário potiguar desde então”, resume Gerânio Gomes. Se o volume de processos cresce a cada ano, o trânsito de dados aumenta ainda mais. A informatização tem um ritmo intenso e sem retorno.

“Temos um excelente datacenter, mas que possui o tamanho da época para a qual foi adquirido e projetado”, salienta o secretário. A estrutura existente cumpriu seu papel mas as transformações tecnológicas de lá para cá exigem um aparato que suporte a demanda de dados e informações produzidos pela própria Justiça Estadual. A sala antiga não será desativada. Passará a ter as funções de espelho da nova unidade mais moderna e servirá para situações de contingência.

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Polícia

Dois são assassinados a tiros na Zona Norte de Natal

A Polícia registrou na noite dessa quinta-feira(03), por volta de 21h, a morte a tiros de dois homens no bairro Potengi, na Travessa Ilha Trindade, no conjunto Soledade II, na Zona Norte de Natal. As vítimas conversavam em via pública no momento em que foram executadas. Segundo a Polícia, as vítimas tinham 22 e 32 anos.

 

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Economia

Petrobras aumenta os preços da gasolina e do diesel

A Petrobras promoveu nessa quinta-feira (3) uma alta de 2,51% no preço do diesel e de 1,12% no preço de gasolina comercializados nas refinarias.

Segundo a empresa, o preço do diesel A nas refinarias passará de R$ 2,0535 hoje para R$ 2,1051 amanhã (4) – o que representa aumento de 2,51%. Já o preço da gasolina A nas refinarias passará de R$ 1,7893 o litro para R$ 1,8095, no mesmo período.

Em março, a empresa mudou sua forma de anunciar reajustes, e passou a informar os preços do litro da gasolina e do diesel vendidos pela companhia nas refinarias – e não mais os percentuais de reajuste.

A Petrobras adota novo formato na política de ajuste de preços desde 3 de julho. Pela nova metodologia anunciada, os reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente.

Desde o início da nova metodologia, o preço da gasolina acumula alta de 37,74% e, o do diesel, valorização de 41,46%.

Com informações do Valor

Opinião dos leitores

  1. Absurdo isso. Como alguém não pode fazer nada a respeito? Cadê a indignação popular? Quando aumenta R$ 0,01 da passagem, querem quebrar tudo!

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Esporte

Cresce desinteresse do brasileiro por futebol, aponta Datafolha

Torcedor do Inter tira foto durante jogo do Campeonato Brasileiro – 15.abr.2018 – Dudu Contursi/Raw Image/Folhapress

O número de brasileiros que dizem não ter interesse nenhum por futebol cresceu consideravelmente nos últimos oito anos.

Em pesquisa Datafolha realizada de 29 a 30 de janeiro de 2018, 41% dos entrevistados disseram não ter interesse por futebol. O índice é dez pontos percentuais maior que o de pesquisa realizada em abril de 2010, a última que abordou esse tema.

O aumento daqueles que disseram não mostrar nenhum interesse pelo esporte foi acompanhado por quedas nas porcentagens de pessoas que dizem ter grande interesse (de 32% para 26%) e pequeno interesse (de 16% para 9%) pela modalidade.

O número de pessoas que dizem ter médio interesse por futebol apenas variou dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos (de 22% para 23%).

O interesse é menor entre as mulheres: 56% das entrevistadas disseram não ter interesse em futebol. Entre os homens, o índice foi de 24%.

A pesquisa também mostrou que o futebol, pelo menos atualmente, não é o esporte das massas. As pessoas com menor poder aquisitivo, mais numerosas no país, são as que mostraram ter menos interesse no esporte.

Os mais pobres, representados na pesquisa nas faixas dos que têm renda familiar de até dois salários mínimos ou de dois a cinco salários mínimos, são os que apresentam maior porcentagem de desinteressados por futebol (45% e 37%, respectivamente).

Nem a Copa do Mundo da Rússia parece animar os brasileiros. Assim como na pesquisa sobre o futebol em geral, o número de interessados no Mundial caiu.

Comparando com pesquisa realizada em dezembro de 2009 –a última que mais se aproxima do período em que foi realizado o levantamento atual– a porcentagem de entrevistados que declararam não ter interesse no Mundial subiu de 18% para 42%.

FORA DO ESTÁDIO

O desinteresse dos brasileiros por futebol também se reflete no número de pessoas que dizem ir aos estádios e que praticam a modalidade.

Apenas um quinto (20%) dos entrevistados na pesquisa Datafolha disse ir regulamente aos estádios brasileiros para ver partidas de futebol. Índice idêntico ao de pessoas que dizem jogar regularmente.

Novamente, os homens, principalmente os mais ricos, são os que mostram mais interesse, indo mais aos estádios e praticando mais o esporte.

Apenas 4% das mulheres entrevistadas disseram jogar futebol regularmente. Entre os homens o número foi de 38%.

Já em relação à frequência nas arenas brasileiras, o público feminino tem representação mais significativa. Doze por cento das mulheres entrevistadas disseram ir a estádios de futebol regularmente. Entre os homens, 29% disseram que costumam ir a estádios.

O Datafolha entrevistou 2.826 pessoas em 174 municípios para a pesquisa.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Graças a Deus que está trazendo a tona toda a corrupção que estava entranhada nesse país a bíblia diz nada há encoberto que não venha ser revelado deus é quem está trazendo o juízo sobre o Brasil e não serjio moro apoio ele mas a glória é para deus somente

  2. Parece que finalmente o povo brasileiro está saindo da letargia causada pelo futebol e abrindo o olho para as falcatruas nacionais. Tudo Graças a Moro, aos procuradores federais e à PF.

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Diversos

Data para prestação de contas do Executivo é alterada com emenda à Lei Orgânica

Fotos: Marcelo Barroso

Os vereadores de Natal aprovaram na Sessão Ordinária dessa quinta-feira (3) projeto de emenda à Lei Orgânica Municipal, alterando para 30 de abril o prazo para o Executivo encaminhar a prestação de contas do exercício anterior à Câmara. Atualmente a lei determina que seja até 30 de março. Aprovaram ainda a criação do projeto “Bengala Verde” e o Dia Municipal do Veterinário.

A emenda, proposta pelo presidente da Casa vereador Raniere Barbosa (Avante), à Lei Orgânica altera o artigo 47 e alinha com a União e o Estado a data de prestação de contas do município. “Estamos fazendo a paridade de acordo com o que a Constituição prevê para o Estado e para a União, estendendo o prazo até 30 de abril e dando mais tempo hábil para o Município prestar contas”, explicou Raniere.

Na sessão, também foi aprovado o Projeto de Lei 154/17 da vereadora Carla Dickson (PROS), subscrito pelos vereadores Cícero Martins (PSL) e Franklin Capistrano (PSB). A matéria institui o projeto “Bengala Verde” para identificar pessoas com baixa visão no município, inclusive, por meio de campanhas sobre as doenças degenerativas da retina. “Além de estimular o uso da bengala verde, chama a atenção para identificar aqueles com visão subnormal que conseguem enxergar, mas têm problemas com a visão e provavelmente só conseguem enxergar de perto”, pontuou a vereadora Carla Dickson.

Além deste projeto, ficou instituído o dia 9 de setembro como Dia Municipal do Médico Veterinário, através do Projeto de Lei 199/17 de autoria de Sandro Pimentel (PSOL). “São médicos que cuidam de animais e esse dia traz a importância de valorizar e reconhecer esses profissionais que também cuidam de vidas e vidas que precisam de proteção”, ressaltou o autor.

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Diversos

Novo Cadastro Nacional de Adoção começa a ser testado

O novo Cadastro Nacional de Adoção (CNA), desenvolvido pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), terá a sua primeira fase de testes nas comarcas de Cariacica e Colatina (ES), a partir deste mês. Terminada a fase de testes, o Cadastro estará em condições de ser adotado gradativamente nas Varas de Infância e Juventude de todo o País.

As mudanças no CNA foram feitas a partir de propostas aprovadas por servidores e magistrados das Varas de Infância que participaram de cinco workshops realizados pela Corregedoria Nacional de Justiça em diversas regiões do País, em 2017.

Os eventos para discutir o aperfeiçoamento do cadastro ocorreram em Maceió/AL, Rio de Janeiro/RJ, Belém/PA, Curitiba/PR e Brasília/DF. Mais de nove mil adoções foram realizadas por intermédio do CNA no Brasil, desde que o cadastro foi criado pelo CNJ em 2008. Pelo cadastro, as varas de infância passaram a se comunicar com facilidade, possibilitando as adoções interestaduais.

Até então, quando não havia um pretendente na região, as adoções das crianças dependiam da busca manual realizada pelas varas de infância para conseguir uma família.Atualmente, há 43.713 pretendentes habilitados à adoção no cadastro, e 8.649 crianças e adolescentes à espera de uma família.

Pelo menos cinco TJs – dos Estados de Rondônia, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Bahia – têm equipes específicas para implementar as mudanças propostas pelos magistrados da área da infância. O cadastro regional desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) – chamado Sistema de Informação e Gerência da Adoção (SIGA) – foi escolhido como modelo para desenvolvimento do novo CNA, por já conter a maioria das mudanças propostas pelos magistrados.

De acordo com a juíza auxiliar da Corregedoria Sandra Silvestre Torres – que preside o Grupo de Trabalho instituído para o aperfeiçoamento do CNA-, além do sistema capixaba, há outros dois cadastros de âmbito estadual que são considerados como modelo no País: o do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e o desenvolvido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

O que todos têm em comum é a articulação do cadastro de adoção com o cadastro de crianças em situação de acolhimento institucional: a integração entre esses dois sistemas é uma das principais novidades do novo CNA. Outra mudança é a possibilidade de incluir fotos, vídeos, cartas, desenhos e outros documentos das crianças disponíveis para adoção.

“A Vara poderá autorizar a abertura de fotos e documentos ao pretendente caso avalie que isso pode ser um facilitador de aproximação, ou que vá ampliar o perfil de criança escolhido”, diz Sandra Silvestre.

Atenção à criança, rapidez e transparência

De acordo com a juíza Sandra, o objetivo do novo CNA é colocar sempre a criança como sujeito principal, para que se permita a busca de uma família para ela, e não o contrário. Uma das medidas que corroboram essa intenção é a emissão de alertas em caso de demora no cumprimento de prazos processuais que envolvem essas crianças.

A Corregedoria Nacional de Justiça também receberá os dados em relação ás crianças que, mesmo após a guarda familiar destituída, não conseguiram uma família. “Esses dados podem fundamentar políticas públicas para incentivar a adoção”, diz a juíza Sandra.

Atualmente, os pretendentes à adoção não têm uma interação com o cadastro, pois só podem acessar os dados estatísticos consolidados. No novo CNA eles terão acesso por login e senha, com a possibilidade de alterar dados.

Algumas atualizações, como uma mudança de endereço, poderão ser feitas de forma automática, enquanto outras, como uma ampliação no perfil buscado da criança, estarão sujeitas a uma nova entrevista na Vara de Infância.

“O objetivo é um cadastro dinâmico e transparente”, diz Sandra Silvestre Torres.O novo CNA será implantado em todo o País por meio de provimentos da Corregedoria Nacional de Justiça, e o CNJ deverá organizar o treinamento dos servidores e magistrados para operar o sistema. A capacitação não se dará apenas na fase de implantação, mas por oficinas permanentes e assessoria técnica prestada pelo CNJ aos tribunais.

* Com informações da Agência CNJ de Notícias

 

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Segurança

Operação da Polícia Civil prende mais de 53 envolvidos por crimes em todo o Estado

A Polícia Civil deflagrou em todo o Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira (03), a Operação Xerife, uma ação integrada da Polícia Civil, que envolveu o trabalho de delegacias da Grande Natal e do interior do Estado, tendo como resultado parcial a prisão de mais de 50 suspeitos, que foram detidos mediante o cumprimento de mandados de prisão, prisões em flagrante e três adolescentes apreendidos.

A Operação Xerife é a segunda fase da Operação Knock Down, realizada em março. O nome desta operação é uma homenagem para o delegado aposentado Maurílio Pinto de Medeiros, que tem serviços prestados a Segurança Pública do Rio Grande do Norte.

Participaram da Operação as equipes da 2ª, 6ª, 7º, 8ª, 10º e 14ª Delegacia de Polícia Civil de Natal, Delegacia Especializada em Capturas (DECAP), Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur), Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD), Delegacia Especializada em Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov), Delegacia Especializada em Narcóticos (DENARC), 1ª e 2ª Delegacia de Polícia Civil de Parnamirim; e as Delegacias Municipais de Assú; Caicó; Ceará Mirim; João Câmara; Jucurutu; Monte Alegre; Nova Cruz; Parelhas; Pau dos Ferros; São José de Mipibu; São Gonçalo do Amarante; São Pedro e Poço Branco.

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Judiciário

Henrique Alves será solto às vésperas de cumprir 11 meses de prisão

Henrique Alves
Foto Ailton de Freitas

 

O desembargador Ney Bello concedeu habeas corpus para o ex-deputado Henrique Eduardo Alves.

Como havia um outro mandado de prisão contra ele no Rio Grande do Norte, ele, na prática, segue para prisão domiciliar.

Para soltá-lo, Bello proibiu-o de manter contato com outros investigados, de manter atividade política e solicitou a entrega do passaporte.

Henrique, ex-ministro e ex-presidente da Câmara, estava preso desde o dia 06 junho do ano passado quando foi deflagrada a operação Manus e deixará a academia nesta sexta-feira. Neste domingo completaria 11 meses da prisão de Alves.

Opinião dos leitores

  1. Já era para está solto a muito tempo, vamos a luta Henrique, estamos do seu lado

  2. Dizer que o crime não compensa é uma balela, é só vê o caso desse individuo ficou rico sem nunca trabalhar. Quanto foi que ele DEVOLVEU do que surrupiou do povo?

  3. por isso aqui é o país da corrupção. Agora vai ficar em um apartamento de 2 milhões de reais comprado com dinheiro roubado e rindo da cara de todo mundo. Alguém aí ainda acredita que essa mer.da de país ainda tem jeito?

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Economia

Alta do dólar é sinal de que recuperação brasileira não é tão sólida, diz economista

recente desvalorização do real é uma “reação retardada” do mercado ao reconhecimento de que a recuperação brasileira não é tão sólida quanto aparentava e à percepção de que o impacto de conflitos comerciais entre EUA, China e União Europeia poderão ser maiores do que o esperado, avalia a economista e colunista do Estado, Monica de Bolle.

No dia 1º de julho, ela se tornará a primeira brasileira a assumir a chefia dos Programas de América Latina e de Mercados Emergentes da Escola de Estudos Internacionais Avançados (SAIS, na sigla em inglês) da Universidade Johns Hopkins, uma das melhores dos EUA.

Em sua avaliação, a situação no Brasil é agravada pela expectativa de alta da taxa de juros americana e pela grande incerteza em torno do cenário eleitoral brasileiro, que impede qualquer projeção sobre o que acontecerá em outubro, afirmou. O cenário indica que a atual turbulência deve permanecer pelos próximos meses. “A tendência é que os problemas fiscais continuem até que alguém os resolva e que os problemas externos também continuem até que a administração Donald Trump mude de ideia. E, por enquanto não vejo sua administração mudar de ideia”, disse De Bolle, que continuará no Peterson Institute for International Economics.

Apesar de cada país da região ter problemas específicos, a economista afirmou que um traço comum explica as baixas taxas de crescimento registradas desde a queda do preço das commodities: “Salvo talvez o Chile, a América Latina é uma região de reformas truncadas. A região passou o último meio século tentando fazer reformas, sem conseguir concluí-las.”

A crise atual na Argentina é motivada em parte pela incerteza em relação ao futuro de reformas, entre as quais a da Previdência, avaliou. “Os argentinos estão  começando a ficar cansados do gradualismo. Eles querem ver resultados rápidos e os resultados não estão vindo ou estão vindo de forma lenta”, observou. Segundo ela, o presidente Mauricio Macri avançou muito na agenda de reformas, mas é grande a lista das que não foram implementadas.

No próximo ano, ele enfrentará uma eleição “complicada”, na qual será pressionado por resultados. Apesar da turbulência atual, De Bolle não acredita que o país vizinho enfrentará uma crise semelhante à de 2001, quando declarou uma das maiores moratórias da história. A principal razão de sua avaliação é o fato de que o grau de endividamento público do país é muito menor hoje do que há quase duas décadas.

“O problema que está no horizonte é para que lado a Argentina vai em 2019: vai para o lado da continuidade das reformas, que são difíceis, são lentas e não trazem resultados imediatos –o que seria a reeleição do Macri- ou vai truncar tudo e vai para outro caminho?”, perguntou.

De Bolle discorda da avaliação de que o Brasil e outros exportadores de commodities da região poderão se beneficiar de uma eventual guerra comercial ampla entre os EUA, China e União Europeia. Apesar de alguns setores serem favorecidos, como os exportadores de soja, o impacto líquido seria negativo. “É difícil ver ganhos para a região.”

A União Europeia não deverá aceitar quotas para importação de aço e alumínio propostaspelos EUA e há uma grande chance de retaliação, com imposição de tarifas sobre produtos americanos. A China também não cederá à pressão dosEUA para abandonar o Made in China 2025, um ambicioso plano de desenvolvimento tecnológico que está no centro da estratégia do país para os próximos dez anos. Isso significa que a tensão em torno do comércio internacional e o risco de uma guerra comercial aberta continuarão a assombrar o mundo.

“Nós teremos os três eixos mais importantes da economia mundial, que são os três parceiros mais importantes da América Latina, brigando entre si.”

ESTADÃO CONTEÚDO

Opinião dos leitores

  1. A retração no consumo, em razão da queda da renda e do desemprego maciço, é o responsável pelo aparente controle inflacionário. O governo não fez nada. Está tudo na mesma. Inclusive a corrupção…

  2. RECUPERAÇÃO? Isso é o maior engodo divulgado pelos economistas. O desemprego aumenta. o nível da renda cai, os alimentos já ensaiam reajustes. A melhora nos índices da economia tem um pequeno motivo: AUMENTO NOS IMPOSTOS ocasionados POR REAJUSTES dos combustíveis, ENERGIA, ÁGUA que demandam uma falsa arrecadação. O BRASIL SEGUE DESCENDO A LADEIRA.

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Jornalismo

Moradores relatam achaque e polícia vai investigar ‘aluguel’ em ocupações de prédios públicos em SP

A cobrança de “aluguel” em invasões, apontada como achaque e exploração de quem já não tem quase nada, será agora investigada em toda a cidade pela Polícia Civil. A suspeita é de que grupos se associaram para obter benefícios à margem do poder público. As denúncias de moradores sobre essas “taxas” aumentaram com o avanço das invasões em São Paulo nos últimos anos e ganharam atenção após a queda do Edifício Wilton Paes de Almeida, na terça-feira passada.

O inquérito foi instaurado pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic), segundo o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa. “É para apurar cobranças. Vamos investigar as associações e não os movimentos que promovem as ocupações. Vamos investigar associações que exploram moradores das ocupações”, afirma. A União, proprietária do imóvel que desabou, também pediu à Polícia Federal que investigue a cobrança de eventuais taxas de “aluguel” dos sem-teto.

Em outras invasões, a prática de “aluguel” para sem-teto já foi enquadrada pela Polícia Civil como extorsão, com pena prevista de 4 a 10 anos de reclusão. A cobrança de taxas em ocupações, como o Estado mostrou nesta quinta-feira, não é fato isolado. “Custa R$ 200 na Ocupação Rio Branco, o que cobre porteiro 24 horas e despesas de manutenção”, diz Jilmara Abreu Pires da Fonseca, de 60 anos, coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM). Os movimentos justificam a cobrança para arcar com despesas jurídicas, de limpeza, segurança e manutenção. Sobreviventes do prédio que desabou dizem, porém, que o “resultado” não era visível.

Ex-morador do 4.º andar, o aposentado Miguel Angelo Vargas, de 57 anos, diz que a ocupação do Edifício Wilton Paes de Almeida, que ruiu na terça-feira no centro de São Paulo, foi “a pior” de todas em que já esteve. Além de só ter água fria e nenhum banheiro, ele viu o “aluguel” de um espaço no 4.º andar passar de R$ 100 para R$ 300 em oito anos. E qualquer atraso superior a cinco dias rendia “despejo” imediato.

Entre os desabrigados diante da Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Largo do Paiçandu, Vargas é um dos poucos que aceitam falar sobre o assunto. Por mês, a taxa desembolsada pelo aposentado era de R$ 310 – R$ 10 seria para limpeza e o restante, para a mensalidade. “Estava pagando R$ 210 em um quarto, mas era muito abafado. Passei para um quarto mais ventilado, então comecei a pagar R$ 310”, afirma. “Não tinha banheiro nos quartos. E nos banheiros também não tinha privada, só um buraco. No chuveiro, era só água fria. A água vinha pouco e logo parava. Se o pessoal esquentava água para tomar banho, acabava a luz. A energia, a gente puxava do semáforo, então não tinha força.”

Antes de ir para o Wilton Paes de Almeida, ele tentou alugar um barraco em uma favela, mas alega que o valor era impossível de pagar: R$ 400. Segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis, um apartamento na região central não tem aluguel inferior a R$ 500, para uma área de cerca de 35 m². Na região, um metro quadrado alugado sai por cerca de R$ 17 (ainda assim, metade da média da capital). Vargas, no entanto, sobrevive com um salário mínimo por mês, valor de um benefício por invalidez.

Até esta quinta, a Prefeitura e o Estado haviam cadastrado 56 famílias do imóvel que desabou para receber por 12 meses, a partir de hoje, auxílio-moradia de R$ 400. Bem mais do que alguns moradores pagavam para ficar ali – cerca de R$ 100. Era o caso da doméstica Neuza Cavalcante, de 55 anos, que morava com um filho de 15. “No meu quarto, caía muita água. Eu tinha medo de inundar.” Além da falta de recursos, a necessidade de documentação – sobretudo no caso de estrangeiros – e de fiador dificultavam as opções para quem pretendia residir nas imediações.

Segundo a manicure Keliane Mendes, de 34 anos, o valor pago no Largo do Paiçandu, de até R$ 350, dependia da quantidade de pessoas por cômodo. Outro critério para a definição da taxa incluía até a amizade com os líderes. Mas a falta de condições de segurança no prédio levantou, até entre os residentes, insinuações de que a “taxa” não seria devidamente utilizada.

Mesmo sentimento teve a psicóloga Cássia Fellet, que visitou uma ocupação do Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), grupo responsável pela invasão no prédio, entre o fim de 2015 e o início de 2016, para o mestrado. Ela recorda que não havia “ação coletiva” entre os moradores, como mutirões de limpeza ou assembleias típicas de outras ocupações. “Eu tive certeza de que aquilo não era um movimento por moradia.”

Investigação. Um trabalho da Polícia Civil será identificar se há uma organização criminosa por trás da cobrança. Era o que acontecia, por exemplo, no Edifício Cine Marrocos, também no centro, alvo de invasão do Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS): um grupo de “fachada”, a serviço do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em agosto de 2016, uma ação policial ligou os líderes do MSTS ao tráfico de drogas e ao “desvio” de aluguel, então de R$ 200. A polícia, porém, não tem informação de que isso ocorria na Wilton Paes.

Segundo ex-moradores, dois homens eram responsáveis pela ocupação – Ananias Pereira dos Santos, o Nil, e Hamilton Resende –, que deixariam carros caros estacionados na garagem do prédio. Desde a tragédia, não apareceram para dar assistência aos desabrigados. Uma aliada alegou que estão preocupados com “as denúncias de aluguel”. Ananias e Hamilton são investigados pelo Ministério Público por achaque em ocupações em 2015. No ano seguinte, o MP recomendou e a polícia abriu inquérito por extorsão. O processo corre em segredo de Justiça.

Outro dos chefes do movimento é Ricardo Luciano. Ele nega o pagamento de mensalidade e fala em “taxa” de R$ 86 de manutenção – por família. “Ananias é um herói. Tira dinheiro do seu bolso para ajudar as famílias.” Segundo ele, o líder, que seria dono de barracas comerciais no Brás e Santa Ifigênia, teria morado em outras ocupações. “Sempre foi um dos nossos. Vivia em ocupação. Depois disso, ele teve condições de passar para o nosso lado e ajudar.”

ESTADÃO CONTEÚDO

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Judiciário

FOTO: Supremo abre a porteira, mas restam privilegiados demais no ‘cercadinho’

A primeira consequência prática da restrição do foro privilegiado é simples de entender: aumentou o risco para os políticos larápios. Hoje, qualquer crime cometido por senadores e deputados, antes ou durante o mandato, só podem ser julgados no Supremo. Com a mudança, serão julgados na Suprema Corte apenas os crimes relacionados ao cargo e cometidos durante o exercício do mandato. O resto desce para a primeira instância. Abriu-se uma porteira. Mas a decisão afeta apenas os 513 deputados e 81 senadores. Foram mantidas dentro do cercadinho do foro privilegiado outras 58.066 autoridades.

O caminho para derrubar toda a cerca não passa pelo Supremo, mas pelo Congresso. O Senado aprovou no ano passado emenda constitucional eliminando o privilégio do foro especial para todo mundo, exceto os presidentes da República, do próprio Supremo e das duas Casas do Congresso Nacional. No mais, perderiam a prerrogativa de ser julgados nas Cortes superiores de Brasília ou nos tribunais de Justiça dos Estados ministros de Estado, governadores, prefeitos, magistrados, procuradores da República, promotores de Justiça, deputados estaduais, vereadores e um infindável etcétera.

A proposta estava parada na Câmara. A decisão do Supremo fez nascer um movimento para ressuscitar a tramitação. Os parlamentares irritaram-se com o que chamaram de “seletividade” do Supremo. Avaliam que, se quisesse, o tribunal poderia ter estendido a restrição do foro a todos os detentores do privilégio. Por isso, cogitam providenciar um “efeito cascata”.

Um detalhe inibe a articulação: enquanto vigorar a intervenção federal no setor de segurança do Rio de Janeiro, o Congresso está proibido de promulgar emendas constitucionais. Mas nada impede que a proposta seja colocada novamente em movimento. Isso será feito.

Num país que convive com um surto de corrupção, é insustentável a rede de proteção oferecida a tantos políticos e servidores potencialmente submetidos à tentação do crime. O absurdo cresce na proporção direta da incapacidade dos tribunais de dar uma resposta diferente da tradicional impunidade. Nivelados aos criminosos comuns, sujeitos aos rigores da primeira instância, os delinquentes poderosos talvez roubem menos.

Depende dos juízes e da capacidade do Supremo de resistir à pressão para reformar a regra que permitiu a prisão na segunda instância. Depende também da tenacidade com que a opinião pública reagirá às tentativas do Legislativo de formalizar aprovar uma emenda constitucional retardando a prisão pelo menos até o julgamento dos recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), um tribunal de terceira instância.

JOSIAS DE SOUZA

Opinião dos leitores

  1. Tem de tirar os privilégios de todos! Os políticos (deputados, senadores, prefeitos, governadores, etc) deveriam responder de toda forma, dentro e fora do mandado. Além disso, não podem ficar de fora da aplicação da lei magistrados, procuradores da República, promotores de Justiça, e todos os "etcéteras"!
    Mas a justiça mesmo deveria começar fazendo uma limpeza no próprio STF!

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Política

PSDB negocia sua chapa em Minas sem Aécio

Depois de alguma relutância, o senador Antonio Anastasia conformou-se com a ideia de disputar novamente o governo de Minas Gerais pelo PSDB. Marcou para o dia 14 de maio o ato de formalização de sua candidatura. Já dispõe até de slogan: “Reconstruir Minas.” A primeira obra da reconstrução deve ser a destruição da candidatura tóxica de Aécio Neves ao Senado.

O tucanato mineiro negocia com o PMDB a indicação dos dois candidatos a senador da coligação encabeçada por Anastasia. Se tudo correr como planejado, não haverá vestígio de Aécio na chapa majoritária. Nessa hipótese, o personagem que quase virou presidente da República em 2014 terá de se contentar em pedir votos para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Ou nem isso.

No mês passado, quando o presidenciável Geraldo Alckmin declarou que a conversão de Aécio em réu deixara “evidente” que ele tinha dois milhões de motivos para não ser candidato em 2018, o amigo de Joesley Batista dissera que sua candidatura seria decidida em Minas. Àquela altura, Aécio já era um cadáver político mal informado. Não sabia que sua candidatura à reeleição já tomara o caminho da cova.

Suprema ironia: aliado do governador petista Fernando Pimentel, que guerreia para ser reconduzido ao cargo, o PMDB passou a flertar com o PSDB em Minas depois que o PT ameaçou lançar Dilma Rousseff como postulante ao Senado. Brotaram resistências dentro do próprio petismo. Os companheiros também gostariam que madame concorresse à Câmara.

JOSIAS DE SOUZA

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