Economia

O que é o ‘cisne verde’, que pode causar a próxima crise financeira mundial

FOTO: BBC NEWS BRASIL

Diferente de outras crises ‘passageiras’, as mudanças climáticas trazem um comprometimento diferente para o futuro

Quando o dinheiro estava correndo fartamente nos corredores de Wall Street e a festa parecia nunca acabar, poucos viram que uma crise financeira brutal estava a caminho. Seus efeitos profundos pelo mundo contam esta história até hoje.

Após a crise de 2008, a urgência em tentar antecipar crises como essa cresceu tanto quanto o medo da reincidência.

Foi nessa época que os economistas começaram a usar o termo “cisne negro” para se referir a eventos fora da curva e que têm um forte impacto negativo ou até catastrófico.

Na semana passada, o Bank for International Settlements (BIS), conhecido como “o banco dos bancos centrais”, com sede na Suíça, publicou o livro The green swan (O cisne verde), um estudo de Patrick Bolton, Morgan Despres, Luiz Pereira da Silva, Frédéric Samama e Romain Svartzma.

A partir do cisne negro, os autores criaram a figura do “cisne verde” para se referir à perspectiva de uma crise financeira causada pelas mudanças climáticas.

“Os cisnes verdes são eventos com potencial extremamente perturbador do ponto de vista financeiro”, resumiu à BBC News Mundo o brasileiro Luiz Pereira da Silva, vice-diretor geral do BIS e co-autor do estudo.

Efeito cascata

O economista explica que eventos climáticos extremos, como os recentes incêndios na Austrália ou furacões no Caribe, aumentaram sua frequência e magnitude, o que traz grandes custos financeiros.

Explicam os prejuízos as interrupções na produção, destruição física de fábricas, aumentos repentinos de preços, entre outros. Pessoas, empresas, países e instituições financeiras podem ser afetados.

“Se houver um efeito cascata na economia, outros setores também sofrerão perdas. Tudo isso pode acabar em uma crise financeira”, diz Pereira da Silva.

A esse cenário são adicionados outros riscos que o especialista chama de “transição”, altamente perigosos.

Isso ocorre quando, por exemplo, há uma mudança abrupta nos regulamentos, como uma proibição repentina da extração de combustíveis fósseis.

Ou se houver uma mudança inesperada na percepção do mercado e, por exemplo, os proprietários de certos ativos financeiros decidirem repentinamente se livrar deles.

Nesse caso, se produz um efeito em cascata: o pânico afeta outros investidores, que acabam se desfazendo de ativos.

Todos esses riscos estão sendo estudados por bancos centrais e reguladores do sistema financeiro, que buscam uma maneira de antecipar ou se prevenir para a chegada de um cisne verde.

Como enfrentar um cisne verde?

A verdade é que, nos círculos financeiros, não há resposta para essa pergunta.

Os autores do livro explicam que os modelos de previsão do passado não foram projetados para incluir as mudanças climáticas.

É por isso que eles convidam outros pesquisadores a desenvolver novas fórmulas considerando isto.

Os autores também alertam que, se uma crise como a de 2008 acontecer de novo, os bancos centrais não terão mais como auxiliar no resgate mundial como naquele tempo — quando tiveram papel vital reduzindo as taxas de juros a níveis historicamente mínimos.

Acontece que, mais de uma década depois, as taxas continuam baixas, o que deixa pouco espaço de manobra para estimular as economias e impulsionar o crescimento.

(mais…)

Opinião dos leitores

    1. Ou será você que está com os neurônios em curto, e por isso está totalmente desconexo de racionalidade?

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Clima

Fogo controlado pode ajudar a evitar incêndios florestais, diz estudo; entenda técnica

Foto: (Nirut Sangkeaw / EyeEm/Getty Images)

O final de 2019 e o começo do 2020 foram marcados por uma série de incêndios florestais de grandes proporções em diversos lugares: na Floresta Amazônica, na África Subsaariana, na Austrália e no oeste dos Estados Unidos, por exemplo. Apesar de diferentes entre si, todos chamaram a atenção do mundo para o problema das mudanças climáticas e do aumento de eventos climáticos extremos. Se preparar para enfrentar incêndios cada vez maiores não é fácil, mas existem algumas técnicas que podem ajudar. Uma delas parece paradoxal: colocar fogo em florestas para evitar incêndios desastrosos no futuro.

Funciona assim: florestas são enormes campos de material combustível acumulado, principalmente na forma de madeira, folhas e arbustos. Dependendo do clima da região, a falta de chuva torna essas áreas extremamente secas, e aí basta uma fagulha inicial para o fogo começar e se espalhar — pode ser uma bituca de cigarro ou um raio, por exemplo.

Quando se sabe que uma floresta pega fogo em épocas de seca, causar um incêndio controlado antes disso vai consumir a maior parte do combustível disponível. Aí, quando a seca chegar, os incêndios podem até ocorrer — mas haverá muito menos matéria para ser queimada, e o resultado será bem menos danoso.

Mas não é só sair por aí com um lança-chamas, queimando tudo o que se vê pela frente: é preciso delimitar uma área primeiro. Em geral, essas áreas são sempre próximas a alguma barreira que impedirá a propagação do fogo para além dos limites desejados, como um rio ou uma estrada, por exemplo. Caso seja necessário, é preciso construir outras barreiras artificiais, usando tratores para derrubar uma “faixa” que separe a área queimada do restante da floresta que permanecerá intacta.

A queimada em si acontece em etapas, para garantir um melhor controle, espalhando o combustível de modo que o fogo se propague contra o vento (ou seja, mais lentamente). Caso tudo ocorra bem nas primeiras etapas, o combustível pode ser espalhado em direções a favor do vento, acelerando o processo.

Os incêndios controlados geralmente são do tipo superficial, ou seja, queimam a matéria que se encontra abaixo de 1,80 m de altura, evitando ao máximo que o fogo chegue no topo das árvores (esse tipo de incêndio, conhecido como incêndio de copas, é mais devastador e difícil de controlar). É possível controlar isso porque o processo é feito em etapas, em épocas que as árvores não estão muito secas. Então, o que está embaixo, como folhas e arbustos, queima muito rapidamente – o que extingue a maior parte do fogo antes que as chamas subam para as árvores. Dessa forma, é possível apagá-lo quando ainda é superficial. Se alguma árvore entra totalmente em chamas no processo, geralmente ela é cortada para evitar a propagação do incêndio para outras.

A técnica não é nova — muito países e estados usam incêndios controlados em áreas de secas, incluindo a Califórnia, nos EUA, e a Austrália, dois lugares que entraram nos noticiários por seus grandes focos de incêndio recentes. No país da Oceania, inclusive, a queimada intencional está longe de ser moderna: os povos aborígenes que ocupavam as terras antes da chegada dos europeus já tinham conhecimento da manobra. Por isso mesmo, os nativos australianos têm sido uma das maiores vozes na crise dos incêndios do país, que já consumiram mais de 10 milhões de hectares e mataram 30 pessoas.

Mas um novo estudo publicado na revista Nature Ecology confirmou novamente que incêndios controlados não apenas são seguros e efetivos, mas que eles também poderiam ter amenizado a desastrosa temporada de incêndios — pelo menos na Califórnia, que também enfrentou chamas anormalmente poderosas no fim do ano. A equipe da Universidade de Stanford analisou os motivos que levaram a uma queda no número de incêndios controlados no estado americano, o que provavelmente teve um papel importante para a crise.

Os cientistas argumentam que cerca de 20% da Califórnia tem que ser frequentemente alvo de queimadas controladas para ajudar a evitar incêndios fora do normal. Nos últimos anos, porém, nem metade desse número foi cumprido. Os motivos para isso são vários: falta de verba, legislações e regulações desatualizadas, falta de profissionais qualificados, etc… A opinião pública também tem um papel importante, porque muitos leigos condenam a medida como algo negativo, mesmo que a ciência comprove que seja efetiva e benéfica para a floresta.

Os pesquisadores também mostram que investir em precaução de incêndios é menos custoso do que tentar lidar com eles depois — tanto financeiramente como ecologicamente.

Mesmo assim, especialistas alertam: somente as queimadas controladas não dão conta de evitar eventos catastróficos. Na Austrália, por exemplo, a medida é empregada regularmente, apesar de uma ligeira queda nos últimos anos, e isso não impediu que o país entrasse em chamas como nunca antes. As mudanças climáticas estão tornando esses eventos extremos mais comuns em todo o mundo — os últimos 10 anos tem tido temperaturas acima da média na Austrália, algo que segue a tendência global. Lidar com esse problema parece inevitável se quisermos proteger nossa natureza.

E na Floresta Amazônica?

O novo estudo coletou dados das queimadas da Califórnia, que tem uma vegetação e um clima semelhantes às áreas incendiadas na Austrália.

Embora também tenha sido palco de grandes incêndios recentemente, nossa Amazônia não compartilha muitas outras coisas com as florestas australianas e californianas. Ela é uma mata úmida, equatorial, que não fica seca naturalmente e dificilmente pega fogo sem intervenção humana. Os polêmicos focos de incêndio que observamos no noticiário foram causados principalmente por queimadas intencionais relacionadas ao desmatamento ilegal, que cresce na região devido ao avanço do agronegócio e da pecuária.

Nesse caso, não faz muito sentido colocar fogo, já que não há queimadas naturais — o melhor mesmo é preservar.

Super Interessante

Opinião dos leitores

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Diversos

Proteína pode substituir exercícios físicos e academia, diz estudo

Foto: (Reprodução/Thinkstock)

Pesquisadores da Universidade de Medicina de Michigan, nos Estados Unidos, podem ter descoberto uma maneira de fazer com que o corpo humano se beneficie de um treino na academia sem ao menos sair de casa. Após estudarem, em moscas e camundongos, a classe de uma proteína natural chamada Sestrin, os cientistas descobriram que ela consegue imitar os efeitos do exercício e garante maior resistência.

Para testar a descoberta, os pesquisadores construíram uma espécie de escada rolante, onde treinaram as moscas de Drosophila por três semanas, para comparar seus níveis de resistência e habilidades os de moscas que haviam recebido injeções de Sestrin em seus músculos.

Jun Hee Lee, um dos professores da Universidade envolvidos no estudo, disse em comentário que ele e sua equipe observaram uma melhora na habilidade das moscas com Sestrin, além de terem desenvolvido maior resistência: Propomos que o Sestrin possa coordenar essas atividades biológicas ativando ou desativando diferentes vias metabólicas. Esse tipo de efeito combinado é importante para produzir os efeitos do exercício”, completou.

Essas descobertas são capazes de, eventualmente, auxiliar os cientistas a achar uma maneira de diminuir a perda de massa muscular devido ao envelhecimento – já que analisaram que o Sestrin pode ficar armazenado nos músculos. Lee ainda auxiliou em outro estudo da Universidade Pompeu Fabra, na Espanha, que relatou que o Sestrin consegue prevenir a atrofia de um músculo que fica imobilizado por bastante tempo.

No entanto, suplementos da proteína ainda não serão comercializados: “As sestrinas não são pequenas moléculas, mas estamos trabalhando para encontrar moduladores de pequenas moléculas de sestrina”, disse Lee. Antes de qualquer coisa, é necessário entender como o exercício físico produz a proteína para o organismo – algo que ainda não foi identificado pelos cientistas -, para que suas moléculas possam ser utilizadas como tratamentos futuros.

Exame

Opinião dos leitores

  1. Rapaz, depois de ler o segundo parágrafo até desisti de ler o resto, os caras treinaram moscas a "subir uma escada rolante", putz, quero nem mais saber dessa proteína, os caras já são feras!!!! kk

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Diversos

Península Antártica pode sofrer invasão de espécies, alerta pesquisa

Foto: Maurício de Almeida – TV Brasil

A península Antártica vai ficará sujeita nos próximos anos ao aparecimento de espécies invasoras, algumas delas que podem ter efeitos devastadores nos frágeis ecossistemas marinhos e terrestres polares, alerta um estudo nesta segunda-feira (13) divulgado, em Londres.

A pesquisa, publicada na revista científica Global Change Biology, identifica espécies não nativas com maior probabilidade de invadir a península Antártica nos próximos dez anos, fornecendo dados para que sejam tomadas medidas de redução do fenômeno.

O principal autor do estudo, Kevin Hughes, investigador ambiental do British Antarctic Survey (com base em Cambridge, trata dos interesses do Reino Unido na Antártida), trabalhou com uma equipe internacional de investigação para identificar espécies não nativas com maior probabilidade de ameaçar a biodiversidade e os ecossistemas da região da península Antártica, a partir da análise de centenas de trabalhos acadêmicos, relatórios e bases de dados, e, das 103 espécies consideradas em detalhe, 13 foram classificadas como maiores ameaças.

Turismo ameaça região

“A região da península Antártica é de longe a parte mais movimentada e mais visitada da Antártida. Devido ao crescimento do turismo e às atividades da investigação científica, espécies invasoras podem ser transportadas para a Antártida de muitas maneiras diferentes. Os visitantes podem transportar sementes e solo não estéril agarrados às roupas e ao calçado. Cargas importadas, veículos e suprimentos de alimentos frescos podem esconder espécies, incluindo insetos, plantas e mesmo ratos. As espécies marinhas são um problema particular, já que podem ser transportadas para a Antártida agarradas aos cascos dos navios. Podem ser muito difíceis de remover uma vez instaladas”, disse Kevin Hughes.

Os responsáveis pela investigação disseram que invertebrados marinhos – como mexilhões e caranguejos – são espécies com grande probabilidade de invadir a região, mas na lista estão também plantas com flores, ácaros e mesmo coqueiros.

Algumas das ilhas subantárticas, como a Marion ou a Geórgia do Sul, já foram invadidas por ratos e outros vertebrados, embora os investigadores acreditem que as condições na região vão continuar demasiado extremas para permitir que os ratos proliferem no exterior, ainda que possam sobreviver nas construções.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Á solução de tudo estar em nossas escolhas. Se continuarmos votando errado, isso vai continuar piorando…. Lembrem -se que são eles os políticos que fazem as leis.

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Diversos

Fonte dos EUA diz que míssil do Irã pode ter abatido acidentalmente avião ucraniano com 176

Foto: AKBAR TAVAKOLI / AFP

Dois dias depois da queda do avião da Ukraine International perto de aeroporto internacional de Teerã, que deixou 176 mortos, autoridades do governo dos EUA disseram acreditar que a aeronave tenha sido abatida pelo sistema antiaéreo iraniano. Sem se identificar, um funcionário afirmou que foram identificados dois lançamentos de mísseis perto do horário em que o Boeing 737-800 caiu, seguidos por evidências de uma explosão.

Eles também acreditam que se tratou de um lançamento acidental. As informações foram reveladas pela imprensa americana e pela agência Reuters, mas ainda não confirmadas oficialmente pelo governo. Ao comentar a informação, o presidente Donald Trump disse a jornalistas que “alguém pode ter cometido um erro”, e disse ter suspeitas de que “algo muito terrível pode ter acontecido”.

Mais cedo, o governo da Ucrânia dissera que investiga quatro cenários para a queda do avião ucraniano,incluindo um atentado terrorista e que a aeronave tenha sido atingida acidentalmente por um míssil de defesa antiaérea. Kiev disse que quer fazer buscas no local da queda para verificar se há destroços de um míssil russo usado pelos militares do Irã. As outras hipóteses são uma explosão do motor ou uma colisão.

Uma equipe de especialistas ucranianos chegou a Teerã antes do amanhecer para participar da investigação da queda, que matou todas as 176 pessoas a bordo.

Nesta quinta-feira, a Organização da Aviação Civil (OAC) iraniana disse que o avião fez meia-volta para retornar ao aeroporto devido a um problema. “O avião desapareceu dos radares no momento em que atingiu uma altitude de 2.400 metros. O piloto não transmitiu nenhuma mensagem de rádio sobre circunstâncias incomuns”, disse a OAC no primeiro relatório da investigação preliminar do acidente. “De acordo com testemunhas oculares, houve um incêndio no avião que se tornou mais intenso.”

O chefe da organização, Ali Abedzadeh, considerou “ser impossível” o avião ter sido abatido, e que dezenas de aviões nacionais e estrangeiros estavam sobrevoando o território naquele momento.

As testemunhas oculares citadas pela OAC são pessoas em terra que observavam o avião decolar e outras que estavam em um avião que voava a uma altitude mais alta do que o Boeing no momento da tragédia. “O avião que se dirigia, a princípio, para o oeste para sair da zona do aeroporto virou à direita, devido a um problema, e estava voltando para o aeroporto quando caiu”, relatou a OCA.

Segundo o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Oleksiy Danylov, os investigadores pediram para procurar possíveis mísses russos após verem informações na internet. Ele referia-se a informações que circulam nas redes sociais iranianas que, supostamente, mostram destroços de um foguete russo terra-ar Tor-M1, tipo usado pelos militares iranianos.

O presidente ucraniano, no entanto, alertou contra todas as “especulações” sobre a tragédia. Nesta quinta-feira, Zelenski decretou um dia de luto nacional e prometeu estabelecer “a verdade” sobre o episódio. Zelenski, disse que falou com o colega do Irã, Hassan Rouhani, e que este lhe garantiu que especialistas do seu país terão “acesso completo” à investigação.

A avaliação inicial de agências de inteligência ocidental era a de que o avião teve um problema técnico e não foi alvo de um atentado ou um míssil.

O voo PS752 da UIA decolou às 6h10 (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imam Khomeiny, de Teerã, com destino ao aeroporto Boryspil, de Kiev. A decolagem aconteceu quase cinco horas depois do ataque iraniano com mísseis a bases iraquianas que abrigam soldados americanos, que ocorreu à 1h20 de quarta-feira, no horário local.

Segundo a diplomacia ucraniana, havia 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos a bordo do Boeing. Outros 11 eram ucranianos, incluindo nove tripulantes.

A CAO indicou que 146 passageiros tinham passaporte iraniano; 10, passaporte afegão; cinco, passaporte canadense; quatro, sueco; e 11, ucraniano.

A diferença é explicada pela presença de inúmeras pessoas com dupla nacionalidade (entre elas, a priori, 140 iraniano-canadenses), que podem entrar e sair da República Islâmica apenas mediante a apresentação de seu passaporte iraniano.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, pediu uma “investigação completa” da catástrofe aérea, a mais mortal para os canadenses desde o ataque a um Boeing 747 da Air India em 1985. Neste episódio, 268 cidadãos morreram.

Teerã se recusa a entregar as caixas-pretas da aeronave à fabricante americana Boeing. A OAC anunciou, porém, que as mesmas, recuperadas já na quarta-feira, serão enviadas “para o exterior”. Apenas alguns países, incluindo Estados Unidos, Alemanha e França, têm capacidade técnica para analisar caixas-pretas.

Pelas normas que regem investigações internacionais sobre acidentes aéreos, o Irã tem o direito de comandar o inquérito e de negar ou autorizar a participação de outros países.

Este é o primeiro acidente fatal da Ukraine International, uma empresa que pertence, em parte, ao oligarca Igor Kolomoiski, conhecido como próximo ao presidente Zelenski. Afetada por um escândalo em torno de seu 737 MAX, a Boeing disse que está “disposta a ajudar por todos os meios necessários”.

O Globo

 

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Finanças

Bolsonaro pode vetar fundão

Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro desmentiu o Estadão sobre seu acordo com o Congresso Nacional, sinalizando que deve vetar o fundo eleitoral de 2,5 bilhões de reais.

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. SE ELE VETAR EU DIGO QUE É MACHO….!!!! MAS COMO A BRIGA COM O PRESIDENTE DO PSL FOI JUSTAMENTE POR DINDIN…!!!!!????!!?

  2. Se ele vetar, eu voto nele até 2100 ! kkkkkk
    Impossível, corta o leitinho deles.
    É mais fácil, perdemos todos direitos civis, trabalhistas e previdenciários.

  3. Um absurdo a impressa "vermelha" que quer denegrir a imagem do presidente da república a todo e qualquer custo!
    Ao Blog do BG só tem elogios pq nos informa a notícia verdadeira e imparcial!

  4. Eita.ficaram sabendo o que o filho do lula fez?
    pois é, parece que ele recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil feitos entre jun e julh de 2017 em um caixa da Alerj totalizando R$ 96 mil
    estão falando tbm q ele montou uma org p desviar $$ do salario dos funcionários, a famosa rachadinha

    1. Não, amigo. Vc está equivocado. O filho de lula não recebeu 48 depósitos de 2 mil reais. O que ele recebeu foi um valor muito maior: estima-se em 132 Milhões de reais em 3 anos de propina.

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Geral

RN pode sediar Rally Náutico e Rally Sertões em 2020 e 2021

Fotos: Sandro Menezes

O Governo do Estado iniciou tratativas para trazer dois eventos do Rally Sertões para o Rio Grande do Norte. O objetivo é que o Estado seja o ponto de chegada do evento na praia da Pipa, em Tibau do Sul, e que o município de São Miguel do Gostoso seja o ponto de largada da primeira edição do Rally Náutico de Kite Surf com chegada na praia de Jericoacoara, no Ceará.

A primeira edição do rally náutico deve acontecer em 2020 e atrair praticantes do Brasil e do exterior. O rally de veículos para 2021 terá largada no Rio de Janeiro e chegada na praia da Pipa. O evento envolve três vertentes – competição, aventura e turismo, com públicos que se integram nas três condições ou em uma ou duas.

Para tratar do assunto, a governadora Fátima Bezerra recebeu organizadores dos eventos nesta segunda-feira, 09. Joaquim Monteiro de Carvalho e Leonora Guedes apresentaram o projeto que requer inclusão na legislação de incentivos fiscais.

O Rally Sertões é segundo maior rally do mundo, menor apenas que o Paris/Dakar, e o maior das Américas. Este ano o Sertões percorreu 5 mil quilômetros no interior do país, com a participação de 300 pilotos nacionais e internacionais de carros, motos, quadriciclos e UTVs.

Acompanhada do vice-governador Antenor Roberto, da secretaria de Turismo Ana Maria Costa e do subsecretário estadual de Esportes, Canindé de França, Fátima Bezerra solicitou a formalização da proposta e orientou os auxiliares do Governo a darem agilidade na apreciação. “É um grande evento, de abrangência nacional, que favorece o turismo, a visitação ao nosso Estado com impacto positivo na economia e na divulgação dos atrativos e da cultura do Rio Grande do Norte”, afirmou Fátima Bezerra.

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Saúde

Beber cerveja uma vez por dia pode ser bom para o intestino, conclui estudo

(Foto: Pexels)

Beber diariamente uma cerveja bem forte pode aumentar o número de bactérias boas para o intestino. Não é papo de bebum – é ciência! A descoberta foi apresentada pelo pesquisador holandês Eric Claassen, da Universidade de Amsterdam, durante um evento organizado pela fabricante de laticínios Yakult.

Segundo Claassen, algumas cervejas fortes, como as feitas na Bélgica, são abundantes em microrganismos benéficos, conhecidos como probióticos. Isso porque essas bebidas passam duas vezes pelo processo de fermentação, que leva à produção desses bichinhos. Esses micróbios “do bem” também estão em laticínios, como em iogurtes e queijos.

Durante a fabricação da cerveja, a produção de probióticos fica a cargo das leveduras, fungos responsáveis por fermentar a bebida. Eles são capazes de produzir ácidos que destroem bactérias causadoras de doenças – e estimulam a produção de microrganismos benéficos.

Assim, cada vez que uma pessoa consome uma cerveja ela está, de certa forma, reforçando o exército de micróbios que protegem o organismo contra agentes nocivos.

Apesar dos benefícios identificados no estudo, Claassen alerta para a necessidade de beber com moderação. “Não queremos dar às pessoas uma licença para beber mais cerveja”, disse. “Em alta concentração o álcool pode ser ruim para o intestino, mas se você tomar uma dessas cervejas uma vez por dia, pode ser muito bom pra você”.

Galileu

Opinião dos leitores

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Esporte

Clube com mais sócios do Brasil, Vasco pode ganhar até R$ 6,2 milhões em um mês

Foto: MARCELO THEOBALD / Agência O Globo

O Vasco se tornou na terça-feira o clube com o maior número de sócios-torcedores do futebol brasileiro. Ao superar o Flamengo em uma campanha de associação em massa que começou no último dia 25, o clube ainda tenta dimensionar o tamanho do impacto que a adesão terá na sua realidade financeira. As projeções mostram que o Cruz-maltino pode arrecadar até R$ 6,2 milhões em um mês com um número de sócios na casa de 150 mil.

O cálculo é feito baseado nas informações disponibilizadas pela diretoria quando o número de novos sócios chegou aos 120 mil. O Vasco recebia, antes da promoção, com 33.400 sócios pagantes, cerca de R$ 1,3 milhão. Ao bater 120 mil, o clube afirmou que o número subiu para aproximadamente R$ 3 milhões.

Se as associações seguintes seguiram o mesma proporção quanto aos tipos de planos escolhidos pelos torcedores, com 150 mil sócios, o Vasco deve chegar a R$ 3,75 milhões, R$ 1,3 milhão dos sócios pré-promoção e mais R$ 2,45 milhões dos novos associados.

Mas existe um detalhe: todas as adesões foram feitas com 50% de desconto nas mensalidades nos seis primeiros meses. Se o Vasco, depois de encerrado o desconto, conseguir manter os novos sócios por pelo menos mais um mês, conseguirá receber algo em torno de R$ 6,2 milhões – R$ 1,3 milhão da base antiga, de antes da promoção, e mais R$ 4,9 dos novos sócios, que passariam a pagar o valor integral de seus planos.

Internamente, o clube sabe que é muito difícil manter intacta a base criada na campanha. As discussões agora são sobre como reter o máximo possível de torcedores. O valor de R$ 6,2 milhões por mês é equivalente ao dobro do custo atual da folha salarial do elenco vascaíno, de cerca de R$ 3 milhões.

Rivalidade acirrada

Desde que os números de sócios do Vasco se aproximaram dos do Flamengo, que a discussão entre torcedores das duas equipes aumentaram nas redes sociais. Os rubro-negros questionam os valores que o rival poderá ganhar com seu programa de sócio-torcedor, uma vez que o plano mais barato do “Nação Rubro-Negra” custa R$ 23,90, enquanto que no “Gigante” a opçao mais em conta, com a promoção, está saindo a R$ 4.

Uma análise dos balanços divulgados pelos clubes referentes ao terceiro trimestre de 2019 ajuda a ter uma noção da receita de Flamengo e Vasco com o programa de sócio-torcedor. O Vasco, até setembro, teve uma receita de R$ 13,277 milhões com sócios, uma média de R$ 1,48 milhão por mês. Com a base de sócios criada depois da promoção, esse número certamente aumentará mais que o dobro.

Já o Flamengo, de janeiro até setembro, acumulou um total de R$ 39,873 milhões com seu programa de sócios. A média por mês é de R$ 4,430 milhões. O balanço trimestral rubro-negro ainda permite ver a comparação com o mês anterior. De agosto para setembro, o Flamengo arrecadou R$ 5,850 milhões com seu programa.

O Globo

 

Opinião dos leitores

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Saúde

SE LIGUE NO QUE MUITA GENTE FAZ: Balançar a cabeça para tirar água do ouvido pode causar danos ao cérebro, alertam pesquisadores

Foto: (Bicho_raro/Getty Images)

Em um artigo que foi apresentado no último sábado (23) na reunião anual da Divisão de Dinâmica de Fluidos da Sociedade Americana de Física, em Seattle, pesquisadores da Universidade Cornell e do Instituto Politécnico da Virgínia explicam que chacoalhar a cabeça freneticamente para tentar tirar água do ouvido – algo comum após sair da piscina – pode causar danos no cérebro. As crianças, em particular, são mais suscetíveis ao problema.

O motivo é o mesmo pelo qual os pequenos sofrem tanto com infecções no ouvido: seus canais auditivos, mais estreitos, retêm com maior facilidade tanto micróbios quanto a água. Por isso, é mais difícil extrair o líquido de lá — a água só sai se a cabeça for balançada com bem mais violência que a dos adultos.

“Nossa pesquisa foca principalmente na aceleração requerida para pôr a água para fora do canal auditivo”, disse em comunicado o líder do estudo, Anuj Baskota, de Cornell. “A aceleração crítica que obtivemos experimentalmente em tubos de vidro e canais auditivos de mentira impressos em 3D girou em torno de 10 vezes a aceleração da gravidade para orelhas do tamanho das de uma criança, o suficiente para fazer mal ao cérebro”, afirmou o pesquisador.

Para medir a intensidade da força necessária para expulsar a água entalada, os cientistas produziram tubos de vidro com diâmetros variados, que eram réplicas de canais auditivos de pessoas reais. Também foram feitas orelhas falsas para espetar nos tubos. Elas foram impressas em 3D com base em tomografias computadorizadas de orelhas reais, para que a simulação fosse o mais realista possível.

Então foi só medir a aceleração que a cabeça precisava atingir para desobstruir tubos de diferentes tamanhos.

A boa notícia é que existem soluções mais simples e eficazes de como destampar um ouvido entupido do que aplicar uma força de 10 g capaz de danificar o cérebro. Às vezes, o simples ato de deitar de lado ou então dar uns puxões no lóbulo da orelha já bastam. Quando essas soluções não derem conta, o jeito é usar líquido contra líquido.

“A partir dos nossos experimentos e modelos teóricos, nós descobrimos que a tensão superficial do fluido é um dos fatores cruciais que fazem com que a água fique presa nos canais auditivos”, disse Baskota. Algumas gotas de álcool ou vinagre, que têm tensões superficiais mais baixas, costumam diminuir a coesão entre as moléculas e permitem que a água flua para fora. É certamente uma saída mais segura do que chacoalhar a cabeça.

Super Interessante

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Judiciário

Advogada pode perder OAB após “pedir estupro” de filhas de ministros do STF

Foto: Reprodução

Uma advogada pode sofrer punições e até perder seu registro profissional após fazer uma postagem ofensiva nas redes sociais devido à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de proibir a prisão após condenação em segunda instância e à soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na última sexta-feira (8), Claudia Teixeira Gomes publicou a seguinte mensagem no Facebook: “Que estuprem e matem as filhas dos Ordinários Ministros do STF”. Após a repercussão negativa, a advogada apagou a postagem e o perfil.

Matéria completa aqui no Justiça Potiguar.

 

Opinião dos leitores

  1. É o que deveria ocorrer com um ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro que, após obter sua soltura, sai por aí incitando a violência e o caos no país, valendo-se do fanatismo e da subserviência de uma cambada de militantes imbecilizados, adoradores de uma seita criminosa camuflada de partido político?

  2. Perde não, vai ter um colega sem escrúpulos para defender e vai dizer que a coitada está arrependida, vai fazer um vídeo e pronto, de repente , acabam nossas esperanças num Brasil melhor.

    1. Ela apenas expressou em sentido figurado do que ministro deveria passar pra ser favorável a prisão em segunda instância, e é isso mesmo que pensa a imensa maioria do povo brasileiro, como esses ministros não são assaltados, roubados, ludibriados, assassinados e com seus familiares sofrendo o mesmos, pois tem toda uma estrutura que os defendem. E é por isso que não conseguem sentir na pele o que a falta de ação da justiça provoca na vida das pessoas comuns. Esses ministros são totalmente insensíveis às nescessidades da sociedade.

    2. Meu Deus do céu!!!! Até que ponto chega esse povo que apoia Bolsonaro. Querer justificar o que não tem justificativa é demais. Pena que só vêem o erro no outro lado. É aquela coisa: na Venezuela é ditadura mas no Brasil não existiu.

    3. É óbvio que se tratou de um meto destempero verbal motivado pela impotência diante de tantas decisões absurdas daquela corte que deveria ser a guardiã maior da nossa cidadania e integridade. Afinal, essa advogada não tem qualquer influência ou poder sobre a criminalidade brasileira. Muito diferente, por exemplo, do bandido (efetivamente condenado) de 9 dedos incitar seus militantes, um bando que de fato lhe obedece e presta reverência, a promover o caos no Brasil, como está ocorrendo em países próximos. Nesse caso, trata-se de um atentado à Segurança Nacional, tipificado em lei.

  3. Perde nunca.
    Aqui no RN tem advogado preso lotando a carceragem do Quartel da PM e que tem sido é defendido pela OAB.
    Não foram sequer suspensos, imagina se a pessoa apenas externar um absurdo sem tamanho vai perder o registro… Vai nunca.

    1. Verdade, quem deveria dar exemplo e exterminar os Advogados bandidos dos quadros da OAB, ainda merece ajuda. Pobre Brasil.

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Diversos

Estudo mostra que peixe de áreas atingidas por óleo pode ser consumido

Foto: REUTERS / Diego Nigro

Um estudo encomendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelou que o pescado de áreas afetadas por manchas de óleo estão aptos para consumo humano. De acordo com o laudo, amostras coletadas na Bahia, no Ceará, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte não contêm níveis significativos de contaminação por petróleo.

As amostras utilizadas no estudo foram coletadas nos dias 29 e 30 de outubro em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e foram testadas para 37 compostos diferentes de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) – substâncias que indicam a contaminação por derivados de petróleo. Além de diferentes espécies de peixes, os testes também avaliaram a condição de lagostas.

Ainda de acordo com a nota divulgada pelo ministério, a reavaliação de pescados será contínua e os resultados serão publicados com atualizações das recomendações de saúde.

Agência Brasil

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Diversos

Macau pode se transformar em referência nacional no cultivo de macroalgas

Fotos: Divulgação

Após uma reunião entre o prefeito de Macau, Túlio Lemos, e o diretor da Norte Pesca, Rodrigo Hazim, nessa terça-feira (5), foi confirmado que a empresa vai iniciar um projeto piloto para produção de macroalgas no Município, que vai ajudar no desenvolvimento econômico da região e que pode transformar o município em uma referência nacional.

A medida inédita vai impulsionar a economia local e pode se transformar em um projeto pioneiro no país para cultivo desse produto. Os processos de industrialização de algas tem como principal objetivo a extração do ácido algínico ou alginatos em sais de sódio, potássio, cálcio, magnésio, entre outros, que são essenciais para o agronegócio.

“Já está definida essa situação. Já contratamos um especialista para preparar o projeto e para darmos entrada nas licenças ambientais. Pretendemos estar, no próximo ano, com início desse projeto. O potencial econômico da macroalga é enorme”, contou o diretor da Norte Pesca.

O prefeito Túlio Lemos reafirmou o apoio da Prefeitura no projeto que vai funcionar em uma área de 10 hectares e que terá a participação da colônia de pescadores do município.

Túlio esteve na reunião acompanhado do professor universitário e pesquisador Antônio Cortez, secretário de Agricultura e Pesca de Macau.

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Economia

MEGALEILÃO DO PRÉ-SAL – BILHÕES EM JOGO: Brasil pode se tornar um dos 5 maiores produtores de petróleo

Comparativo de valores: cessão onerosa — Foto: Roberta Jaworski/G1

O megaleilão do excedente da cessão onerosa, marcado para esta quarta-feira (6), deverá garantir uma arrecadação bilionária aos cofres públicos. Pode também acelerar o desenvolvimento do potencial petrolífero brasileiro.

O governo prevê que a produção de petróleo e gás poderá dobrar na próxima década, o que colocará o Brasil entre os cinco maiores produtores do mundo.

A União espera arrecadar R$ 106,5 bilhões com a oferta de quatro áreas do pré-sal, na Bacia de Santos. Trata-se do maior leilão de óleo e gás já realizado no mundo em termos de valor de arrecadação de bônus de assinatura (o valor que as empresas pagam pelo direito de exploração).

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) estima que existam entre 6 bilhões e 15 bilhões de barris de óleo equivalente excedente na área – praticamente o triplo dos 5 bilhões de barris originais concedidos na área à Petrobras em 2010 e equivalentes ao dobro das reservas atuais da Noruega (7,7 bilhões de barris).

Veja abaixo números sobre o setor brasileiro de petróleo, os bilhões em jogo no megaleilão e do potencial de impacto no avanço da produção no Brasil:

Impacto na produção de petróleo

Depois de praticamente cinco anos de estagnação, a produção de petróleo e gás voltou a entrar em trajetória de crescimento em 2019 e está próxima de romper o patamar de 3 milhões de barris diários, segundo dados da ANP. Em agosto, atingiu 2,989 milhões de barris, novo recorde mensal.

Com o excedente da cessão onerosa entrando na conta, a ANP estima que até 2030 a produção possa chegar a 7,5 milhões de barris por dia, com o número de plataformas em operação saltando de 106 para 170.

Se isso se concretizar, vai significar um aumento de 188% em relação aos 2,6 milhões de 2018. Considerando somente na área da cessão onerosa, a estimativa de produção é de um pico 1,2 milhão de barris diários.

Para as exportações, a projeção da ANP é que o volume deverá subir de 1,2 milhões de barris por dia, para uma faixa entre 4 e 5 milhões de barris até 2030.

Ranking de maiores produtores do mundo

Atualmente, o Brasil é o 10º maior produtor de petróleo do mundo. Com o aumento da produção, o governo prevê entrar num prazo de dez anos no clube dos cinco maiores países produtores.

“A indústria do petróleo no Brasil está saindo da maior crise da sua história para uma situação na qual o Brasil vai ser daqui 10 anos um dos 5 maiores produtores de petróleo do mundo”, disse ao G1 o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone.

O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) avalia que, se a evolução da produção se mantiver nesse ritmo, em breve o Brasil deve passar o Kuwait e se tornará o 9° maior produtor mundial da commodity.

O governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões com quatro áreas do pré-sal que estão sendo oferecidas no megaleilão do excedente da cessão onerosa. Esse valor é equivalente a:

Quase 7 vezes o que o governo já arrecadou em 2019 com bônus e outorgas nos 33 leilões do pacote de concessões e privatizações já realizados no ano (R$ 15,7 bilhões);

Quase 3 vezes o valor arrecadado desde 2017 com todos os leilões de petróleo realizados pela ANP (R$ 36,8 bilhões);

Cerca de um quarto do valor de mercado da Petrobras (R$ 411 bilhões, segundo dados de fechamento da B3 em 30 de outubro).

Quase 12 vezes o valor da maior arrecadação com um leilão até agora na área. O montante foi obtido na 16ª Rodada da ANP, realizada em 10 de outubro e que garantiu à União o valor recorde de R$ 8,915 bilhões.

A receita esperada supera em mais de 40% toda a arrecadação obtida pelo governo federal nos últimos quatro anos com todos os leilões de concessão e privatização, incluindo áreas de exploração de petróleo, aeroportos, rodovias, portos, distribuidoras de energia e Lotex, entre outros. Balanço do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) mostra que a arrecadação total com bônus e outorgas nos 158 leilões realizados desde 2016 soma, até aqui, R$ 62,1 bilhões.

Analistas comparam o leilão do excedente da cessão onerosa a uma operação de aquisição de uma petroleira de médio porte. Em 2015, a Shell comprou a rival BG Group por cerca de US$ 70 bilhões, o equivalente a R$ 280 bilhões considerando o câmbio atual – 2,6 vezes o valor precificado para o megaleilão desta quarta.

Reservas à venda no leilão

A área da cessão onerosa é uma zona de aproximadamente 2,8 mil km² ao largo da costa sudeste do Brasil, situada entre 175 km e 375 km ao sul da cidade do Rio de Janeiro. A área total das quatro áreas ofertadas neste leilão é de 1.385 km².

A ANP estima que existam entre 6 bilhões e 15 bilhões de barris de óleo equivalente excedente na área – praticamente o triplo dos 5 bilhões de barris originais concedidos na área à Petrobras em 2010 e equivalentes ao dobro das reservas atuais da Noruega (7,7 bilhões de barris) e do México (7,2 bilhões de barris).

A cessão onerosa já responde por parte relevante da produção no pré-sal. O campo de Búzios, por exemplo, já é o segundo maior em produção de petróleo no Brasil. Em setembro, a produção de 11 plataformas na área da cessão onerosa foi de 478 milhões mil barris de petróleo e gás por dia.

A estatal declarou a comercialidade dos campos da região entre 2013 e 2014 e, até o momento, extraiu 120,9 milhões de barris na cessão onerosa, o equivalente a apenas 2,42% dos 5 bilhões de barris a que tem direito, segundo a ANP.

Megaleilão da cessão onerosa — Foto: Infografia G1

Avanço do pré-sal

O avanço da produção no Brasil tem sido sustentado pela expansão da exploração no pré-sal (em camadas ultraprofundas sob o mar), que já responde por 64% do total de petróleo produzido no Brasil. Em agosto, a produção oriunda de 110 poços no pré-sal atingiu 1,928 milhão de barris.

Até 2012, o pré-sal ainda representava menos de 10% da produção total nacional. No final de 2014, já correspondia a 25%. Em 2017, ultrapassou pela primeira vez a produção do pós-sal e desde então vem batendo sucessivos recordes.

Os leilões da área de óleo e gás, retomados a partir de 2017 após seis anos sem licitações, passaram a permitir a entrada de outras petroleiras como operadoras em áreas do pré-sal. Até então, elas só podiam participar junto com a Petrobras e não podiam ser operadoras da área.

“Temos hoje mais de 10 empresas fazendo exploração no ambiente do pré-sal”, afirma Oddone, o diretor-executivo da ANP.

O especialista Adriano Pires, sócio-diretor do CBIE, explica que os poços do pré-sal estão entre os mais produtivos do mundo. “O leilão da cessão onerosa é uma coroação para o pré-sal. É definitivamente colocar na página da história que o Brasil realmente virou protagonista”, diz.

Aumento da participação das petroleiras estrangeiras

A Petrobras ainda deve se manter por muitos anos como a principal protagonista da exploração de petróleo no Brasil, mas a tendência é que a participação da estatal encolha gradativamente.

Segundo dados da ANP, a participação da Petrobras na produção total no país caiu para uma fatia da ordem de 75%. Até 2013, essa parcela ficava perto de 90%. A Petrobras permanece, entretanto, como operadora de 93% do total.

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que representa as petroleiras no Brasil, estima que a fatia das empresas privadas na produção total de petróleo no país poderá passar de 30% até 2030.

Segundo a ANP, a atuação de um número maior número de petroleiras na costa brasileira contribuirá para garantir um novo ciclo de investimentos no setor.

“A atividade de exploração mais diversificada nos dá uma maior certeza de que esses investimentos vão acontecer, gerando mais emprego, renda e também mais atividade para a indústria nacional”, afirma o diretor da ANP.

Investimentos no setor de óleo e gás

A ANP estima que, com o leilão do excedente da cessão onerosa, os investimentos no setor de óleo e gás poderão chegar a mais de R$ 1,5 trilhão “nos próximos dez anos”

O Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) avalia que os investimentos em exploração, perfuração e produção em toda a cessão onerosa (incluindo aí o excedente) possam somar cerca de US$ 135 bilhões até 2030 (cerca de R$ 540 milhões na cotação atual), com o pico de US$ 18 bilhões sendo atingido em 2025.

Por se tratar de reservas já descobertas, o início da produção nas áreas do leilão do excedente da cessão onerosa deverá ocorrer mais rápido, em quatro ou cinco anos, ante uma média entre cinco e sete anos nas áreas de leilões tradicionais.

Mas o secretário executivo do IBP, Antonio Guimarães, comenta que os leilões no Brasil acontecem em meio a um cenário de excesso de oferta e aumento das discussões sobre energias renováveis e desaceleração da economia global – o que pode reduzir a demanda mundial por petróleo. O barril de petróleo está sendo negociado atualmente na casa de US$ 60. Vale lembrar que em 2014 chegou a valer US$ 115.

“A gente está no meio de uma discussão sobre transição energética. O mundo inteiro fala em combustíveis alternativos. As estimativas indicam que lá pela década de 30 o consumo de petróleo passe a cair”, diz ele, apontando que essa tendência é justamente o que torna necessário acelerar os investimentos enquanto a curva de consumo ainda é crescente.

Nesse sentido, ainda que o ritmo dos investimentos dependa da dinâmica de preços e de demanda, os analistas avaliam que os vencedores do leilão tendem a ter pressa para recuperar o mais rápido possível o desembolso feito para arrematar o direito de exploração.

“Petróleo é uma energia que está entrando em desuso. Então, as petrolíferas precisam ter pressa e não podem trabalhar com um horizonte muito longo”, afirma Pires, do CBIE.

Geração de empregos

Com a expansão do setor puxada pelos investimentos na área da cessão onerosa nos próximos anos, o IBP projeta um crescimento também na criação de postos de trabalho, com um pico de 388 mil novas vagas em 2025. O número representa 73% do total de vagas criadas pela economia brasileira em 2018, após três anos seguidos de demissões.

Ganhos com royalties e impostos

Além dos R$ 106,5 bilhões a serem pagos a título de bônus de assinatura, a previsão é que o leilão da cessão onerosa também deverá elevar a arrecadação com royalties e impostos nos próximos anos sobre o volume produzido.

A ANP prevê que o valor repassado pelas petroleiras ao governo também poderá mais que dobrar na próxima década, subindo do patamar atual de cerca de R$ 60 bilhões por ano para R$ 300 bilhões até 2030.

Somente com royalties e participações especiais, o governo federal deve arrecadar R$ 54 bilhões em 2019, segundo projeção do CBIE. A consultoria estima que o valor subirá para R$ 68,9 bilhões em 2021, chegando a R$ 86,5 bilhões em 2022.

Royalties são os valores em dinheiro pagos pelas petroleiras à União e aos governos estaduais e municipais dos locais produtores para ter direito a explorar o petróleo.

Já as participações especiais são uma compensação adicional e são cobradas quando há grandes volumes de produção ou grande rentabilidade.

O valor da arrecadação tende a crescer quando a produção aumenta, mas também é determinado pela taxa de câmbio e pelos preços internacionais do petróleo.

G1

Opinião dos leitores

  1. Os PTralhas levaram a SÉRIO que o PETRÓLEO É NOSSO….E ROUBARAM OQUE PUDERAM , é o pior que os funcionários da PETROBRAS não abriram a boca pra nada , quero ver essa empresa privatizada , quero que se ferrem igual aos carteiros , outros que o ladrao condenado Lula roubou e ficaram CALADOS

  2. Há desespero da esquerda, sabendo ela que logo, logo, a nossa gasolina vai ser barata igual a Venezuela 1,00 por isso o desespero, isso ainda falta três anos pra muita coisa boa acontecer.

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Diversos

Nos Estados Unidos, uma casa pode ser legalmente assombrada

(Witthaya/Getty Images)

Existem dois tipos de pessoas: aquela que escuta um barulho estranho na cozinha e vai conferir o que é, e a que fica quietinha no seu canto e planeja um jeito de fugir. Essa pode ser a diferença entre sobreviver ou não em um filme de terror — mas também pode definir se você compraria ou não uma casa.

Muita gente é fascinada por eventos macabros e considerados “sobrenaturais”. Tanto é que existem até mesmo agentes imobiliários especializados em vender casas mal-assombradas. Mas o que define se uma casa é ou não assombrada? Nos Estados Unidos, isso pode estar até na escritura.

Dependendo dos eventos passados ocorridos na casa, ela pode ser considerada “estigmatizada”. Ou seja, mesmo que não tenha nada de errado fisicamente com a casa, os vendedores ou agentes imobiliários devem avisar que algumas coisas estranhas já aconteceram por ali, o que pode afastar os compradores — ou atraí-los.

Uma mansão famosa do estado de Nova York está a venda por 1,9 milhões de dólares (aproximadamente R$7,6 milhões). Ela é conhecida como a “Casa Fantasma”. Nos anos 1960, uma moradora alegou que a casa era habitada por espíritos que lutaram na Guerra de Independência dos Estados Unidos. Ela afirmava que os espíritos inclusive interagiam com sua família.

A história viralizou nos jornais e revistas. A fama foi tanta que a Suprema Corte de Nova York declarou, em 1991, que a casa era considerada assombrada devido ao estigma criado pelos moradores anteriores. A partir de então, os vendedores são obrigados a avisar sobre a má fama da mansão.

Mas a questão está longe de ser um consenso. Por lá, os estados são mais autônomos para decidir as próprias leis. Na Califórnia, por exemplo, o vendedor é obrigado a informar de quaisquer mortes que tenham se passado na casa nos últimos três anos. Já em Massachusetts, quem vende só é obrigado a falar sobre o passado da casa se os compradores perguntarem.

O fato de a casa ser estigmatizada influencia a decisão do consumidor e até o preço. Segundo uma enquete feita nos Estados Unidos, metade dos moradores não compraria uma casa se ela fosse conhecida por ser assombrada. Por lá, a preocupação é tanta que existe até um site que mostra se alguém já morreu no terreno que você está querendo comprar – se estiver disposto a pagar 11 dólares pelo serviço, claro.

No Brasil, não existe uma regra clara quando se trata de “casas assombradas”. O código civil obriga que os vendedores e compradores ajam de “boa fé”. Se a casa tiver má fama na região, talvez isso possa prejudicar o uso do espaço pelos compradores. Então, esse detalhe deveria ser informado.

“Não existe determinação no código civil sobre quais informações devem ser prestadas ao comprador. Se eu vendesse a minha casa e omitisse que ela é ‘mal assombrada’, pode ser que o comprador tivesse alguns prejuízos com a vizinhança”, disse Uinie Caminha, professora da UFC (Universidade Federal do Ceará) e doutora em direito comercial, em entrevista à SUPER. “Os amigos do filho não vão querer ir brincar na casa ou os entregadores de comida não vão até lá. Nesse caso, eu não deveria ter omitido essa informação porque ela é relevante ao comprador”.

Super Interessante

 

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Economia

Com novo juro da Caixa, financiamento imobiliário pode ser reduzido em mais de R$ 100 mil

Foto: Pixabay

A redução das taxas de juros para crédito imobiliário anunciada pela Caixa Econômica Federal na quarta-feira leva a taxa máxima de 9,5% para 8,5% ao ano, enquanto a mínima sai de 7,5% para 6,75% ao ano, a menor praticada no mercado. Simulações mostram que a queda pode, em alguns casos, reduzir em mais de R$ 100 mil o preço final de um financiamento.

A medida abrange contratos de financiamento atualizados pela Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada, mas não atinge as modalidades corrigidas pela variação do IPCA.

Portabilidade: Juro menor favorece migração de financiamento da casa própria. Saiba como é

Em um crédito para imóvel de R$ 1 milhão, considerando prazo de 30 anos, o valor final passaria de R$ 2.370.271,93 para R$ 2.231.279,55 tomando como base a taxa máxima. A economia seria de R$ 138.992,38. Pela taxa mínima, essa redução seria de R$ 105.915,34.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Pela lei, é pra esse tipo de presídio que se encaminha o preso que progride do regime fechado para o semiaberto. Qual o problema. A propósito, até concordo com quem sugeriu a pedreira em vez da agrícola.

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