Saúde

Mutação pode ter tornado o novo coronavírus mais vulnerável às vacinas, aponta estudo

Imagem de microscópico mostra o novo coronavírus, responsável pela doença chamada Covid-19 — Foto: NIAID-RML/AP

A mesma mutação genética que tornou o novo coronavírus mais infeccioso também pode fazer que ele se torne mais vulnerável às vacinas, aponta trabalho de pesquisadores norte-americanos. O grupo liderado pelo cientista Drew Weissman, da Universidade de Pensilvânia, apontou em um estudo publicado na sexta-feira (24) que a chave deste processo está na mutação nomeada D614G.

Esta mutação específica aumentou o número de espinhos, ou “spikes” do coronavírus Sars-Cov-2. As estruturas são formadas pela proteína S. Estes espinhos permitem ao vírus se conectar às células das mucosas e infectá-las, para começar a sua duplicação.

Os cientistas ressaltam, no entanto, que essa mutação não será um problema para as ao menos cinco vacinas para o Sars-Cov-2 em estágio final de teste. Isso porque é justamente para combater este espinho que elas estão sendo desenvolvidas.

As vacinas são preparadas para induzir a formação de anticorpos neutralizantes que atacam a proteína S. Com mais espinhos, vai haver mais espaço para os antígenos da vacina atuarem na defesa e para poder, assim, neutralizar a ação do vírus, afirmam os pesquisadores em um artigo que ainda não foi revisado por pares (pré-print) e que foi publicado na plataforma MedRXiv.

Metodologia: ‘falso vírus’

Para entender como uma possível vacina responderia a esta mutação, os cientistas usaram ratos, macacos e humanos. Primeiro aplicaram em alguns dos indivíduos um soro com anticorpos. Depois, colocaram no corpo deles um vírus modificado para conter apenas a proteína S do Sars-Cov-2, o que não expôs nem as cobaias nem os voluntários a riscos da Covid.

Eles perceberam que, nos indivíduos que receberam o soro, a mutação D614G teve mais dificuldade de acoplar o vírus na célula que seria invadida. Isso indica, segundo o estudo, que a linhagem do novo coronavírus que se tornou dominante deve ser mais suscetível a bloqueio dos anticorpos induzido pelas vacinas atualmente em desenvolvimento.

Vacina de Oxford

Uma das candidatas a imunização da Covid, a vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford usa a chamada tecnologia vetor-adenovírus, que, como o nome sugere, usa um adenovírus como vetor para levar o coronavírus modificado para dentro de uma célula humana.

Esse adenovírus é geneticamente modificado para impedir sua replicação e, assim, que ele infecte uma célula humana. Adenovírus costumam causar resfriados.

No lugar dos genes removidos é inserida uma sequência de DNA com o código da proteína S do coronavírus Sars-Cov-2. Essa sequência faz o corpo humano entender, equivocadamente, que está infectado, o que gera a resposta imunológica.

Os cientistas de Oxford já tinham vetores adenovírus em estoque. Eles trabalham há anos com essa tecnologia para produzir vacinas. O que tiveram de fazer foi adaptá-la para o Sars-Cov-2 e adicionar a sua proteína spike para gerar a resposta imunológica desejada.

G1

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Saúde

Estudo da Fiocruz destaca RN em 1º lugar no país no número de queda de casos em média diária por covid-19 e 2º por óbitos em tendência de queda

Foto: © Erasmo Salomão/MS

As tendências de incidência e mortalidade por covid-19 no Brasil se estabilizaram em patamares altos, avalia o último Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta segunda-feira (20). O estudo é referente ao período de 28 de junho a 11 de julho, que corresponde às semanas epidemiológicas 27 e 28.

A estabilização das tendências a nível nacional é resultado de movimentos de avanço ou recuo da pandemia nas unidade da federação, mostra a pesquisa. No caso da média diária de registro de casos, houve quedas no Rio Grande do Norte (-12,3%), Roraima (-9,3%), Rondônia (-8,4%), Rio de Janeiro (-5,3%), Espírito Santo (-3,7%) e mais 10 estados. Por outro lado, a média cresceu no Mato Grosso (+4,1%), Santa Catarina (+3,7%), Amazonas (+1,9%), Rio Grande do Sul (+1,8%), Goiás (+1,7%) e outros sete estados.

Apesar da queda, Roraima continua a ser o estado com a maior taxa de incidência, seguido por Distrito Federal e Sergipe. Em termos regionais, o Sul e o Centro-Oeste apresentaram tendência geral de aumento no número de casos, com os destaques de Santa Catarina e Mato Grosso, respectivamente.

Em relação à mortalidade, o maior aumento no período foi registrado no Tocantins, onde a média diária de óbitos cresceu 5,3% nas últimas duas semanas. Outros estados com aumentos mais expressivos são Distrito Federal (+4,5%) Rio Grande do Sul (+4,3%), Santa Catarina (+3,9%), Minas Gerais (+3,9%) e Paraná (+3,4%). Ao todo, 13 unidades da federação tiveram aumento na taxa de mortalidade nas últimas duas semanas epidemiológicas.

Por outro lado, há tendência de queda de mortalidade em Roraima (-12,1%), Rio Grande do Norte (-7,7%), Pará (-2,9%), Rio de Janeiro (-1,9%), Espírito Santo (-1,9%) e mais nove estados.

O boletim também traz dados sobre a média móvel de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), complicação comum em casos mais severos de doenças respiratórias, incluindo a covid-19. A incidência por 100 mil habitantes é considerada muito alta para todas as unidades da federação, sendo a média nacional de 9,7 casos por 100 mil pessoas.

As regiões Sudeste e Centro-Oeste estão acima da média do país, com 11,5 e 11 casos por 100 mil habitantes. Já o Sul (8,5), o Nordeste (7,0) e o Norte (5,6) têm incidência menor que a média brasileira, de 9,7.

Com 19,3 casos/100 mil, o Distrito Federal tem a maior incidência do país, seguido por Alagoas (17,8/100 mil) e São Paulo (13,4/100 mil). As menores taxas são do Maranhão (2,5) e do Espírito Santo (2,9).

Leitos

Um indicador para avaliar a capacidade do sistema de saúde em responder à pandemia é a disponibilidade de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para adultos a cada 10 mil habitantes. O Brasil tem, em média, 0,9 leito de UTI para adultos com covid-19 para cada 10 mil habitantes. A taxa chega a 1,5 no Espírito Santo, e fica em apenas 0,4 no Tocantins.

Os dados sobre os leitos foram obtidos a partir de consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde no dia 13 de julho deste ano.

Já a ocupação desses leitos foi calculada principalmente com dados do Sistema Único de Saúde, informados pelas secretarias estaduais.

Segundo a Fiocruz, o Mato Grosso estava na situação mais grave, com 93,1% dos leitos ocupados. Também ficaram com ao menos 80% de ocupação Goiás (84%), Distrito Federal (81%) e Bahia (80%). As menores ocupações estavam no Acre (28%), Amapá (30%) e Paraná (39,3%).

O estudo ressalta que “seria importante também obter números sobre a quantidade de testes disponíveis por unidade da federação, testes usados e testes positivos”. Segundo a Fiocruz, esses números não têm sido disponibilizados pelos estados e municípios de forma rotineira.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Cada um tem a sua opinião. Eu, particularmente, acredito que o pioneirismo do Dr Albert Dickson com o tratamento precoce tem mostrado bons resultados. Há vários depoimentos relatando o sucesso do tratamento por ele defendido.

  2. VERDADE SEJA DITA

    "Os dados oficiais tornam ainda mais injustificáveis as declarações do prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB), que anunciou a desativação de leitos para pacientes Covid-19. Em entrevista ao telejornal da InterTV Cabugi, o chefe do Executivo municipal disse que Natal já havia “virado o jogo contra o coronavírus” e por isso a prefeitura já tinha começado a desativar leitos.

    De acordo com o portal RegulaRN, a prefeitura de Natal já desativou 11 leitos, sendo 9 no hospital de Campanha e 2 no hospital Municipal.

    Os dados de internações, no entanto, mostram o contrário do que disse o prefeito Álvaro Dias. A situação de Natal atualmente é pior do que todas as demais regiões do Estado"

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Saúde

Uso de radiação nos pulmões de pacientes com Covid-19 pode acelerar recuperação, diz estudo

Imagem criada pela Nexu Science Communication em conjunto com o Trinity College, em Dublin, mostra um modelo estruturalmente representativo de um betacoronavírus, que é o tipo de vírus vinculado ao COVID-19, mais conhecido como coronavírus vinculado ao surto atual. — Foto: NEXU Science Communication/via REUTERS

Uma pequena dose de radiação aplicada nos pulmões de pacientes com pneumonia causada pela Covid-19 pode ajudá-los a se recuperar mais rapidamente, mostra estudo feito com um grupo pequeno de pacientes divulgado na terça-feira (13). A revisão por pares dessa pesquisa, procedimento usual na ciência para a publicação de artigos, ainda deverá ocorrer.

Médicos da Emory University de Atlanta, nos Estados Unidos, trataram 10 pacientes de novo coronavírus com radiação nos pulmões. Os dados foram comparados com os resultados de 10 outros pacientes de idade similar e que receberam os cuidados usuais, sem radiação.

Imagem mostra as armadilhas extracelulares de neutrófilos nos pulmões. Pesquisadores querem descobrir se o mesmo mecanismo é ativado em casos de Covid-19 e, assim, desenvolver tratamento para a doença. — Foto: EGEBLAD LAB/CSHL

Com radiação, o tempo médio para uma melhora significativa foi de três dias. Enquanto isso, no outro grupo, a recuperação durou 12 dias.

Outros efeitos em potencial incluem menor média de tempo para a alta hospitalar (12 dias com radiação, 20 dias sem) e um risco mais baixo de precisar de ventilação mecânica (10% com radiação, 40% sem).

Observações e esperanças

Porém, essas diferenças são muito pequenas para descartar a hipótese de que houve “sorte” nos resultados, alertam pesquisadores. Com isso, ainda é cedo para afirmar que esse tipo de tratamento é eficaz contra as complicações da Covid-19.

O grupo que recebeu radiação era “um pouco mais velho, um pouco mais doente e tinham os pulmões um pouco mais danificados. Mas mesmo assim nós vimos um sinal forte de eficácia”, disse à Reuters o médico Mohammad Khan, um dos autores.

Khan notou que, no grupo que recebeu doses de radiação, o uso de medicamentos foi interrompido antes e depois do tratamento para que os resultados refletissem somente a radiação.

“Radioterapia pode reduzir a inflamação dos pulmões de pacientes de Covid-19 e reduzir as citocinas que causam essas inflamações”, afirmou Khan. Citocinas são proteínas fabricadas pelo sistema imune.

Os resultados dos primeiros cinco pacientes foram aceitos para publicação na revista “Cancer”. O resultado com todos os 10 foram publicados na terça no repositório medRxiv — ainda não houve a revisão por pares. Os pesquisadores lançaram um ensaio randomizado e controlado do tratamento e esperam incluir outros centros médicos.

G1, com Reuters

 

Opinião dos leitores

  1. Ficará bom do corona e vai adquirir um câncer depois!!! Se correr o bicho pega se ficar o bicho come!!! Melhor tentar a ivermectina mesmo!!!

    1. kkkkk…primeira coisa que pensei também, mas é válido o tratamento na iminência da morte, desta forma agradeço e muito aos médicos que lançaram mais essa alternativa, palmas

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Saúde

Macacos ficam imunes após se curarem de Covid-19, indica estudo

Foto: Inna Polekhina/Getty Images

Uma pesquisa publicada na revista Science mostrou que macacos-rhesus mantém anticorpos por pelo menos um mês após a primeira infecção de Covid-19 – o que pode ser um indicativo positivo para nós.

No estudo, cientistas chineses infectaram seis macacos da espécie com o novo coronavírus e avaliaram a progressão da doença. Os primatas foram usados porque são parentes próximos de nós, humanos, e portanto têm sistemas parecidos com os nossos. Todos eles desenvolveram quadros da doença, que variaram de leves a moderados, incluindo até pneumonia e alterações no sistema respiratório e gastrointestinal.

Após 28 dias, quando os macacos já estavam naturalmente curados, quatro deles receberam novamente o vírus (os outros dois serviram de grupo controle para os cientistas compararem os dados).

Logo após a reinfecção, os quatro macacos apresentaram uma curta febre, mas nenhum outro sintoma foi observado, e testes moleculares continuaram dando negativo por duas semanas após esse episódio. Isso sugeriu que os anticorpos nos primatas tinham sido formados – e eram bons o bastante para barrar uma segunda infecção.

Uma análise laboratorial confirmou: o sangue dos animais tinha anticorpos com formatos específicos para se ligar a proteína spike do vírus – estruturas com formato de espinho usadas pelo invasor para infectar nossas células.

A equipe notou, inclusive, que o nível de anticorpos era maior duas semanas após a segunda introdução do vírus do que duas semanas após a primeira infecção. Mesmo assim, a proteção da primeira infecção parece ter sido suficiente.

Proteção garantida?

Os resultados da pesquisa são pertinentes, sobretudo após alguns relatos de pessoas que voltaram a ter sintomas ou testar positivo para o vírus dias (ou até semanas) depois de, supostamente, terem se curado.

Episódios como esse foram observados pontualmente em diversos países, embora não se saiba se, de fato, estamos falando de pessoas que ficaram doentes duas vezes. Uma hipótese é que esses indivíduos nunca tenham se curado. Nesse caso, eles apenas deixaram de apresentar sintomas porque a carga viral diminuiu em seus corpos – mas o vírus continuou se espalhando e voltou a causar danos algum tempo depois.

Outra possibilidade é que falsos negativos em resultados de testes tenham levado pessoas a acharem que estavam curadas erroneamente. Afinal, sabe-se que alguns testes, especialmente os rápidos, não são precisos.

Como funciona a nossa resposta imune?

Quando somos infectados por um vírus (ou outro micróbio), começa uma resposta de defesa bastante complexa. Nos primeiros dias da batalha, usamos algo chamado resposta imune inata ou natural – assim chamada porque já nascemos com ela.

Essa linha de defesa consiste em células como os glóbulos brancos e trata, basicamente, todo invasor da mesma forma. É uma reação imediata para uma infecção, mas não é tão eficiente porque aposta em estratégias gerais contra os antígenos.

Já o sistema imunológico adaptativo entra em cena, em geral, dias após a detecção do invasor. Ele recebe esse nome pois se adapta de acordo com o inimigo, criando estratégias personalizadas para cada um.

É nessa hora que entram os anticorpos: substâncias feitas sob medida para se ligar a um tipo específico de vírus ou bactéria e, assim, neutralizá-lo. Uma vez que o corpo desenvolve os anticorpos para aquele invasor, a luta contra ele fica muito mais fácil: o indivíduo pode até ficar imune para aquela doença, já que os anticorpos são defesas duradouras.

Mas esse processo varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de micróbio para micróbio. Algumas respostas imunológicas são, de fato, duradouras e eficientes: é o caso do sarampo e da catapora. Nessas doenças, geralmente basta uma infecção vencida para que a pessoa fique imune para o resto da vida. Em outros, porém, o corpo até aprende a lutar contra o invasor, mas os anticorpos somem depois de um tempo e a pessoa fica novamente vulnerável (é o caso de alguns vírus da gripe e do resfriado comum).

Além disso, possuir anticorpos não significa, necessariamente, estar imune. Às vezes, os anticorpos produzidos pelo corpo não são tão bons assim em neutralizar o invasor, ou não existem em quantidade suficiente para vencer a batalha. Nesse caso, a pessoa pode ficar doente mesmo com a presença deles no sangue.

Isso acontece, por exemplo, no caso do vírus sincicial respiratório, um causador de resfriado bastante comum em bebês (quase todas crianças pegam o vírus em algum momento dos primeiros três anos de vida). Nosso corpo até cria anticorpos contra ele, mas, por algum motivo, eles não são muito eficientes em frear o vírus, e podemos ser reinfectados por ele durante a vida. Vale dizer, no entanto, que é muito difícil que alguém desenvolva sintomas graves nesses quadros de reinfecção – a doença se comporta mais como um resfriado.

Como o SARS-CoV-2 é um vírus novo, ainda não sabemos em qual dos cenários ele se encaixa. Pesquisas mostram que outros vírus do grupo dos coronavírus que causam resfriados geram uma resposta imune que dura poucos meses, enquanto os vírus da SARS e da MERS (doenças mais graves, parecidas com a Covid-19) resultam em uma resposta imune mais eficiente e duradoura.

Diversos estudos preliminares já foram feitos, mas ainda não é possível para bater o martelo. O que sabemos até agora é que o corpo humano produz anticorpos contra a Covid-19 – mas o quão eficiente eles são, e por quanto tempo duram, ainda são dúvidas que precisam de mais evidências para serem respondidas.

O estudo chinês oferece um indicativo de como o processo funciona, mas vale ressaltar que ele ainda está longe de fornecer tal resposta. Afinal, macacos não são humanos, e o período analisado foi de pouco mais de um mês, insuficiente para entender por quanto tempo a memória imunológica dura. Além disso, os animais só desenvolveram quadros moderados e leves de Covid-19. Outras pesquisas são necessárias para revelar mais detalhes sobre casos graves.

Todas essas dúvidas estão sendo investigadas em ensaios clínicos com humanos, mas ainda levará algum tempo até que tenhamos uma série satisfatória de evidências.

Super Interessante

 

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Saúde

Estudo inglês relata novos casos de associação entre Covid-19 e danos cerebrais

Foto: Lucy Nicholson/Reuters

Um estudo realizado por pesquisadores da University College London (UCL) traz novos evidências sobre possíveis danos cerebrais relacionados ao novo coronavírus, que causa a Covid-19. Nesta quarta-feira (8), os cientistas responsáveis alertaram sobre complicações neurológicas aparentemente relacionadas ao vírus, incluindo inflamação, psicose e delírio.

A pesquisa descreveu 43 casos de pacientes com Covid-19 que sofreram disfunção cerebral temporária, derrames, danos nos nervos ou outros efeitos cerebrais graves. As conclusões se somam a estudos recentes que também descobriram que a doença pode danificar o cérebro.

“Se vamos ver uma epidemia em larga escala de danos cerebrais ligados à pandemia – talvez semelhante ao surto de encefalite letárgica nas décadas de 1920 e 1930, após a pandemia de influenza de 1918 – ainda está para ser visto”, disse Michael Zandi, do Instituto de Neurologia da UCL, que co-liderou o estudo.

A Covid-19 é em grande parte uma doença respiratória que afeta os pulmões, mas neurocientistas e médicos especialistas em cérebro afirmam que as evidências emergentes de seu impacto neurológico preocupantes.

“Minha preocupação é que tenhamos milhões de pessoas com Covid-19 agora. E se daqui a um ano tivermos 10 milhões de pessoas recuperadas e essas pessoas tiverem déficits cognitivo? Isso afetará sua capacidade de trabalhar e sua capacidade para realizar atividades da vida diária”, disse Adrian Owen, neurocientista da Western University no Canadá, em entrevista à Reuters.

No estudo da UCL, publicado na revista Brain, nove pacientes que tiveram inflamação no cérebro foram diagnosticados com uma condição rara chamada encefalomielite disseminada aguda (ADEM), que é mais comum em crianças e pode ser desencadeada por infecções virais.

A equipe disse que normalmente vê cerca de um paciente adulto com ADEM por mês em sua clínica especializada em Londres, mas isso aumentou para pelo menos uma por semana durante o período do estudo, algo que eles descreveram como “um aumento preocupante”.

“Como a doença existe há apenas alguns meses, talvez ainda não saibamos que dano a longo prazo o que a Covid-19 pode causar”, disse Ross Paterson, que co-liderou o estudo. “Os médicos precisam estar cientes dos possíveis efeitos neurológicos, pois o diagnóstico precoce pode melhorar os resultados dos pacientes”.

Owen afirmou que as evidências já encontradas sublinham a necessidade de estudos grandes e detalhados e coleta global de dados para avaliar quão comuns essas complicações neurológicas e psiquiátricas são.

“Esta doença está afetando um número enorme de pessoas”, disse Owen. “É por isso que é tão importante coletar essas informações agora.”

CNN Brasil

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Saúde

Estudo: mutação do coronavírus é mais contagiosa, mas não agrava doença

Foto: Callaghan O’Hare/Reuters

Um estudo global encontrou fortes evidências de que uma nova forma do coronavírus se espalhou da Europa para os Estados Unidos. A nova mutação aumenta a probabilidade de o vírus infectar as pessoas, mas não parece torná-las mais doentes do que as variações anteriores, informou uma equipe internacional de pesquisadores nesta quinta-feira.

“Agora é a forma dominante de infectar pessoas”, disse à CNN Erica Ollmann Saphire, do Instituto de Imunologia La Jolla e do Consórcio de Imunoterapia Coronavírus, que trabalhou no estudo.

“Este é agora o vírus.”

O estudo, publicado na revista Cell, baseia-se em alguns trabalhos anteriores que a equipe fez, lançada em um servidor de pré-impressão no início do ano. Informações compartilhadas sobre sequências genéticas indicaram que uma certa versão mutante do vírus estava assumindo o controle.

Agora, a equipe não apenas verificou mais seqüências genéticas, mas também realizou experimentos envolvendo pessoas, animais e células em pratos de laboratório que mostram que a versão mutada é mais comum e mais infecciosa que outras versões.

“Sabemos que o novo vírus se adequa melhor. Não parece à primeira vista como se fosse pior”, disse Saphire.

A mutação afeta a proteína spike – a estrutura que o vírus usa para entrar nas células que infecta. Agora, os pesquisadores estão verificando se isso afeta a possibilidde de que o vírus seja controlado por uma vacina. As vacinas atuais sendo testadas visam principalmente a proteína spike, mas foram feitas usando cepas mais antigas do vírus.

O estudo, publicado na revista Cell, confirma trabalhos anteriores sugerindo que a mutação havia tornado a nova variante do vírus mais comum. Os pesquisadores chamam a nova mutação de G614 e mostram que ela quase substituiu completamente a primeira versão a se espalhar na Europa e nos EUA, uma chamada D614.

Sem efeitos na sobrevida dos pacientes

“Nossos dados de rastreamento global mostram que a variante G614 em Spike se espalhou mais rapidamente que o D614”, escreveram a bióloga teórica Bette Korber, do Laboratório Nacional Los Alamos e colegas. “Nós interpretamos isso como significando que o vírus provavelmente será mais infeccioso”, acrescentaram. “Curiosamente, não encontramos evidências do impacto do G614 na gravidade da doença”.

Isso pode ser uma boa notícia, disse Lawrence Young, professor de oncologia médica da Universidade de Warwick, no Reino Unido, que não participou do estudo.

“O trabalho atual sugere que, embora a variante G614 possa ser mais infecciosa, não é mais patogênica. Há uma esperança de que, à medida que a infecção por SARS-CoV-2 se espalhe, o vírus se torne menos patogênico”, disse ele em comunicado.

A equipe testou amostras de pacientes da Europa e dos EUA e sequenciou os genomas. Eles compararam essas seqüências do genoma com o que foi compartilhado publicamente. A comparação dessas sequências os ajudou a desenhar um mapa da propagação das duas formas.

“Até 1º de março de 2020, a variante G614 era rara fora da Europa, mas no final de março aumentou em frequência em todo o mundo”, escreveram eles.

Mesmo quando o formulário D614 causou epidemias generalizadas, em lugares como o País de Gales e Nottingham na Inglaterra e no estado de Washington, o G614 assumiu o controle assim que apareceu, eles descobriram.

“O aumento na frequência do G614 geralmente continua bem depois que os pedidos de estadia em casa estão em vigor e após o período de incubação de duas semanas subsequente”, acrescentaram. Existem algumas exceções, incluindo a área de Santa Clara, Califórnia, e a Islândia, onde a forma D614 mais antiga nunca foi substituída pela variante G mais recente.

Três a nove vezes mais infeccioso

A nova versão parece se multiplicar mais rapidamente no trato respiratório superior – nariz, seios paranasais e garganta – o que explicaria por que ela passa mais facilmente, disseram os pesquisadores.

Porém, testes em 1.000 pacientes hospitalizados com coronavírus na Grã-Bretanha mostraram que os infectados com a nova versão não se saíram pior do que aqueles que pegaram a cepa original.

David Montefiore, da Universidade Duke e colegas, testaram o vírus no laboratório. “Conseguimos testar se a forma G do vírus era mais infecciosa que a forma D”, disse à CNN Montefiore, diretor do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas contra a Aids.

“Todos os resultados concordaram que a forma G era três a nove vezes mais infecciosa que a forma D”, acrescentou. “Agora tínhamos evidências experimentais que apoiavam, em parte, o que Bette estava vendo em sua análise das sequências em todo o mundo – a forma G tinha uma vantagem de condicionamento físico em termos de infectividade”.

Os testes de laboratório do vírus em ação confirmaram o que os mapas genéticos haviam mostrado.

“Essas descobertas sugerem que a forma mais nova do vírus pode ser transmitida mais rapidamente do que a forma original. Independentemente de essa conclusão ser ou não confirmada, ela destaca o valor do que já eram boas idéias: usar máscaras e manter o distanciamento social “, disse Korber em comunicado.

Outras mutações costumam acompanhar a mutação G614, mas não está claro qual efeito elas têm. “A primeira seqüência que detectamos que carregava todas as quatro mutações foi amostrada na Itália em 20 de fevereiro”, eles escreveram. “Em poucos dias, esse haplótipo foi amostrado em muitos países da Europa”.

A mutação G614 pode ser neutralizada pelo soro convalescente – o produto sanguíneo retirado de pessoas que se recuperaram de uma infecção por coronavírus, disse Saphire. Sua equipe testou sangue doado por seis sobreviventes de coronavírus em San Diego.

“Observamos se a variedade de anticorpos no sangue das pessoas era tão eficaz na neutralização do novo vírus quanto no antigo vírus. Era, de fato, um pouco melhor”, disse ela.

‘Foi um alívio’

Os pesquisadores temiam que, se a nova mutação fizesse o vírus crescer mais rapidamente e em níveis mais altos, seria necessário mais esforço do sistema imunológico para neutralizá-lo. “Não era o caso”, disse Saphire.

É necessário mais trabalho, é claro, para solidificar as descobertas e ver o que as mudanças significam para a epidemia e para os pacientes, disseram os pesquisadores.

“Existem possíveis consequências para as vacinas. Estamos investigando ativamente essas possíveis consequências”, disse Montefiore.

E, é claro, eles estão de olho em outras mutações. “Podemos ter se esquivado de uma bala com essa mutação em particular”, disse Saphire. “No entanto, isso não quer dizer que outra mutação não possa vir em cima dessa”, acrescentou.

“Caberia a nós permanecer vigilantes”.

CNN Brasil

 

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Saúde

Febre, tosse, fadiga: estudo confirma sintomas mais comuns da Covid-19

(Foto: United Nations Global Call Out To Creatives)

Um estudo conduzido por universidades do Reino Unido e da Bélgica confirma os sintomas mais comuns da Covid-19: tosse persistante, febre, fadiga, perda do olfato e dificuldade para respirar. Publicado no Plos One na terça-feira (23), o artigo ratifica os sinais já listados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o começo da pandemia. “O estudo dá confiança ao fato de termos acertado na identificação dos principais sintomas e pode ajudar a determinar quem deve fazer o teste”, afirma Ryckie Wade, cirurgião e pesquisador clínico da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que supervisionou a pesquisa.

Para chegar à lista de sintomas, os pesquisadores revisaram 148 estudos e identificaram os mais comuns entre 24.410 pacientes de nove países: China, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Itália, Reino Unido, Países Baixos e Estados Unidos.

No geral, 78% dos pacientes apresentaram febre, 57% tiveram tosse, 31% sofreram de fadiga, 25% perderam o olfato e 23% relataram dificuldade para respirar. Ao analisar os dados por país, os pesqusiadores encontraram diferentes porcentagens em cada região. Em Singapura, por exemplo, 72% apresentaram febre, enquanto apenas 32% dos coreanos disseram ter esse sintoma. Quando o assunto é tosse, os pacientes da Coreia do Sul também relataram menos: apenas 18%, sendo que nos Países Baixos a porcentagem de infectados com tosse chegou a 76%. Segundo os especialistas, essas variações se devem, em parte, à forma como os dados foram coletados em cada país.

Entre os pacientes que precisaram de tratamento hospitalar, 19% foram atendidos em uma unidade de terapia intensiva (UTI), 17% necessitaram ajuda não invasiva para respirar, 9% precisaram de ventilação invasiva e 2% usaram oxigenação por membrana extracorporal (um “pulmão artificial”).

Os pesquisadores também reconhecem que uma grande porção dos infectados pelo novo coronavírus não apresentou sintoma algum.

Galileu

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Saúde

MAIS ESSA: Estudo identifica nova linhagem do vírus zika em circulação no Brasil

(Foto: Agência Brasil)

Pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia descobriram uma nova linhagem do vírus da zika circulando no Brasil. O achado foi publicado em junho no periódico International Journal of Infectious Diseases.

A introdução da nova cepa, do tipo africano, foi identificada graças a uma ferramenta de monitoramento genético desenvolvida por pesquisadores vinculados ao Cidacs. O método consiste em analisar sequências genéticas de microrganismos disponíveis em bancos de dados públicos, permitindo aos cientistas compararem os genes do vírus avaliado com os que já foram descobertos anteriormente.

“Pegamos esses dados e analisamos, selecionamos as sequências do Brasil e mostramos a frequência desses tipos virais ano a ano”, explicou Artur Queiroz, coautor do estudo, em declaração à imprensa. “O principal achado é que vemos uma variação de subtipos e linhagens durante os anos, sendo que em 2019 há o aparecimento, mesmo que pequeno, de uma linhagem que até então não era descrita circulando no país.”

De acordo com os cientistas, há duas linhagens do vírus zika: a asiática e a africana (sendo que essa é subdividida em oriental e ocidental). No novo estudo, os pesquisadores analisaram 248 microrganismos que foram encontrados no Brasil e notaram que, até 2018, o vírus da zika era majoritariamente (mais de 90%) cambojano. Essa proporção, entretanto, mudou em 2019, quando o subtipo da zika oriundo da micronésia passou a compreender 89,2% das sequências submetidas ao banco genético.

Ainda assim, o que surpreendeu os pesquisadores foi a identificação do tipo africano do vírus zika por aqui. “A linhagem da África foi isolada em duas regiões diferentes do Brasil: no Sul, vindo do Rio Grande do Sul, e no Sudeste, no Rio de Janeiro”, escreveram os autores do estudo.

Para os pesquisadores, a descoberta serve como alerta para a vigilância da doença. Segundo Larissa Catharina Costa, uma das autora da pesquisa, estudos genéticos devem continuar sendo realizados a fim de evitar um novo surto da doença com o novo genótipo circulante.

Galileu

 

Opinião dos leitores

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Saúde

Coronavírus pode ser vencido por sol forte em até 34 minutos


Foto: Cléber Mendes

Um novo estudo divulgado neste mês revela que o sol pode ser um grande aliado no combate ao covid-19. Segundo os cientistas responsáveis, a exposição aos raios solares do meio-dia pode matar o vírus que causa a doença em até 34 minutos.

A pesquisa, comandada por Jose-Luis Sagripanti e David Lytle e publicada em um jornal científico, mostrou que o sol forte é extremamente efetivo contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2) e consegue inativar até 90% da carga viral.

Por outro lado, eles ressaltaram que o inverno pode, sim, ser a fase de maior contágio do vírus , uma vez que ele consegue sobreviver por até um dia em temperaturas mais baixas, aumentando os riscos de transmissão.

Os cientistas apontaram ainda que as medidas de isolamento social , que mantiveram as pessoas dentro de casa em diversos países, pode ter causado mais prejuízos do que benefícios no combate à pandemia.

“Pessoas saudáveis que fossem expostas aos raios solares receberiam cargas virais menores, o que seria mais eficiente para criar uma resposta de imunização na população”, aponta um trecho do estudo.

Tal análise confirma estudo realizados no passado sobre a Gripe Espanhola . Em 1918 e 1919, pesquisadores apontaram que os pacientes tratados em hospitais mais abertos e que eram expostos ao sol tinham mais chances de sobrevivência e recuperação.

O Dia – IG

Opinião dos leitores

  1. Sol de meio dia, você pode are não morrer covid, mas vai ter um câncer de pele, essa pesquisa sendo verdadeira os países de clima quente não teriam problema com o viros…..

  2. Na matéria fala de estudo publicado em um jornal científico sem citar a fonte, o nome do fornal é nem ao menos o título do estudo… Vindo desse blog do BG.. Só pode ser Porcaria e fake news.. Esse BG só atrapalha a sociedade com suas matérias sujas, mentirosas e enviesadas.

  3. Mas é assim que funciona as nossas carniceiras das midiaslixo, no verão, a vitamina d do sol não tinha influência, hoje que estamos no inverno meia hora basta para matar o vírus, todas torcem para o quanto pior melhor , verifiquem, quando o número de óbitos é baixo não informam, mas quando é o contrário eles tem orgasmos quando transmitem.

  4. Só não sei pq o RJ tem tantos casos então?! Por essa ideia, o vírus não deveria ter avançado pelo Brasil, inclusive nosso estado

    1. Porque os malas dos prefeito$ e governadore$, embasados pelo $TF ordenaram que o povo ficasse em casa.

  5. Será os governantes jumentos desse país irão ler ou dar um mínimo de atenção a essa pesquisa? Acho que não, pois o que interessa para eles é que o povo adoeça, pois só assim fica mais fácil meter as mãos nos recursos públicos em benefício próprio.

  6. Sol às 12h corpo produz muita vitamina D. 10.000ui a cada 20 minutos. Muito já se falou nos benefícios dessa vitamina. Barato repor!!!!

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Saúde

Crianças em idade escolar parecem não transmitir o novo coronavírus a colegas ou professores, diz estudo

Foto: Ilustrativa

Crianças em idade escolar parecem não transmitir o novo coronavírus a colegas ou professores, segundo um estudo francês para analisar o papel desse grupo na propagação da Covid-19.

Cientistas do Institut Pasteur estudaram 1.340 pessoas em Crepy-en-Valois, uma cidade a nordeste de Paris, que enfrentou um surto em fevereiro e março, incluindo 510 estudantes de seis escolas primárias.

Os cientistas identificaram três casos prováveis entre crianças que não levaram a outras infecções entre alunos ou professores.

O estudo confirma que crianças parecem mostrar menos sintomas evidentes do que os adultos e são menos contagiosas, o que serviria como justificativa para a reabertura de escolas em países da Dinamarca à Suíça.

Os pesquisadores descobriram que 61% dos pais de crianças infectadas tinham o coronavírus, em comparação com cerca de 7% dos pais de crianças saudáveis, sugerindo que foram os pais que infectaram os filhos e não o contrário.

Compreender os padrões de transmissão da pandemia e do novo vírus é essencial para determinar quais segmentos da sociedade podem reabrir – ou devem ser fechados novamente em caso de novos surtos – e mitigar o impacto da pandemia na economia.

Dados sobre crianças têm sido contraditórios até agora. Alguns estudos corroboram as conclusões do Pasteur e pelo menos um indica o contrário.

O epidemiologista Arnaud Fontanet e colegas disseram que são necessários mais estudos sobre as escolas devido ao pequeno número de casos que puderam ser estudados. Segundo o estudo, cerca de 41% das crianças infectadas não apresentavam sintomas, em comparação com cerca de 10% dos adultos.

Money Times, via Bloomberg

 

Opinião dos leitores

  1. Uma tentativa de saída honrosa desses aloprados em nome da "ciência ". Parabéns por vocês terem criado o caos e feito todos de refens. Estúpidos, tribunal para estes "cientistas ".

  2. A minha filha só volta se tiver a vacina ou algo semelhante! Perder deliberadamente um filho é perder 1000%.

  3. Parecem… Isso justificaria colocá-las em risco?
    A OMS tinha várias certezas que caíram, imagine o que "parece"…

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Saúde

Assintomáticos podem ter uma proteção imunológica mais fraca contra o Sars CoV-2, aponta estudo

Foto: Reprodução/Visual Science

Pacientes assintomáticos infectados pelo Sars CoV-2 podem ter uma resposta imunológica mais fraca do que aqueles que desenvolvem os sintomas – como febre, tosse, ou qualquer consequência da Covid-19 – sugerem pesquisadores chineses na revista “Nature Medicine”.

O estudo descreve as características imunológicas e clínicas de 37 assintomáticos na China. Eles tiveram a infecção pelo coronavírus detectada em um teste com coleta de amostras no nariz e na garganta. O monitoramento ocorreu antes de 10 de abril de 2020 no distrito de Wanzhou, localizado no município de Chongqing.

Esses pacientes sem sintomas foram identificados dentro de um grupo de 178 pessoas com o teste positivo para o novo coronavírus. Entre os 37 assintomáticos, 22 eram mulheres e 15 homens, com idades entre 8 e 75 anos (média: 41 anos).

O autor da pesquisa, Ai-Long Hua, da Universidade Médica de Chongqing, disse que descobriu que esses pacientes, isolados no hospital, tiveram uma duração média de excreção viral de 19 dias. Já entre os pacientes com os sintomas, o tempo médio foi de 14 dias. Essa duração da excreção não significa, no entanto, que eles possam contagiar mais outras pessoas. Essa informação e suas consequências ainda precisam ser avaliadas, segundo os cientistas.

Oito semanas após a alta hospitalar, os níveis de anticorpos neutralizantes, que a priori dão imunidade ao vírus, diminuíram 81,1% nos pacientes sem sintomas, em comparação com 62,2% nos pacientes com sintomas.

Para avaliar a resposta imune, os pesquisadores mediram algumas substâncias (citocinas e quimiocinas) no sangue. Eles observaram baixos níveis em pacientes assintomáticos, o que mostrou uma resposta anti-inflamatória reduzida.

Esses dados, bem como análises anteriores de anticorpos neutralizantes, destacam os riscos potenciais do uso de “passaportes de imunidade” – liberação da quarentena a pacientes já infectados – e, portanto, eles defendem a aplicação continuada de medidas preventivas comuns de saúde.

Bem Estar – G1

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Saúde

Estudo sugere que coronavírus pode se espalhar pela descarga do vaso sanitário

Foto: Shutterstock

Eis um bom motivo para fechar a tampa do vaso antes de acionar a descarga: um novo estudo de modelagem por computador mostra como um vaso sanitário pode enviar uma nuvem de pequenas partículas contendo matéria fecal para o ar – que pode levar o coronavírus.

Médicos mostraram que o coronavírus pode viver e se replicar no sistema digestivo, e evidências do vírus foram encontradas em dejetos humanos.

Essa é, portanto, uma possível rota de transmissão.

Agora, uma equipe da Universidade de Yangzhou, na China, usou a modelagem por computador para mostrar como a água liberada na descarga do vaso sanitário pode se espalhar no ar por até 1,80 metro de altura, de acordo com o estudo publicado na revista Physics of Fluids.

“Pode-se prever que a velocidade será ainda maior quando um banheiro for usado com frequência, como no caso de um banheiro de uma família durante um horário movimentado ou de um banheiro público que serve uma área densamente povoada”, alertou Ji-Xiang Wang, da Universidade de Yangzhou. Outros estudos também sugeriram que o norovírus, uma causa comum de vômito e diarreia, pode se espalhar através de vasos sanitários.

Em abril, os pesquisadores sugeriram que os banheiros podiam ser um local de disseminação do coronavírus.

Resultados da simulação de uma descarga única. Foto: Yun-yun Li, Ji-Xiang Wang, Xi Chen

“As evidências de contaminação pelo coronavírus em amostras de superfície e no ar fora das salas de isolamento, assim como os dados experimentais que mostram que esse vírus pode viver em aerossóis por três horas, devem suscitar preocupações sobre esse modo de transmissão e requerer pesquisas adicionais”, escreveram Carmen McDermott e colegas da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em abril, no Journal of Hospital Infection.

“A transmissão fecal parece ocorrer em pacientes sem sintomas gastrointestinais, o que pode indicar que indivíduos assintomáticos sejam uma fonte de disseminação do coronavírus”, acrescentaram.

Pelo menos um pesquisador não envolvido no estudo disse que a conclusão fazia sentido, mesmo que seja teórica.

“A carga viral na matéria fecal e a fração do aerossol resultante contendo o vírus é desconhecida. Mesmo se o vírus estivesse contido nos aerossóis produzidos, não se sabe se ele ainda seria infeccioso. Também não há evidências claras da transmissão fecal-oral”, observou Bryan Bzdek, pesquisador de aerossóis da Universidade Britânica de Bristol, em comunicado.

“Os autores do estudo sugerem que, sempre que possível, devemos manter o assento do vaso abaixado ao dar descarga, limpar o assento do vaso sanitário e quaisquer outras áreas de contato com frequência e lavar as mãos depois de usá-lo. Embora este estudo não consiga demonstrar que essas medidas reduzirão a transmissão do SARS-CoV-2, muitos outros vírus são transmitidos pela via fecal-oral. Portanto, essas são boas práticas de higiene.”

CNN Brasil

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Saúde

Mais de 100 especialistas alertaram para falhas em estudo que condenou o uso da cloroquina no mundo

Mais de 100 médicos e estatísticos de vários países lançaram um alerta sobre graves irregularidades no maior estudo sobre a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a covid-19. Os responsáveis pela iniciativa exigiram que os dados do trabalho sejam revistos para que ele seja corrigido ou retirado.

O estudo em questão provocou uma tempestade mundial em torno de dois possíveis tratamentos que há poucos meses eram considerados os mais promissores contra a doença, mas que agora parecem ter caído em desgraça. O trabalho foi uma análise de dados anônimos de mais de 96.000 pacientes em 600 hospitais do mundo todo. Concluiu que a cloroquina e a hidroxicloroquina não só não oferecem nenhum benefício para os pacientes, como também podem aumentar o risco de morte em 30%. O trabalho foi publicado na The Lancet, uma das revistas científicas de maior prestígio do mundo.

Como resultado desses dados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu o uso destes medicamentos no estudo clínico Solidarity, que tenta provar a eficácia de diversos tratamentos contra a Covid em hospitais do mundo inteiro. Foi uma suspensão temporária, até que um grupo independente analise os dados e responda se é seguro continuar. Mas depois do anúncio da OMS, a França proibiu o uso desses medicamentos como tratamento e parou os ensaios clínicos em andamento. A Itália também suspendeu seu uso como tratamento e a Bélgica alertou sobre sua utilização fora dos estudos clínicos, de acordo com a Reuters.

Na Espanha, a agência de medicamentos concluiu que o estudo não fornecia provas suficientemente sólidas sobre o risco associado aos dois medicamentos e recomendou que continuem em andamento os ensaios clínicos com esses fármacos no país. Um porta-voz da agência explicou ao EL PAÍS que até agora o órgão não havia recebido nenhum alerta de segurança por parte dos responsáveis por esses ensaios.

VEJA MAIS – Após The Lancet por em dúvida estudo contrário e repercussão de reportagem de jornal britânico ganhar o mundo, OMS anuncia retomada de testes com hidroxicloroquina para covid-19

MUITO GRAVE: The Lancet “põe em dúvida” estudo que levou OMS a suspender cloroquina; investigação do britânico The Guardian pode revelar escândalo

BOMBA: Governos e OMS mudaram suas políticas e tratamentos da Covid-19 com base em dados suspeitos de pequena empresa e estudo da Lancet é questionado, destaca reportagem do The Guardian

A origem inicial do boom que promoveu os dois medicamentos foi um estudo comandado pelo médico francês Didier Raoult, que encontrou benefícios no uso contra a covid-19. A pesquisa, no entanto, foi considerada posteriormente como irregular, mal projetada e muito pouco confiável. Isso não evitou que esses tratamentos fossem apontados como “revolucionários”, nas palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou que toma hidroxicloroquina para se proteger do coronavírus, sendo seguido, posteriormente, pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. No momento, não existe nenhuma prova sólida de que esses medicamentos funcionem contra a doença. Existem apenas dados parciais apontando que eles podem aumentar o risco de arritmias em pacientes graves.

O último estudo, que condenou o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, “tem um nível de inconsistências alarmante”, alerta Pedro Alonso, diretor do programa de malária da OMS, ao EL PAÍS. “Há enormes dúvidas sobre a qualidade desse trabalho e tanto seus autores como a revista que o publicou vão ter de prestar contas”, ressalta.

A cloroquina e sua derivada são usadas para combater a malária há décadas e têm um perfil de segurança muito alto, lembra Alonso. Além disso, esses medicamentos são utilizados para combater doenças autoimunes como o lúpus. “Até agora não sabemos se funcionam ou não contra a covid-19, mas a solução não é interromper os ensaios com esses medicamentos e, sim, seguir adiante com eles, pois precisamos de bons ensaios clínicos controlados e randomizados para saber se oferecem algum benefício, principalmente para a segunda onda da doença”, considera Alonso.

O estudo em questão é assinado por Mandeep Mehra, do Hospital Brigham de Mulheres de Boston; Frank Ruschitzka, do Hospital Universitário de Zurique; Amit Patel, do departamento de bioengenharia da Universidade de Utah, e Sapan Desai, da empresa Surgisphere, que forneceu os dados anônimos dos 96.000 pacientes incluídos no estudo.

Mas o trabalho tem inconsistências, como o tratamento dos dados, que não foram publicados para que possam ser analisados pelo restante da comunidade científica, e a ausência de um comitê de ética para verificar se o tratamento dos dados dos pacientes está de acordo com a lei, segundo a carta aberta publicada quinta-feira, assinada por mais de 120 médicos, bioestatísticos e pesquisadores biomédicos e enviada à direção da revista The Lancet.

O estudo não dá informações detalhadas sobre os hospitais de cada país de onde vêm os dados, afirmam os signatários. Além disso, utiliza doses de cloroquina e hidroxicloroquina que são em média 100 miligramas mais altas do que as recomendadas pela agência de medicamentos dos EUA, acrescentam.

Na Austrália, o estudo considera um número de pacientes mortos (73 até 23 de abril) que é superior ao registrado em todo o país até essa data pela Universidade Johns Hopkins, segundo o jornal The Guardian. Na África, inclui 25% de todos os infectados que havia no continente e 40% de todos os falecidos, o que significaria, pela expressividade da amostra, que eles teriam acordos para poder acessar os dados computadorizados detalhados dos pacientes, algo que os signatários da carta consideram “pouco provável” —e Alonso considera “impossível”— dado o baixo grau de digitalização de muitos hospitais no continente. O estudo reúne informações de pacientes de seis continentes e, apesar das diferenças entre eles, a incidência de doenças prévias, como diabetes e os problemas cardiovasculares, é “extraordinariamente pequena”, assinala a carta.

Os signatários exigem que a empresa Surgisphere forneça todos os dados e que uma comissão independente da OMS ou outro organismo independente os analise. Também pedem à revista que cumpra os compromissos que assinou sobre dados públicos e publique também os detalhes da revisão desse estudo por especialistas independentes.

Na tarde de sexta-feira, a The Lancet publicou uma correção, alterando o número de pacientes analisados na Ásia (8.101 em vez de 4.402) e na Austrália (63), mas sem mudar os resultados principais do estudo.

Mandeep Mehra, cardiologista do Brigham e primeiro autor do estudo, disse ao EL PAÍS que, além das correções, foi iniciada uma “revisão independente dos dados”, acrescentando: “Os resultados e conclusões do trabalho continuam sendo os mesmos”. A Surgisphere, empresa responsável pelo banco de dados, defendeu em um comunicado enviado ao EL PAÍS a validade de seu sistema, baseado no estabelecimento de acordos de colaboração com 1.200 hospitais de 45 países para que lhe deem acesso a dados anônimos de pacientes, e garantiu que cumpre as principais normas internacionais de proteção de dados.

Bloqueio de ensaios clínicos

O trabalho deu um golpe fatal em muitos dos ensaios clínicos que estavam em andamento. Isto, por sua vez, pode fazer com que nunca se saiba se, de fato, esses medicamentos podem ajudar contra a covid-19, possivelmente em doses que não sejam altas e com pacientes que não apresentam anomalias no batimento cardíaco. Para isso, são necessários ensaios controlados —nos quais um grupo não toma o medicamento ou toma um placebo— e randomizados, ou seja, cada paciente é colocado aleatoriamente em um dos grupos.

“Uma questão muito importante agora é que as pessoas com poder científico na organização de saúde apostaram em diferentes medicamentos que estão sendo testados em estudos randomizados”, afirma Julián Pérez Villacastín, presidente eleito da Sociedade Espanhola de Cardiologia. “[Os estudiosos da cloroquina e hidroxicloroquina] fizeram um investimento enorme e estão no meio do caminho, e em alguns casos, estão sendo forçados a parar. Além disso, têm o problema de que no início havia muitos pacientes e, com isso, poderiam ser obtidos resultados confiáveis em um prazo relativamente curto. Mas o que aconteceu é que o recrutamento ficou muito mais lento porque o número de pacientes diminuiu. Está sendo muito difícil concluir os estudos e muitos poderão não ser concluídos nunca”, assinala. Alonso ressalta também que, devido aos dados do estudo publicado na The Lancet, os pacientes não queiram participar de ensaios por “medo”.

El País

 

Opinião dos leitores

  1. Para vocês pensarem por que não vêem isso aqui nos jornais. Apreciem o Lancet la no final.
    1) May 20, 2020 – Times of India – Hydroxychloroquine research shows some promise in interim study conducted by Telangana Govt – An interim report prepared by the Telangana Government has yielded promising results on the efficacy of prophylactic use of Hydroxychloroquineor HCQ, as it s popularly known on preventing COVID-19…

    2) Este é o melhor relatório de todos, pois estabelece protocolos caso seja ministrada, embora não recomende o uso devido aos testes não serem ainda completos.
    Last Updated: May 12, 2020 – USA/NIH COVID-19 Treatment Guidelines – Potential Antiviral Drugs Under Evaluation for the Treatment of COVID-19 – Chloroquine/Hydroxychloroquine: The Panel recommends against using high-dose chloroquine (600 mg twice daily for 10 days) for the treatment of COVID-19 (AI), because the high dose carries a higher risk of toxicities than the lower dose.

    3) Este foi noticiado aqui com alarde, porque não recomenda o uso, e como sempre, aceito como verdade por quem não lê ou acredita na imprensa. Mas é só um artigo do professor de Epidemiologia e Bioestatistica, Rosemberg. Na conclusão ele mesmo diz que o estudo teve inúmeras limitações, principalmente na coleta de dados. A Dra. Elizabeth, co-autora, é esposa de um cientista que trabalha numa pesquisa financiada sobre o Rendesivir. Dá o que pensar.
    JAMA May 11, 2020 – Association of Treatment With Hydroxychloroquine or Azithromycin With In-Hospital Mortality in Patients With COVID-19 in New York State

    4) 07ABRIL2020 PFARMA – Hidroxicloroquina apresenta bons resultados contra o coronavírus – A hidroxicloroquina (HCD), um derivado menos tóxico da cloroquina, demonstrou boa eficácia na inibição do novocoronavírus SARS-CoV-2. – Um artigo publicado na Nature revisou sete estudos de ensaios clínicos, publicados no Chinese Clinical Trial Registry, para o uso do hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19.

    5) Thursday, April 9, 2020
    NIH clinical trial of hydroxychloroquine, a potential therapy for COVID-19, begins. Search identifier NCT04332991

    6) 18 March 2020 – Nature – Hydroxychloroquine, a less toxic derivative of chloroquine, is effective in inhibiting SARS-CoV-2 infection in vitro

    7) E olha só. O Lancet hoje faz pouco caso da hidroxicloroqiuna/cloroquina, mas recomendava a aplicação sem mencionar os efeitos colaterais.
    February, 2006 – The Lancet – New insights into the antiviral effects of chloroquine. Effects of chloroquine on viral infections: an old drug against today's diseases?.
    2005 – Chloroquine is a potent inhibitor of SARS coronavirus infection and spread.
    2004 – In vitro inhibition of severe acute respiratory syndrome coronavirus by chloroquine.

  2. Quantas vidas poderiam ser poupadas se não fossem essa resistência idiota de pseudo cientistas e imprensa tendenciosa, com viés ideológicos e extremista reverberando lorota contra as evidencias clinicas favoráveis ao protocolo na fase precoce !!!

  3. O Presidente esteve certo desde o início da Pandemia, ainda no mês de março. Mas aí veio à esquerda, politizou a Pandemia, inventou que a Cloroquina era da direita ……. Agora estamos vendo que a Cloroquina é o "cara"!

  4. Temos que correr contra o tempo e passar a usar a cloroquina urgente e a ivermectina, depois eu falo que Bolsonaro tem razão

  5. São corruptos que querem receber mais propina dos laboratórios com a venda de remédios mais caros. Viva o Presidente Bolsonaro.

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Saúde

MUITO GRAVE: The Lancet “põe em dúvida” estudo que levou OMS a suspender cloroquina; investigação do britânico The Guardian pode revelar escândalo

Foto: picture-alliance/dpa/Zuma/Quad-City Times/K. E. Schmidt (via DW0)

“The Lancet” põe em dúvida estudo que levou OMS a suspender cloroquina – Revista científica emite alerta sobre estudo publicado em maio que levou OMS a suspender suas pesquisas sobre hidroxicloroquina. Levantamento usou dados, agora questionados, de 96 mil pacientes.A revista médica The Lancet divulgou nesta terça-feira (02/06) uma nota de preocupação com um estudo alvo de críticas sobre a cloroquina e hidroxicloroquina, publicado na própria revista, na qual reconhece que “questões importantes” pairam sobre o trabalho e afirma que está sendo feita uma auditoria independente dos dados utilizados.

A chamada “expressão de preocupação”, emitida pela Lancet, não significa uma retirada total do estudo, mas coloca em dúvida o trabalho científico realizado.

A publicação do estudo, em 22 de maio, numa das revistas científicas mais renomadas do mundo, levou à suspensão de ensaios clínicos de hidroxicloroquina em todo o mundo, pois a pesquisa apontava que o medicamento não seria benéfico para pacientes hospitalizados com covid-19 e poderia até ser prejudicial. O estudo também levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) asuspender temporariamente, por precaução, o uso de hidroxicloroquina em pesquisas por ela coordenadas em vários países.

Depois da decisão da OMS, os governos da França, da Itália e da Bélgica interromperam o uso de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com covid-19.

O estudo se baseia em dados de 96 mil pacientes hospitalizados entre 20 de dezembro e 14 de abril em 671 hospitais e compara a condição dos doentes que receberam tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina (cerca de 15 mil) com os que não receberam.

Os dados usados são da empresa Surgisphere, que se apresenta como uma empresa de análise de dados em saúde com sede nos Estados Unidos. O jornal britânico The Guardian colocou em dúvida a idoneidade da empresa, que tem apenas uma meia dúzia de funcionários, que aparentam ter pouca experiência científica, e pequena presença online. O dono da Surgisphere, Sapan Desai, é um dos autores do estudo publicado na Lancet.

Os autores do estudo dizem “não terem conseguido confirmar o benefício da hidroxicloroquina ou da cloroquina” nos doentes analisados, apontando um acréscimo de efeitos adversos potencialmente graves, incluindo “um aumento da mortalidade”, durante a hospitalização de doentes com covid-19.

VEJA MAIS – BOMBA: Governos e OMS mudaram suas políticas e tratamentos da Covid-19 com base em dados suspeitos de pequena empresa e estudo da Lancet é questionado, destaca reportagem do The Guardian

Muitos investigadores expressaram dúvidas sobre o trabalho, incluindo alguns cientistas céticos sobre o benefício da hidroxicloroquina contra a covid-19.

Numa carta aberta divulgada na semana passada, dezenas de cientistas expressaram preocupação com o trabalho e disseram que um exame detalhado levantou questões de metodologia e de integridade dos dados, apontando a recusa dos autores em dar acesso total aos dados e a falta de “revisão ética”.

Entre os investigadores que assinaram a carta aberta está o francês Philippe Parola, colaborador em Marselha de Didier Raoult, promotor francês da hidroxicloroquina que contribuiu amplamente para popularizar esse tratamento que vem sendo promovido por líderes como Jair Bolsonaro e Donald Trump.

Outra revista científica, a New England Journal of Medicine, também publicou um estudo com base em dados da Surgisphere, também assinado por Desai. As dúvidas quanto aos dados fornecidos por essa empresa levaram também esta revista a emitir uma “expressão de preocupação”, nesta terça-feira, sobre um estudo publicado em 1º de maio e que sugere que medicamentos para tratar problemas cardiovasculares não elevam o risco de uma pessoa morrer de covid-19.

UOL, com Deutsche Welle

Opinião dos leitores

  1. Enquanto isso, vários Médicos, continuaram indicando o tratamento precoce com a Hidroxicloroquina, salvando vidas. O triste é que alguns expoentes da vida brasileira, inclusive Médicos e boa parte dos midiáticos se dizem contra, mas a tomam sofregamente ao primeiro espirro, covardemente escondidos nas suas tocas.
    As vezes me pergunto quando a hipocrisia passou a fazer parte da cultura brasileira?

    1. Verdade Paulo,estes covardes e mentirosos que se beneficiaram com protocolo na surdina e negaram seu uso em público, merecem toda nosso repúdio e desprezo !!!

  2. Um dia, quando tudo isso for apurado, ficará claro que o mundo passou por um verdadeiro genocídio, a partir da disseminação, por parte da China, de um vírus letal, produzido, sim, no Laboratório de Virologia de Wuhan, em verdadeiro conluio com a OMS (seu diretor geral é o responsável, por ser ele mesmo um títere chinês), compadrio com os grandes laboratórios da indústria farmacêutica – e aqui entra a "The Lancet" – que é por essa indústria financiada, e a incompetência dos governos em tratar do problema, o que gerou a morte de, até agora, praticamente 385 mil pessoas em todo o mundo, dos quais quase 31.500 (8,18% do total das mortes no mundo) no Brasil. Isso sem falar na quebradeira da economia mundial. Tudo em nome da chamada e famigerada "Nova Ordem Mundial". Malditos assassinos!

  3. Tudo isso por causa de política.
    O presidente Bolsonaro estava certo.

    O remédio usado no início dos sintomas apresentou uma redução drástica de mortes nos hospitais privados de São Paulo. Enquanto isso, nos hospitais públicos aqui do RN tá uma matança.
    Anos de corrupção.
    Governadora mostre os 800 milhoes que o presidente enviou.

    E os 5 milhões do consórcio nordeste, a senhora já foi atrás?

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Diversos

Distanciamento social é baixo no RN, aponta estudo; veja taxa em municípios

Foto: iStock

Em um momento crítico quanto aos números da contaminação pelo novo coronavírus no Rio Grande do Norte, estudo atualizado do projeto Isola.ai revela que o distanciamento social, principal medida de contenção da pandemia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), permanece baixo. No domingo, 31 de maio, o RN se posicionou entre os dez estados com menor isolamento ao atingir 49%.

Com base nos dados da startup In Loco, o Isola.ai vem monitorando o isolamento social desde o início da pandemia e tem verificado que os municípios onde houve maior contaminação pela covid-19 tendem a respeitar mais o isolamento. No último dia de maio, Natal e Parnamirim alcançaram 52%, enquanto Mossoró chegou a 50%, no entanto, tais números estão distantes dos 70% ideais.

O índice de distanciamento social na capital, porém, conta com importantes variações internas. Seguindo padrão observado em outras semanas, a Zona Sul de Natal tende a apresentar maiores valores de isolamento do que regiões como a Norte e a Oeste, o que pode ser um reflexo das desigualdades socioeconômicas que dificultam a adesão ao distanciamento social, aponta o estudo.

Outras cidades monitoradas apresentam índices ainda menores. Em Caicó, por exemplo, mesmo com o decreto de bloqueio total de serviços não essenciais, apenas 48% da população permaneceu em casa. Já os municípios de Santa Cruz, Currais Novos e Pau dos Ferros tiveram 43% de adesão às medidas de distanciamento.

Também são apresentados no estudo os municípios com maior isolamento por mesorregião potiguar. No Agreste, destacou-se Sítio Novo (53%); na Central, o município de Serra Negra do Norte (60%); Espírito Santo (53%), no Leste; e Encanto (53%) no Oeste Potiguar. Por outro lado, Lagoa Salgada (35%), Caiçara do Norte (23%), Pedro Velho (40%) e Taboleiro Grande (26%), nas mesmas regiões respectivamente, obtiveram os piores indicadores.

Isola.ai

Constituído por uma equipe de 13 pesquisadores da UFRN, da Universidade de Pernambuco (UPE), do Instituto Curie (França) e outras instituições do Brasil e do exterior, o projeto Isola.ai busca soluções interdisciplinares para a pandemia utilizando técnicas de Ciência dos Dados e Inteligência Artificial. As avaliações publicadas também podem ser conferidas no site do Observatório do Nordeste para Análise Sociodemográfica da Covid-19 (ONAS-Covid19).

Liderada pelo professor Ivanovitch Silva, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEEC), a iniciativa conta com os docentes Rafael Gomes (PPGEEC), Leonardo Bezerra, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Informação (PPGTI), e Luciana Lima, do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem). Também integram o grupo os egressos da UFRN Marcel Ribeiro-Dantas (Instituto Curie) e Gisliany Alves (PPGEEC).

Colaboram ainda pesquisadores das seguintes instituições: Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Dublin City University, da Irlanda, e Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), do Amazonas.

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Saúde

Brasil reduziu taxa de reprodução do novo coronavírus a menos da metade, mostra estudo

Foto: Amanda Perobelli – 6.mai.2020/Reuters

O Brasil conseguiu reduzir a sua taxa de reprodução do coronavírus para menos da metade desde o início da pandemia. Em fevereiro, quando foi registrado o primeiro caso no país, uma pessoa que contraísse a doença a transmitia para outras 3,5 na média. Hoje, o número está em 1,4. Em São Paulo, esse índice é menor, de 1,3.

Essa é uma das conclusões de um estudo feito pelo físico nuclear Rubens Lichtenthaler Filho, da Universidade de São Paulo, e do médico Daniel Lichtenthaler. O levantamento foi feito com base nos números oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde. “Ficou claro que a política de distanciamento social é essencial para reduzir o número total de casos e controlar a epidemia”, diz o estudo.

“É consequência dessas medidas de afastamento social que foram tomadas. Mas ainda é pouco. Em termos de epidemia, o número tem que ficar abaixo de um. Ao olharmos os dados da Alemanha, por exemplo, está em 0,8. Lá eles conseguem controlar. E aqui o número de casos ainda está crescendo”, diz um dos autores do estudo, Rubens Lichtentaler, do departamento de Física Nuclear da USP. O estudo ainda é um manuscrito (pré-print), que ainda não passou por revisão de pares.

O levantamento aponta que um relaxamento nas medidas de isolamento aumentará essa taxa de reprodução de forma “imprevisível”, apontando que tais mudanças para o retorno da atividade econômica e social devem ocorrer de forma “gradual”, mantendo o monitoramento das curvas da epidemia.

O estudo também defende que sejam feitas pesquisas amostrais com a população para determinar a quantidade de pessoas com a doença, como forma de determinar em que momento da epidemia o país está e a que distância do pico. Se não houver conhecimento de quantos estão realmente infectados, ficaria muito difícil de fazer previsões confiáveis sobre controle do novo coronavírus, diz o texto.

Os pesquisadores defendem que o lockdown é uma forma de reduzir essa taxa para abaixo de 1, e que tal decisão deve ser tomada a partir da análise de dados de cada cidade ou comunidade. O governo federal é contrário a essa medida e tem defendido, inclusive, o relaxamento das políticas atuais de isolamento social.

Em São Paulo, estado com mais casos, o governador João Doria (PSDB) já afirmou que havia a possibilidade, mas ainda não decidiu nada a respeito. Alguns municípios no país já adotaram a política de lockdown. Segundo levantamento da CNN, a medida já vale em São Gonçalo e Campos (RJ), Belém e outras 16 cidades do Pará, Fortaleza (CE), Recife e outras 4 cidades de Pernambuco, três cidades na Bahia, três no Paraná, em todo o estado do Amapá e em 4 municípios do Amazonas.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, às 18h deste domingo, o Brasil tinha 347,3 mil casos confirmados de coronavírus e 22.013 mortes. É o segundo no mundo em número de casos, atrás apenas dos Estados Unidos, e o sexto no mundo em mortes, atrás de EUA, Reino Unido, Itália, Espanha e França.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. BG, quando dispor de Estudos , por favour, dispor no link do referido ou o mesmo em PDF, se puder, um abraço

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