Foto: Pedro França/Agência Senado
No depoimento que Luiza Sousa Paes, ex-assessora do senador Flávio Bolsonaro, prestou ao Ministério Público do Rio ela admitiu que devolvia mais de 90% de seu salário e ficava com apenas R$ 700 todos os meses do esquema ilegal no gabinete do “01” na Assembleia Legislativa do Rio. A denúncia contra Flávio e Fabrício Queiroz, obtida pelo GLOBO, expõe outras funcionárias em situações similares, constatadas através de quebras de sigilo bancário e outras diligências. A própria Luiza afirmou aos investigadores que assessoras lotadas com ela também eram “fantasmas”. A partir do cruzamento de dados bancários, a promotoria identificou variações do que foi considerado como uma “mesada” retida por elas antes da devolução dos salários, com valores entre R$ 300 e R$ 1,9 mil. Uma das mulheres denunciadas chegou a fazer uma anotação, encontrada em um extrato apreendido, em comemoração à ampliação da parcela não repassada a Queiroz. As defesas de Flávio e Queiroz negam as práticas irregulares apontadas pelo MP.
De acordo com a denúncia, o dinheiro pago pela Alerj a essas assessoras, todas indicadas como “fantasmas”, era devolvido a Queiroz através de operações em espécie que, em geral, seguiam a mesma lógica: salários e benefícios depositados eram sacados das contas bancárias e repassados ao assessor de Flávio através de depósitos em dinheiro vivo, sem origem identificada. Em menor escala, Queiroz também recebeu transferências bancárias identificadas de integrantes do gabinete.
O MP classificou como “mesada” o valor que essas funcionárias mantinham para si depois do repasse dos salários a Queiroz. Luiza, por exemplo, relatou ter retido inicialmente do esquema ilegal R$ 700. Os promotores identificaram em sua quebra de sigilo e, depois, com documentos apreendidos em sua casa que a partir de 2013 esse valor chegou a R$ 800. Ela própria anotou em uma planilha o valor que permanecia na conta bancária que utilizou para receber os salários da Alerj.
No depoimento ao MP, Luiza também disse ter conhecido outras pessoas nomeadas no gabinete de Flávio que viviam situação semelhante à dela: nomeadas sem trabalhar. Ela citou a personal trainer Nathália Queiroz, filha do operador financeiro, e Sheila Coelho de Vasconcellos, outra ex-assessora.
Os extratos bancários de Nathália mostram que ela retinha todos os meses R$ 1,1 mil. Essa era a diferença entre o que recebia mensalmente e o que devolvia a Queiroz, ainda que os valores pagos pela Alerj tenham variado a partir de trocas de cargos dentro do próprio gabinete. Nathália esteve nomeada entre setembro de 2007 e dezembro de 2016, mas, como apontou a denúncia, era uma “funcionária fantasma”. Em nove anos e três meses de Alerj, o MP estima que ela tenha desviado R$ 703,5 mil para o esquema da “rachadinha”. A jovem era aluna de Educação Física em uma faculdade de Realengo, na Zona Oeste do Rio, a cerca de 40km da Alerj, e teve vínculo empregatício com pelo menos três academias de ginástica.
De acordo com o MP, Sheila é mulher de um agente penitenciário com quem Queiroz jogava futebol em um time de Oswaldo Cruz, na Zona Norte. Sheila foi vizinha do assessor parlamentar e, devido à proximidade com o funcionário de Flávio, acabou nomeada no gabinete entre novembro de 2009 e abril de 2016. No período, reteve uma mesada que variou entre R$ 1,6 mil e R$ 1,9 mil, tendo disponibilizado R$ 450,2 mil para o esquema de “rachadinha”.
Comemoração em extrato bancário
Outra assessora indicada como “fantasma” e acusada de reter uma mesada antes de devolver a remuneração paga pelo gabinete de Flávio na Alerj é Flávia Regina Thompson da Silva, nomeada entre abril de 2007 e dezembro de 2017. Com ela, o MP apreendeu, por meio de mandado de busca e apreensão, anotações que podem comprovar a participação no esquema da “rachadinha”.
Entre elas, está um papel com os dados da conta bancária de Queiroz e um extrato bancário em que Flávia escreveu uma comemoração sobre o aumento da parcela que poderia manter para si, sem repassar ao esquema. Inicialmente, ela retinha R$ 1,1 mil, mesmo valor da mesada de Nathália Queiroz. Em agosto de 2018, Flávia escreveu à mão: “Comecei a tirar R$ 1.400 (um mil e quatrocentos reais)”. A anotação incluía ainda um emoticon: “\o/”, referência a uma pessoa que vibra com os braços levantados. Os promotores estimam que Flávia tenha repassado R$ 235 mil ao esquema criminoso.
Mãe do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em janeiro desde ano em uma operação policial na Bahia, Raimunda Veras Magalhães também reteve uma mesada enquanto esteve lotada no gabinete de Flávio, conforme identificou no MP. Os extratos bancários obtidos pela investigação mostram que ela deixou de repassar a Queiroz parcelas pequenas de sua remuneração. A quantia destinada a ela variou de R$ 300 a R$ 600, entre abril de 2015 e dezembro de 2018. Os promotores também afirmam que Raimunda era “fantasma” e não trabalha realmente na Alerj.
Para verificar se essas mulheres, e outros funcionários, exerciam funções no gabinete de Flávio, o MP consultou os registros de geolocalização dos celulares utilizados por elas. Em um intervalo de cinco anos de registros armazenados por companhias telefônicas, elas realizaram e receberam raras chamadas de voz no entorno da Alerj. Os dados de Nathália Queiroz, por exemplo, mostram que ela “não passava sequer próximo da Assembleia Legislativa”, tendo realizado somente uma chamada telefônica nos arredores da Casa entre as 3,5 mil que fez no período analisado pelos promotores. Informações sobre a atuação profissional de cada uma delas também foram utilizadas para demonstrar que seus ofícios não estavam atrelados à Alerj, onde parte delas sequer tinha crachás para entrar e sair das instalações.
Flávio, Queiroz e outras 15 pessoas foram denunciados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Entre os alvos, estão Nathália de Melo Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz, filhas mais velhas de Queiroz, e Márcia de Oliveira Aguiar, mulher dele. Ambas operavam da mesma maneira que Luiza Sousa Paes, conforme indica o MP, e teriam sido responsáveis por desviar cerca de R$ 1,7 milhão para o esquema operado por Queiroz.
Procurada, a defesa do senador Flávio Bolsonaro, exercida pelos advogados Rodrigo Roca, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, afirmou em nota que “em função do segredo de Justiça, a defesa está impedida de comentar detalhes, mas garante que a denúncia contra Flávio Bolsonaro é insustentável”. E completou:
“Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o senador se mostra inviável e não passa de uma crônica macabra e mal engendrada, influenciada por grupos que têm claros interesses políticos e que, agora, tentam voltar ao poder. A denúncia, com tantos erros e vícios, não deve ser sequer recebida pelo Órgão Especial. Todos os defeitos de forma e de fundo da denúncia serão pontuados e rebatidos em documento próprios e no momento adequado”.
O advogado de Fabrício e Nathália Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, declarou que o esquema de “rachadinha” seria inexistente e que considera “inverídica a afirmação de que as assessoras recebessem uma espécie de mesada, como será demonstrado no curso da instrução processual”.
A defesa de Luiza Sousa Paes afirmou que não foi notificada judicialmente e não comentaria o procedimento em função do segredo de Justiça. Procurada, Vera Raimunda Magalhães desligou o telefone após a identificação da equipe de reportagem. O GLOBO ainda tenta contato com Sheila Coelho de Vasconcellos e Flávia Regina Thompson.
O Globo
De 2018pra cá o patrimônio do senador aumentou quase 5 vezes só na compra de uma casa.
Assim como o Queiroz, o deputato é um gênio dos negócios, se continuar com esse crescimento exponencial, logo logo vai competir com Elon Musk e Jeff Bezos .
Parabéns!
Bota pra torar Flavinho.
Essa imprensa é mesmo muito malvada. Vive perseguindo essa família honestíssima que sempre pegou no pesado e sempre cumpriu a lei pelo bem do país. O que seria do Brasil sem as grandes contribuições que deu em nome do progresso e do bem estar social? Essa família de políticos é a prova viva de que nosso país está em ótimas mãos.
Isso aí é fichinha perto de 90% do Senado do Brasil. E o senador ainda financiou 3 Milhões em 30 anos. Alguns exemplos: Tasso Jeireissati – PSDB têm quase 400 milhões em fortuna, Eduardo Braga (MDB-AM) têmR$ 31 milhões, Jayme Campos (DEM-MT) têm 35 milhões, Oriovisto (Podemos-PR) têm 239 milhões,
Tasso Jereissati sempre foi um homem milionário antes de entrar na política. A fortuna dele junto com a da mulher Renata Jereissati filha do Edson Queiroz é incalculável. Ele sempre doou o salário dele de governador para as Santas Casas do Ceará. Homem íntegro.
Homem íntegro, que é um dos líderes do PSDB, aliado do Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e Azeredo, todos esses investigados em falcatrua, o último condenado a 15 anos de prisão. No meu modo de ver, homem íntegro não compactua, nem permanece em um partido cheio de gente com problemas na justiça. O cara que diz que adoraria ter Rodrigo Maia (Botafogo da lava Jato) no seu partido. É isso mesmo?
Assim como Jair se enturmou com Collor. Fátima era carne e unha com Robson. Manuela D'Avil afoi pra missa comungar…Não estou defendendo os conchavos políticos. Estou falando da riqueza da família Jereissati. O patrimônio dele não está ligado a roubo político. Nunca houve nenhuma acusação contra ele. Ele colocou o Ceará no mapa do crescimento depois de anos sob as botas dos Távoras e Bezerras.
Marmenti…..hahaha…esse pensa que somos todos idiotas
Garrote, para de mentir. Não querendo defender o Flávio, mas o Senador financiou mais da metade em 360 meses.
O salário líquido de um Senador é de + ou – 27.500,00. O Senador compôs sua renda com o da sua esposa dentista, que ganha no mínimo uns 10 mil. As parcelas devem ter ficado entre 8 mil e 16 mil, com variação da taxa.
Silva, sua cloroquina está vencida.
Se sobra R$ 27.500 do salário como senado, a esposa dele é dentista, segundo você tem rendimentos de R$ 10 mil = R$ 37.500,00.
Como se consegue manter uma casa como essa?
Prestação do banco, luz, IPTU, água, empregados, etc?
E para ele e a família se manter? Alimentação, carros, luxos, etc?
Essa conta só bate com rachadinha, sem ela, IMPOSSÍVEL.
Lá vem o cara com papo de Cloroquina, Gado e etc. O senador tá na política desde 2003, vai fazer quase 18 anos, esses caras recebem um rio de grana, é tudo pago, plano de saúde pra toda família, aux. Moradia, carro, gasolina, é tanto Aux, não tem gasto com nada. Todos eles têm patrimônio elevado. Em Natal tá cheio de políticos assim, gente com casa em Tirol, PN, Areia Preta, Petrópolis, ap. e casas avaliadas em milhões, além de suas casas de veraneio. Você não leu direito o que eu falei, "ela recebe no mínimo 10 mil". Levando em conta os valores de profissionais no DF, ela pode receber muito mais. Mas mantendo o somatório são 37 mil, paga 8 mil de ao e sobra 29 mil. Você acha que não dar pra sobreviver com esses 29 mil? Você só engana criança
Esse cara pensa que o povo e burro.
Escritura está certa a origem do dinheiro e de que origem ?
Acabou a mamataaaaaa
De pai para filho, o crime compensa.
Ai me pergunto, se o salário dele, que pouco mais de R$ 37 mil como senador, sobra quase R$ 27.000,00 depois de descontar o IR, a prestação ficou em R$ 33.000,00.
Para manter um imóvel como esse vivo e no padrão, no barato, uns 20 mil todo santo mês…
Alguém fecha essa conta pra mim?
Ou seja, essa conta só bate na cabeça dos seguidores dessa família.
Tadinho! Nunca fez rachadinha… Nunca pediu foro privilegiado (aquele mesmo que em vídeo dizia que não precisava…). É um verdadeiro santo… KKK